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MÓDULO 4
Em diferentes situações de conflito que ocorrem em diversos âmbitos socais a mediação tem
se tornado um método bastante difundido e utilizado para resolução alternativa de litígios, seja pela
eficácia do processo, seja pela eficiência dos resultados
Em uma definição bem simplória, a mediação é uma forma pacifica de solução de conflitos
das mais variadas espécies, processo conduzido por um terceiro imparcial.
Um conceito mais restrito é o que apontam FOLBERG e TAYLOR (1992), quando definem
o mecanismo como:
O processo de mediação pode ser iniciado pelas partes, sugerido ou exigido por um tribunal
ou juízo, ou imposto pela lei de um determinado Estado nacional. A mediação é utilizada em ampla
diversidade de casos, em âmbito comercial, diplomático, disputas trabalhistas e comunitárias e
assuntos de família.
A judicialização excessiva pode levar a escassez, a perdas financeiras, aumento dos custos
de negligência e a um impacto potencialmente negativo no orçamento público e no planejamento
das políticas públicas. Assim, deixar as demandas de saúde sem discussão ou solução acarreta
desperdício de dinheiro e do tempo de muitos profissionais nos hospitais e centros de atendimento,
o que pode atrapalhar e comprometer a qualidade do atendimento do paciente e a produtividade do
serviço.
Com a chegada do Código de Processo Civil de 2015, somado às ações do CNJ, e agora
positivado através da lei da mediação, percebe-se que a resolução de conflito através da mediação
ganhou força.
A lei 13.140/2015 traz dois momentos em que a mediação pode ser utilizada: a mediação
judicial e a extrajudicial. A mediação judicial ocorre quando já existe um processo judicial, já a
mediação extrajudicial acontece por vontade das partes antes da existência de um processo judicial.
Sendo assim, o juiz designará a audiência de mediação quando receber a petição inicial,
numa tentativa pré-processual de solução do litígio. Caso contrário, o processo seguirá em curso
normal.
4.1.2.Mediação extrajudicial
A mediação extrajudicial deve ser buscada espontaneamente pelas partes que estão
envolvidas no problema e que não conseguem resolvê-lo.
Dessa forma, o mediador, com técnicas de pacificação, facilitará o diálogo para que as partes
envolvidas no conflito evidenciem esforços para encontrar solução ao impasse – assim preserva os
relacionamentos que precisam ser mantidos.
Nesses casos, o mediador será escolhido pelas partes. Sobre ele recaem as mesmas hipóteses
legais de impedimento ou suspeição que incidem sobre os magistrados, previstas no art. 145, do
novo CPC.
Além disso, de acordo com as regras previstas contratualmente pelas partes, existem prazos,
mínimos e máximos, local para a realização da primeira reunião de mediação, contado a partir da
data do recebimento do convite, e penalidade no caso de não comparecimento da parte convidada.
Caso não tenham previsão contratual completa entre as partes, é necessário observar alguns
critérios para poder realizar a primeira reunião de mediação como: um prazo mínimo de dez dias
úteis, e máximo de três meses, contados a partir do recebimento do convite para manifestação; terá
um local adequado para uma reunião que possa envolver informações confidenciais; será elaborada
uma lista com cinco nomes de mediadores capacitados - assim, a parte convidada poderá escolher e,
caso não se manifeste, será considerado o primeiro nome da lista.
Caso a parte convidada à primeira reunião de mediação não compareça, e posteriormente ela
entre com um procedimento arbitral ou judicial que envolva o mesmo assunto da mediação para a
qual foi convidada, ela acarretará a aceitação de pagar cinquenta por cento das custas e honorários
sucumbência - que é quando a parte perdedora no processo é obrigada a arcar com honorários do
advogado da parte vencedora.
Em todos os tipos de litígios existe o desgaste natural gerado pelo conflito, mas nas
demandas de saúde o desgaste tende a ser mais latente, considerando que a saúde implica,
diretamente, no bem-estar do indivíduo. Em situações ainda mais graves, a vida do paciente está em
risco se não obtiver o tratamento e/ou mediamento através da tutela jurisdicional. Neste tipo de
demandas as pessoas tendem a estar mais sensíveis e abaladas emocionalmente.
Muito embora a mediação em saúde exija uma maior sensibilidade e cuidado do mediador
para conduzir o processo, o procedimento é o mesmo adotado na mediação em geral.
O foco que antes recaía sobre os impasses passa a concentrar-se na busca por informações
mais precisas. Dentre as técnicas mais comumente utilizadas destacam-se: o parafraseamento, a
escuta ativa, o afago ou reforço positivo, a formulação de perguntas reflexivas e circulares e a
inversão de papéis.
4.2.4. O resumo
Após o mediador ter perguntado à última das partes a se manifestar se deseja dizer algo
mais, deve ele fazer um resumo de toda a controvérsia até então apresentada, verificando as
principais questões presentes, como também os interesses subjacentes juntamente com as partes.
Recomenda-se que não se faça o resumo logo após apenas uma das partes ter se manifestado, pois,
ao assim proceder, o mediador poderá dar a entender à outra parte que está endossando o ponto de
vista apresentado. Esse resumo conjunto dos discursos das partes – também chamado de resumo de
texto único, por colocar duas perspectivas em uma única descrição – mostra-se de suma
importância, uma vez que dá um norte ao processo de mediação e, sobretudo, centraliza a discussão
nos principais aspectos presentes. Para o mediador, trata-se de uma efetiva organização do processo,
pois se estabelece uma versão imparcial, neutra e prospectiva (voltada a soluções) dos fatos
identificando quais são as questões a serem debatidas na mediação e quais são os reais interesses e
necessidades que as partes possuem. Para as partes, trata-se de um mecanismo que auxiliará a
compreensão das questões envolvidas sem que haja um tom judicatório ao debate.
Cabe registrar que por meio do resumo o mediador deverá apresentar uma versão que
implicitamente demonstre que conflitos são naturais em quaisquer relações humanas e que às partes
cabe a busca da melhor resolução possível diante do contexto existente. Esta demonstração
implícita de que conflitos são naturais e que as partes não devem se envergonhar por estarem em
conflito é comumente denominada de normalização.
Em seguida, tem início o processo de tratativas quanto à propostas prévias, verificação das
opções viáveis e mais adequadas à realidade dos próprios mediandos e seleção daquela mais
satisfatória para a solução do problema. Para tanto, é preciso uma análise crítica quanto à
adequação, efetividade e viabilidade das alternativas.
Trata-se, portanto, de uma fase em que o acordo vai se amoldando à vontade conjunta das
partes, em razão da nova perspectiva que estas têm em relação ao conflito. É a etapa ideal para que
todo o sucesso até então obtido na mediação seja objetivado em termos de um compromisso entre as
partes. Elaborado o acordo, parte-se, a seguir, para a fase de sua formalização, em que um
documento escrito irá pormenorizar o acordo verbal surgido na fase de sua elaboração.
4.3.1. Comediação
4.3.2. Recontextualização
Assim, através desta técnica o mediador procura decodificar várias informações, o que
possibilita uma maior compreensão sobre conflito e propicia a quem está falando a sensação de está
sendo ouvido e entendido.
4.3.4. Escuta ativa
Nessa técnica, o mediador observa a linguagem verbal e não verbal das partes e tenta
compreender informações relevantes, estimulando-as a expressar suas emoções e instigá-las a ouvir
uma à outra.
Assim, tenta estimular a validação dos seus sentimentos e o seu engajamento, a fim de apoiá-
las na busca pela melhor solução para o conflito.
As perguntas abertas são perguntas que estimulam a fala do maior número de informações e
qualidade dessas informações. Facilitam a apresentação de várias situações e sentimentos, o que
favorece maior observação e compreensão do problema.
O teste de realidade consiste em estimular a parte a proceder com uma comparação do seu
“mundo interno” com o “mundo externo” – como percebido pelo mediador. Como na técnica de
inversão de papéis, recomenda-se que se avise à parte que o mediador está aplicando uma técnica de
mediação e se aplique prioritariamente em sessões privadas.
O contexto da área da saúde, quer pela existência de múltiplas partes envolvidas, com
diferentes necessidades, quer pelo próprio ambiente e cenários onde ocorrem, quer pelas
particularidades éticas e negociais, potencializa o surgimento de situações conflitantes, acrescido
das necessidades da sua resolução de forma consensual, nomeadamente atendendo ao desgaste das
relações.
Assim, na mediação em saúde o responsável por aproximar as partes e retomar o diálogo nas
negociações visando à manutenção dos relacionamentos é o mediador. O mediador deve aproximar
as partes e restabelecer não apenas o relacionamento, mas também a comunicação entre elas,
criando oportunidades para que as partes interajam positivamente e construam uma solução justa.
Faz-se mister que o mediador, além de conhecer a técnica do processo de mediação, tenha
capacidade para entender a complexidade do conflito, boa comunicação, habilidade em escutar e
entender critérios e juízos de valor de outras pessoas, além de incorporar o real interesse no bem
estar delas, evitando fazer seu próprio e pessoal juízo de valor acerca das questões em discussão.
Vale relembrar que no processo de mediação, o mediador deve buscar apenas as informações
que precisa para compreender quais são os pontos controvertidos, quais são os interesses das
pessoas envolvidas e quais sentimentos precisam ser endereçados para que as questões possam ser
resolvidas a contento. De igual forma, o mediador deve ter cautela na formulação de perguntas. Em
determinadas situações, ser direto ou indireto demais pode dar causa a uma desconfiança quanto à
sua parcialidade ou mesmo competência na compreensão do problema. Deve ele estudar as diversas
técnicas de como se dirigir a cada uma das partes e as aplicar com total atenção no momento em que
a mediação estiver se desenvolvendo.
Os mediadores além da capacitação técnica para mediação, devem possuir familiaridade com
o vocabulário único desse cenário, conhecer os protocolos do setor de saúde para uma boa interação
com as partes, até para zelar pela decisão informada das partes.
Neste ponto, é importante passar a considerar que o diálogo deve ser parte do tratamento e
prestação do serviço dado. Assim, importa referir, relativamente ao paciente e seu acompanhante, a
grande maioria dos conflitos na área da saúde referem-se a uma necessidade de compreensão do que
aconteceu (pelo não domínio de questões técnicas); um reconhecimento ou responsabilidade sobre o
acontecimento (financeiro); confiança de não repetição com mais ninguém (emocional).
Logo, ainda que branda a intervenção do mediador, deve ser ativa no sentido de propiciar as
partes um ambiente tranquilo e imparcial para negociações, e transmitir-lhes confiança acerca da
possibilidade de solução do impasse mediante as soluções elaboradas por elas próprias. Isto porque
nos conflitos que envolve questões de saúde as partes se encontram em um momento delicado,
muitas vezes precisam se sentirem ouvidas e acolhidas. A presença do mediador faz com que sejam
evidenciadas as reais motivações das pessoas inseridas naquele conflito, seus reais interesses, já que
é um momento em que elas passam a demonstrar suas inseguranças, medos e necessidades. Muitas
vezes apenas a demonstração de consideração desses pontos faz com que a solução do conflito
aconteça.
• BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Manual de Mediação. 16º edição, 2016 2016.
Disponível em:
http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.
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• https://www.mpma.mp.br/arquivos/biblioteca/livros/3849_livro_grupo_9_ebook_bsb.pdf
• file:///C:/Users/201173/Downloads/333-1122-1-PB.pdf
• http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI257520,11049-
Entenda+a+diferenca+entre+mediacao+Judicial+e+Extrajudicial
• http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.
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• http://estadodedireito.com.br/o-passo-passo-do-procedimento-de-mediacao-extrajudicial/
• https://www.passeidireto.com/arquivo/6655919/manual-de-mediacao/43
• http://www.institutodialogo.com.br/mediacao-de-conflitos-5-tecnicas-que-voce-precisa-
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• https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/nej/article/viewFile/9687/5438
• http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v24n4/1984-0470-sausoc-24-04-01164.pdf
• http://www.esmal.tjal.jus.br/arquivosCursos/2012_11_14_15_44_20_PROVOCA
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de-solu%C3%A7%C3%B5es-alternativas-de-conflitos
• https://www.mediacaonline.com/5-vantagens-da-mediacao-de-conflitos-no-setor-de-saude/