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DIREITO

Aluna: Mairla Lilian Franco Nogueira, R.A.: 43518, Turma: 5B

Relatório da Aula Magna de Direito 2021.2

Tema: Mediação Socioambiental

Palestrante: Edson Dama (Promotor de justiça e Professor da Faculdade Cathedral)

Debatedor: Aluísio Ferreira Vieira (Juiz Titular da 1ª Vara da Fazenda Pública e


Professor da Faculdade Cathedral)

Art. 3º, § 3ºdo Código de Processo Civil: “(...) § 3º A conciliação, a mediação e outros
métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do
processo judicial”.

Mediação: Método alternativo para resolução de conflitos.

O Estado moderno possui duas características: a primeira ele é laico; e segundo ele
possuiu o monopólio do direito.

A peculiaridade é a de que o Estado sempre partiu do pressuposto de que havia um


conflito e esse conflito devia ser diluído entre as partes, de que alguém causou um mal e
deveria ser retribuído a alguém.

A lógica desse sistema é sempre conflituosa, o direito surge para colocar fim a um
conflito. O conflito é formalizado dentro de um processo, para evitar a vingança direta,
formando-se uma triangularização, onde o Estado intervém para solucionar o atrito entre
as partes.

Nessa triangularização o Juiz-estado tem o poder de decidir, ele detém o monopólio do


direito, bem como, ele promove a justiça retributiva. O foco dessa justiça é sempre a
punição, a vitima nesse sistema é ouvida uma vez no processo e depois substituída pelo
Estado e não participa do poder de decisão, o infrator se defende o tempo todo dentro do
processo, e a solução é sempre decida pelo Estado extremamente rígido, formal e lento.

No século XX surgiu uma nova concepção, a justiça restaurativa, nela o poder de decisão
não é mais do Estado e sim conferido as partes envolvidas na demanda, o foco não é mais
na punição, mas, na promoção do dialogo entre as partes para resolução de conflitos, a
vitima passa a ter um papel ativo na decisão, o infrator pode assumir e negociar os efeitos
de suas responsabilidades, a solução não é mais julgado e sim negociado, e o processo é
mais célere. Ou seja, são reduzidos os efeitos processuais que não são resolvidos entre a
vitória e derrota, aqueles que são vividos no mundo real, resultando em insatisfação de
ambas as partes.
A Ellen Gracie Northfleet, deu o ponta inicial e estimulo para que as partes tivessem
dialogo para resolução de conflitos. Em 2006 ela criou a semana nacional de conciliação.

Em 2010 o Conselho Nacional de Justiça – CNJ, criou a Resolução nº 125/2010, onde


determina que todo órgão do poder judiciário deve oferecer mecanismo e soluções
alternativas a todos os cidadãos, bem como, obrigou a criação dos Núcleos Permanentes
de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Centro Judiciário de Solução de
Conflitos e Cidadania – CEJUC).

O Novo Código Processo Civil – CPC, amplamente regulamenta essa possibilidade de


alternativas para resolução de conflitos. O artigo 565, do artigo 694 e seguintes, decorre
sobre conciliadores, mediadores, métodos de conciliação e mediação, os princípios
(informalidade, confidencialidade, autonomia das vontades, imparcialidade, oralidade,
decisão informada). Desta feita, O CPC deu muito destaque para essa possibilidade.

Na conciliação, existe um conciliador, ele tem um certo poder sobre o mérito da causa,
oferece, incentiva e força um acordo entre as partes.

A medição está mais próxima da justiça restaurativa, pois, o mediador não tem poder
sobre as partes, ele é apenas um coordenador das reuniões, estimulador de dialogo entre
as partes, evita adentrar no mérito da discursão, está ali para esclarecer consequências,
seu papel é fazer com que as partes se comuniquem e resolvam seus problemas com um
acordo.

Essa postura do mediador se adequar perfeitamente as demandas socioambientais, pois,


essas são de conflitos que não tem solução, cabe apenas administrar a situação. O
socioambientalíssimo trabalha com ideia de que o homem pode viver e interagir dentro
do meio ambiente, explorar o meio ambiente de maneira sustentável.

O linhão de Tucuruí, é um exemplo dessa medida. Em 2010 foi tomada a decisão da


construção, em 2011 o governo federal fez a licitação. Em 2018 resolvem ir na área fazer
os estudos nas terras para passar o linhão, os indígenas não aceitam, pois não foram
consultados, tão somente respeitados, foram tratados com total descaso, sentiram-se
ofendidos, esse é o primeiro aspecto do conflito, o segundo é o meio ambiente. O
Ministério Público Federal entra com ação civil pública, com fulcro na Convenção 69, e
julgamentos do STF que reconheceu essa convenção como um instrumento supralegal, e
em segundo a falta de Plano Básico Ambiental – PBA. A liminar foi concedida, mas
somente para realização dos estudos do PBA. Foram 03 (três) anos de mediação, e hoje
foi resolvida. Esse é típico conflito socioambiental onde o Estado não consegue resolver
de forma arbitraria, faz-se necessárias medidas alternativas que administre a situação.

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