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Gabarito - Sursis e Livramento Condicional

Questão 1
GABARITO - B

De acordo com o CP e da jurisprudência do STJ, é possível a suspensão da execução da pena,


desde que preenchidos os requisitos do art. 77:

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

Para o STJ: "A jurisprudência desta Corte é firme em assinalar ser possível a concessão de
suspensão condicional da pena aos crimes e às contravenções penais praticados em contexto
de violência doméstica, desde que preenchidos os requisitos previstos no art. 77 do Código Penal,
nos termos reconhecidos na sentença condenatória restabelecida". (AgRg no REsp 1691667/RJ,
Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 02/08/2018, DJe
09/08/2018)

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Por outro lado, os demais benefícios são DESCABIDOS no caso narrado, haja vista a vedação
legal expressa abaixo:

1. As penas restritivas não podem ser aplicadas ou substituírem nos casos de violência
(Letras A e D):
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for
culposo;

1. Não se aplica o sursis processual no âmbito da Lei Maria da Penha (letra C):
Súmula 536 do STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (SÚMULA 536, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)

Questão 2
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;


II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa,
por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de
saúde justifiquem a suspensão.

Questão 3
GABARITO - C

De acordo com a redação dada pelo art. 77, §1º do Código Penal:

Art. 77, §1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

A) INCORRETA. Para o caput do art. 77 do CP:

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

B) INCORRETA. Estabelece o Art. 84 do CP - As penas que correspondem a infrações diversas


devem somar-se para efeito do livramento.

D) INCORRETA. Para o art. 83 do CP, o cumprimento de 1/3 é requisito para quem não é
reincidente em crime doloso:

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver
bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;

E) INCORRETA. O § 2º do art. 77 do CP exige a idade superior a 70 anos: "§2º A execução da


pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis
anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem
a suspensão".

Questão 4
GABARITO - E

Caso condenado por pena de até dois anos, João poderá ser beneficiado com a aplicação
do sursis da pena, não sendo cabível, contudo, a suspensão condicional do processo. Para o Art.
77 do Código penal, quanto ao sursis da pena, "a execução da pena privativa de liberdade, não
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que (...)". Por
outro lado, o sursis processual está previsto no art. 89 da Lei nº 9.099: Nos crimes em que a pena
mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime,
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena.
Além disso, o Art. 41 da Lei Maria da Penha aduz que: Aos crimes praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº
9.099/199.

A) INCORRETA. Há o enquadramento na lei maria da penha, ainda que não


subsista relacionamento entre João e Paula. Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência
doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se
exige a coabitação entre autor e vítima.

B) INCORRETA. Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher
com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição de pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
C) INCORRETA. Deve ser processado mediante ação penal pública incondicionada.

D) INCORRETA. Poderá apelar em liberdade.

Questão 5
Gabarito: Alternativa B!
Comentários:
Alternativa A: errada! Via de regra, o sursis penal será concedido ao condenado a pena
privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, nos termos do art. 77 do Código Penal.
Excepcionalmente, porém, o art. 77, § 2º, do CP autoriza sua aplicação ao condenado a pena
privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos, desde que o condenado seja maior de
setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Vejamos:
Art. 77. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
§ 1º A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício
§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa,
por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões
de saúde justifiquem a suspensão.
Alternativa B: CERTA! Tendo em vista que entre as condições elencadas no art. 77 do Código
Penal não está inserida a de o crime ter sido cometido sem violência ou grave ameaça, correto
afirmar que o sursis penal é cabível nos casos de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, desde que presentes os requisitos legais exigidos, dentre os quais está o de a pena
privativa de liberdade aplicada não ser superior a dois anos (art. 77, caput, do CP).
Alternativa C: errada! O sursis penal NÃO pode estender-se às penas restritivas de direitos e à
de multa, na forma do art. 80 do Código Penal:
Art. 80. A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.
Alternativa D: errada! A revogação da suspensão condicional da pena somente será
obrigatória diante da superveniência de sentença condenatória irrecorrível por crime DOLOSO.
Tratando-se de condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção, a revogação do
benefício é facultativa.
Sobre o tema, vejamos o art. 81, I e § 1º, do CP:
Revogação obrigatória
Art. 81. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado,
a reparação do dano;
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
Revogação facultativa
§ 1º A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição
imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
Prorrogação do período de prova
§ 2º Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se
prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.
§ 3º Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de
prova até o máximo, se este não foi o fixado.
Alternativa E: errada! De acordo com o art. 82 do CP, cumprida as condições impostas ao
beneficiário do sursis penal será considerada extinta a pena privativa de liberdade e não que
ocorreu a extinção da punibilidade do réu.
Art. 82. Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade.

Questão 6
A. INCORRETA. Está em desacordo com: Art. 77 § 2 A execução da pena privativa de
liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o
condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

B. CORRETA. Está de acordo com: Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de
direitos nem à multa

C. INCORRETA. Está em desacordo com: Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do
prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;

D. INCORRETA. Está em desacordo com: Art. 81, § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o
condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado,
por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

E. INCORRETA. Está em desacordo com: Art. 81,§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz
pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

GABARITO: B

Questão 7
Gabarito: letra B.

A. A revogação da suspensão condicional da pena é obrigatória no caso de condenação em


sentença irrecorrível por crime doloso.

Assertiva CORRETA, nos termos do art. 81, inciso I, do CP. Vejamos:

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:


I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;

B. A suspensão será revogada se o condenado descumprir qualquer outra condição imposta


ou é irrecorrivelmente condenado por crime culposo ou por contravenção à pena privativa
de liberdade ou restritiva de direitos.

Assertiva ERRADA, pois se trata de revogação facultativa, nos termos do art. 81, §1º, do CP.
Vejamos:

§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição


imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

C. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser
suspensa por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade,
ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

Assertiva CORRETA, nos termos do art. 77, §2º, do CP. Vejamos:

§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa,
por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de
saúde justifiquem a suspensão.

D. Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se


prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.

Assertiva CORRETA, nos termos do art. 81, §2º, do CP. Vejamos:

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se


prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.

E. Não pode ser concedido ao reincidente em crime doloso.

Assertiva CORRETA, nos termos do art. 77, inciso I, do CP. Vejamos:

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

Diante do exposto, conclui-se que a alternativa INCORRETA é a letra B.

Questão 8
Alternativa D

CP Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;


(...)

Questão 9
Essa questão reproduz o inteiro teor de um enunciado sumular do Superior Tribunal de Justiça.
De acordo com a Súmula 671 do Superior Tribunal de Justiça, a ausência de suspensão ou
revogação do livramento condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da
punibilidade pelo integral cumprimento da pena.
Desse modo, pode-se afirmar que essa assertiva está certa.

Questão 10
Gabarito: letra E.

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver
bons antecedentes;

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;

III - comprovado:

a) bom comportamento durante a execução da pena;

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática
de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições
pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

Diante do exposto, conclui-se que a alternativa CORRETA é a letra E.

Questão 11
Vedada a concessão do livramento condicional em caso de crime hediondo ou equiparado cujo
resultado seja a morte.

A alternativa A está INCORRETA, pois conforme lecionado, o resultado morte no referido


crime impede a concessão do livramento condicional.

A alternativa B está INCORRETA, pois conforme lecionado, o resultado morte no referido


crime impede a concessão do livramento condicional.
A alternativa C está INCORRETA, pois conforme lecionado, o resultado morte no referido
crime impede a concessão do livramento condicional.

A alternativa D está CORRETA, pois de fato Augusto não poderá obter Livramento
Condicional em razão do não cabimento do instituto para crimes hediondos com resultado morte.

A alternativa E está INCORRETA, pois conforme lecionado, o resultado morte no referido


crime impede a concessão do livramento condicional.

Questão 12
A - Incorreta - Para os crimes hediondos, cumpridos mais de (2/3) da pena, nos casos de
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza.

B - Correta - Conforme CP, Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado
deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

C - Correta - Conforme CP, Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente
concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele
benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
D - Correta - Conforme CP, Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não
passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na
vigência do livramento.

Questão 13
Gabarito: E

A ERRADO: O livramento condicional pode ser revogado se o liberado deixar de cumprir


qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime
ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

Revogação do livramento
Art. 86, CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Revogação facultativa
Art. 87, CP - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir
qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por
crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

B ERRADO: O livramento condicional depende do cumprimento de 2/3 da pena em caso de crime


hediondo ou equiparado, salvo se for reincidente específico em crimes dessa natureza, hipótese
em que não será possível a sua concessão.

Requisitos do livramento condicional


Art. 83, CP - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática
de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

C ERRADO: O cumprimento do período de prova – sem que tenha havido revogação ou


suspensão do livramento condicional – implica na extinção da punibilidade do condenado, não
retroagindo.

Habeas Corpus substitutivo de recurso próprio. Não cabimento. Execução Penal. Livramento
condicional. Cometimento de novo delito durante o período de prova. Prorrogação após
escoado o período de prova. Impossibilidade. Extinção da pena que se impõe. Habeas Corpus
não conhecido. Ordem concedida de ofício" (STJ. Quinta Turma. HC 389.653/SP, rel. Min. Joel
Ilan Paciornik. J. 14.03.2017. P. 27.03.2017).
(...) À luz do disposto no art. 86, I, do Código Penal e no art. 145 da Lei das Execuções Penais,
se, durante o cumprimento do benefício, o liberado cometer outra infração penal, o juiz poderá
ordenar a sua prisão, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto,
aguardará a conclusão do novo processo instaurado.
3. A suspensão do livramento condicional não é automática. Pelo contrário, deve ser expressa,
por decisão fundamentada, para se aguardar a apuração da nova infração penal cometida durante
o período de prova, e, então, se o caso, revogar o benefício. Precedente.
4. Decorrido o prazo do período de prova sem ter havido a suspensão cautelar do benefício,
tampouco sua revogação, extingue-se a pena privativa de liberdade. Precedentes.
5. Ordem concedida, para reconhecer a extinção da pena privativa de liberdade imposta ao
paciente quanto ao primeiro crime cometido.
STF. 1ª Turma. HC 119938, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 03/06/2014.

OBS: Não confundir com a possibilidade de revogação no âmbito da suspensão condicional do


processo.

“Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condicional do


processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que
referente a fato ocorrido durante sua vigência.” STJ. 3ª Seção. REsp 1.498.034-RS, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 25/11/2015 (recurso repetitivo) (Info 574).

D ERRADO: O livramento condicional será obrigatoriamente revogado se sobrevier nova


condenação criminal transitada em julgado, A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, durante o
período de prova.
Revogação do livramento
Art. 86, CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Revogação facultativa
Art. 87, CP - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir
qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime
ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

E CERTO: O livramento condicional pode ser revogado por crime cometido antes de sua
concessão, mas nesse caso não se desconta o tempo cumprido no período de prova (ou seja, o
tempo será considerado como cumprimento efetivo da pena).

Efeitos da revogação
Art. 88, CP - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta
na pena o tempo em que esteve solto o condenado.

Art. 141, LEP. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do
livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo
permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.

Art. 142, LEP. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em
que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.

Questão 14
A) CERTA.

A assertiva está em conformidade com o art. 83, inciso V. do CP. O livramento condicional, de
fato, pressupõe a inexistência de reincidência específica em crimes hediondos ou
assemelhados.

Vejamos:

“Art. 83 do CP: O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (...) V - cumpridos mais de dois terços
da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
específico em crimes dessa natureza.”

B) ERRADA.

A assertiva está em desconformidade com o art. 83, inciso III, alínea “d”, do CP. Não se faz
necessária a proposta concerta de trabalho honesto, mas apenas a aptidão para prover a
própria subsistência mediante trabalho honesto.

“Art. 83 do CP: O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: III - comprovado: d) aptidão para
prover a própria subsistência mediante trabalho honesto.”

C) ERRADA.

A assertiva está em desconformidade com a lei e a doutrina consolidada.

Na realidade, não existe para a concessão do livramento condicional tal pressuposto de que o
condenado esteja em regime prisional semiaberto ou aberto. O livramento condicional pode ser
concedido em qualquer um dos regimes, inclusive no regime fechado, a depender do
preenchimento dos requisitos legais.

D) ERRADA.

A assertiva está em desconformidade com a Súmula 441 do STJ. Na realidade, a falta


grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. Logo, a inexistência de
falta disciplinar não é pressuposto para a concessão do livramento condicional.

“Súmula 441 do STJ: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento
condicional.”
E) ERRADA.

A assertiva está em desconformidade com o art. 83, parágrafo único, do CP. É possível que
o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, obtenha
a concessão do livramento condicional, que, nesse caso, ficará subordinada à constatação de
condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir.

“Art. 83 do CP: O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: Parágrafo único: Para o condenado por
crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não
voltará a delinquir.”

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