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Designação de "lluminismo" dada ao pensamento da segunda metade 

do
século XVIII
O século XVIII é o século das Luzes ou do Iluminismo. Este conceito evoca, antes de mais,
a luz da Razão (inteligência, esclarecimento). O raciocínio humano seria o meio de atingir o
progresso em todos os campos (científico, social, político, moral). Por contraposição, os
autores identificavam, nesta época, a ignorância com as trevas: Galileu, nomeadamente, refere
a importância da linguagem matemática sem a qual "vagueia-se num labirinto, às escuras".

Os pontos-chave do pensamento iluminista


A corrente filosófica iluminista acreditava (na esteira do pensamento de John Locke, filósofo do
século XVII) na existência de um direito natural- um conjunto de direitos próprios da natureza
humana (e, como tal, naturais), nomeadamente:

- a igualdade entre todos os homens; 


- a liberdade de todos os homens (em consequência da igualdade, "nenhum homem tem
uma autoridade natural sobre o seu semelhante", escrevia Jean-Jacques Rousseau; porém,
este  direito natural não previa a abolição das diferenças sociais);
- o direito à posse de bens (tendo em conta que o pensamento iluminista se identifica com
os anseios da burguesia em ascensão);
- o direito a um julgamento justo;
- o direito à liberdade de consciência (a moral era entendida como natural, independente da
crença religiosa).

O pensamento iluminista defendia, assim, que estes direitos eram universais, isto é, diziam
respeito a todos os seres humanos e, por isso, estavam acima das leis de cada Estado. Os
Estados deveriam, antes, usar o poder político como meio de assegurar os direitos naturais do
Homem e de garantir a sua felicidade.

Paralelamente, o Iluminismo pugnava pelo individualismo: cada indivíduo deveria ser


valorizado, independentemente dos grupos em que se integrasse. 
 
O caráter revolucionário do Iluminismo 
Destacam-se os seguintes pensadores iluministas pela sua perspetiva revolucionária
de encarar o homem e a sociedade:

1. Jean-Jacques Rousseau defende a soberania (poder político) do povo. É o povo que,


de livre vontade, transfere o seu poder para os governantes mediante um pacto (ou contrato
social). Consegue, desta forma, respeitar a vontade da maioria sem perder a sua liberdade.
Em troca, os governantes têm de actuar com justiça, sob pena de serem depostos (obra de
referência: O Contrato Social.
2. Montesquieu defende a doutrina da separação dos poderes (Iegislativo, executivo e judicial)
como garantia de liberdade dos cidadãos (obra de referência: O Espírito das Leis).
3. Voltaire entre outras contribuições importantes para o Iluminismo, advoga a tolerância
religiosa e a liberdade de consciência: a religião que criou, o deísmo, rejeita as religiões
instituídas, centrando-se na adoração a um Deus bom, justo e poderoso, Criador do Universo
(obra de referência: Tratado sobre a Tolerância).

Estas ideias foram aplicadas na prática, nas revoluções liberais, sob a forma das
constituições políticas. 
 
 Os meios de difusão do pensamento das Luzes
O Iluminismo, apesar da oposição que sofreu na sociedade do seu tempo, foi-se
difundindo graças a alguns apoios importantes, como sejam:

- a admiração que alguns monarcas nutriam por estes novos ideais (Frederico II da
Prússia, por exemplo, acolheu Voltaire na corte quando este estava exilado);
- os salões, espaços privados da aristocracia que se abriam ao debate das novas
propostas filosóficas;
- os cafés, locais de aceso debate político-cultural e de apresentação de artistas;

- a Maçonaria, sociedade secreta com origem na Inglaterra do século XVIII que pugnava pela
liberdade política e pelo progresso científico;
- o uso da língua francesa - conhecida dos intelectuais europeus - nas obras filosóficas
editadas;
- a Enciclopédia publicada por Diderot e D'Alembert, que reunia em vários volumes os
conhecimentos mais avançados da época sobre a ciência e a técnica e dava voz às propostas
iluministas;
- os clubes privados, a imprensa e as academias, que faziam eco das novas propostas. 

Relação do Iluminismo com a desagregação do Antigo Regime e a


construção da modernidade europeia

As ideias iluministas contribuíram para acabar com o Antigo Regime, pois:

1. A defesa do contrato social transforma o súbdito passivo e obediente em cidadão


interventivo; deste modo, e ao contrário do que acontecia no Antigo Regime, "um povo livre ( ...
) tem chefes e não senhores" (Rousseau).
2. A teoria da separação dos poderes acaba com o poder arbitrário exercido no Antigo Regime.

3. A ideia de tolerância religiosa conduz à separação entre a Igreja e o Estado, presente nos
regimes liberais.
4. A teoria do direito natural leva a que os iluministas condenem todas as formas de
desrespeito pelos direitos humanos (tortura, pena de morte, escravatura ... ), contribuindo para
alterar a legislação sobre a justiça em vários países. 

 O despotismo iluminado: uma fusão do pensamento iluminista com os


princípios do absolutismo régio 
O despotismo iluminado foi a forma de poder real praticada no século XVIII em várias
regiões da Europa, nomeadamente:
 
- na Prússia, com Frederico II; 
- na Áustria, com José II; 
- na Rússia, com Catarina II; 
- na Suécia, com Gustavo III; 
- em Portugal, com D. José I. 

Sob o despotismo iluminado ou esclarecido, o rei tinha poder absoluto (era um déspota), mas
justificava a sua autoridade através do pensamento iluminista. O rei, iluminado pela razão e
apoiado pelos filósofos iluministas, propunha-se reorganizar o reino para o bem público e
o progresso. 
Este regime permitiu, por um lado, o reforço do poder que os monarcas pretendiam e, por outro
lado, a aplicação prática dos princípios iluministas desejada pelos filósofos.

Integração das medidas do Marquês de Pombal nos padrões do


pensamento setecentista
 

Na lógica do despotismo iluminado do século XVIII, o Marquês de Pombal, enquanto Secretário


de Estado do rei D. José I, levou a cabo a reforma do reino em diversas áreas, em
todas trabalhando para o reforço do poder régio e o controlo das classes privilegiadas.
 
1. Instituições de centralização do poder:
 

  o Erário Régio, que centralizava a receção das receitas públicas e a sua


redistribuição por todas as despesas;
  a Intendência-Geral da Polícia, criada no âmbito da reforma judicial que
uniformizou a justiça em termos territoriais (submetendo o direito local ao
direito nacional) e sociais (retirando à nobreza e ao clero antigos privilégios);
 a Real Mesa Censória, organismo do Estado que retirava a função de
censura da alçada da Igreja (subordinando o Tribunal do Santo Ofício à
Coroa).

 
2. Principais episódios da repressão exercida sobre o clero e a nobreza:
 

  o suplício dos Távoras (família da alta nobreza, opositora a Pombal, que foi
executada por suspeita - infundada, pelo que se pôde apurar no reinado de D.
Maria I - de tentativa de  regicídio );
 a expulsão da Companhia de Jesus, de Portugal e das suas colónias (pois
os jesuítas controlavam a missionação e o ensino).  

 
 
3. Ação urbanística:
 
A reconstrução da cidade de Lisboa após o sismo de 1 de Novembro de 1755, entregue aos
engenheiros Manuel da Maia e Eugénio dos Santos, foi orientada de acordo com o
racionalismo iluminista da época. Este ditou as seguintes características:

 traçado geométrico;
  ruas largas e retilíneas;
  subordinação dos projetos particulares à unidade do conjunto (subordinando toda a
sociedade a um mesmo projeto);
  sentido prático (evidenciado, por exemplo, no sistema da "gaiola", anti-sísmico);
  valorização da burguesia (transformação do Terreiro do Paço em Praça do Comércio).

 
 

 
 
 
 
4. Reforma do ensino:
 
Os estrangeirados (portugueses que, vivendo no estrangeiro, traziam para Portugal as ideias
iluministas) foram acolhidos pelo Marquês de Pombal. Ribeiro Sanches, Luís António Verney e
Martinho de Mendonça foram alguns dos estrangeirados que mais influenciaram a reforma do
ensino. Esta pautou-se pelas seguintes medidas:
 

 criação do Real Colégio dos Nobres (para preparação dos filhos da nobreza de
acordo com as novas concepções pedagógicas);
 criação da Aula do Comércio para os filhos dos burgueses;
 fundação das Escolas Menores, entre elas as de ler, escrever e contar, que eram
oficiais e gratuitas;
 instituição de várias classes de Latim, Grego, Filosofia, Retórica, para preparação para
a Universidade;
 reforma da Universidade de Coimbra (preparada pela Junta da Previdência
Literária e custeada por um imposto denominado Subsídio Literário), a qual foi
dotada de novos estatutos que introduziram as faculdades de Matemática e Filosofia,
bem como do suporte de um laboratório de Física, de um jardim botânico e de um
observatório astronómico; por seu turno, a faculdade de Medicina adquiriu um
carácter mais prático.

 Este novo ensino era alargado a um conjunto mais vasto da população e aberto às
novas ideias da ciência experimental, de acordo com a Filosofia das Luzes; além disso, servia
o propósito de preparar uma elite culta, de apoio à governação, colmatando a ausência
dos jesuítas.
 

A Revolução Americana, uma revolução fundadora.


 
 
A diversidade e a unidade das colónias inglesas da América do Norte 
 

No século XVIII, a Inglaterra possuía 13 colónias na costa oriental da América do Norte. Estas
colónias estavam unidas:
 
- por uma mesma língua - o inglês;
- pela religião - predominantemente protestante; 
- pela luta contra os índios e Franceses;
- pela submissão à coroa britânica (rei Jorge III) e ao Parlamento inglês.
 
Porém, também existiam fatores de diversidade:
 
- as colónias do Norte e do Centro tinham como base económica a agricultura complementada
pela pesca, criação de gado, comércio e indústria. Eram, também, constituídas
por comunidades mais tolerantes;

- as colónias do Sul especializaram-se na plantação do tabaco e do algodão assente na 


exploração de mão-de-obra escrava.

 
Se, por um lado, os fatores de união podem ter favorecido a criação, em 1776, de um país 
novo e independente (os Estados Unidos da América), por outro lado, os fatores de diversidade
podem ajudar-nos a compreender as hesitações na escolha de um modelo político após a 
independência: dever-se-ia escolher um governo central forte ou uma federação
descentralizada? A formação, ainda que lenta, de uma consciência nacional levaria os
Americanos a optar  pela existência de um governo geral.
 
 
Razões do conflito económico surgido entre a Inglaterra e as suas colónias da  América após
1763
 
Os principais motivos de descontentamento dos colonos americanos prendiam-se com
questões económicas:
 
A Guerra dos Sete Anos, que estendera ao território americano os conflitos entre Franceses  e
Ingleses, terminou com a vitória inglesa (Tratado de Paris). No entanto, em troca da proteção
concedida aos colonos, a Inglaterra sobrecarregou-os com impostos, de maneira a recuperar
do esforço de guerra. Entre 1764 e 1767, o Parlamento britânico decretou taxas  aduaneiras
sobre a importação de certos produtos (papel, vidro, chumbo, melaço, chá) e  criou um imposto
de selo.
 
A região que os colonos reivindicavam, a oeste, para se expandirem territorial e
economicamente, foi considerada propriedade dos índios pelo governo britânico.
 
Os colonos americanos tinham falta de liberdade comercial: só podiam exportar os seus
produtos para Inglaterra ou para outras colónias inglesas e só podiam importar mercadorias
europeias por intermédio de Londres (teoria do exclusivo comercial).
 

O caráter político do conflito

O conflito económico ganhou contornos políticos quando os colonos americanos tomaram 


consciência de que, apesar de serem cidadãos britânicos, não estavam representados no 
Parlamento de Londres. Como tal, não consideravam legais os impostos votados. Os
acontecimentos que se seguiram agravaram a controvérsia entre as colónias e a metrópole. Eis
as principais etapas do processo de independência americana:
 

 em 1765, realizou-se um congresso em Nova lorque contra a imposição de


leis;
 em 1770, face aos protestos, os impostos foram abolidos, à exceção daqueles
que diziam respeito ao chá, cujo monopólio de venda era entregue à
Companhia das índias;

em 1773, em Boston, os colonos revoltaram-se contra o imposto sobre o chá,


atirando ao mar os carregamentos da Companhia das índias (Boston Tea
Party). O rei Jorge III reagiu com medidas repressivas;

 em 1774, no primeiro congresso de Filadélfia, os colonos ainda tentaram uma


solução negocial; porém, nas ruas, organizava-se um movimento
revolucionário armado;
 em 1775, em Lexington, defrontaram-se em combate as tropas inglesas e os
milicianos americanos: este recontro violento marcou o fim da possibilidade de
negociação, o que levou  Thomas Paine a escrever "A palavra está nas
armas. [ ... ] O sangue dos nossos mortos e a  própria natureza gritam-nos
«abaixo a Inglaterra»";
 a 4 de Julho de 1776 (data oficial da independência dos EUA), os delegados
de todas as  colónias aprovaram a Declaração de Independência no segundo
Congresso de Filadélfia.

O apoio da França à causa da independência das colónias inglesas da América do Norte


 
Apesar da aprovação da Declaração de Independência (redigida por Thomas Jefferson)
pelas colónias, os conflitos prosseguiram, sob o comando de George Washington (que viria a
ser o primeiro presidente dos Estados Unidos da América). O apoio francês (em armas,
soldados,  dinheiro e barcos) surgiu em 1778 e justifica-se pela vontade de desforra deste país
em relação  à derrota na Guerra dos Sete Anos.
Foi graças ao apoio da França, da Espanha (aliada da França na Guerra dos Sete Anos) e à 
ação diplomática na Europa (em especial, por Benjamin Franklin) que a vitória sobre os 
Ingleses se tornou possível.
Em 1783, colonos e Ingleses assinaram o Tratado de Versalhes, no qual a Inglaterra
reconhecia a independência das 13 colónias. Nesse momento os Franceses puderam, também,
sentir o  sabor da vitória, recuperando alguns dos territórios perdidos em 1763.
 
 
Relação entre os princípios contidos na Declaração de Independência de 1776 e na 
Constituição de 1787 com a aplicação dos ideais iluministas
 

 
A Declaração de Independência de 1776 justifica a rutura relativamente à Inglaterra com  base
nos pressupostos iluministas:
 

 defende o direito à igualdade e à independência como "Lei da Natureza";


 proclama, como direitos "inalienáveis" (isto é, que não se podem retirar nem
transmitir a outrem) e concedidos por Deus, "a Vida, a Liberdade e a procura
da Felicidade";
 institui a soberania popular com base em "governos, cujo justo poder emana
do consentimento dos governados";
 prevê o direito de os povos deporem um governo que não os represente e de
"instituir um  novo governo";
 rejeita o "despotismo absoluto". 

  
Em 1787, a Constituição definiu o modelo político do novo estado independente: foi instituída  a
República dos Estados Unidos da América, um conjunto de Estados federados com alguma 
autonomia mas obedientes a um Estado Central forte. Neste diploma foram aplicados, na
prática, pela primeira vez, os ideais iluministas.
 

o  A divisão tripartida dos poderes, pensada pelo filósofo iluminista Montesquieu,


foi aplicada  da seguinte forma: o poder legislativo foi entregue ao Congresso,
composto pela Câmara  dos Representantes e pelo Senado (que reunem no
edifício do Capitólio, em Washington);  o poder executivo coube ao Presidente
dos Estados Unidos da América (residente na Casa  Branca, em Washington,
desde 1800) e o poder judicial passou a pertencer a um Tribunal  Supremo e a
tribunais inferiores; 
o foram consignadas as liberdades e garantias dos cidadãos;
o foi consagrada a soberania nacional, nomeadamente pela possibilidade de
exercer o direito de voto.

 
 
 
 
 
Em resumo, a Revolução Americana deu início a uma vaga de revoluções liberais que
ocorreram entre os séculos XVIII e XIX e que puseram fim ao sistema de Antigo Regime
baseado no  absolutismo e na sociedade de ordens. Estes movimentos instituíram a soberania
popular, a  separação de poderes, a livre iniciativa económica, a tolerância religiosa e a
descolonização.

5.2.1. A França nas vésperas da revolução


Nas vésperas de 1789, a França é fortemente marcada por uma conjuntura
económica e financeira depressiva e pelo agravamento das tensões sociais que
caracterizaram o século XVII, num tempo em que as correntes de opinião adversas à
monarquia absoluta ganhavam cada vez mais adeptos em consequência do triunfo de
uma nova ordem política e social nos Estados Unidos da América, desde 1776.

 A conjuntura cultural e mental

O pensamento iluminista e os princípios liberais a que veio dar origem encontraram na França
do século XVIII um fértil campo para a sua proliferação. Foi, com efeito, em França que mais
se fizeram sentir as influências do racionalismo iluminista na alteração dos quadros mentais e
dos comportamentos.

A descristianização dos costumes alteração dos quadros mentais e dos comportamentos.

A descristianização dos costumes

Os violentos ataques à religião e o anticlericalismo dos intelectuais esclarecidos


desenvolveram em França uma mentalidade descristianizada e laica. Sobretudo nos círculos
académicos, desenvolveu-se uma corrente de opinião violentamente crítica dos dogmas e
ritos fundamentais do catolicismo. Propôs-se a abolição do clero acusado de condicionar a
mente humana, o abandono do culto, o desprezo pelos sacramentos e pelos rituais litúrgicos,
o abandono de penitências denunciadas como não racionais, constrangedoras da liberdade do
Homem e contrárias à natureza divina que, segundo os iluministas, criou o Homem para ser
feliz.
Em consequência, assiste-se na sociedade francesa, sobretudo na sociedade urbana, a um
progressivo abandono dos valores culturais e mentais tradicionais e à adopção de uma
mentalidade laica e dominada pelos valores materiais. uma mentalidade descristianizada e
laica. Sobretudo nos círculos académicos, desenvolveu-se uma corrente de opinião
violentamente crítica dos dogmas e ritos fundamentais do catolicismo. Propôs-se a abolição
do clero acusado de condicionar a mente humana, o abandono do culto, o desprezo pelos
sacramentos e pelos rituais litúrgicos, o abandono de penitências denunciadas como não
racionais, constrangedoras da liberdade do Homem e contrárias à natureza divina que,
segundo os iluministas, criou o Homem para ser feliz.
Em consequência, assiste-se na sociedade francesa, sobretudo na sociedade urbana, a um
progressivo abandono dos valores culturais e mentais tradicionais e à adopção de uma
mentalidade laica e dominada pelos valores materiais.

Ora, ao substituir a moral cristã pela moral cívica, os cidadãos esclarecidos do século XVIII
substituíram o medo do pecado por um sentimento de confiança na Razão. Então, perde-se o
medo de contestar, com violência se necessário, o carácter antinatural e anti-racional da
estrutura social baseada na divisão em ordens e da estrutura política baseada no poder
despótico dos monarcas absolutistas. A condenação eterna deixa de assustar as
mentalidades esclarecidas.

As divulgações das novas ideias substituíram o medo do pecado por um sentimento de


confiança na Razão. Então, perde-se o medo de contestar, com violência se necessário, o
carácter antinatural e anti-racional da estrutura social baseada na divisão em ordens e da
estrutura política baseada no poder despótico dos monarcas absolutistas. A condenação
eterna deixa de assustar as mentalidades esclarecidas.

A divulgação das novas ideias

Eram de nacionalidade francesa os mais importantes e influentes intelectuais esclarecidos.


Citando apenas os já referidos anteriormente, Montesquieu, Voltaire e Rousseau
desenvolveram as novas ideias e difundiram-nas sobretudo nos meios urbanos, onde
ganharam grande quantidade de adeptos.
Publicações como O Mercúrio n França ou A Sentinela do Povo puseram ao alcance de todos,
em linguagem acessível e inflamada, o pensamento que tinha norteado os enciclopedistas.
Os novos espaços de sociabilidade urbana, academias, clubes, cafés, salões, sociedades
culturais e científicas e, de forma mais politizada, as lojas maçónicas, tiveram grande sucesso
na França do século XVIII e constituíam locais privilegiados para a circulação de toda a
variedade de publicações e para a discussão e a difusão das ideias iluministas e liberais,
deixando adivinhar tempos de revolução. Proclamavam-se abertamente os direitos dos
cidadãos; defendia-se a liberdade de pensamento, de expressão; lutava-se pela igualdade
perante o fisco, pela abolição dos privilégios feudais; reclamava-se a tolerância e boa
harmonia; criticava-se a fé religiosa; censuravam-se os exageros da monarquia absoluta.

O anacronismo das estruturas sociais francesas nas vésperas da  Revolução

Estamos perante um anacronismo quando, numa determinada época, existem características 


que deveriam pertencer a outra: era o caso da sociedade francesa do século XVIII, ainda
muito  ligada às estruturas de Antigo Regime. Persistiam, assim, as seguintes características
sociais:
- a alta burguesia era superior às ordens tradicionalmente privilegiadas (clero e nobreza) em 
riqueza e instrução, contudo, não tinha acesso aos altos cargos da administração pública,  do
exército e da hierarquia religiosa, para os quais se exigia prova de nobreza;
- os camponeses, apesar de constituírem a maioria da população (cerca de 80%) continuavam
na miséria, pois não eram detentores das terras que trabalhavam e ainda tinham de  pagar
impostos;
- os trabalhadores das cidades recebiam baixos salários; 

- a nobreza mantinha um estilo de vida ocioso e frívolo; porém, detinha a maior parte da
propriedade fundiária, os postos mais importantes e estava isenta do pagamento de impostos;
- o clero possuía terras, recebia rendas e a dízima (1/10 de toda a produção agrícola),
no entanto, tal como a nobreza, não pagava impostos.
Esta situação de profunda injustiça social foi, então, uma das causas da Revolução Francesa. 

A crise económico-financeira francesa

Nas vésperas da Revolução, a França era afectada por uma crise económica motivada pelos 
seguintes fatores:
- o aumento do preço do pão, em virtude de maus anos agrícolas; 

- a quebra de produção têxtil, não só devido ao aumento do preço do pão (que limitava a
capacidade de aquisição de outros produtos pelas famílias), mas também por causa do 
Tratado de Eden, de 1786 (que previa a livre-troca do vinho francês pelos têxteis ingleses);
- as despesas do Estado com o exército, as obras públicas, a dívida pública e o luxo da corte, 
que originavam um défice constante, já que o clero e a nobreza não contribuíam para as 
receitas do Estado (pois não pagavam impostos).

Podemos considerar a crise económico-financeira como o segundo fator que conduziu à 


Revolução. 
O fracasso das tentativas políticas de reforma

Perante a crise económico-financeira, o poder político tinha de agir. O rei Luís XVI, monarca 
absoluto, rodeou-se de ministros para o auxiliarem: Turgot, Necker, Calonne e Brienne
propuseram, sucessivamente, reformas no intuito de solucionar a crise. Porém, a conclusão a
que chegavam era sempre a mesma: a única maneira de obter mais receitas para o Estado
passaria por  fazer com que as ordens privilegiadas também pagassem impostos. Ora, o clero
e a nobreza  opuseram-se terminantemente às tentativas de redução dos seus privilégios.
A própria rainha Maria Antonieta, chamada pelo povo "Madame Défice" devido às suas
despesas com a corte, contribuiu para que os ministros fossem despedidos. 

Foi num clima de agitação popular e de oposição política das ordens privilegiadas que Luís
XVI  resolveu convocar os Estados Gerais (reunião dos representantes das diversas ordens
sociais),  enquanto se elaboravam os Cadernos de Queixas (registo dos anseios da sociedade
francesa).

O significado da transformação dos Estados Gerais em Assembleia Nacional 


Constituinte

A reunião dos Estados Gerais, em Maio de 1789, iniciou-se, desde logo, com uma questão 
controversa: a votação das propostas deveria fazer-se por cabeça (cada deputado, um voto)
ou  por ordem (cada grupo social, um voto)?

Se a votação por cabeça ganhasse, os deputados do Terceiro Estado, maioritários, fariam 


valer as suas propostas; porém, se a votação se fizesse por ordem, as duas ordens
privilegiadas (clero e nobreza) poderiam unir-se, dado que tinham interesses convergentes, na
defesa do  seu estatuto.

Perante este impasse e a indecisão de Luís XVI, os deputados do Terceiro Estado (juntamente
com alguns deputados do clero e da nobreza que partilhavam das mesmas ideias) reuniram-se
à parte, na sala do Jogo da Péla, onde juraram, em Junho de 1789, não se separarem até  que
estivesse pronta uma Constituição. Devido a este ato revolucionário (conhecido por 
"Juramento da sala do Jogo da Péla"), os Estados Gerais transformaram-se em Assembleia 
Nacional Constituinte (uma assembleia destinada a redigir uma Constituição): era o fim do
absolutismo e o início da Nação soberana. 

Relação entre a abolição dos direitos feudais e a destruição da sociedade de  Antigo Regime

Entretanto, nas ruas, o povo realizava a sua revolução: a 14 de Julho de 1789, em Paris, a 
Bastilha (fortaleza para os presos políticos do absolutismo) foi destruída pelo povo e pela 
Guarda Nacional (milícia composta por burgueses). A tomada da Bastilha ficaria, para sempre, 
conhecida como o símbolo máximo da Revolução Francesa, acontecimento comemorado
todos  os anos, em França, no dia 14 de Julho.
 

Por toda a França, os camponeses revoltavam-se violentamente contra os senhores das terras
e contra os encargos feudais (movimento denominado por "Grande Medo").

Face ao descontentamento popular, a Assembleia Nacional Constituinte produziu, em


Agosto de 1789, diplomas legais que aboliam os direitos feudais (como a dízima à Igreja e o
trabalho gratuito - corveias - prestado aos nobres) "aclamando o povo" para atingir a
"tranquilidade pública", como dizia, então, o presidente da Assembleia. Ao instaurarem a
igualdade de todos  perante a lei, nomeadamente no livre acesso aos empregos públicos, estes
decretos destruíram  a sociedade de ordens, assente nos privilégios da nobreza e do clero.
No ano seguinte (1790) a Assembleia aprovou um documento polémico - a Constituição
Civil do Clero - que transformava os membros do clero secular em funcionários do Estado,
extinguia o clero regular e procurava salvar a economia francesa com os bens confiscados à
Igreja, que constituíam a garantia dos novos títulos de papel-moeda (os assinados). 

O significado da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

Ainda durante a etapa da Assembleia Constituinte (1789-1791), os deputados elaboraram a 


Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, um documento de inspiração iluminista, 
fundamental, não só para a Revolução Francesa mas também para todos os movimentos
revolucionários que esta inspirou. Os aspectos mais importantes da Declaração dos Direitos
do  Homem e do Cidadão são:

- a proclamação do fim da sociedade de ordens ("Os homens nascem e são livres e iguais
em  direitos");
- a salvaguarda dos direitos naturais do homem ("A liberdade, a propriedade, a segurança e
a resistência à opressão");
- a defesa da soberania popular contra o absolutismo ("O princípio de toda a soberania
reside essencialmente na Nação");
- a proteção dos cidadãos pela lei (" Tudo aquilo que não é proibido pela lei não pode ser
impedido [. .. ]. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados 
pela lei');
- a tolerância religiosa ("Ninguém pode ser inquietado pelas suas opiniões, incluindo
opiniões religiosas");
- a liberdade de expressão ("Todo o cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir
livremente)";
- a defesa da burguesia e do direito à propriedade privada ("A propriedade é um direito
inviolável e sagrado").
Pela alteração profunda que este documento provocou nas estruturas sociais e políticas
de Antigo Regime, podemos relacioná-lo com o início de um novo período histórico: a Época 
Contemporânea.

Características da monarquia constitucional

Em Setembro de 1791 foi aprovada a Constituição. O rei tinha de obedecer a este documento
fundamental, pelo que designamos a nova etapa (1791-92) por monarquia constitucional. Esta 
caracterizou-se por:
- separação dos poderes: o poder legislativo era entregue à Assembleia Nacional Legislativa 
(composta por 745 deputados), o poder executivo pertencia ao rei (que podia vetar as leis 
durante dois anos: veto suspensivo) e o poder judicial cabia a juízes eleitos e a um Tribunal 
Superior;
- instituição da soberania nacional (é a Nação quem escolhe os governantes, através
do voto - sistema representativo);
- consagração dos Direitos do Homem e do Cidadão;
- manutenção da distinção pela riqueza (o processo de eleição dos deputados da
Assembleia Legislativa era indireto e realizado através do sufrágio censitário: apenas os
homens mais  ricos, que pagavam um imposto - ou censo - igualou superior a três dias de
trabalho, podiam votar; eram estes cidadãos activos quem podia escolher os verdadeiros
eleitores, os  quais, por sua vez, eram aqueles que tinham riqueza suficiente para pagar um
imposto igual  ou superior a dez dias de trabalho).
 
 
 
 
 
 
A passagem da monarquia à república
A República foi proclamada em Setembro de 1792. Dois factores, em especial, precipitaram o 
fim do regime monárquico na França:

- a tentativa de fuga do rei, em 1791, com o objetivo de ser acolhido no estrangeiro por um 
país de regime absoluto, e o seu regresso humilhante a Paris, apenas serviram para acelerar a
instituição da República, forma de governo que, até, então, não fora defendida;
- a guerra da França, em Abril de 1792, contra os estados absolutistas que queriam restituir o 
poder a Luís XVI (Áustria, Prússia) agravou os problemas económicos e contribuiu para o 
radicalismo político: os federados (milícias defensoras da Revolução) acorreram a Paris,
assaltaram as Tulherias e o rei foi suspenso pela Assembleia Legislativa em Agosto de 1792, 
terminando, assim, a monarquia constitucional.

O fim da monarquia viria a consumar-se em 1793 quando, após um julgamento de 26 horas, 


Luís XVI foi condenado à morte na guilhotina (pena aplicada, também, à rainha Maria
Antonieta,  no mesmo ano). 

Relação entre a obra Convenção e a força do movimento "sans-culotte" e o triunfo dos


ideais jacobinos

A etapa da Convenção republicana (1792-1795) foi marcada pela divisão entre duas fações 
políticas: por um lado os Girondinos, por outro lado os Montanheses (estes últimos
liderados por Marat, Danton e Robespierre). Apesar de todos terem ligações ao Clube dos
Jacobinos  (clube de burgueses revolucionários), os Montanheses eram mais radicais. Eram
apoiados  pelos chamados sans-culottes. Estes eram membros das classes populares,
artesãos, lojistas  e operários que não tinham rendimentos suficientes para se tornarem
cidadãos ativos (pois  vigorava o sufrágio censitário) mas exprimiam as suas reivindicações em
clubes, debates e  através de petições (propostas aos poderes públicos). Tratavam a todos por
tu e vestiam-se de
maneira característica.

Foi devido à pressão dos sans-culottes que os Girondinos (e os burgueses, seus


apoiantes) foram afastados do poder em 1793 e o rei foi condenado à morte, sentença que
Robespierre  considerava "uma medida de salvação pública". Os Montanheses estavam, então,
livres para instaurar medidas que agradavam aos sans-culottes, tais como:
- a Lei do Máximo (que fixava preços e salários);
- a abolição total do feudalismo;
- a instrução gratuita e obrigatória;
- a partilha, pelos mendigos, de bens retirados aos "suspeitos" de oposição à Revolução;
- as leis de assistência social (por exemplo, abonos de família);
- a abolição da escravatura nas colónias (1794).
 
O Terror

O Terror designa a fase mais radical e violenta da Revolução Francesa, ocorrida em 1793-
1794.  A Convenção, que desempenhava o poder legislativo, criou um governo centralizado e
ditatorial: o poder executivo pertencia a dois Comités:
- o Comité de Segurança Geral e o Comité de  Salvação Pública, cujos membros dependiam da
aprovação mensal da Convenção para se
manterem em funções.
- O Comité de Segurança Geral prendia os suspeitos de contra-revolução e entregava-os a um 
Tribunal Revolucionário. Na verdade, a Lei dos Suspeitos, de 1793, traduziu-se pela
legalização da violência: todos podiam ser suspeitos, quer "pelas suas conversas ou escritos",
quer por não possuírem "o certificado de civismo", por serem "familiares dos nobres" ou porque
haviam emigrado. Após um julgamento sumário (breve e sem hipótese de defesa, uma vez que
nem sequer eram inquiridas testemunhas) as vítimas do Terror eram encarceradas e, na maior
parte das
vezes, executadas pela guilhotina (inventada em 1789).
Uma outra faceta do Terror consistiu na política de descristianização (movimento anti-religioso).
O governo revolucionário instituiu um Estado laico (não religioso). As marcas do cristianismo
foram apagadas:
- o poeta Fabre Églantine criou um novo calendário, que situava o ano I na data da
proclamação da República pela Convenção (1792) e criava novos nomes para os meses  do
ano;
- a hierarquia religiosa era ridicularizada;
- os padres refractários eram perseguidos;
- o culto  dos santos foi substituído pelo culto aos mártires da revolução (por exemplo, a
Marat, herói dos sans-culottes, assassinado no banho por uma jovem girondina);
 - o casamento religioso passou a  ato civil, o divórcio foi autorizado (através da Lei do
Casamento e do Divórcio).

Para compensar a aniquilação do cristianismo, Robespierre criou um culto ao Ser Supremo, 


porém, uma boa parte da população francesa, fiel à religião católica, afastou-se da revolução.
Os confrontos fizeram-se sentir, em 1793, na região da Vendeia, onde monárquicos e
católicos tentaram a contra-revolução (sem sucesso).

O fim da república jacobina

A república jacobina teve o seu fim em Julho de 1794 quando Robespierre, responsável
por inúmeras condenações à morte foi, ele mesmo, guilhotinado em resultado de uma
conspiração  da Convenção. O extremismo desta etapa foi responsável pelo seu fracasso.
 
A ação do Diretório

A etapa do Directório (1795-1799) já foi descrita como a "anti-convenção", no sentido em que


novo regime se opôs à ditadura de Robespierre e procurou restabelecer a concórdia social.
Assim, de acordo com a nova Constituição de 1795:
- o poder executivo era entregue a cinco diretores (o Directório);
- o poder legislativo pertencia a duas assembleias interdependentes - o Conselho dos Anciãos
(que propunha as leis) e o Conselho dos Quinhentos (que votava as leis);
- o sufrágio censitário indirecto era restabelecido.
Em termos sociais, o fim do Terror jacobino e de todas as suas instituições exprimiu-se através
de um ambiente de festas e de luxo (apesar dos problemas económicos decorrentes da guerra
contra a Europa), bem como da adopção de uma moda extravagante.
 

A ascensão de Napoleão Bonaparte

O golpe do 18 de Brumário do Ano VIII (09.11.1799), por Napoleão Bonaparte, acabou com o
Directório, dando início à etapa do Consulado (1799-1804). Uma nova Constituição (de 1799), 
entregou o poder a Napoleão, que exercia o cargo de primeiro-cônsul.

A obra do Consulado assentou nas seguintes medidas:

- centralização administrativa e judicial (os juízes e os funcionários locais eram nomeados pelo 
governo; o Código Civil de 1804 unificava a França em termos legais); 
- recuperação financeira (criação do Banco de França, em 1800, e emissão de uma nova 
moeda - o franco germinal;
- reconciliação nacional (fim das perseguições políticas; Concordata com a Santa Sé, em
1801).
No entanto, Napoleão não abandonou o cargo de primeiro-cônsul ao fim de dez anos, como 
estava previsto; conseguiu que a Constituição de 1802 o tornasse cônsul vitalício e, em 1804,
foi  proclamado Imperador, autocoroando-se na Igreja de Notre-Dame, em Paris. Iniciava-se,
então,  a etapa do Império Napoleónico (1804-1815).
Figura de contornos míticos na história mundial, Napoleão teve um percurso político pautado 
por vitórias militares (destacando-se as campanhas da Itália, em 1796/97 e do Egipto,
em 1798), e derrotas sucessivas (1812-1815), acabando por se retirar da cena política e exilar-
se de França. 

A consolidação da revolução burguesa

A Revolução Francesa começou por ser uma revolta do Terceiro Estado que, nas palavras  do
contemporâneo Abade Sieyes, queria ser "tudo". A Bastilha, símbolo da prepotência do regime
absolutista, foi tomada pelo povo e por burgueses, as estruturas do Antigo Regime  foram
desmanteladas, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão exprimia o ideal  político
burguês.

Durante a época da Convenção, o poder passou, efectivamente, para as mãos do povo:


os sans-culottes conseguiram que o sufrágio directo fosse instaurado e a política de
condenação de todos os suspeitos, encarnada por Robespierre, representou a vingança
extremada do povo  contra os séculos de repressão das ordens privilegiadas.

Assim, para defender a revolução, a Convenção impôs o despotismo, o Terror. Seguiu-se-Ihe o


Directório que, preocupado em impedir uma nova tirania, instituiu a renovação periódica dos
cargos e a distribuição dos poderes. Nesse processo, restituiu a chefia da nação aos
burgueses.

Finalmente, Napoleão Bonaparte, para além de ser considerado um militar brilhante, destacou-
se como legislador activo, consolidando os direitos da burguesia, nomeadamente através:

- do Código Civil de 1804, que assegurava a protecção à propriedade privada;


- da criação dos liceus, em 1802, que permitia preparar os filhos dos burgueses para os cargos
do Estado.
 

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