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JUSTIÇA RESTAURATIVA

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JUSTIÇA RESTAURATIVA
A Justiça Restaurativa é incentivada pelo Conselho Nacional de Justiça.

É um processo colaborativo voltado para resolução de um conflito, na


maioria das vezes caracterizado como crime, que envolve a participação
maior do infrator e da vítima.

A Justiça Restaurativa surgiu nos anos 1960 e tem por propósito


restabelecer a cidadania da vítima ou das vítimas do sistema, sendo um
mecanismo que possibilita a discussão do evento danoso entre o
delinquente, a vítima e a comunidade, permitindo, assim, que as vítimas
também se apropriem devidamente do conflito.

A Justiça Restaurativa, definida pelas Nações Unidas em 2002, refere-se a


um processo em que todas as partes envolvidas em um ato que causou
ofensa, unam-se para decidir coletivamente como lidar com as
circunstâncias decorrentes desse ato e suas implicações para o futuro.
Quem realiza a Justiça Restaurativa?

Não é o juiz que realiza a prática, e sim o mediador que


faz o encontro entre vítima e ofensor e eventualmente
as pessoas que as apoiam.

“Apoiar o ofensor não significa apoiar o crime, e sim


apoiá-lo no plano de reparação de danos. Nesse
ambiente se faz a busca de uma solução que seja
aceitável. Não necessariamente o mediador precisa ter
formação jurídica, pode ser qualquer profissional apto a
conduzir a sessão.”
A Justiça Restaurativa só pode ser aplicada
em crimes considerados mais leves?

Não, pode também ser aplicada aos mais graves.

No Brasil, na maioria das vezes, é trabalhado com os


crimes mais leves, porque ainda não se tem uma
estrutura apropriada para os crimes mais graves.
Justiça Restaurativa implica o não
cumprimento da pena tradicional?

Não, as duas coisas existem de forma concomitantes.

O mediador não estabelece redução da pena, ele faz o acordo de reparação


de danos. Pode ser feito antes do julgamento, mas a Justiça Restaurativa é
um conceito muito aberto. Há experiências na fase de cumprimento da
pena, na fase de progressão de regime e etc.

OBS: Nos crimes de menor potencial ofensivo, de acordo com artigo 74 da


Lei n. 9.099, de 1995, o acordo pode inclusive excluir o processo legal.
OBS: Quando falamos de infrações cometidas pelo público infanto-juvenil há
outras possibilidades como a remissão ou a não judicialização do conflito
após o encontro restaurativo e o estabelecimento de um plano de
recuperação para que o adolescente não precise de internação, desde que o
resultado gere segurança para a vítima e reorganização para o infrator.
Então a Justiça Restaurativa não retira o direito
da pessoa recorrer à Justiça tradicional?

• A intervenção restaurativa é suplementar:


• De par com o processo, é oferecido um ambiente para resolver demais
problemas relacionados com o conflito.

Ex: ADOLESCENTE INFRATOR: Primeiro se busca uma persuasão, depois a


dissuasão e só depois os mecanismos de interdição, que seria a
internação.
1 - Persuasão significa abrir o ambiente para uma negociação direta entre
as partes;
2 - Se isso não for alcançado, usa-se os mecanismos dissuasórios, que
seriam um misto de acordo com possibilidades de uma resposta punitiva;
3 - Se isso tudo não funcionar, daí sim parte-se para outros mecanismos.
Justiça Restaurativa
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Justiça Retributiva
Elementos da Justiça Restaurativa:
“A) o crime é ato contra a comunidade, contra a vítima e contra o próprio infrator; B) o
interesse de punir e reparar é das pessoas envolvidas no caso; C) há responsabilidade
social pelo ocorrido; D) predomina o uso alternativo e crítico do Direito Penal; E) existem
procedimentos informais e flexíveis; F) predomina a disponibilidade da ação penal; G) há
uma concentração de foco conciliador; H) existe o predomínio da reparação do dano
causado ou da prestação de serviços comunitários; I) as penas são proporcionais e
humanizadas; J) o foco de assistência é voltado à vítima; L) a comunicação do infrator
pode ser feita diretamente ao Estado ou à vítima.”

Elementos da Justiça Retributiva:


“A) o crime é ato contra a sociedade, representada pelo Estado; B) o interesse na
punição é público; C) a responsabilidade do agente é individual; D) há o uso estritamente
dogmático do Direito Penal; E) utiliza-se de procedimentos formais e rígidos; F)
predomina a indisponibilidade da ação penal; G) a concentração do foco punitivo voltada
ao infrator; H) há o predomínio de penas privativas de liberdade; I) existem penas cruéis
e humilhantes; J) consagra-se a pouca assistência à vítima; L) a comunicação do infrator
é feita somente pelo advogado.”
Qual é o maior benefício da Justiça
Restaurativa?

“A pacificação das relações sociais de forma mais


efetiva do que uma decisão judicial.”

OBS: A justiça restaurativa tira o foco de atenção do delito, transferindo-


o para a solução dos conflitos decorrentes deste delito.
MODELOS DE CÍRCULOS
RESTAURATIVOS
Situação hipotética: Identifique o recurso a ser
empregado para se obter uma solução pacífica. E
como agente pacificador, o que você faria para que
nenhuma das partes saia insatisfeita?
Nos autos da ação de divórcio de ROBERTO e MARILDA, ficou acordado que o único bem do casal, uma casa, seria partilhado em
partes iguais entre os ex-consortes. A casa era muito grande e nenhum dos dois queria vendê-la, muito menos alugá-la. Para
resolver a situação da co-propriedade, resolveram dividir as dependências do imóvel por meio da construção de uma parede.
 Durante um ano, ROBERTO morou de um lado da casa e MARILDA do outro, até o dia em que ROBERTO resolveu se mudar para a
casa de ROSÂNGELA, sua namorada.
 Como ROBERTO não voltou mais para a antiga casa, deixando-a vazia por alguns meses, MARILDA destruiu a parede que dividia o
imóvel, ficando com a casa inteira para ela.
 À época, ROBERTO não queria briga com MARILDA e não se opôs a que ela ficasse com a casa inteira, uma vez que não tinha
pretensão de voltar a morar lá.
 Passados 2 anos, ROBERTO agora deseja voltar a morar nas dependências que lhe foram reservadas na partilha, pois ele e
ROSÂNGELA moram de aluguel e ambos estão desempregados. Seu desejo é poder levar ROSÂNGELA também.
 Quando ROBERTO pediu a MARILDA para que levantasse a antiga parede porque ele desejava morar lá com ROSÂNGELA, sua ex-
mulher reagiu muito mal. MARILDA achou um absurdo o seu pedido, pois que durante todo esse tempo, pagou sozinha todos os
impostos da casa. Ademais, para ela, seria humilhante morar ao lado de ROSÂNGELA, pois que atribuía à atual companheira de
ROBERTO o fim de seu casamento.
 O conflito se intensificou quando os filhos de MARILDA E ROBERTO começaram a intervir:
 - MÔNICA, com 35 anos, é casada e mora no terreno da casa objeto do conflito. MÔNICA defende a posição da mãe, pois acha um
absurdo ter que conviver com ROSÂNGELA no mesmo espaço, já que ela teria sido o pivô da separação dos seus pais.
 - MARCOS, com 34 anos, é casado e mora nas redondezas da casa objeto do conflito. Não quer se meter no conflito dos pais mas
acha que a mãe está exagerando e por mais de uma vez discutiu com ela
 - ADRIANA, com 31 anos, é casada e mora no 2º andar da casa objeto do conflito. Quer apenas que os pais se entendam e tem
tentado, sem sucesso, intermediar algum acordo entre eles.
 ROBERTO procurou ajuda na associação de moradores da região, que o encaminhou para uma Câmara de Mediação conveniada.
Situação hipotética:

Você, na condição de agente


pacificador, o que faria para
buscar a solução mais
adequada ao conflito em tese?
JUSTIÇA RESTAURATIVA

1 - Como funciona a Justiça Restaurativa?


2 - Como desenvolve a justiça restaurativa?
3 - O que se entende por justiça restaurativa?
4 - Quais são os princípios da justiça restaurativa?
5 - Quando pode ser aplicado o procedimento restaurativo?
6 - Quais são os pontos positivos da justiça restaurativa?
7 - Qual o principal enfoque da justiça restaurativa?
8 - Quais são as duas principais formas de aplicação da Justiça
Restaurativa?
9 - Qual é a diferença da justiça restaurativa para a conciliação?
10 - O que é círculo restaurativo e qual seu objetivo?
 

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