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4.

A JUSTIÇA RESTAURATIVA E SUA APLICAÇÃO COMO FORMA


ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS.

À primeira vista, o modelo pode parecer ingênuo e excessivamente brando com


os autores de crimes. Entretanto, o método pelo qual a Justiça Restaurativa
atua como facilitadora de um acordo entre a parte que errou e a vítima pode
servir como alternativa para um país sobrecarregado por crimes, em boa parte
impunes.

Por intermédio de um facilitador, a justiça restaurativa reúne vítima, ofensor e


comunidade — o que pode incluir a família dos envolvidos e testemunhas. O
facilitador atua como único representante do aparato judicial. O papel dele é
acompanhar o processo, não tomar decisões ou proferir sentenças. Cabe à
vítima o papel principal, como decidir os locais das reuniões, dias e horários,
além de aceitar a oferta de reparação, recuperando o poder que lhe havia sido
subtraído pela ação do ofensor. O desfecho resulta do entendimento entre os
envolvidos.

É uma forma útil e justa de resolver conflitos, especialmente no âmbito dos


delitos de menor poder ofensivo e de outros crimes que, embora graves,
precisam não apenas da resposta penal tradicional, mas de um grau maior de
resolução social, empoderamento das vítimas e restauração dos laços e
valores sociais.

5. A “co-laboração” da justiça restaurativa no caminho da efetividade do


programa de combate a intimidação sistemática.

O modelo de Justiça Restaurativa já atua a dez anos no Brasil e sua prática


tem se alastrado pelo território brasileiro. E reconhecida como uma forma de
solução de conflitos que trabalha de forma sensível e criativa com as vítimas e
ofensores primando pela escuta dos mesmos e com a aproximação entre
vítima e agressor juntamente com suas respectivas famílias e a sociedade em
que estão inseridos.

Diante do quadro angustiante para a vítima que se destacam os benefícios de


trabalhar com a Justiça Restaurativa, composta por suas práticas e programas.
Nos dias atuais, as Práticas Restaurativas estão sendo implantadas nas
escolas como meio de evitar e enfrentar a violência, incluindo o bullying,
através da prevenção e consolidação das relações, promovendo um melhor
relacionamento entre escola, família e comunidade. Desta forma, as Práticas
Restaurativas destinam-se à restauração e à reparação das relações através
do diálogo, dos círculos de paz e das reuniões restaurativas, procurando
reconectar e recuperar relações.

Diversos estados brasileiros já aplicam os círculos restaurativos para


solucionar os casos de violência dentro das escolas. Estas práticas estão de
acordo com a Política Nacional de Resolução de Conflitos no Judiciário,
instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio da Resolução n.
125/2010, e Resolução n. 225/2016, que tem em seu texto diretrizes que
autorizam a prática e propagação da Justiça Restaurativa no Poder Judiciário.
O procedimento do círculo restaurativo dura de três a quatro horas e participam
todos os envolvidos no conflito; sentados em círculo, cada um tem sua
oportunidade para falar e ser ouvido.

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