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PRÁTICA DE MEDIAÇÃO

SESSÃO DE ABERTURA DE MEDIAÇÃO

SESSÃO DE ABERTURA – MEDIAÇÃO


EXTRAJUDICIAL

A mediação de conflitos advém da necessidade de observância do princípio


fundamental do acesso à justiça, consubstanciado no art. 5º, XXXV da Constituição
Federal. A positivação da mediação de conflitos ocorreu através da Lei nº 13.140 de 25
de junho de 2015. A mediação é meio de solução de controvérsia entre particulares, e
tem como objetivo construir uma sociedade pautada na fraternidade, democracia e
participação, busca em verdade, fomentar o diálogo, baseada em determinados
princípios, são eles: imparcialidade, isonomia, oralidade, informalidade, autonomia da
vontade das partes, busca do consenso, decisão informada e boa-fé1.

Conceitua-se mediação como atividade técnica exercida por terceiro imparcial


sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes as ajuda e incentiva a
identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. 2

Outro quesito fundamental a ser abordado é a diferença entre os seguintes


meios de autocomposição: conciliação, arbitragem e mediação. Enquanto a mediação é
realizada por mediador, podendo ocorrer na via judicial ou extrajudicial, a conciliação é
realizada no âmbito judicial na presença de um conciliador, e a arbitragem consiste em
partes que, de comum acordo, submetem a solução de seus conflitos a árbitros por elas
escolhidos, devendo o litígio recair apenas sobre direitos patrimoniais disponíveis3.

1
PADILHA, Fernanda. A MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL COMO MÉTODO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS. Revista
Eletrônica da OAB de Joinville, p. 148.
2
Preâmbulo da Lei 13140 de 16 de Junho de 2015
3
GONÇALVES, Bruna Eler; JACOB, Alexandre. MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL: UM CAMINHO PARA
RESULTADOS POSITIVOS E EFICAZES SEM JUDICIALIZAÇÃO. Revista Mediação, 2021, pág. 12.
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SESSÃO DE ABERTURA DE MEDIAÇÃO

Embora os mediados (partes em conflito) sejam o centro da mediação, o


mediador é fundamental para o deslinde da controvérsia e possui atribuições
designadas pela lei. O artigo 9º da Lei n.º 13.140 de 2015 define que poderá ser
mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz, devidamente capacitada, que tenha a
confiança das partes, mesmo que não seja integrante de qualquer conselho, entidade
de classe ou associação.

Dessa forma, entende-se que é pertinente que mediadores estejam de forma


contínua buscando processo de aperfeiçoamento e evolução para aplicação das técnicas
durante uma sessão de mediação. A principal função do mediador é facilitar a
comunicação entre as partes, restaurando a paz para a manutenção de um bom diálogo,
além de orientar os mediados nos caminhos a serem seguidos durante a sessão até a
identificação da causa do conflito. Sendo assim, os próprios envolvidos serão capazes de
enxergar a situação posta e chegar a um consenso de forma respeitosa e eficaz4.

O procedimento de mediação é composto por diversas fases que visam, ao final,


a realização da transação entre as partes através do termo de acordo. A sessão de
abertura é fase essencial ao procedimento de mediação. Trata-se de sessão que explica
efetivamente às partes como será o procedimento, as regras e a prática da mediação.
Tem como função deixar as partes confortáveis e com isso, evitar que no curso do
procedimento surjam dúvidas impertinentes.

São pontos a serem cumpridos na sessão de abertura:

1. Recepção das partes – nesse momento caberá ao mediador trazer mais o


ameno o clima, evitando a informalidade. Fundamental que o mediador
saiba o nome das partes, questione como elas desejam ser chamadas, e de
forma atenciosa, anotar a informação para que faça uso do tratamento mais
pessoal e respeitoso possível durante todo o procedimento.
2. Explicação da função do mediador: Nesse momento caberá explicar qual o
papel do mediador, que diferentemente do juiz irá apenas auxiliar as partes

4
AZEVEDO, André Gomma (Org.). Manual de mediação judicial. 6. ed. Brasília-DF:CNJ,
2016, pág. 28.
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a realizar a autocomposição. A postura corporal e a linguagem do mediador


devem traduzir a sua intenção em prezar pela harmonia.
3. Necessário que o mediador explique as eventuais formalidades e/ou
processos burocráticos que venham a ser necessários a depender do caso
concreto.
4. Explicar a confidencialidade – Importante explicar para as partes que, tanto
o mediador (a) quanto eventuais assistentes são proibidos de reproduzir o
que é dito durante o procedimento de mediação para terceiros
(confidencialidade), bem como informá-los acerca das hipóteses de exceção.
5. Procedimento - Nesse momento o mediador (a) deve esclarecer aos
envolvidos qual o momento específico de fala de casa um e que não devem
interromper um ao outro. Importante que se disponibilizem papel e caneta
para que as partes realizem anotações, além de cientificá-las das
consequências do aceite das regras de mediação.
6. Confirmação das regras – confirmar que todos os presentes entenderam as
regras e desejam prosseguir com o processo de mediação.

É prudente que o mediador (a) tenha em mãos uma lista para conferência de
regras, a fim de garantir que todas foram ditas que as partes as compreenderam.

Por fim, após a sessão de abertura, o procedimento de mediação irá seguir, com
a possibilidade de realização de múltiplas sessões até que se tenha firmado um termo
de acordo favorável as partes ou sendo frutífera a sessão, e não firmado o acordo,
deverá ser assinada uma ata informando a falta de consenso durante a sessão podendo,
se for vontade das partes, a demanda ser iniciada no Poder Judiciário, ou nele prosseguir
caso já exista ação judicial.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PADILHA, Fernanda. A Mediação Extrajudicial como Método de Solução de Conflitos.


Revista Eletrônica da OAB de Joinville. Disponível em:
<https://revista.oabjoinville.org.br/edicoes/revista-eletronica-da-oab-joinville-ano-6--
vol-2.pdf#page=147> Acesso em: 05 de agosto 2021.

GONÇALVES, Bruna Eler; JACOB, Alexandre. MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL: UM CAMINHO


PARA RESULTADOS POSITIVOS E EFICAZES SEM JUDICIALIZAÇÃO. Revista Mediação,
Mediação – Educação E Humanidades – Universidade Do Estado De Minas Gerais –
Unidade Ubá, 2021.

AZEVEDO, André Gomma (Org.). Manual de mediação judicial. 6. ed. Brasília-DF:CNJ,

2016. Disponível em: <: https://bit.ly/30zc4kP> Acesso em: 08 de agosto 2022.

Curso de mediação. Plataforma Trilhante. Disponível em: <:


https://trilhante.com.br/curso/mediacao/aula/sessao-de-abertura-1 > Acesso em: 08
de agosto 2022.

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