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PREFEITURA MUNICIPAL DE CARIACICA ATIVIDADE DE HISTÓRIA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 19/04 a 14/05/2021


EMEF MARIA GUILHERMINA DE CASTRO 8° ANO
NOME:
DATA DE ENTREGA:

A Revolução Francesa foi um ciclo revolucionário de grandes proporções que se espalhou pela França e
aconteceu entre 1789 e 1799. Foi inspirada nos ideais do Iluminismo e motivada pela situação de crise que a
França vivia no final do século XVIII. Causou também profundas transformações e marcou o início da queda do
absolutismo na Europa.
A FRANÇA ANTES DA REVOLUÇÃO – A Revolução Francesa foi resultado direto da crise que a França vivia
no final do século XVIII. A insatisfação popular (com a crise econômica e política que o país vivia) aliou-se
com os interesses da burguesia em implantar no país as ideias do Iluminismo como forma de combater os
privilégios da aristocracia francesa.
No final do século XVIII, a França era uma monarquia absolutista em que o rei era Luís XVI. O poder do
rei era pleno e a sociedade francesa era dividida em grupos sociais muito bem definidos. A composição social
da França e os respectivos percentuais era a seguinte:
Primeiro Estado - composto pelo clero – 0,5%;
Segundo Estado - formado pela nobreza – 1,5%;
Terceiro Estado - formado pelos trabalhadores, camponeses e a burguesia – 98%.
Essa divisão social na França tinha uma clara desigualdade social, uma vez que Primeiro e Segundo
Estados possuíam privilégios que não se estendiam ao Terceiro Estado. O destaque vai para as isenções de
impostos que ambas as classes possuíam e para o direito de alguns nobres de poderem cobrar impostos dos
camponeses que trabalhavam em suas terras.
O Terceiro Estado, por sua vez, era um grupo bastante heterogêneo, isto é, composto por diferentes
grupos, como a burguesia e os camponeses. Os camponeses (correspondiam a 80% da população francesa)
viviam na pobreza ao passo que a aristocracia francesa vivia uma vida de luxo. Para os burgueses, os privilégios
da aristocracia do país eram um entrave para o desenvolvimento de seus negócios. A desigualdade social é a
primeira causa da revolução.
CONVOCAÇÃO DOS ESTADOS GERAIS - A crítica situação econômica, às vésperas da revolução de 1789,
exigia reformas e gerava uma grave crise política. Esta se agravou quando os ministros sugeriram que a
nobreza e o clero deviam contribuir no pagamento de impostos. Pressionado pela situação, o rei Luís XVI
convoca os Estados Gerais, uma reunião criada na França feudal e que era convocada só em momentos de
emergência. Essa saída era agradável para a aristocracia francesa, pois, nos moldes antigos do Estado Geral,
Primeiro e Segundo Estados uniam-se contra o Terceiro Estado.
O Terceiro Estado, porém, não estava disposto a manter-se nos Estados Gerais dentro dos moldes em
que ele funcionava em tempos passados. Com isso, foi proposto pelos representantes desse Estado uma
alteração no funcionamento dos Estados Gerais. Em vez de o voto ser por Estado, foi proposto que ele fosse
individual, isto é, todos os membros dos Estados (incluindo os mais de 500 do Terceiro Estado) teriam direito
ao voto.
O rei francês não aceitou a proposta e, assim, o Terceiro Estado rompeu com os Estados Gerais e
fundou a ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, com o propósito de redigir uma Constituição que
proporia mudanças para a França, tornando-a uma monarquia constitucional. Quando Luís XVI tentou fechar a
Constituinte à força, a população parisiense rebelou-se em sua defesa.
No dia 12 de julho de 1789, a população francesa tomou as ruas de Paris. No dia 13, foi criado uma
Comuna para governar Paris e uma Guarda Nacional, espécie de milícia popular. No dia 14, a população
partiu para tomar armas e pólvora do governo e, com isso, atacou a Bastilha, antiga fortaleza convertida em
prisão que era usada para aprisionar opositores dos reis franceses.

No dia 14 de julho, então, houve a Queda da Bastilha, em que a população francesa invadiu e tomou
o controle da prisão que era o símbolo da opressão absolutista. Depois disso, a revolução espalhou-se pelo
país, alcançando novas cidades e chegando ao campo.
A Revolução Francesa inspirou-se nos ideais iluministas, que defendiam que a autoridade deveria
basear-se na razão. Os iluministas defendiam ideais como liberdade e constitucionalismo, eram fortes
defensores da separação entre Igreja e Estado e, além disso, eram opositores da monarquia absolutista,
criticavam às práticas econômicas mercantilistas e defendiam o método científico. As revoluções burguesas do
século XVIII — americana e francesa — tiraram dos ideais iluministas a sua base ideológica.
Fases da Revolução Francesa - Depois da Queda da Bastilha, o processo de revolução espalhou-se pela
França e estendeu-se pelos dez anos seguintes, sendo somente encerrado quando Napoleão Bonaparte
assumiu o poder do país por meio do Golpe de 18 de Brumário. A Revolução Francesa pode ser dividida dentro
do período das instituições políticas que atuaram no país:
- Assembleia Nacional Constituinte: Monarquia Constitucional (1789-1792);
- Convenção Nacional (1792-1795);
- Diretório (1795-1799).
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/revolucao-francesa/
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-francesa.htm Acessos em: 12/08/2020

Atividades:

1. Sobre a França antes da Revolução de 1789, é correto afirmar:

(a) Passava por um momento de relativa paz e estabilidade política e econômica.


(b) Passava por uma grave crise econômica e política, além da profunda desigualdade social.
(c) Passava por um bom momento na economia por causa das vitórias em sucessivas guerras.
(d) A França estava dividida em três estados e todos eles pagavam impostos.

2. Na Revolução Francesa, foi uma das principais reivindicações do Terceiro Estado:

(a) a manutenção da divisão da sociedade em classes rigidamente definidas.


(b) a concessão de poderes políticos para a nobreza, preservando a riqueza desse grupo social.
(c) a abolição dos privilégios da nobreza e instauração da igualdade civil.
(d) a união de poderes entre Igreja e Estado, com fortalecimento do clero.

3. Grande parte dos acontecimentos e das grandes decisões tomadas durante a Revolução Francesa foram
realizados pelo povo, a massa formada principalmente de camponeses. Além do povo, outra classe que teve
grande peso com o deflagrar da Revolução e sua condução foi:

(a) a burguesia. (b) a nobreza. (c) o clero. (d) os vassalos.

MONARQUIA CONSTITUCIONAL - No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela Assembleia a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, da igualdade,
da fraternidade (lema da Revolução), além do direito à propriedade. A recusa do rei Luís XVI em aprovar a
Declaração provocam novas manifestações populares. Os bens do clero foram confiscados e muitos padres e
nobres fugiram para outros países. A instabilidade na França era grande.
A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. Dentre os artigos podemos destacar:
- O governo foi transformado em monarquia constitucional;
- O poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia;
- Os deputados teriam mandato de dois anos;
- O voto não teria caráter universal: só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima (voto censitário);
- Suprimiu-se os privilégios e as antigas ordens sociais;
- Confirmou-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens do clero;
- Manteve-se a escravidão nas colônias.
CONVENÇÃO NACIONAL (1792-1795) – Foi uma assembleia encarregada de elaborar uma nova
Constituição. Os membros da Convenção foram eleitos pelo voto universal masculino e não mais pelo voto
baseado na renda do cidadão. A primeira atitude da Convenção foi abolir a monarquia e implantar a República.
Os jacobinos eram a maioria neste novo parlamento. Internamente, as divergências de como deveria ser
conduzida a revolução, começava a provocar divisão entre os próprios revolucionários. Os girondinos,
representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas e a monarquia constitucional. Os jacobinos,
representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de
Maximilien Robespierre. Queriam a instalação de uma república e um governo popular.

O Terror (1793-1794) - Dentro do período da Convenção Nacional existe um ano extremamente violento, onde
as pessoas suspeitas de serem contrarrevolucionárias eram condenadas à guilhotina. Este período ficou
conhecido como "terror". Isto foi possível graças a aprovação da Lei dos Suspeitos que autorizava a prisão e
morte dos considerados antirrevolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos
obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam a jurar a Constituição Civil do Clero eram
executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire. O rei Luís XVI foi julgado e condenado
por traição, sendo condenado à morte por guilhotina e executado em janeiro de 1793. Meses depois, a rainha
Maria Antonieta teria o mesmo destino.
A ditadura jacobina introduziu novidades na Constituição como:
- Voto universal e não censitário;
- Fim da escravidão nas colônias;
- Congelamento de preços de produtos básicos como o trigo;
- Instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução. As execuções tornaram-se um
espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato público.
Para os ditadores, essas execuções eram uma forma justa de acabar com os inimigos, porém essa atitude
causava terror na população que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania. Após ser detido,
Robespierre foi executado na guilhotina.
Disponível em: ttps://www.todamateria.com.br/revolucao-francesa/ Acesso em: 12/08/2020

Atividades:
1. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, votada pela Assembleia Nacional Constituinte francesa,
em 26 de agosto de 1789, visava
(a) romper com a Declaração de Independência dos Estados Unidos, por esta não ter negado a escravidão
(b) recuperar os ideais cristãos de liberdade e igualdade, surgidos na época medieval e esquecidos na moderna
(c) estimular todos os povos a se revoltarem contra seus governos, para acabar com a desigualdade social.
(d) assinalar os princípios que, inspirados no Iluminismo, iriam fundar a nova constituição francesa

2. Leia o texto escrito por um contemporâneo à Revolução Francesa.

“O poder executivo em cada país está nas mãos de uma pessoa chamada rei. Mas a constituição francesa
distingue entre o rei e o soberano. Ela considera a posição de rei como oficial, mas coloca a soberania na
nação.”
(PAINE, Thomas. Os Direitos do Homem; uma resposta ao ataque do Sr. Burke à Revolução Francesa. Petrópolis: Vozes, 1989,
p. 75. Originalmente publicado em 1791-1792.)

Refletindo sobre o texto, é correto associá-lo a uma das ideias da filosofia iluminista. Trata-se
(a) da Igualdade Jurídica, que garante que todos tenham os privilégios da nobreza.
(b) da Liberdade Comercial, que define as normas de comércio pelo laissez-faire.
(c) da Divisão de Poderes, que articula Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador.
(d) do Contrato Social, que define o povo como o elemento soberano da nação.

3. A abolição da escravidão nas Colônias, a criação da Lei do Máximo, o estabelecimento do sufrágio universal,
a criação do Tribunal Revolucionário e o Comitê de Salvação Pública, foram instituídos na Revolução Francesa,
na fase:
(a) Assembleia Nacional Constituinte. (b) Convenção Nacional.
(c) Diretório. (d) Monarquia Constitucional.

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