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Aula 04 - Prof.

Áulus
Warzeé (Somente PDF)
MRE (Oficial de Chancelaria) Direito
Internacional Público - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Áulus Dias Warzeé Mattos,
Ricardo Torques

17 de Outubro de 2023

02643342135 - Thiago Moura


Áulus Dias Warzeé Mattos, Ricardo Torques
Aula 04 - Prof. Áulus Warzeé (Somente PDF)

Sumário

Meios Pacíficos de Solução de Controvérsias ................................................................................. 2

Introdução .................................................................................................................................... 2

Meios Diplomáticos ...................................................................................................................... 3

Meios Políticos ............................................................................................................................. 4

Meios Jurisdicionais...................................................................................................................... 5

Meios semijudiciais ................................................................................................................... 5

Cortes Internacionais ....................................................................................................................... 7

Corte Internacional de Justiça ...................................................................................................... 8

Corte Interamericana de Direitos Humanos ............................................................................... 11

Corte Europeia de Direitos Humanos ........................................................................................ 12

Tribunal Penal Internacional ....................................................................................................... 12

Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar ........................................................................... 15

A Carta da ONU ............................................................................................................................ 16

Lista de Questões .......................................................................................................................... 19

Gabarito ......................................................................................................................................... 27

Questões Comentadas .................................................................................................................. 28

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MEIOS PACÍFICOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

Introdução

Antes de qualquer coisa, faz-se necessário definir conflito internacional. Para Rezek, conflito ou
litígio internacional é todo desacordo sobre certo ponto de direito ou de fato ou, ainda, uma
contradição ou oposição de teses jurídicas ou de interesses entre dois Estados.1

Pode haver, por exemplo, uma controvérsia entre dois Estados acerca de limites territoriais. Ou
então, um Estado pode ter desrespeitado um tratado bilateral de extradição. Também é possível
que um Estado tenha violado um compromisso assumido no âmbito da OMC.

O Direito Internacional se preocupa em dar estabilidade às relações internacionais e garantir que


os compromissos assumidos sejam cumpridos. É justamente em razão disso que há diversos meios
de solução de controvérsias, as quais devem ser resolvidas de forma pacífica. Os meios coercitivos
somente poderão ser legitimamente empregados com a autorização de organizações
internacionais.

A Carta das Nações Unidas (Decreto nº 19.841/45) prevê, em seu artigo 33, § 1º, que as partes
numa controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais,
procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação,
conciliação, arbitragem, via judicial, recurso a organizações ou acordos regionais, ou qualquer
outro meio pacífico à sua escolha.

Como se percebe, a Carta da ONU enumera diversos meios de solução de controvérsias, os quais,
no entanto, não encerram um rol exaustivo, mas apenas exemplificativo. Destaque-se, ainda, que
não há hierarquia entre esses meios de solução de controvérsias, o que significa que não existe
uma ordem ou gradação a ser seguida na aplicação desses métodos.

De qualquer forma, fica claro que a busca pela solução pacífica de controvérsias é uma regra
fundamental do Direito Internacional. No Brasil, tal regra foi alçada, inclusive, ao nível
constitucional, com a expressão previsão no art. 4º, inciso VII, da CR/88, de que um dos princípios
das relações internacionais da República Federativa do Brasil é a solução pacífica de controvérsias.

1
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008, PP. 335.

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Os meios pacíficos de solução de controvérsias recebem duas classificações diferentes: quanto à


compulsoriedade das decisões (facultativos ou obrigatórios) e quanto à fundamentação da decisão
(diplomáticos, políticos ou jurisdicionais).

Meios Diplomáticos

Os meios diplomáticos têm como característica fundamental a realização de conversações


amistosas com o objetivo de satisfazer os interesses mútuos das partes. Podem ser: negociação,
bons ofícios, consultas, mediação, conciliação e inquérito.

A negociação é o meio mais simples e mais comum de solução pacífica de solução de


controvérsias. Consiste em conversações diretas entre os litigantes objetivando alcançar um
denominador comum (solução mutuamente aceita).

As negociações ocorrem pela via diplomática, seja oralmente ou por escrito, caracterizando-se
pela informalidade. A solução de um conflito por meio de negociações poderá acontecer de três
formas: i) um Estado renuncia a uma pretensão; ii) um Estado reconhece o direito pleiteado pelo
outro; ou iii) há uma transação entre os Estados (concessões mútuas).

Os bons ofícios não estão explicitamente previstos na Carta das Nações Unidas, mas consistem
em meios diplomáticos de solução de controvérsias. Nos bons ofícios, um terceiro,
espontaneamente, se oferece para colaborar na solução de uma controvérsia.

Destaque-se que os bons ofícios não são considerados ingerência indevida nos assuntos de outros
Estados e seu oferecimento, assim como sua recusa, não podem ser considerados gestos ofensivos
ou inamistosos.2

O terceiro a oferecer seus bons ofícios pode ser um funcionário de uma organização internacional,
um terceiro Estado ou mesmo uma organização internacional. Sua atuação limita-se a aproximar
pacificamente os litigantes; nos bons ofícios, o terceiro não apresenta sua posição acerca da
controvérsia, tampouco uma proposta para a solução desta.

As consultas representam uma preparação para negociações futuras. As partes consultam-se


mutuamente, levantando as questões controversas. Consistem em contatos preliminares, prévios

2
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010,
pp.937.

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a uma negociação. Para Portela, as consultas não são propriamente um meio de solução de
controvérsias.3

A mediação também se caracteriza pela participação de um terceiro que colabora na solução da


controvérsia. No entanto, à diferença do que ocorre nos bons ofícios (em que o terceiro não pode
apresentar seu posicionamento), na mediação, o terceiro, além de aproximar as partes, apresenta
proposta para a solução da controvérsia. Trata-se, portanto, de procedimento mais extenso e mais
solene do que os bons ofícios.

O mediador pode ser uma pessoa natural, um Estado ou um organismo internacional. A mediação,
por sua vez, pode ser facultativa ou obrigatória, oferecida ou solicitada, individual ou coletiva. As
conclusões do mediador não são obrigatórias e, portanto, não vinculam as partes litigantes.

A conciliação se assemelha muito à mediação, possuindo, todavia, maior grau de formalismo e


solenidade. Enquanto na mediação existe apenas um mediador, na conciliação há uma comissão
de conciliadores.

Esse grupo de conciliadores examina a controvérsia e, ao final, emite parecer propondo a solução
do conflito. Destaque-se que as partes litigantes poderão aceitar ou rejeitar a proposta dos
conciliadores, é dizer, esta não é dotada de força vinculante.

O inquérito, por último, consiste em uma investigação destinada a apurar fatos relevantes
ocorridos entre as partes, “preparando o terreno” para a utilização de um dos meios de solução
de controvérsias internacionais (diplomáticos, políticos ou judiciários). Forma-se, então, uma
comissão encarregada de investigar fatos controvertidos, que necessitem de maior
esclarecimento.

Meios Políticos

São denominados de meios políticos de solução de controvérsias aqueles existentes no âmbito de


organizações internacionais de vocação política, como a ONU e a OEA. Na atualidade, os conflitos
de maior gravidade têm sido politicamente resolvidos no âmbito das Nações Unidas por meio de
seus dois principais órgãos: o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral.

3
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Juspodium, 2009, pp. 475.

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Em nível regional, os conflitos têm sido resolvidos, nas Américas, no âmbito da Organização dos
Estados Americanos (OEA), com atuação dos organismos especializados dessa organização
internacional.

Há grande semelhança entre os meios políticos e os meios diplomáticos, com a diferença que, nos
meios políticos, a interação entre as partes ocorre no seio de uma organização internacional.
Ambos são chamados de meios não-jurisdicionais, uma vez que a solução para controvérsia nem
sempre terá fundamento jurídico.

Meios Jurisdicionais

Os meios jurisdicionais podem ser divididos em dois: meios semijudiciais (arbitragem) e meios
judiciários (tribunais internacionais). Ambos se distinguem dos demais meios de solução de
controvérsias por serem obrigatórios para as partes litigantes.

Meios semijudiciais

A arbitragem é o meio de solução de controvérsias em que a questão controvertida é submetida


à apreciação de especialistas na matéria envolvida (árbitros). Trata-se de mecanismo jurisdicional,
porém não judiciário.

Vale destacar que compete às partes envolvidas na disputa eleger o árbitro, descrever a matéria
conflituosa e delimitar o direito aplicável.4 Os tribunais arbitrais não têm jurisdição permanente;
ao contrário, possuem natureza “ad hoc”, sendo compostos com o objetivo de apreciar o caso
concreto que lhes é submetido.

Ainda assim, os laudos arbitrais têm a mesma força vinculante (obrigatória) que uma sentença
emanada de um tribunal internacional. Anotem, quanto a esse ponto, que o descumprimento de
um laudo arbitral configura ato internacionalmente ilícito.

O laudo arbitral também se caracteriza por ser definitivo e não-executório. É definitivo porque
dele não cabem recursos; é não-executório porque não há como impor o cumprimento de um
laudo arbitral, uma vez que o Estado não conhece nenhuma vontade superior à sua no plano

4
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar, 11ª ed, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008.

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internacional.5 O cumprimento do laudo arbitral depende da boa-fé e da honradez das partes


litigantes, em especial da parte “perdedora”.

Em Direito Internacional Público, reconhece-se que o laudo arbitral pode ser anulado caso tenha
existido corrupção, excesso de poder dos árbitros ou mesmo algum erro fundamental que vicie o
processo. Embora não sejam admitidos recursos dos laudos arbitrais, as partes litigantes poderão
solicitar um pedido de interpretação do laudo arbitral. Assim, pode-se afirmar que, apesar de os
laudos arbitrais serem definitivos, eles podem ser modificados.

Para que uma controvérsia seja solucionada por arbitragem, é necessário que seja celebrada uma
convenção de arbitragem. A convenção de arbitragem, por sua vez, pode ser convencionada de
duas formas: via cláusula compromissória ou via compromisso arbitral.

O compromisso arbitral é um tratado celebrado após o surgimento do litígio, submetendo-o à


solução pela via arbitral. Nesse tratado, são descritos todos os procedimentos aplicáveis à solução
daquela controvérsia em particular (descrição do litígio, definição dos árbitros, regras
procedimentais, prazos e o compromisso das partes em dar cumprimento ao laudo arbitral). A
obrigatoriedade dos laudos arbitrais tem fundamento justamente no compromisso arbitral, em
homenagem ao princípio do pacta sunt servanda.

A cláusula compromissória (ou cláusula arbitral), por sua vez, é inserida em um tratado celebrado
entre as partes em momento anterior ao surgimento do conflito, prevendo que os eventuais litígios
futuros serão resolvidos pela via arbitral. A cláusula arbitral é, portanto, prévia ao surgimento da
controvérsia, podendo ser tanto um tratado geral de arbitragem quanto uma cláusula prevista em
um tratado. Atualmente, percebe-se que há vários tratados internacionais que trazem expressa
uma cláusula arbitral.

No âmbito do MERCOSUL, por exemplo, o Protocolo de Olivos prevê que, em primeira instância,
as controvérsias podem ser levadas à apreciação de um tribunal arbitral “ad hoc”, que funciona,
então, como um tribunal arbitral. Na OMC, por sua vez, os grupos especiais (primeira instância),
também consistem em tribunais arbitrais.

Não podemos nos olvidar de fazer menção à Corte Permanente de Arbitragem, que foi criada em
1899, na Primeira Conferência Internacional da Paz, realizada em Haia. Trata-se de uma
organização internacional destinada a facilitar a solução de controvérsias na sociedade
internacional. A Corte Permanente de Arbitragem mantém uma lista com pessoas qualificadas

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MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010

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para atuarem como árbitros em uma controvérsia que envolva Estados, organizações
internacionais e mesmo particulares.

Uma forma especial de arbitragem é a arbitragem mista, que é aquela instaurada para resolver
uma controvérsia entre um Estado e um particular estrangeiro. Ela ocorre quando um Estado
celebra um contrato internacional com particular estrangeiro e esse instrumento prevê a
arbitragem como meio de solução de controvérsias.

(Questão Inédita) A conciliação é similar à arbitragem na medida em que, em ambos os casos, as


conclusões apresentadas para resolver o conflito não são vinculantes para as partes.

Comentários:

As conclusões apresentadas no âmbito do processo de conciliação não são vinculantes, realmente.


Mas essa é uma distinção em relação à arbitragem, na medida em que o laudo arbitral vincula as
partes e o seu descumprimento caracteriza ato ilícito internacional.

Gabarito: errada.

(Questão Inédita) Nos bons ofícios, um terceiro espontaneamente se oferece para aproximar as
partes e colaborar na solução da controvérsia, sem, contudo, apresentar a sua posição sobre o
caso.

Comentários:

Perfeito. Nos bons ofícios, a atuação do terceiro limita-se a aproximar pacificamente os litigantes.
Assim, o terceiro não apresenta a sua posição acerca da controvérsia, tampouco oferece qualquer
proposta para a solução do caso.

Gabarito: certa.

CORTES INTERNACIONAIS
Na atualidade, o direito internacional vive um fenômeno de multiplicação das instâncias de solução
de conflitos, com o surgimento de diversos tribunais internacionais. Estudaremos, a seguir, os
principais tribunais internacionais.

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Corte Internacional de Justiça

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judiciário das Nações Unidas e tem como
competência central solucionar controvérsias entre seus Membros.

A CIJ é composta por um corpo de juízes independentes, eleitos sem atenção à sua nacionalidade,
dentre pessoas que gozem de alta consideração moral e possuam as condições exigidas em seus
respectivos países para o desempenho das mais altas funções judiciárias ou que sejam
jurisconsultos de reconhecida competência em direito internacional (artigo 2º do Estatuto da CIJ
- Decreto nº 19.841/45).

Segundo o artigo 3º do Estatuto da CIJ, a Corte será composta por quinze membros, não podendo
figurar entre eles dois nacionais do mesmo Estado. Cabe destacar que um juiz da mesma
nacionalidade que uma das partes na controvérsia conserva o direito de nela atuar. No entanto,
se isso ocorrer, a outra parte poderá escolher uma pessoa para atuar como juiz.

Assim, se houver uma controvérsia entre Brasil e Argentina, um juiz brasileiro integrante da CIJ
poderá participar do julgamento. Entretanto, a Argentina terá o direito de escolher alguém para
atuar como juiz. Se entre os juízes da Corte nenhum for nacional dos Estados litigantes, cada um
dos Estados tem o direito de escolher um juiz.

A CIJ tem competência para apreciar todos os litígios que a ela forem submetidos, assim como
todos os assuntos previstos na Carta das Nações Unidas e nos tratados e convenções vigentes.
Somente os Estados podem submeter controvérsias à Corte Internacional de Justiça, não
podendo uma organização internacional postular perante este órgão.

No desempenho de suas atribuições, a Corte Internacional de Justiça irá aplicar normas de direito
internacional aos casos em concreto. Podemos dividir a competência da Corte Internacional de
Justiça em duas: competência contenciosa e competência consultiva.

a) Competência contenciosa: por meio desta competência, a CIJ delibera sobre litígios
que a ela tiverem sido encaminhados. Esse é o entendimento do art.38 do Estatuto da
CIJ, que determina que compete à CIJ decidir, de acordo com o direito internacional,
as controvérsias que lhe forem submetidas.

1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as


controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:

a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam


regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;

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b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo
o direito;

c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;

d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos


juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a
determinação das regras de direito.

2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma


questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.

Um exemplo de uma controvérsia submetida à apreciação da CIJ seria a situação em que um país
A é vítima de agressão armada por parte do país B e alega que isso representa uma violação à sua
soberania e integridade territorial, o que é contrário à Carta das Nações Unidas. Outro exemplo
seria se um país A e um país B discordassem quanto aos limites de suas fronteiras marítimas.
Citamos, ainda, como exemplo, a demanda apresentada à CIJ pelo Equador contra a Colômbia
devido à pulverização aérea de herbicidas tóxicos na fronteira entre os dois países.

A competência da CIJ abrange todas as questões que as partes lhe submetam, bem como todos
os assuntos especialmente previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções
em vigor. Dessa forma, não interessa se a controvérsia gira em torno de tratados comerciais ou
tratados ambientais.

Em razão do princípio da soberania, não há obrigatoriedade de que os Estados se submetam à


jurisdição da Corte Internacional de Justiça, ou seja, é decisão de cada um deles se submeter ao
sistema jurídico internacional. Essa falta de competência compulsória da CIJ está prevista,
inclusive, no art.36, parágrafo 2º do Estatuto da referida corte, que diz o seguinte:

2. Os Estados, partes do presente Estatuto, poderão, em qualquer momento,


declarar que reconhecem como obrigatória, ipso facto e sem acordos especiais,
em relação a qualquer outro Estado que aceite a mesma obrigação, a jurisdição
da Corte em todas as controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto:

a) a interpretação de um tratado;

b) qualquer ponto de direito internacional;

c) a existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria violação de um


compromisso internacional;

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d) a natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso


internacional.

A interpretação que se deve fazer do art. 36, § 2º, é a de que cada Estado tem autonomia para
definir se reconhece ou não como obrigatória a jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Caso reconheça, dizemos que este Estado aderiu à “cláusula facultativa de jurisdição obrigatória”.
A partir daí, ele se submete automaticamente à jurisdição da CIJ.

“Entendi, professor! Mas e se um Estado não aderir a essa cláusula, o que acontece?”

Ótima pergunta, meu amigo! Nessa situação, o Estado terá que declarar sua submissão à jurisdição
da CIJ caso a caso. É o que acontece com o Brasil, que não aderiu à “cláusula facultativa de
jurisdição obrigatória”.

Segundo Accioly6, percebe-se nesse dispositivo do Estatuto da CIJ a “cláusula opcional” de


competência, que consiste em uma declaração de cada Estado em que são estipulados os limites
em que reconhece a compulsoriedade da CIJ, bem como as áreas em que não reconhece a
competência da Corte.

As decisões da CIJ somente serão obrigatórias para as partes litigantes e a respeito do caso em
questão, ou seja, não possuem eficácia erga omnes, ficando limitadas ao caso em concreto. A
sentença proferida pela Corte é definitiva e inapelável. Podem, entretanto, existir dúvidas quanto
ao sentido e ao alcance da sentença, o que deverá ser interpretado pela Corte mediante pleito de
qualquer das partes na controvérsia.

b) Competência consultiva: a Corte Internacional de Justiça possui também competência


para emitir parecer consultivo sobre questões de direito internacional. As questões
sobre as quais for pedido o parecer consultivo da Corte serão a ela submetidas por meio
de petição escrita, que deverá conter uma exposição do assunto sobre o qual é
solicitado o parecer e será acompanhada de todos os documentos que possam elucidar
a questão.

Quem possui legitimidade para solicitar uma opinião consultiva à CIJ são os órgãos da ONU e as
organizações internacionais do Sistema ONU. Na maior parte das vezes, quem solicita esse

6
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público, 17ª Ed.
São Paulo: Saraiva, 2009

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parecer consultivo é a Assembleia Geral da ONU. Os Estados não estão autorizados a solicitar
pareceres à CIJ.7

Segundo Accioly8, o procedimento para se requerer um parecer consultivo à Corte é bem mais
simples que o procedimento contencioso, bastando três requisitos:

a) a pergunta à Corte deverá versar sobre direito internacional;

b) a pergunta deve ser feita de forma clara e objetiva; e

c) a entidade que faz a consulta deve ser habilitada a fazê-lo.

Destaque-se que os pareceres da CIJ não são obrigatórios, sendo apenas indicativos da posição
da Corte no exame de um caso concreto a ser apreciado no futuro. Os Estados e organizações
internacionais podem ser admitidos no processo na condição de amicus curiae, apresentando
exposições escritas e orais.

Corte Interamericana de Direitos Humanos

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (1979) é uma instituição judiciária autônoma cujo
objetivo é a aplicação e interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, também
conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica. Trata-se de órgão de natureza jurisdicional e
consultiva.

A CIDH é composta por sete juízes, todos nacionais dos Estados-membros da OEA, eleitos a título
pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de
direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais elevadas funções
judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser
como candidatos. Destaque-se que não pode haver mais de um juiz da mesma nacionalidade.

A tomada de decisões no âmbito da CIDH ocorre por maioria dos juízes presentes, cabendo ao
Presidente, no caso de empate, o voto de qualidade. Para que a CIDH possa deliberar a respeito

7
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, 15ª Ed. São Paulo: JusPodivm, 2023

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ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público, 17ª Ed.
São Paulo: Saraiva, 2009

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de alguma matéria é necessário o quórum mínimo de 5 juízes, ou seja, devem estar presentes na
votação pelo menos 5 juízes.

A competência jurisdicional da CIDH é regulada pelos artigos 61, 62 e 63 da Convenção Americana


sobre Direitos Humanos (Decreto nº 678/92). Nesse sentido, o artigo 61 determina que somente
poderão submeter casos à decisão da CIDH os Estados-partes da Convenção e a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.

No sistema interamericano de proteção aos direitos humanos, os indivíduos não podem peticionar
diretamente junto à CIDH. É possível, todavia, que os indivíduos recorram à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, nos termos do que prevê o art. 44 da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos. A Comissão, por sua vez, pode submeter o caso à CIDH, se entender
necessário.

A sentença da CIDH é definitiva e inapelável. Os Estados-partes da Convenção se comprometem


a cumprir a decisão da Corte em todos os casos em que forem partes. Destaque-se que a
submissão à jurisdição da CIDH não é automática. A CIDH somente terá competência para
conhecer de um caso relativo à interpretação e aplicação da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos se os Estados Partes no caso tiverem reconhecido ou reconheçam a referida
competência. O Brasil reconhece a competência contenciosa da CIDH.

Corte Europeia de Direitos Humanos

A Corte Europeia de Direitos Humanos foi criada em 1959 e está sediada em Estrasburgo, França.
Possui competência jurisdicional, examinando casos em que ocorram violações da Convenção
Europeia sobre Direitos Humanos. No sistema europeu de direitos humanos, admite-se o acesso
direto do indivíduo à Corte Europeia de Direitos Humanos.

Tribunal Penal Internacional

O Tribunal Penal Internacional (TPI) foi criado pelo Estatuto de Roma, que foi adotado em 1998 e
entrou em vigor em 2002. O Tribunal Penal Internacional constitui-se no primeiro tribunal de
natureza permanente destinado a apurar a responsabilidade de indivíduos por crimes perpetrados
contra os direitos humanos, concretizando grande avanço do processo de internacionalização dos
direitos humanos e de humanização do direito internacional.

Antes da criação de TPI, já haviam sido criados tribunais para apurar crimes de alta gravidade
contra os direitos humanos, como, por exemplo, o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de Tóquio,
instituídos após a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, esses tribunais, criados por tratados

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internacionais, tinham natureza “ad hoc” e são criticados por serem juízos de exceção, criados
pelos “vencedores” para julgar os “vencidos”.

O TPI possui jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com
alcance internacional, notadamente os seguintes: crime de genocídio, crimes contra a
humanidade, crimes de guerra e o crime de agressão. São crimes que afetam a comunidade
internacional como um todo.

Anotem que o TPI estabelece o princípio da responsabilidade penal individual, ou seja, o indivíduo
responde a título pessoal pelos crimes de alta gravidade que tenha praticado. Pela gravidade
desses crimes, eles são imprescritíveis.

O Estatuto de Roma (Decreto nº 4.388/02) detalha as condutas classificadas como cada um desses
crimes:

a) Genocídio: qualquer um dos atos que a seguir se enumeram, praticado com intenção
de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso,
enquanto tal: i) homicídio de membros do grupo; ii) ofensas graves à integridade física
ou mental de membros do grupo; iii) sujeição intencional do grupo a condições de vida
com vista a provocar a sua destruição física, total ou parcial; iv) imposição de medidas
destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo; v) transferência, à força, de crianças
do grupo para outro grupo.

b) Crimes contra a Humanidade: qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no


quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil,
havendo conhecimento desse ataque: i) Homicídio; ii) extermínio; iii) escravidão; iv)
deportação ou transferência forçada de uma população; v) prisão ou outra forma de
privação da liberdade física grave, em violação das normas fundamentais de direito
internacional; vi) tortura; vii) agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada,
gravidez forçada, esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no campo
sexual de gravidade comparável; viii) perseguição de um grupo ou coletividade que
possa ser identificado, por motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais,
religiosos ou de gênero, tal como definido no parágrafo 3o, ou em função de outros
critérios universalmente reconhecidos como inaceitáveis no direito internacional,
relacionados com qualquer ato referido neste parágrafo ou com qualquer crime da
competência do Tribunal; ix) Desaparecimento forçado de pessoas; x) crime de
apartheid; xi) outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem
intencionalmente grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a
saúde física ou mental.

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c) Crimes de guerra: O TPI tem competência para julgar os crimes de guerra, em particular
quando cometidos como parte integrante de um plano ou de uma política ou como
parte de uma prática em larga escala desse tipo de crimes. São considerados crimes de
guerra: i) as violações graves às Convenções de Genebra, de 1949; ii) outras violações
graves das leis e costumes aplicáveis em conflitos armados internacionais no âmbito do
direito internacional; iii) no caso de conflitos armados que não sejam de índole
internacional, as violações graves às Convenções de Genebra, de 1949; iv) outras
violações graves das leis e costumes aplicados aos conflitos armados que não têm
caráter internacional

d) Crime de agressão: O crime de agressão não foi definido pelo Estatuto de Roma.

Com fundamento no artigo 27, do Estatuto de Roma, o TPI poderá julgar todas as pessoas,
independentemente de qualquer distinção baseada na qualidade oficial. Trata-se do princípio da
irrelevância da qualidade oficial, que admite sejam julgados pelo TPI quaisquer indivíduos, ainda
que governantes de um determinado Estado.

Os Estados que ratificaram o Estatuto de Roma aceitam a jurisdição do TPI. O Brasil, tendo
ratificado o Estatuto de Roma, tem dispositivo constitucional explícito sobre isso, mais
especificamente o art. 5º, § 4º. Segundo o referido dispositivo, “o Brasil se submete à jurisdição
de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.” Cabe ressaltar que não
são admitidas reservas ao Estatuto de Roma, sendo possível, no entanto, que um Estado se retire
do referido tratado internacional.

A jurisdição do TPI é complementar às jurisdições nacionais, o que significa que somente será
exercida caso o Estado que tenha jurisdição sobre um determinado caso não tenha iniciado o
devido processo ou, caso o tenha feito, agiu com o intuito de subtrair o acusado à justiça ou de
mitigar a sanção. Assim, a atuação do TPI é apenas subsidiária, competindo originariamente aos
Estados a repressão dos crimes de alta gravidade previstos no Estatuto de Roma.

O TPI poderá exercer sua jurisdição em relação aos crimes praticados por nacionais de Estados-
parte do Estatuto de Roma ou, ainda, em relação a crimes praticados no território de Estados-
parte do Estatuto de Roma. No caso de crimes cometidos em navios ou aeronaves, o TPI exercerá
sua jurisdição se o Estado de matrícula do navio ou da aeronave por parte do Estatuto de Roma.

O Estatuto de Roma não admite a pena de morte, o que, aliás, seria totalmente contrário aos
princípios que levaram à sua criação. O TPI poderá impor as seguintes penas às pessoas por ele
condenadas: i) prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 anos; ou
ii) prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado
o justificarem.

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Questão controversa, que gerou discussões anteriores à adesão do Brasil ao Estatuto de Roma foi
saber se, ao entregar brasileiro nato para ser julgado pelo TPI, estaria o Brasil ferindo dispositivo
constitucional que veda a extradição de brasileiro nato.

Sobre o assunto, é importante estabelecermos a diferença entre esses dois institutos: entrega e
extradição. A extradição se caracteriza pela entrega de uma pessoa por um Estado a outro Estado,
enquanto pelo instituto da entrega o Estado entrega uma pessoa a um Tribunal Internacional.

Dessa forma, se um brasileiro cometer um crime passível de ser julgado pelo TPI – crime de
genocídio, crime contra a humanidade, crimes de guerra, crime de agressão – ele será entregue a
esta Corte para ser julgado. Enfatize-se que isso não configura extradição de brasileiro, mas, sim,
mera entrega, uma vez que o requerente não é Estado estrangeiro, mas um Tribunal Internacional.

Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar

O Tribunal Internacional sobre o Direito do Mar foi criado pela Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar (1982), também conhecida por Convenção de Montego Bay. Possui
competência para julgar as controvérsias que envolvam a interpretação e aplicação da Convenção
de Montego Bay.

(Questão Inédita) Os Estados membros da ONU podem solicitar à Corte Internacional de Justiça
a emissão de um parecer consultivo sobre determinada questão controversa de direito
internacional.

Comentários:

Os Estados não estão autorizados a solicitar pareceres à CIJ. Apenas os órgãos da ONU e as
organizações internacionais do Sistema ONU podem fazê-lo.

Gabarito: errada.

(Questão Inédita) Nenhum brasileiro nato pode ser entregue pelo Brasil para ser julgado pelo
Tribunal Penal Internacional, na medida em que a Constituição da República veda a extradição de
brasileiros natos.

Comentários:

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A Constituição da República veda, de fato, a extradição de brasileiros natos (artigo 5º, LI). Ainda
assim, é possível que o brasileiro nato seja entregue para ser julgado pelo TPI, na medida em que
a entrega não se confunde com a extradição.

Gabarito: errada.

A CARTA DA ONU

Em 1926, foi celebrado o Pacto Briand-Kellog9, por meio do qual declarou-se a proscrição da
guerra. A partir de então, a guerra passou a ser considerado uma forma ilícita para a solução de
controvérsias. Por meio do Pacto Briand-Kellog, os Estados declararam expressamente a renúncia
à guerra como mecanismo para a solução de controvérsias.

Com a Carta da ONU (Decreto nº 19.841/45), em 1945, a guerra foi definitivamente considerada
ilícita para o direito internacional. Embora a Carta da ONU quase não faça menção à palavra
“guerra”, ela estabelece que todos os membros deverão resolver suas controvérsias internacionais
por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça
internacionais.

Pode-se dizer, desse modo, que a Carta das Nações Unidas tem como um de seus princípios
basilares a solução pacífica de controvérsias. No entanto, uma vez que tenham falhado os meios
diplomáticos, políticos e jurisdicionais, poderão ser empregados meios coercitivos para a solução
de controvérsias. Poderá haver, inclusive, em situações excepcionais determinadas pelo Conselho
de Segurança da ONU, o uso de força armada.

O uso da força é admitido, portanto, no âmbito do Direito Internacional, porém somente em


situações excepcionais. Mais especificamente, permite-se o uso da força em caso de legítima
defesa ou de segurança coletiva.

A legítima defesa está prevista no art. 51 da Carta da ONU, que estabelece que um Estado poderá
agir em legítima defesa, individual ou coletiva, quando ocorrer um ataque armado. A legítima
defesa possui limites definidos pela Carta da ONU, pressupondo 4 (quatro) condicionantes10:

9
O nome desse tratado é uma homenagem aos Ministros das Relações Exteriores da França e dos Estados Unidos, cujos nomes
eram, respectivamente, Aristide Briand e Frank Kellog.

10
VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público, São Paulo: Saraiva, 2009

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a) Uma agressão atual ou iminente: a agressão não precisa, necessariamente, já ter


ocorrido. Uma agressão pode ser considerada iminente quando há fortes indícios de
que ela está prestes a ocorrer;

b) Uma resposta proporcional ao ataque;

c) A comunicação imediata do ato ao Conselho de Segurança da ONU;

d) A limitação da resposta até que o Conselho de Segurança tome medidas efetivas para
o estabelecimento da paz e da segurança internacional.

A segurança coletiva, por sua vez, está prevista no artigo 42 da Carta da ONU, e admite três
situações diferentes: ameaça à paz internacional, ruptura da paz e diante de atos de agressão11. É
o Conselho de Segurança da ONU o responsável por determinar a existência de qualquer uma
dessas situações, bem como fazer recomendações ou decidir quais medidas deverão ser tomadas
a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.

O uso da força armada é a última alternativa do Conselho de Segurança da ONU. Prevê a Carta
da ONU uma gradação das ações para a resolução do conflito, iniciando pelas negociações e
passando por outras formas de pressão não-militares - isolamento do Estado, interrupção do
comércio e das relações diplomáticas, como exemplos, antes que se admita o uso da força armada.

O uso da força armada, por meio do envio de tropas, é o último recurso admitido. Antes disso,
devem ser adotados, inclusive, outros meios coercitivos para a solução da controvérsia. Segundo
o art. 41, da Carta da ONU, estas medidas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das
relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais,
telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações
diplomáticas.

Se essas medidas previstas no artigo 41, da Carta da ONU, se mostrarem inadequadas, o Conselho
de Segurança poderá realizar, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar
necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.

As ações necessárias ao cumprimento das decisões do Conselho de Segurança da ONU para


manutenção da paz e da segurança internacionais serão levadas a efeito por todos os membros
da ONU ou por alguns deles, conforme seja determinado pelo Conselho de Segurança. Essas

11
VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público, São Paulo: Saraiva, 2009

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ações poderão compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças
aéreas, navais ou terrestres dos membros da ONU.

(Questão Inédita) Um dos princípios basilares da Carta da ONU é o da solução pacífica de


controvérsias, de modo que a organização não admite a utilização de meios coercitivos para a
resolução de conflitos.

Comentários:

Caso os meios diplomáticos, políticos e jurisdicionais não apresentem resultado, podem ser
empregados meios coercitivos para a solução de controvérsias, sim, no âmbito da ONU. Pode
haver, inclusive, em situações excepcionais determinadas pelo Conselho de Segurança da ONU,
o uso de força armada.

Gabarito: errada.

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LISTA DE QUESTÕES

1. (AGU-2015) Com referência aos mecanismos para a solução de controvérsias internacionais,


julgue o item que se segue.

Como é vedado o uso da força nas relações internacionais, os Estados não podem executar
atos beligerantes com o aval do direito internacional, ressalvada a hipótese de legítima
defesa em caso de agressão externa.

2. (OAB-2015) O litígio que envolve Estados e organizações internacionais podendo ser de


natureza econômica, política ou meramente jurídica, é conceituado como controvérsia
internacional. Acerca dos meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias
internacionais, assinale a afirmativa correta.

a) A negociação é um mecanismo que conta com o envolvimento de um terceiro, cuja função


é propor uma solução pacífica para o conflito entre as partes.

b) Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro que colabora com
a solução de controvérsias podendo ser um Estado, um organismo internacional ou uma
autoridade.

c) A mediação caracteriza-se pelo envolvimento de um terceiro, que somente pode ser


pessoa natural.

d) A conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza-se pela


possibilidade de atuar como mediador pessoa natural, Estado ou organismo internacional.

3. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) Um marco na proteção internacional


dos direitos humanos foi a celebração da Conferência de Roma, em 1998, que aprovou a
criação de um tribunal penal internacional para julgar crimes contra a humanidade e crimes
de genocídio e de guerra.

4. (Procurador do Banco Central-2009) A primeira arbitragem moderna no direito internacional


foi instalada na I Conferência de Paz da Haia para resolver controvérsias entre Reino Unido e
França.

5. (Procurador do Banco Central-2009) Assim como os meios judiciários, a arbitragem possui o


caráter de permanência.

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6. (Procurador do Banco Central-2009) Arbitragens mistas são aquelas em que mais de dois
Estados figuram na causa.

7. (Procurador do Banco Central-2009) Decisões arbitrais são meramente recomendatórias.

8. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) Em 1991, os presidentes do México, da


Colômbia e da Venezuela resolveram oferecer seus bons ofícios conjuntos aos governos de
Cuba e dos Estados Unidos da América, para viabilizar-lhes o diálogo. Entretanto, a oferta
foi recusada. Nessa situação, o oferecimento caracterizou uma intromissão indevida nas
relações bilaterais daqueles Estados e a recusa representou um ato inamistoso para com os
Estados que ofertaram seus bons ofícios.

9. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) Pela via do inquérito, instaura-se uma instância
prévia para a posterior solução do conflito. Trata-se da investigação preliminar, por uma
comissão conjunta, da materialidade dos fatos controvertidos. Posteriormente, parte-se para
uma das esferas — diplomática, política ou judiciária — de solução de controvérsias.

10. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) As sentenças arbitrais são definitivas e


imodificáveis.

11. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) Para o direito internacional contemporâneo, o


uso de meios coercitivos para a solução de controvérsias apenas se legitima com a aprovação
e determinação das organizações internacionais.

12. (Instituto Rio Branco-2008) O sistema de solução de controvérsias da OMC corresponde à


forma arbitral de composição de conflitos e, como tal, não é passível de pedido recursal.

13. (AFC/CGU-2008) Constituída em 1998, essa corte internacional dedica-se a julgar as pessoas
responsáveis pelos crimes de maior gravidade de alcance internacional, sendo complementar
às jurisdições nacionais. Indique qual das instituições abaixo corresponde a essa descrição.

a) Corte Internacional de Justiça.

b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.

c) Tribunal Penal Internacional.

d) Corte Permanente de Arbitragem.

e) Conselho de Segurança das Nações Unidas.

14. (OAB-2008.1) Acerca de tribunais internacionais e de sua repercussão, assinale a opção


correta.

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a) O Tribunal Penal Internacional prevê a possibilidade de aplicação da pena de morte, ao


passo que a Constituição brasileira proíbe tal aplicação.

b) O § 4.º do art. 5º da Constituição Federal prevê a submissão do Brasil à jurisdição de


tribunais penais internacionais e tribunais de direitos humanos.

c) O Estatuto de Roma não permite reservas nem a retirada dos Estados-membros do


tratado.

d) O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, estabelece uma diferença
entre entrega e extradição, operando a primeira entre um Estado e o mencionado tribunal e
a segunda, entre Estados.

15. (Procurador da Fazenda Nacional / 2003) Pode-se mencionar como exemplos de tribunais
internacionais: a Corte Internacional de Justiça (sede em Haia), a Corte Interamericana de
Direitos Humanos (San Jose da Costa Rica), o Tribunal Penal Internacional (Haia) e a Corte
Constitucional Italiana (Roma).

16. (Instituto Rio Branco-2009) Entre os princípios que regem as relações internacionais do
Estado brasileiro, estão a prevalência dos direitos humanos e a solução pacífica dos conflitos
(art. 4.º da Constituição Federal). Com relação à tendência contemporânea de
institucionalização jurídica internacional, assinale a opção correta.

a) Todos os Estados-membros da Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos estão,


ipso facto, sujeitos à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em
São José, na Costa Rica.

b) A Corte Internacional de Justiça foi o primeiro tribunal internacional de caráter


permanente estabelecido por tratado multilateral.

c) Os tribunais de Nuremberg e de Tóquio, instituídos ao final da Segunda Guerra Mundial,


foram estabelecidos com base em resoluções do então recém-criado Conselho de Segurança
das Nações Unidas.

d) A jurisdição do Tribunal Penal Internacional restringe-se a situações ocorridas no território


de um Estado-Parte do Estatuto de Roma.

e) Como mecanismo para a solução de controvérsias marítimas, a Convenção das Nações


Unidas sobre o Direito do Mar (também conhecida como Convenção de Montego Bay),
estabeleceu o Tribunal Internacional do Direito do Mar.

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17. (Procurador da Fazenda Nacional / 2007) Indique V para os itens verdadeiros e F para os
falsos. Em seguida, assinale a sequência correta.

( ) O Brasil ratificou o tratado internacional que constitui o Tribunal Penal Internacional.

( ) O Tribunal Penal Internacional, ademais de poder julgar Estados, exerce jurisdição sobre
indivíduos acusados dos crimes previstos em seu Estatuto.

( ) Entre as penas previstas pelo Estatuto de Roma, que cria o Tribunal Penal Internacional,
estão a prisão perpétua e a pena de morte.

( ) Entre os crimes da competência do Tribunal Penal Internacional estão os crimes de


genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

( ) O Estado condenado pelo Tribunal Penal Internacional está sujeito a sanções econômicas.

a) V,V,F,V,V

b) V,V,F,V,F

c) V,V,V,V,V

d) V,F,F,V,F

e) F,F,F,F,V

18. (Procurador da Fazenda Nacional / 2004) A violação das leis de guerra por parte de um
combatente nos conflitos internacionais implica sua punição. Em 17 de julho de 1998 foi
adotado o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, seus Anexos e a Ata Final da Conferência
de Roma sobre o estabelecimento de um Tribunal Penal Internacional. O principal dispositivo
do Estatuto, que figura no artigo 1º, consagra o princípio da complementaridade, nos termos
do qual a jurisdição do Tribunal Penal Internacional

a) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das


Nações Unidas, comprovada a violação das leis de guerra, com exceção dos crimes de
genocídio.

b) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das


Nações Unidas, a menos que o país prejudicado não tenha ratificado a Ata Final da
Conferência de Roma.

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c) será exercida permanentemente, independente de provocação da Organização das


Nações Unidas e de comprovação de violação das leis de guerra, dependendo, no entanto,
de instalação de um tribunal ad hoc a ser designado pela Corte de Haia, mediante
provocação de no mínimo cinco países signatários da Ata Final da Conferência de Roma.

d) terá caráter excepcional, isto é, somente será exercida em caso de manifesta incapacidade
ou falta de disposição de um sistema judiciário nacional para exercer sua jurisdição primária,
ou seja, os Estados terão primazia para investigar os crimes previstos no Estatuto do Tribunal.

e) terá caráter eventual, isto é, somente será exercida em caso de comprovada violação de
crimes contra a humanidade, dependendo, no entanto, de instalação de um tribunal a ser
organizado pelas forças de ocupação.

19. (Procurador BACEN-2006) No âmbito da Corte Internacional de Justiça, é cláusula facultativa


de jurisdição obrigatória a que:

a) permite ao Estado membro da ONU decidir se adere ou não ao Estatuto da Corte.

b) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, verificada a reciprocidade.

c) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, independentemente de reciprocidade.

d) possibilita aos Estados membros da ONU a opção, no caso concreto, de se submeter à


jurisdição da Corte.

e) garante ao Estado-parte no Estatuto ampla imunidade de jurisdição ratione materiae.

20. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009) O fato de um Estado oferecer ajuda a outros dois Estados
para resolver certa controvérsia, sem, contudo, interferir nas negociações, configura o meio
de solução de controvérsias denominado:

a) mediação.

b) conciliação.

c) bons ofícios.

d) inquérito.

e) troca de notas.

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21. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009) O instrumento no qual as partes elegem a arbitragem
internacional como forma de solução de possíveis litígios futuros caracteriza:

a) o compromisso arbitral.

b) a qualificação prévia arbitral.

c) a cláusula de eleição do foro.

d) o reenvio prejudicial arbitral.

e) a cláusula compromissória.

22. (Instituto Rio Branco – 2010) Assinale a opção que apresenta o mecanismo de solução
==c486e==

pacífica de controvérsias internacionais a que corresponde a descrição abaixo:

“Quando as negociações diretas mostram-se ineficazes, é utilizado mecanismo que recorre


à participação de um terceiro Estado, que tem como função aproximar os litigantes. A
característica principal do mecanismo consiste em que o Estado harmonizador não tome
parte nas negociações entre os contendores nem na solução da controvérsia, pois seu papel
consiste apenas em colocá-los em contato, a fim de que sejam retomadas as negociações
interrompidas.”

a) bons ofícios

b) sistema consultivo

c) negociação direta

d) mediação

e) conciliação

23. (Juiz Federal / TRF 5a Região – 2013) Com relação aos crimes de competência do TPI, assinale
a opção correta.

a) A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é classificada como


crime contra a humanidade.

b) O TPI pode exercer jurisdição sobre o Estado como um todo apenas em caso de crime de
agressão.

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c) O crime de apartheid é praticado no contexto de um regime institucionalizado de opressão


e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou mais grupos nacionais e com a
intenção de manter esse regime.

d) O TPI não tem jurisdição em relação aos crimes de guerra cometidos em conflitos armados
não internacionais se não existir declaração formal de guerra.

e) As normas costumeiras sobre crimes de guerra somente podem ser base para o julgamento
do TPI se estiverem codificadas em tratados.

24. (Juiz Federal / TRF 3a Região – 2011) No que se refere ao Tribunal Penal Internacional,
assinale a opção correta.

a) De acordo com o Estatuto de Roma, esse tribunal tem competência expressa para julgar
o terrorismo como crime contra a humanidade.

b) As línguas de trabalho, nesse tribunal, são o inglês e o francês.

c) Trata-se de organismo especializado da ONU.

d) De acordo com o que prevê o Estatuto de Roma, esse tribunal pode decidir pela pena de
morte em casos graves.

e) Essa corte começou a funcionar em 1998, com a conclusão do Estatuto de Roma.

25. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011) O TPI, instituição permanente, com jurisdição sobre as
pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade e funções complementares às
jurisdições penais nacionais, constitui corte internacional vinculada à ONU, não dispondo de
personalidade jurídica própria.

26. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011) Nos termos do Estatuto de Roma, o TPI só poderá
exercer os seus poderes e funções no território de qualquer Estado-parte, sendo-lhe defeso
agir em relação a atos praticados no território dos Estados que não tenham subscrito o
Estatuto.

27. Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011) O TPI poderá impor à pessoa condenada pelos crimes
que afetem a humanidade no seu conjunto a pena de prisão perpétua, se o elevado grau de
ilicitude e as condições pessoais do condenado o justificarem.

28. (Procurador da República / MPF – 2011) A jurisdição do Tribunal Penal Internacional é


desencadeada (“trigger”) pelo princípio da complementaridade, segundo o qual:

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a) a jurisdição somente incide nas hipóteses em que o Estado-Parte do Estatuto de Roma


falha na persecução penal de crime da competência material do tribunal, por incapacidade
efetiva ou falta de vontade para a promover;

b) o procurador do tribunal é independente e não pode ser impedido de iniciar uma


investigação, sempre que constatar a falta de vontade ou a incapacidade efetiva de um
Estado-Parte do Estatuto de Roma de promover a persecução penal de crime da
competência material do tribunal;

c) a admissibilidade de caso depende da falha na persecução penal doméstica de crime da


competência material do tribunal, por incapacidade efetiva ou falta de vontade do Estado
com jurisdição sobre o mesmo;

d) o tribunal tem primazia na persecução penal de crime de sua competência material, sem
prejuízo da jurisdição dos Estados-Parte.

29. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) O Pacto Briand-Kellog, firmado no
período entreguerras, é considerado um marco na evolução do direito internacional, entre
outros aspectos, por proscrever a guerra na relação entre Estados.

30. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) Com o propósito de manter a paz e
a segurança internacionais, a Carta da ONU considera o recurso ao uso da força não mais
como um direito do Estado, mas como um ilícito internacional, impedindo o seu uso ainda
que em legítima defesa.

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GABARITO

Gabarito

01 02 03 04 05 06 07 08 09
E B C E E E E E C
10 11 12 13 14 15 16 17 18
E C E C D E E D D
19 20 21 22 23 24 25 26 27
B C E A C B E E C
28 29 30
C C E

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (AGU-2015) Com referência aos mecanismos para a solução de controvérsias internacionais,
julgue o item que se segue.

Como é vedado o uso da força nas relações internacionais, os Estados não podem executar
atos beligerantes com o aval do direito internacional, ressalvada a hipótese de legítima
defesa em caso de agressão externa.

Comentário:

O uso da força não é vedado nas relações internacionais.

De acordo com o artigo 2º, § 4º, da Carta da ONU (Decreto nº 19.841/45), os membros da
organização devem evitar o uso da força em suas relações internacionais:

Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo
1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:

[...]

4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força
contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra
ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas. (g.n.)

Em consonância, nos termos do artigo 51, da Carta da ONU (Decreto nº 19.841/45), nenhuma
disposição do acordo prejudica o direito inerente de legítima defesa em caso de ataque armado
contra qualquer de seus membros:

Artigo 51. Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou
coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das Nações Unidas, até que o
Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da
segurança internacionais. As medidas tomadas pelos Membros no exercício desse direito de
legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de
modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho
para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à manutenção ou ao
restabelecimento da paz e da segurança internacionais.

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Além disso, o Conselho de Segurança da ONU pode decidir pelo emprego da força, a fim de
manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais, conforme artigos 39 e 44 da Carta da
ONU (Decreto nº 19.841/45):

Artigo 39. O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura
da paz ou ato de agressão, e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão ser tomadas
de acordo com os Artigos 41 e 42, a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança
internacionais.

Artigo 44. Quando o Conselho de Segurança decidir o emprego de força, deverá, antes de
solicitar a um Membro nele não representado o fornecimento de forças armadas em cumprimento
das obrigações assumidas em virtude do Artigo 43, convidar o referido Membro, se este assim o
desejar, a participar das decisões do Conselho de Segurança relativas ao emprego de
contingentes das forças armadas do dito Membro. (g.n.)

Admite-se, portanto, o uso da forma, em situações excepcionais.

Gabarito: errada.

2. (OAB-2015) O litígio que envolve Estados e organizações internacionais podendo ser de


natureza econômica, política ou meramente jurídica, é conceituado como controvérsia
internacional. Acerca dos meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias
internacionais, assinale a afirmativa correta.

a) A negociação é um mecanismo que conta com o envolvimento de um terceiro, cuja função


é propor uma solução pacífica para o conflito entre as partes.

b) Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro que colabora com
a solução de controvérsias podendo ser um Estado, um organismo internacional ou uma
autoridade.

c) A mediação caracteriza-se pelo envolvimento de um terceiro, que somente pode ser


pessoa natural.

d) A conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza-se pela


possibilidade de atuar como mediador pessoa natural, Estado ou organismo internacional.

Comentários

Letra A - errada. A negociação é o meio mais simples e mais comum de solução pacífica de solução
de controvérsias. Consiste em conversações diretas entre os litigantes objetivando alcançar um

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denominador comum (solução mutuamente aceita). Não há envolvimento de um terceiro,


portanto.

Letra B – correta. Perfeito. Nos bons ofícios, um terceiro, espontaneamente, se oferece para
colaborar na solução de uma controvérsia. O terceiro a oferecer seus bons ofícios pode ser um
funcionário de uma organização internacional, um terceiro Estado ou mesmo uma organização
internacional. Sua atuação limita-se a aproximar pacificamente os litigantes; nos bons ofícios, o
terceiro não apresenta sua posição acerca da controvérsia, tampouco uma proposta para a solução
desta.

Letra C – errada. A mediação se caracteriza pela participação de um terceiro que colabora na


solução da controvérsia. No entanto, à diferença do que ocorre nos bons ofícios (em que o terceiro
não pode apresentar seu posicionamento), na mediação, o terceiro, além de aproximar as partes,
apresenta proposta para a solução da controvérsia. O mediador pode ser uma pessoa natural, um
Estado ou um organismo internacional.

Letra D – errada. A conciliação se assemelha muito à mediação, porém, enquanto na mediação


existe apenas um mediador, na conciliação há uma comissão de conciliadores que examinam a
controvérsia e emitem um parecer propondo uma solução ao conflito.

Gabarito: letra B.

3. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) Um marco na proteção internacional


dos direitos humanos foi a celebração da Conferência de Roma, em 1998, que aprovou a
criação de um tribunal penal internacional para julgar crimes contra a humanidade e crimes
de genocídio e de guerra.

Comentários

Em 1998, na Conferência de Roma, foi aprovada a criação do Tribunal Penal Internacional, o que
representou um grande marco na proteção internacional dos direitos humanos.

Gabarito: certa.

4. (Procurador do Banco Central-2009) A primeira arbitragem moderna no direito internacional


foi instalada na I Conferência de Paz da Haia para resolver controvérsias entre Reino Unido e
França.

Comentários

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O que ocorreu na I Conferência de Paz da Haia de 1889 foi a criação da Corte Permanente de
Arbitragem e não a instalação de uma arbitragem para resolver um litígio entre Reino Unido e
França.

Gabarito: errada.

5. (Procurador do Banco Central-2009) Assim como os meios judiciários, a arbitragem possui o


caráter de permanência.

Comentários

Ao contrário dos meios judiciários, a arbitragem não possui o caráter de permanência. Os tribunais
arbitrais são “ad hoc”, isto é, são formados para apreciar um caso concreto específico, enquanto
as Cortes Internacionais possuem composição fixa.

Gabarito: errada.

6. (Procurador do Banco Central-2009) Arbitragens mistas são aquelas em que mais de dois
Estados figuram na causa.

Comentários

Na arbitragem mista, figuram na causa um Estado e um particular estrangeiro.

Gabarito: errada.

7. (Procurador do Banco Central-2009) Decisões arbitrais são meramente recomendatórias.

Comentários

A decisão arbitral (sentença arbitral) é obrigatória para as partes litigantes. Apesar de ser
obrigatória, a sentença arbitral não possui executoriedade, já que não existe nenhuma vontade
superior à dos Estados no plano internacional.

Gabarito: errada.

8. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) Em 1991, os presidentes do México, da


Colômbia e da Venezuela resolveram oferecer seus bons ofícios conjuntos aos governos de
Cuba e dos Estados Unidos da América, para viabilizar-lhes o diálogo. Entretanto, a oferta
foi recusada. Nessa situação, o oferecimento caracterizou uma intromissão indevida nas
relações bilaterais daqueles Estados e a recusa representou um ato inamistoso para com os
Estados que ofertaram seus bons ofícios.

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Comentários

O oferecimento de bons ofícios, assim como sua recusa, não constitui ato inamistoso.

Gabarito: errada.

9. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) Pela via do inquérito, instaura-se uma instância
prévia para a posterior solução do conflito. Trata-se da investigação preliminar, por uma
comissão conjunta, da materialidade dos fatos controvertidos. Posteriormente, parte-se para
uma das esferas — diplomática, política ou judiciária — de solução de controvérsias.

Comentários

O inquérito é uma instância prévia à solução de controvérsias. Busca-se, por meio do inquérito,
apurar fatos controvertidos para, depois, partir para a solução do conflito com a utilização de
meios políticos, diplomáticos ou judiciários.

Gabarito: certa.

10. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) As sentenças arbitrais são definitivas e


imodificáveis.

Comentários

As sentenças arbitrais são definitivas, porém podem ser modificadas.

Gabarito: errada.

11. (Consultor Legislativo / Senado Federal-2002) Para o direito internacional contemporâneo, o


uso de meios coercitivos para a solução de controvérsias apenas se legitima com a aprovação
e determinação das organizações internacionais.

Comentários

O direito internacional tem como princípio básico o de que as controvérsias deverão ser resolvidas
com a utilização de meios pacíficos. Os meios coercitivos somente poderão ser legitimamente
empregados com autorização de organizações internacionais.

Gabarito: certa.

12. (Instituto Rio Branco-2008) O sistema de solução de controvérsias da OMC corresponde à


forma arbitral de composição de conflitos e, como tal, não é passível de pedido recursal.

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Comentários

Os grupos especiais atuam como tribunais arbitrais, mas da decisão deles caberá recurso ao Órgão
de Apelação da OMC.

Gabarito: errada.

13. (AFC/CGU-2008) Constituída em 1998, essa corte internacional dedica-se a julgar as pessoas
responsáveis pelos crimes de maior gravidade de alcance internacional, sendo complementar
às jurisdições nacionais. Indique qual das instituições abaixo corresponde a essa descrição.

a) Corte Internacional de Justiça.

b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.

c) Tribunal Penal Internacional.

d) Corte Permanente de Arbitragem.

e) Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Comentários

A Corte com competência para julgar os crimes de maior gravidade de alcance internacional é o
Tribunal Penal Internacional (letra C).

Gabarito: letra C.

14. (OAB-2008.1) Acerca de tribunais internacionais e de sua repercussão, assinale a opção


correta.

a) O Tribunal Penal Internacional prevê a possibilidade de aplicação da pena de morte, ao


passo que a Constituição brasileira proíbe tal aplicação.

b) O § 4.º do art. 5º da Constituição Federal prevê a submissão do Brasil à jurisdição de


tribunais penais internacionais e tribunais de direitos humanos.

c) O Estatuto de Roma não permite reservas nem a retirada dos Estados-membros do


tratado.

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d) O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, estabelece uma diferença
entre entrega e extradição, operando a primeira entre um Estado e o mencionado tribunal e
a segunda, entre Estados.

Comentários

Letra A: errada. Não há previsão, no Estatuto de Roma, para a aplicação de pena de morte.

Letra B: errada. O art. 5º, § 4.º, da CR/88 prevê apenas que o Brasil se submete à jurisdição do
Tribunal Penal Internacional (e não de todos os Tribunais de direitos humanos).

Letra C: errada. O Estatuto de Roma não admite reservas. No entanto, ele admite a retirada dos
Estados-parte.

Letra D: correta. A extradição se caracteriza pela entrega de uma pessoa por um Estado a outro
Estado, enquanto pelo instituto da entrega o Estado entrega uma pessoa a um Tribunal
Internacional.

Gabarito: letra D.

15. (Procurador da Fazenda Nacional / 2003) Pode-se mencionar como exemplos de tribunais
internacionais: a Corte Internacional de Justiça (sede em Haia), a Corte Interamericana de
Direitos Humanos (San Jose da Costa Rica), o Tribunal Penal Internacional (Haia) e a Corte
Constitucional Italiana (Roma).

Comentários

A Corte Constitucional Italiana não é um tribunal internacional, ao contrário dos demais.

Gabarito: errada.

16. (Instituto Rio Branco-2009) Entre os princípios que regem as relações internacionais do
Estado brasileiro, estão a prevalência dos direitos humanos e a solução pacífica dos conflitos
(art. 4.º da Constituição Federal). Com relação à tendência contemporânea de
institucionalização jurídica internacional, assinale a opção correta.

a) Todos os Estados-membros da Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos estão,


ipso facto, sujeitos à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em
São José, na Costa Rica.

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b) A Corte Internacional de Justiça foi o primeiro tribunal internacional de caráter


permanente estabelecido por tratado multilateral.

c) Os tribunais de Nuremberg e de Tóquio, instituídos ao final da Segunda Guerra Mundial,


foram estabelecidos com base em resoluções do então recém-criado Conselho de Segurança
das Nações Unidas.

d) A jurisdição do Tribunal Penal Internacional restringe-se a situações ocorridas no território


de um Estado-Parte do Estatuto de Roma.

e) Como mecanismo para a solução de controvérsias marítimas, a Convenção das Nações


Unidas sobre o Direito do Mar (também conhecida como Convenção de Montego Bay),
estabeleceu o Tribunal Internacional do Direito do Mar.

Comentários

Letra A: errada. Os Estados se submetem, facultativamente, à jurisdição da Corte Interamericana


de Direitos Humanos.

Letra B: errada. Antes da CIJ, tivemos a Corte Permanente de Justiça Internacional, tribunal criado
no âmbito da Liga das Nações.

Letra C: errada. Os tribunais de Nuremberg e de Tóquio não foram criados por resoluções do
Conselho de Segurança da ONU.

Letra D: errada. A jurisdição do TPI também abrange os crimes praticados por nacionais de
Estados-parte do Estatuto de Roma, independentemente de onde tenham praticado o crime.

Letra E: correta. O Tribunal Internacional do Direito do Mar foi criado pela Convenção de Montego
Bay para solucionar controvérsias marítimas.

Gabarito: letra E.

17. (Procurador da Fazenda Nacional / 2007) Indique V para os itens verdadeiros e F para os
falsos. Em seguida, assinale a sequência correta.

( ) O Brasil ratificou o tratado internacional que constitui o Tribunal Penal Internacional.

( ) O Tribunal Penal Internacional, ademais de poder julgar Estados, exerce jurisdição sobre
indivíduos acusados dos crimes previstos em seu Estatuto.

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( ) Entre as penas previstas pelo Estatuto de Roma, que cria o Tribunal Penal Internacional,
estão a prisão perpétua e a pena de morte.

( ) Entre os crimes da competência do Tribunal Penal Internacional estão os crimes de


genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

( ) O Estado condenado pelo Tribunal Penal Internacional está sujeito a sanções econômicas.

a) V,V,F,V,V

b) V,V,F,V,F

c) V,V,V,V,V

d) V,F,F,V,F

e) F,F,F,F,V

Comentários

A primeira assertiva está correta. De fato, o Brasil ratificou o Estatuto de Roma.

A segunda assertiva está errada. O Tribunal Penal Internacional não pode julgar Estados.

A terceira assertiva está errada. O TPI não admite a pena de morte.

A quarta assertiva está correta. O TPI tem competência para apurar os seguintes crimes: crimes
de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio e crimes de agressão.

A quinta assertiva está errada. O TPI não julga Estados; ele apura a responsabilidade penal de
indivíduos.

Gabarito: letra D.

18. (Procurador da Fazenda Nacional / 2004) A violação das leis de guerra por parte de um
combatente nos conflitos internacionais implica sua punição. Em 17 de julho de 1998 foi
adotado o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, seus Anexos e a Ata Final da Conferência
de Roma sobre o estabelecimento de um Tribunal Penal Internacional. O principal dispositivo
do Estatuto, que figura no artigo 1º, consagra o princípio da complementaridade, nos termos
do qual a jurisdição do Tribunal Penal Internacional

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a) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das


Nações Unidas, comprovada a violação das leis de guerra, com exceção dos crimes de
genocídio.

b) será exercida em qualquer circunstância, mediante provocação da Organização das


Nações Unidas, a menos que o país prejudicado não tenha ratificado a Ata Final da
Conferência de Roma.

c) será exercida permanentemente, independente de provocação da Organização das


Nações Unidas e de comprovação de violação das leis de guerra, dependendo, no entanto,
de instalação de um tribunal ad hoc a ser designado pela Corte de Haia, mediante
provocação de no mínimo cinco países signatários da Ata Final da Conferência de Roma.

d) terá caráter excepcional, isto é, somente será exercida em caso de manifesta incapacidade
ou falta de disposição de um sistema judiciário nacional para exercer sua jurisdição primária,
ou seja, os Estados terão primazia para investigar os crimes previstos no Estatuto do Tribunal.

e) terá caráter eventual, isto é, somente será exercida em caso de comprovada violação de
crimes contra a humanidade, dependendo, no entanto, de instalação de um tribunal a ser
organizado pelas forças de ocupação.

Comentários

A jurisdição do TPI é complementar à dos Estados, o que significa que “terá caráter excepcional,
isto é, somente será exercida em caso de manifesta incapacidade ou falta de disposição de um
sistema judiciário nacional para exercer sua jurisdição primária, ou seja, os Estados terão primazia
para investigar os crimes previstos no Estatuto do Tribunal” (letra D).

Gabarito: letra D.

19. (Procurador BACEN-2006) No âmbito da Corte Internacional de Justiça, é cláusula facultativa


de jurisdição obrigatória a que:

a) permite ao Estado membro da ONU decidir se adere ou não ao Estatuto da Corte.

b) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, verificada a reciprocidade.

c) uma vez aceita pelo Estado-parte no Estatuto, garante a jurisdição da Corte em todos os
conflitos internacionais que envolvam aquele Estado, independentemente de reciprocidade.

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d) possibilita aos Estados membros da ONU a opção, no caso concreto, de se submeter à


jurisdição da Corte.

e) garante ao Estado-parte no Estatuto ampla imunidade de jurisdição ratione materiae.

Comentários

Questão bem direta! Se um Estado aderir à cláusula facultativa de jurisdição obrigatória, isso
significa que ele se submete automaticamente à jurisdição da CIJ em todos os conflitos
internacionais que o envolvam.

Há que se observar, ainda, a reciprocidade, pois se um Estado se submete à jurisdição da CIJ, o


outro litigante também deverá fazê-lo (ainda que no caso concreto) para que a controvérsia seja
apreciada.

Se o Estado não aderir a essa cláusula, terá que declarar, caso a caso, sua submissão à jurisdição
da CIJ.

A resposta é, portanto, a letra B.

Gabarito: letra B.

20. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009) O fato de um Estado oferecer ajuda a outros dois Estados
para resolver certa controvérsia, sem, contudo, interferir nas negociações, configura o meio
de solução de controvérsias denominado:

a) mediação.

b) conciliação.

c) bons ofícios.

d) inquérito.

e) troca de notas.

Comentários

Se o terceiro auxilia na solução da controvérsia sem interferir nas negociações, o meio de solução
usado é o denominado de “bons ofícios” (letra C).

Gabarito: letra C.

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21. (Juiz Federal – TRF-2ª Região-2009) O instrumento no qual as partes elegem a arbitragem
internacional como forma de solução de possíveis litígios futuros caracteriza:

a) o compromisso arbitral.

b) a qualificação prévia arbitral.

c) a cláusula de eleição do foro.

d) o reenvio prejudicial arbitral.

e) a cláusula compromissória.

Comentários

O compromisso arbitral é um tratado celebrado após o surgimento do litígio; a cláusula arbitral


ou cláusula compromissória (letra E) é um instrumento por meio do qual as partes elegem a
arbitragem como forma de solução de um conflito futuro. A cláusula compromissória é, portanto,
prévia ao surgimento do conflito.

Gabarito: letra E.

22. (Instituto Rio Branco – 2010) Assinale a opção que apresenta o mecanismo de solução
pacífica de controvérsias internacionais a que corresponde a descrição abaixo:

“Quando as negociações diretas mostram-se ineficazes, é utilizado mecanismo que recorre


à participação de um terceiro Estado, que tem como função aproximar os litigantes. A
característica principal do mecanismo consiste em que o Estado harmonizador não tome
parte nas negociações entre os contendores nem na solução da controvérsia, pois seu papel
consiste apenas em colocá-los em contato, a fim de que sejam retomadas as negociações
interrompidas.”

a) bons ofícios

b) sistema consultivo

c) negociação direta

d) mediação

e) conciliação

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Comentários

A assertiva descreve o meio de solução de controvérsias conhecido como “bons ofícios” (letra A).
Nos bons ofícios, o terceiro apenas irá buscar aproximar os litigantes, sem tomar parte nas
negociações e sem apresentar seu posicionamento. Na mediação, ao contrário, o terceiro, além
de aproximar os litigantes, apresenta proposta para a solução da controvérsia.

Gabarito: letra A.

23. (Juiz Federal / TRF 5a Região – 2013) Com relação aos crimes de competência do TPI, assinale
a opção correta.

a) A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é classificada como


crime contra a humanidade.

b) O TPI pode exercer jurisdição sobre o Estado como um todo apenas em caso de crime de
agressão.

c) O crime de apartheid é praticado no contexto de um regime institucionalizado de opressão


e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou mais grupos nacionais e com a
intenção de manter esse regime.

d) O TPI não tem jurisdição em relação aos crimes de guerra cometidos em conflitos armados
não internacionais se não existir declaração formal de guerra.

e) As normas costumeiras sobre crimes de guerra somente podem ser base para o julgamento
do TPI se estiverem codificadas em tratados.

Comentários

Letra A: errada. A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é classificada
como crime de genocídio.

Letra B: errada. A jurisdição do TPI não se dá sobre os Estados, mas sim sobre as pessoas.

Letra C: correta. O crime de apartheid é um crime contra a humanidade e, segundo o Estatuto de


Roma, é praticado no contexto de um regime institucionalizado de opressão e domínio sistemático
de um grupo racial sobre um ou mais grupos nacionais e com a intenção de manter esse regime.

Letra D: errada. A definição de crimes de guerra abrange atos praticados em conflitos armados
não internacionais.

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Letra E: errada. Não há necessidade de que normas costumeiras estejam codificadas para que
sirvam de base para o julgamento do TPI.

Gabarito: letra C.

24. (Juiz Federal / TRF 3a Região – 2011) No que se refere ao Tribunal Penal Internacional,
assinale a opção correta.

a) De acordo com o Estatuto de Roma, esse tribunal tem competência expressa para julgar
o terrorismo como crime contra a humanidade.

b) As línguas de trabalho, nesse tribunal, são o inglês e o francês.

c) Trata-se de organismo especializado da ONU.

d) De acordo com o que prevê o Estatuto de Roma, esse tribunal pode decidir pela pena de
morte em casos graves.

e) Essa corte começou a funcionar em 1998, com a conclusão do Estatuto de Roma.

Comentários

Letra A: errada. O terrorismo não se enquadra como crime contra a humanidade.

Letra B: correta. De fato, as línguas de trabalho do TPI são o inglês e o francês.

Letra C: errada. O TPI não é órgão da ONU.

Letra D: errada. O TPI não poderá decidir pela aplicação da pena de morte.

Letra E: errada. O TPI começou a funcionar em 2002, com a entrada em vigor do Estatuto de
Roma.

Gabarito: letra B.

25. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011) O TPI, instituição permanente, com jurisdição sobre as
pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade e funções complementares às
jurisdições penais nacionais, constitui corte internacional vinculada à ONU, não dispondo de
personalidade jurídica própria.

Comentários

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O TPI possui personalidade jurídica própria e não está vinculado à ONU.

Gabarito: errada.

26. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011) Nos termos do Estatuto de Roma, o TPI só poderá
exercer os seus poderes e funções no território de qualquer Estado-parte, sendo-lhe defeso
agir em relação a atos praticados no território dos Estados que não tenham subscrito o
Estatuto.

Comentários

O TPI também poderá exercer sua jurisdição em relação aos crimes praticados por nacionais de
Estados-parte do Estatuto de Roma, independentemente de onde tenham praticado o crime.

Gabarito: errada.

27. (Juiz Federal / TRF 1a Região – 2011) O TPI poderá impor à pessoa condenada pelos crimes
que afetem a humanidade no seu conjunto a pena de prisão perpétua, se o elevado grau de
ilicitude e as condições pessoais do condenado o justificarem.

Comentários

De fato, é possível que o TPI aplique a pena de prisão perpétua, se o elevado grau de licitude e
as condições pessoais do condenado o justificarem.

Gabarito: certa.

28. (Procurador da República / MPF – 2011) A jurisdição do Tribunal Penal Internacional é


desencadeada (“trigger”) pelo princípio da complementaridade, segundo o qual:

a) a jurisdição somente incide nas hipóteses em que o Estado-Parte do Estatuto de Roma


falha na persecução penal de crime da competência material do tribunal, por incapacidade
efetiva ou falta de vontade para a promover;

b) o procurador do tribunal é independente e não pode ser impedido de iniciar uma


investigação, sempre que constatar a falta de vontade ou a incapacidade efetiva de um
Estado-Parte do Estatuto de Roma de promover a persecução penal de crime da
competência material do tribunal;

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c) a admissibilidade de caso depende da falha na persecução penal doméstica de crime da


competência material do tribunal, por incapacidade efetiva ou falta de vontade do Estado
com jurisdição sobre o mesmo;

d) o tribunal tem primazia na persecução penal de crime de sua competência material, sem
prejuízo da jurisdição dos Estados-Parte.

Comentários

Letra A: errada. A falha na persecução penal é um requisito para admissibilidade do caso. Assim,
não diz respeito à jurisdição do TPI.

Letra B: errada. A falha na persecução penal não é um requisito para que o Procurador do TPI
inicie uma investigação.

Letra C: correta. A atuação do TPI é subsidiária, ou seja, a admissibilidade do caso depende da


falha na persecução penal doméstica, por incapacidade efetiva ou falta de vontade do Estado.

Letra D: errada. A primazia na persecução penal não é do TPI, competindo aos Estados a repressão
dos crimes de alta gravidade de competência do Tribunal.

Gabarito: letra C.

29. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) O Pacto Briand-Kellog, firmado no
período entreguerras, é considerado um marco na evolução do direito internacional, entre
outros aspectos, por proscrever a guerra na relação entre Estados.

Comentários

O Pacto Briand-Kellog foi celebrado em 1926. Por meio dele, os Estados renunciaram à guerra
como meio para solução de controvérsias.

Gabarito: certa.

30. (Consultor Legislativo / Câmara dos Deputados – 2014) Com o propósito de manter a paz e
a segurança internacionais, a Carta da ONU considera o recurso ao uso da força não mais
como um direito do Estado, mas como um ilícito internacional, impedindo o seu uso ainda
que em legítima defesa.

Comentários

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De fato, a Carta da ONU considera a guerra um ilícito internacional. No entanto, o uso da força é
admitido em caso de legítima defesa.

Gabarito: errada.

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