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Howard Zehr, em sua obra Trocando as lentes nos leva a pensar no cerne da
vivência da vítima e do agressor. No início do livro, o autor faz a análise de um caso
em que um menino de 16 anos, num assalto malsucedido acaba cegando, com uma
face, sua vítima. Assim, ele analisa o crime sob o ponto de vista do agressor, da
mulher que sofreu a violência e da comunidade, bem como o processo de
recuperação da vítima.
A vítima, por sua vez, viveu o papel de vítima mas suas necessidades
receberam pouquíssima ou nenhuma atenção aos olhos da sociedade. Conforme
mencionado pelo autor, a vítima passa por um processo doloroso ao viver o dia a dia
após o crime, ele diz que “o crime, como um câncer, rompe com o sentido de ordem
e significado, consequentemente, as vítimas de crime, como as vítimas de câncer,
procuram explicações”. E, nesta parte do livro, o autor deixa claro este processo. O
processo de culpabilizar o agressor, a si mesmo, aos outros e até mesmo a Deus
pelo ocorrido.
Além disso, a justiça restaurativa busca reparar o dano causado à vítima. Isso
pode envolver restituição financeira, serviços comunitários ou outras formas de
compensação que ajudem a restaurar a dignidade e a sensação de segurança da
vítima.
Essa abordagem não apenas busca soluções para casos específicos, mas
também visa prevenir futuros comportamentos criminosos, abordando as causas
fundamentais e promovendo uma cultura de responsabilidade e respeito mútuo.