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judiciais no Brasil
Resumo:
Palavras-chave:
Introdução:
O Novo Código de Processo Civil trouxe métodos de soluções consensuais de conflitos,
como a mediação, a conciliação e a arbitragem. O art. 4°, § 3º, do NCPC, versa que os juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, devem estimular o uso dos
métodos consensuais de conflito, mesmo no curso do processo judicial.
Tendo em vista o imediatismo da resolução dos conflitos por parte dos interessados e o
extenso curso do processo judicial, às soluções consensuais de conflitos começaram a tomar
forma no ordenamento jurídico brasileiro.
Resolver conflitos nunca é uma tarefa fácil, dessa forma é necessário que haja entre as partes
conflitantes o interesse na resolução do mérito. O mediador, conciliador ou árbitro, devem
estar atentos aos pormenores da situação, agindo com um olhar amplo e com uma escuta
atenta, para que consiga interagir com as partes de forma que seja possível chegar a um
desassombro do conflito.
No Brasil, é comum a provocação do Judiciário para que este utilize o seu poder de jurisdição
para a dissolução de conflitos, sejam eles na área civil, trabalhista, consumerista ou criminal.
Dessa forma, a grande quantidade de processos acaba sobrecarregando a máquina do
Judiciário, causando uma morosidade na conclusão dos processos.
Por conta dessa alta provocação do Judiciário para que esse tome para si a vontade das partes,
acaba-se deixando o processo lento, o Novo Código de Processo Civil, trouxe novos métodos
de soluções consensuais de conflitos, com princípios que norteiam como esses métodos
devem ser aplicados.
Os princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da
confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada, estão elencados no
Art. 166 do Código de Processo Civil.
Dessa forma, todos os métodos de soluções consensuais de conflitos são independentes, ou
seja, não dependem de outro de outro método para ter efeito, existe entre as partes uma
autonomia da vontade, onde ambos podem discutir e chegar a uma solução que seja
apropriada para o caso, sendo que todo o processo e discussões são confidenciais.
Dentro desses métodos consensuais de conflitos, não existe uma formalidade para a resolução
do conflito como nos processos judiciais, sendo que uma das principais características é a
oralidade, para que as partes assim externem suas angústias e desejos, chegando a um
consenso e então a decisão será informada e homologada, produzindo assim efeito no mundo
jurídico.
Assim, é válido ressaltar a qualidade dos resultados positivos da justiça “multiportas”. Essa
definição de qualidade na mediação e/ou conciliação consiste no conjunto de características
essenciais para o processo autocompositivo que irá, dentro de condições éticas, atender e
possivelmente até exceder as expectativas e necessidade das partes. Pode-se, portanto,
considerar “bem-sucedida” a mediação e/ou conciliação quando o “sucesso” está diretamente
relacionado à satisfação da parte. E, essa é e deve ser sempre o real objetivo.
Outrossim, os conciliadores e mediadores são canais importantes para o resultado positivo,
pois, são através deles que um ambiente de confiança é construído, a comunicação
restabelecida, o empoderamento às partes é proporcionado e a oportunidade da escuta ativa é
dada. Destarte, é dado às partes o meio mais adequado para solucionar o conflito. Analisa-se
as forças e fraquezas das partes e ajuda os usuários a entender opções, “interesses ocultos e
ajudá-las a desenvolver e escolher soluções próprias”.
Ademais, o conciliador, mediador ou árbitro, podem ser escolhidos pelas partes, em comum
acordo, independente de qual conflito os levou a provocar uma terceira via para sanar a
contenda, no qual facilita também a chegada a uma solução satisfatória.
Sendo assim é nítido a importância desses meios pacificadores de conflitos, pois só reforça o
que consta no art. 10 da declaração Universal dos Direitos Humanos, onde trata da igualdade
de todo ser humano ter direitos a uma justa audiência de forma imparcial e um tribunal
independente, onde serão discutidos seus direitos e suas obrigações de forma democrática.
Hoje o conceito de acesso à justiça vem sendo modificado, o cidadão tem direito a justiça na
espera judicial e também na esfera extrajudicial, como exemplo temos mediação.
Um dos conflitos mais comuns que merece a intervenção de um mediador para tentar sanar
tais controvérsias, é o conflito familiar, pois as partes costumam estar feridas
emocionalmente o que proporciona distorção das necessidades reais. Sendo assim, o papel do
mediador passa a ser de extrema importância, visto que, precisa separar o que de fato as
partes querem e precisam naquele momento e assim conseguir restabelecer a comunicação e a
pacificação entre os envolvidos. Para Botrel (2016), a mediação é um meio ágil de resolver
conflitos, diferentemente dos processos judiciais que podem levar anos para serem
solucionados, além disso, a mediação busca promover o restabelecimento da culta do diálogo
entre as partes que por sua vez precisaram romper o vínculo emocional vivido anteriormente.
Dessa forma, tanto o mediador quanto o conciliador precisam evitar que haja competição
entre as partes no momento da mediação / conciliação, eles devem induzir a harmonia entre
elas, sempre frisando a importância de uma solução pacifica, rápida, sem muito desgaste
emocional. Assim, esses métodos poderão ser utilizados em qualquer conflito que possa ser
resolvidos através do diálogo, sendo correto o critério utilizado em todo caso que seja
admitido reconciliação ou acordo.
O instituto da arbitragem está regulamentado pela lei 9.307/1996. Em linhas gerais, a arbitragem é
um mecanismo heterocompositivo em que um terceiro, imparcial e alheio ao entrave, é eleito pelas
partes devido a certas características e aptidões para julgar e efetivamente determinar o desfecho do
litígio que vincula as partes em questão. O objeto de discussão desse instituto são os direitos
patrimoniais disponíveis.
Direitos patrimoniais disponíveis são aqueles passíveis de transação, permitindo ao seu titular a sua
disposição por meio, por exemplo, de alienação e negociação, vez que se encontram desembaraçados
e desimpedidos. A arbitragem tem como principais características e benefícios, a imparcialidade,
celeridade, especificidade e confidencialidade. É importante ressaltar que a aceitação pela via arbitral
é estabelecida por meio de contrato e pressupõe, necessariamente, a abdicação da via judicial.
Desenvolvimento:
“O homem é um ser social porque é um animal que precisa dos outros membros da espécie.”
e é com essa frase de Aristóteles que podemos perceber como o conviver em sociedade é tão
importante. Sabemos que o convívio tem as suas dificuldades, acabamos nos desentendendo
com pessoas do nosso convívio ou com pessoas que nem mantemos contato. Esses conflitos
nos trazem o sentimento de resolução, queremos a todo custo resolver o que está
desarmonizando a nossa estrutura social.
Dessa forma, surgiu a jurisdição, que é a forma com que o Estado resolve os conflitos
existentes entre as partes. Mas um problema foi se alastrando durante o passar dos anos, a
máquina estatal foi ficando sobrecarregada com tantos conflitos judiciais e isso foi trazendo
morosidade para a resolução dos conflitos. Consequentemente, o Novo Código de Processo
Civil trouxe os métodos de soluções consensuais de conflitos, para tentar enxugar a
quantidade de processos judiciais.
Destarte, a arbitragem, muito utilizada nos conflitos empresariais, é outro meio consensual de
resolução de conflitos. Existem no Brasil, várias câmaras arbitrais, como por exemplo a
CAMOB, o Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem, a Câmara FGV de Mediação e
Arbitragem e demais. Tais câmaras possuem seus regimentos internos, onde se é conceituado
como irá funcionar a arbitragem, suas taxas de registro, de administração e os honorários dos
árbitros.
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