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PARIDADE DE ARMAS: os efeitos da inércia na efetividade do princípio do contraditório.1

Estéfane Costa Barros2


Henrique Honaiser Barbosa3
João Gabriel Costa Ferreira Maia4
Lino Osvaldo Serra Sousa Segundo5

RESUMO

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Palavras-chave: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

1 INTRODUÇÃO
O contraditório é um dos princípios basilares que norteiam as decisões tomadas
durante todo o curso processual. Dessa forma, correlacionado com esse princípio, encontra-se
o conceito de equidade processual, o qual, na forma do art. 7, do CPC, assegura às partes
paridade de tratamento em relação ao exercício dos direitos e faculdades processuais, delegando
ao juiz a função de zelar pela efetivação do princípio do contraditório. Destarte, é válido inferir
que o abandono da causa pode ferir os princípios processuais, o que não contribui para a
resolução do litígio.
Diante disso, questiona-se: de que modo a atuação das partes mediante a efetividade
do contraditório contribui para a indefectível decisão judicial assegurando assim, a efetivação
dos direitos garantidos pelo Estado? Assente em uma breve reflexão, conclui-se que a paridade
processual é fator crucial para o impedimento da inércia das partes, cabendo ressaltar a
importância do bom relacionamento entre os envolvidos no que se refere à implementação dos
direitos processuais, visando o distanciamento de uma possível revelia.

1
Paper apresentado à disciplina de Teoria Geral do Processo, do Centro Universitário Dom Bosco - UNDB
2
Aluna do 2º período do Curso de Direito, da UNDB.
3
Aluno do 2º período do Curso de Direito, da UNDB.
4
Aluno do 2º período do Curso de Direito, da UNDB.
5
Professor Mestre, Orientador.
2

Isto posto, compreende-se a necessidade de analisar neste trabalho a perspectiva da


inércia das partes no trâmite processual, tendo em vista os direitos assegurados e delimitados
por lei. Estes, por sua vez, devem ser conhecidos e colocados em prática. Não sendo, é papel
fundamental dos representantes legais das partes o esclarecimento dos deveres e passos a serem
seguidos mediante as diligências realizadas judicialmente. Assim, identificar as circunstâncias
que causam o desconhecimento desses direitos, bem como avaliar a importância da organização
triangular processual e verificar as circunstâncias que giram em torno da resolução de um
conflito, também possuem papel fundamental para o desenvolvimento e realização do presente
trabalho científico.
De forma prática, este trabalho será elaborado por meio de pesquisas bibliográficas
na internet, bem como leitura de artigos científicos, além de inspiração nos dispositivos legais
disponíveis de forma atemporal. O método utilizado foi o dedutivo, através de hipóteses e pré-
conceitos. A pesquisa foi de análise elaborada mediante os estudos bibliográficos. A respeito
dos procedimentos técnicos, o método adotado foi a pesquisa bibliográfica que busca a solução
para os questionamentos baseada em materiais já finalizados.
Em síntese, tem-se que os princípios norteadores da inércia das partes são um tema
de bastante complexidade e de difícil congruência com a realidade processual equânime e
utópica a qual se é vislumbrada. As maneiras legais de resolução conflitiva, juntamente com a
percepção dos direitos garantidos às partes, resultam na fórmula perfeita para o aprendizado
sobre a efetividade do princípio do contraditório e os resultados que podem ser demonstrados
à sociedade pela tentativa de democratização do processo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. As consequências do “desconhecimento” dos direitos processuais no que diz respeito
à tutela jurisdicional exercida pelo Estado.
Para que haja a devida compreensão acerca dos direitos processuais, faz-se a
necessária a conceituação de tutela jurisdicional. Por tutela jurisdicional, tem-se a proteção do
Estado quando há a provocação do referido por meio de uma ação judicial proveniente de um
dano causado a um direito material. Dessa forma, a tutela jurisdicional convoca os direitos
processuais a se tornarem presentes na resolução do conflito litigioso.
Diante disso, é válido inferir que o art. 5, da CF resguarda o princípio da legalidade,
o qual determina a igualdade de todos perante a lei. E, com isso, traz-se a interpretação de Rosa
(2007, pág. 63): “Para sua aplicação, é necessário recorrer aos métodos hermenêuticos de
integração de conteúdo normativo a fim de aplicar a lei ao caso concreto respeitando o princípio
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da legalidade. Isso se dá por meio de uma sentença integrativa com conteúdo correspondente
ao direito positivo: integrar é o que cabe nessa situação ao juiz.”.
Nesse contexto, há de se falar sobre os direitos processuais, os quais são a maneira
mais eficaz (sendo a única, pois não cabe mais às partes a autotutela) de se promover a resolução
de um conflito. Os direitos processuais são assegurados por lei, por intermédio de tutela
garantida pelo Estado, a fim de solucionar os mais diversos tipos de conflito, o que, de todo
modo, pode resultar em consequências benéficas e maléficas, sendo estas, em desfavor das
partes.
O “desconhecimento” dos direitos processuais, conforme o art. 3 do Decreto-Lei nº
4.567, de 04 de setembro de 1942, refere-se a: “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando
que não a conhece.”. Por essa razão, faz-se imprescindível a participação dos representantes
legais das partes no tocante à apresentação dos direitos e deveres, para que o princípio da boa-
fé seja efetivado, de modo que a revelia não se torne consequência do processo.
O art. 319, do CPC, é incisivo ao redigir a condição de revelia no caso da não
contestação do réu durante o percurso processual, o que, por via de consequência, pode acarretar
no julgamento antecipado da lide, conforme citado no art. 330, II, do CPC.
Nesse diapasão, Remédio (2018, pág. 178) afirma que: “Destarte, não
desempenhando o réu, a contento, o ônus que lhe é imposto pelo sistema processual, qual seja,
o de impugnar tempestivamente e de forma especificada todos os fatos narrados pelo autor na
petição inicial, a consequência que lhe pode advir é a presunção de veracidade desses fatos.”.
Consonante supracitado, não há que se falar sobre “desconhecimento” dos direitos
processuais, uma vez que por lei, não é válida a afirmação da ignorantia legis. A título de
conhecimento, o mero abandono da causa não causa extinção do processo, porém, na forma do
art. 267, III, do CPC, é determinada a extinção sem resolução de mérito a partir do momento
que o autor não promove atos e diligências necessárias, a contar de 30 dias. Ex positis, o
“desconhecimento” da tutela assegurada pelo Estado está sujeito a limites, os quais fazem
menção ao ônus outrora insculpido.

2.2. A importância da organização da triangulação processual no tocante à propiciação


da igualdade.
Ao abordar sobre a democratização processual e os obstáculos enfrentados para que
haja a efetividade do princípio do contraditório, tem-se que a resolução conflitiva é a
personagem principal nesse contexto. Sendo assim, é de suma importância salientar a
indubitabilidade dos princípios basilares durante o decurso do processo, os quais têm papel
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fundamental na construção de uma decisão segura e eficaz, garantindo, dessa forma, às partes
uma conclusão processual harmoniosa.
Destarte, é valido inferir que a colaboração harmoniosa parte dentre outros, do
princípio da boa-fé processual, o qual determina que todos os envolvidos no litígio ajam de
acordo com a boa-fé objetiva, como sendo uma norma essencial aos olhos morais da lei. Tal
princípio versa no dispositivo 14, II, do CPC, que diz que “são deveres das partes e de todos
aqueles que de qualquer forma participam do processo: [...] II – proceder com lealdade e boa-
fé; ”.
Diante disso, o papel do juiz no impedimento da inércia das partes configura a
simples imparcialidade proferida ao mesmo, pois, segundo Barreiros (2017, pág. 8), não
importando a categoria do conflito, ele é quem deve decidir pelo ônus da prova, ou seja, cabe a
ele decidir pela procedência ou improcedência da ação, demonstrando a correlação entre os arts.
14, II, do CPC e o 333, Parágrafo Único, II, do CPC, que diz que “é nula a convenção que
distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: [...] II – tornar excessivamente difícil a
uma parte o exercício do direito.”.
De acordo com Oliveira (1993, pág. 178), a vontade do juiz nunca é totalmente
soberana, pois depende do comportamento das partes. A total inércia das partes reforça a ideia
de que o processo não é um monólogo, é a combinação de ações e reações que giram em torno
da tentativa de resolução de um conflito. Afirma ainda que é dever do juiz controlar a
efetividade do desenvolvimento do processo, fixando a visualização nas partes, contudo, não
há como o mesmo conduzir um processo de um ponto de vista prático, se houver inércia, mesmo
que mínima, dos interessados.
No que diz respeito ao acesso à justiça, o Estado é conduzido a beneficiar aqueles
que são desprovidos de recursos para a resolução dos seus conflitos, garantindo o benefício da
justiça gratuita, na forma do art. 98, do CPC. Isto posto, é interessante ponderar o papel dos
representantes legais na garantia dos direitos processuais e no esclarecimento dos direitos e
deveres, ratificando a ideia de que é necessária a participação efetiva de todos os interessados,
dando suporte ao tripé juiz – autor – réu.
A revelia, como consequência principal da inércia das partes, é citada por Santos
(1984, pág. 236) da seguinte forma:

Sua inércia, desatento ao ônus de comparecer e responder no prazo, produz o efeito


da revelia. Está é, pois, uma conseqüência da contumácia total do réu, da sua omissão
total, porquanto nem comparece para defender-se. Tal significação da revelia, no
desenvolvimento do procedimento, que se costuma dar esse nome à contumácia do
réu.
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Sob a ótica processual, o réu possui o ônus facultativo de responder à ação, levando
em consideração o possível surgimento de impactos jurídicos negativos em seu desfavor,
conforme o art. 9, do CPC, o qual ratifica a indispensabilidade da efetividade do princípio do
contraditório, pois afirma em seus versos, que não será proferida decisão contra uma das partes
sem que ela seja previamente ouvida. Ou seja, o princípio do contraditório é a garantia do
impedimento da inércia das partes, para que assim, suceda a triangulação processual.

3 DISCUSSÃO DO TEMA
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4 CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS

BARREIROS, O.J. O papel do juiz no processo civil moderno. Revista Justitia. Disponível
em: http://www.revistajustitia.com.br/artigos/2w2a27.pdf. Acesso em: 23 set. 2020.

BRASIL. [CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988


(1988)]. Constituição Federal. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 23 set. 2020.

BRASIL. [CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (2015)]. Código de Processo Civil. Brasília,


DF: Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 24 set.
2020.

BRASIL. [DECRETO – LEI Nº 4.567, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942 (1942)]. Lei de


introdução às normas de Direito Brasileiro. Brasília, DF: Presidência da República.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm. Acesso em:
24 set. 2020.
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FERREIRA, J.S.A.B.N; RIBEIRO, M.F. Direito Empresarial Contemporâneo. S/ed. São


Paulo: Editora Arte & Ciência, 2007.

OLIVEIRA, C.A.A. O juiz e o princípio do contraditório. Revista da Faculdade de Direito


da UFRGS, Porto Alegre: v.9, nº 1, págs. 178-184, 1993. Disponível em:
http://seer.ufrgs.br/revfacdir/article/download/68822/38922. Acesso em: 24 set. 2020.

REMÉDIO, J.A. EFEITOS E LIMITES DA REVELIA À LUZ DOS CÓDIGOS DE


PROCESSO CIVIL DE 2015 E DE 1973. Revista do Programa de Pós-Graduação em
Direito da UFBA, v. 28, nº 01, págs. 169-194, 2018. Disponível em:
https://portalseer.ufba.br/index.php/rppgd/article/download/27043/16414#:~:text=Uma%20ve
z%20verificada%20a%20revelia,de%20fato%20formuladas%20pelo%20autor.&text=319%2
0a%20322%20do%20CPC%2F1973. Acesso em: 24 set. 2020.

SANTOS, M.A. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 9ª ed. São Paulo: Saraiva.
1984.
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ESBOÇO DO TEXTO COM A ESTRUTURA DAS SEÇÕES BEM DEFINIDAS

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 01
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 02
2.1 As consequências do “desconhecimento” dos direitos processuais no que diz
respeito à tutela jurisdicional exercida pelo Estado ........................................................... 03
2.2 A importância da organização da triangulação processual no tocante à
propiciação da igualdade ...................................................................................................... 03
3 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 05
3.1 As circunstâncias que giram em torno da tentativa de resolução de um conflito
processual. .............................................................................................................................. 05
4 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 07
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 08

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