Você está na página 1de 2

Mediação e conciliação,

judicial ou extrajudicial.

Natan Silva da Costa

Tanto a mediação quanto a conciliação constituem importante ferramenta de resolução de


conflitos, e podem ainda ser classificadas em judicial ou extrajudicial. Dito isso, a princípio é
preciso explanar que ao Estado(e como será explanado mais a frente, a todos) cabe, sempre que
possível, promover a solução consensual de conflitos - § 2°, Art.3°, Código de Processo Civil
– e levando em consideração que o juiz é o representante do Estado em um conflito judicial,
cabe a este no decorrer do processo promover a consensualidade nas lide, sendo esta explanação
oportuna para a própria conceituação da mediação e conciliação judicial, que comtemplam
àquelas que ocorrem dentro do andamento do processo, a pedido das partes ou por solicitação
do juízo, e devem seguir de forma condicionada todas as limitações e regras estipuladas tanto
pelo Código de Processo Civil, quanto pela lei de mediação(lei n° 11.140 de 2015).

No entanto, a mediação e a conciliação extrajudicial são aquelas que ocorrem em uma fase pré-
processual, ou seja, antes da formalização/judicialização de uma lida, as partes tentam resolvê-
la de uma forma mais amigável e flexibilizada, e diferentemente da mediação ou conciliação
judicial, na extrajudicial não necessariamente o mediador ou conciliador precisa ter alguma
formação ou especialização na matéria para mediar em um conflito, bastando apenas que seja
uma pessoa de confiança, capaz, e escolhida por ambas as partes. Porém é explicito que quanto
mais experiência e capacitação profissional este mediador ou conciliador tiver, maiores são as
chances de um acordo satisfatório para ambas as partes, e consequentemente menores são as
chances da judicialização da lide. Além disso, a mediação e a conciliação extrajudicial são
opções ainda “menos prejudiciais” na resolução de um conflito, principalmente entre partes que
já tinham um vínculo afetivo anterior a lide, pois há uma flexibilização e desburocratização no
procedimento, o que eventualmente poderá refletir em uma maior celeridade na obtenção de
resultados, e um menor desgaste na relação entre as partes.

Infere-se, portanto, que, independentemente do meio a qual ocorra, no caso, se será judicial ou
extrajudicial, a mediação e a conciliação têm o mesmo fim, e em regra os mesmos rituais, a
diferença está principalmente na flexibilização que existe quando feita de forma extrajudicial,
e como bem dito acima, a responsabilidade em promover meios consensuais de resolução de
conflitos é de todos, como é bem evidenciado no §3°, do Art. 3° do Código de Processo Civil,
que atribui também aos advogados, defensores públicos e membros do ministério público essa
tarefa, e apesar desta lei em si, não atribuir de forma direta a população no geral o dever de
buscar os meios alternativos de resolução de conflitos, é evidente de que se são consensuais,
cabe a toda a população buscá-los também, assim visando um melhor relacionamento
intersocial e uma melhor cultura da paz.

Referências:

Santos, Ramon Paulo. Souto, Juniery Hortencia. Mediação Judicial: Conceito, características,
técnicas e aplicação jurídica. Jus.com.br, 2021. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/89660/mediacao-judicial-conceito-caracteristicas-tecnicas-e-
aplicacao-juridica. Acesso em: 08/06/2023.

ENFAM. Como ser um mediador judicial. Disponível em:


https://www.enfam.jus.br/mediacao/como-ser-um-mediador-judicial/. Acesso em: 08/06/2023.

ACS. Conciliação. TJDFT, 2014. Disponível em:


https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-
semanal/conciliacao. Acesso em: 08/06/2023.

Becker Direito Empresarial. Como funciona a mediação judicial e extrajudicial. Becker direito
empresarial, 2022. Disponível em: https://www.direitoempresarial.com.br/como-funciona-a-
mediacao-judicial-e-extrajudicial. Acesso em: 08/06/2023.

Você também pode gostar