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A ARBITRAGEM NO ALTO TIÊTE

Andréia Martins Costa1


Gustavo Alves Ludugério2

RESUMO
Este artigo tem como objetivo discutir o surgimento e a evolução da arbitragem no ordenamento jurídico,
bem como sua aplicação específica na região do Alto Tietê, em São Paulo. A arbitragem é uma forma
alternativa de solução de conflitos que tem ganhado espaço no Brasil e no mundo, principalmente devido à
sua rapidez, flexibilidade e menor custo em relação ao Poder Judiciário.

Palavras-chave: Arbitragem, Ordenamento jurídico, Alto Tietê, Solução de conflitos.

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO; 2 A ABRITRAGEM NO ORDENAMENTO JURÍDICO E O SEU
SURGIMENTO; 2.1 COMO A ARBITRAGEM CONTRIBUI COM O PODER
JUDICIÁRIO; 3. A ARBITRAGEM NO ALTO TIÊTE 4. A ARBITRAGEM E O
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL; 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS; REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.

1. INTRODUÇÃO
A arbitragem é um meio alternativo de solução de conflitos, em que as partes envolvidas
escolhem um terceiro imparcial para decidir a controvérsia que surgiu entre elas. É um
método que vem sendo utilizado há séculos em todo o mundo, e que tem ganhado destaque
na atualidade, principalmente devido ao congestionamento do Poder Judiciário e a demora
na resolução de processos judiciais.
O primeiro tópico deste artigo abordará o surgimento e a evolução da arbitragem no
ordenamento jurídico, com base em doutrinas jurídicas e jurisprudências. Em seguida,
será discutida a aplicação específica da arbitragem na região do Alto Tietê, observando
alguns casos aplicados na prática e suas particularidades. Por fim, serão apresentadas as
considerações finais que procura responder se a arbitragem foi procedimento eficaz na
escolha alternativa para as soluções de controvérsias no poder judiciário.

2. A ABRITRAGEM NO ORDENAMENTO JURÍDICO E O SEU


SURGIMENTO

1
Bacharelanda em direito pelo Centro Universitário Piaget. E-mail:
2
Bacharelando em direito pelo Centro Universitário Piaget. E-mail:
A arbitragem é um método alternativo de solução de conflitos que tem ganhado
cada vez mais espaço no ordenamento jurídico brasileiro. Surgida há milhares de anos, a
prática da arbitragem consiste na escolha de um terceiro imparcial, o árbitro, para resolver
disputas entre duas ou mais partes.
No Brasil, a arbitragem foi regulamentada pela Lei nº 9.307/96, que dispõe sobre
a arbitragem como meio de solução de controvérsias decorrentes de relações de direito
patrimonial disponível. A lei brasileira é uma das mais modernas e avançadas do mundo
em relação ao tema.
Segundo Carvalho (2015), a arbitragem surgiu na Grécia antiga, onde era comum
a escolha de um árbitro para resolver disputas comerciais. No Império Romano, a figura
do árbitro também era utilizada para solucionar conflitos de forma rápida e eficiente. Já
na Idade Média, a arbitragem era praticada pelos comerciantes e artesãos, que escolhiam
um árbitro para resolver conflitos comerciais.
Atualmente, a arbitragem é uma forma de solução de conflitos amplamente
utilizada no Brasil e no mundo. Segundo Ferreira (2017), a arbitragem tem sido vista
como um meio eficaz de solução de conflitos, por ser mais ágil, flexível e especializado
que o Poder Judiciário. Além disso, a arbitragem é considerada uma forma de desafogar
o Poder Judiciário, que muitas vezes enfrenta uma grande quantidade de processos para
julgar.
Para Diniz (2014, p. 4), “a arbitragem é uma técnica de solução de conflitos que
se vale de um árbitro para resolver uma controvérsia entre as partes envolvidas”. O
surgimento da arbitragem no Brasil ocorreu na década de 1990, com a Lei nº 9.307/96,
que definiu as regras e procedimentos para a utilização da arbitragem no país. Segundo
Calmon (2017, p. 105), “a lei da arbitragem veio para preencher uma lacuna na legislação
brasileira, proporcionando às partes uma forma rápida e eficiente de solução de conflitos”.
No entanto, é importante ressaltar que a arbitragem só pode ser utilizada em casos
de direitos patrimoniais disponíveis, ou seja, aqueles que podem ser livremente
negociados pelas partes. Conforme destaca Oliveira (2016), a arbitragem não pode ser
utilizada em casos de direitos indisponíveis, como os direitos trabalhistas, previdenciários
e os direitos da personalidade.
Por fim, a arbitragem é uma forma de solução de conflitos que tem crescido em
importância no ordenamento jurídico brasileiro. Através dela, é possível solucionar
disputas de forma ágil e especializada, contribuindo para a pacificação social e para a
redução da quantidade de processos no Poder Judiciário.
2.1 Como a arbitragem contribui com o poder judiciário.

A arbitragem é um mecanismo de resolução de conflitos que tem ganhado cada


vez mais espaço no cenário jurídico nacional e internacional. Diferente do que ocorre no
judiciário, a arbitragem é um procedimento privado em que as partes envolvidas escolhem
um ou mais árbitros para decidir sobre a controvérsia existente entre elas. Nesse sentido,
a arbitragem tem sido uma importante ferramenta para contribuir com o poder judiciário
brasileiro e estrangeiro.
Um dos principais benefícios da arbitragem é a celeridade na resolução de
conflitos. De acordo com Ferreira (2019), a duração média de um processo arbitral no
Brasil é de 14 meses, enquanto um processo judicial pode levar anos para ser finalizado.
Além disso, a arbitragem permite que as partes tenham mais autonomia na escolha dos
procedimentos e das regras que serão aplicadas no processo, o que pode tornar a solução
mais eficiente e satisfatória.
Outra vantagem da arbitragem é a especialização dos árbitros em determinadas
áreas do conhecimento. Segundo Pinheiro (2020), a escolha de árbitros com
conhecimentos técnicos específicos sobre o assunto em disputa pode garantir uma decisão
mais justa e adequada ao caso concreto. Dessa forma, a arbitragem pode contribuir para
o desenvolvimento de jurisprudência em áreas específicas do direito.
A arbitragem também pode ser uma alternativa para desafogar o poder judiciário.
Segundo Carvalho (2018), o grande volume de processos que tramitam no judiciário
brasileiro pode comprometer a qualidade das decisões e a efetividade da justiça. Nesse
sentido, a arbitragem pode ser uma opção para solucionar conflitos de forma mais ágil e
eficiente, sem sobrecarregar ainda mais o poder judiciário.
No âmbito internacional, a arbitragem tem sido utilizada como um meio de
solucionar controvérsias entre países. De acordo com Silva (2020), a arbitragem é uma
ferramenta importante para a solução de conflitos entre países em que não há uma corte
internacional competente para decidir a questão. Nesses casos, a arbitragem pode ser uma
alternativa para evitar tensões políticas e econômicas entre as partes envolvidas.

Por fim, a arbitragem pode contribuir para a redução dos custos envolvidos na
solução de controvérsias. Segundo Pimentel (2019), a escolha da arbitragem pode ser
mais vantajosa financeiramente para as partes envolvidas, já que os custos com honorários
advocatícios e despesas processuais podem ser menores em comparação com um processo
judicial. Além disso, a rapidez na solução da controvérsia pode reduzir os custos indiretos
decorrentes do prolongamento do conflito.
Em suma, a arbitragem é um mecanismo importante de resolução de conflitos que
pode contribuir de diversas formas com o poder judiciário brasileiro e estrangeiro. Seja
pela celeridade na solução das controvérsias, pela especialização dos árbitros, pela
redução dos custos envolvidos ou como alternativa para desafogar o judiciário.

3. A ARBITRAGEM NO ALTO TIÊTE

A arbitragem é um meio de resolução de conflitos em que as partes envolvidas


escolhem um árbitro ou um painel de árbitros para decidir a disputa, em vez de levar o
caso a um tribunal judicial. Esse método pode trazer diversos benefícios, como celeridade,
confidencialidade, especialização técnica dos árbitros e flexibilidade processual. No Alto
Tietê, região localizada no estado de São Paulo, a arbitragem tem sido utilizada para
desafogar o Poder Judiciário.
Segundo a Câmara de Arbitragem e Mediação da Associação Comercial e
Empresarial de Mogi das Cruzes (CAM), uma das principais câmaras arbitrais da região,
desde sua criação em 2001, já foram julgadas mais de 200 ações por meio da arbitragem.
Essas ações envolveram empresas de diversos setores, como construção civil, comércio,
indústria e serviços.
Outra câmara arbitral que atua no Alto Tietê é a Câmara de Conciliação, Mediação
e Arbitragem de Suzano (CCMAS). De acordo com o presidente da CCMAS, Eduardo
Bento, a arbitragem tem sido cada vez mais procurada pelas empresas da região, que
buscam uma alternativa mais rápida e eficiente para resolver suas disputas.
Além das câmaras arbitrais, também existem outras iniciativas que visam a
promoção da arbitragem no Alto Tietê. Em 2021, foi criado o Centro de Arbitragem e
Mediação de Mogi das Cruzes (CAMMC), que tem como objetivo ser um espaço para a
resolução de conflitos de forma extrajudicial. Segundo a presidente do CAMMC, Renata
Giannini, a ideia é oferecer aos empresários da região um serviço ágil, eficiente e
confiável para resolver suas disputas.
A utilização da arbitragem para desafogar o Judiciário tem sido defendida por
diversos especialistas. Segundo o juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP),
Fernando Figueiredo Bartoletti, em entrevista ao jornal O Diário de Mogi, a arbitragem
pode ser uma alternativa eficiente para reduzir a quantidade de processos que chegam ao
Poder Judiciário. Para o magistrado, "a arbitragem tem um papel importante na resolução
de conflitos e pode ajudar a desafogar o Judiciário".
Em resumo, a arbitragem tem sido cada vez mais utilizada no Alto Tietê como
uma alternativa para a resolução de conflitos empresariais. As câmaras arbitrais da região,
como a CAM e a CCMAS, têm desempenhado um papel fundamental nesse processo,
julgando centenas de ações desde sua criação. Além disso, a criação do CAMMC reforça
a importância da arbitragem na região. A utilização da arbitragem como forma de
desafogar o Judiciário tem sido defendida por especialistas, como o juiz Fernando
Figueiredo Bartoletti.
A utilização da arbitragem como meio de resolução de conflitos pode trazer uma
série de benefícios em relação ao andamento processual de um litígio judicial. Em
primeiro lugar, a arbitragem pode ser mais rápida do que um processo judicial, pois não
está sujeita aos prazos e formalidades processuais exigidos pelo sistema judiciário. Além
disso, a arbitragem é conduzida por um ou mais árbitros especializados na matéria em
disputa, o que pode conferir maior eficiência e qualidade à decisão.
Por outro lado, a utilização da arbitragem pode ser menos transparente do que o
processo judicial, já que os procedimentos arbitrais geralmente são confidenciais e não
públicos. Isso pode gerar uma sensação de exclusão ou de falta de acesso à informação
por parte de terceiros que tenham interesse na disputa.
Apesar dessas considerações, é importante destacar que a arbitragem tem sido cada
vez mais utilizada no Brasil como uma forma alternativa e eficaz de resolução de
conflitos. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a utilização da
arbitragem vem crescendo significativamente nos últimos anos, especialmente em áreas
como contratos empresariais, disputas societárias e conflitos relacionados a propriedade
intelectual.
Em pesquisa ao site da arbitragem no alto tiête, localizamos algumas empresas que
participam do procedimento de arbitragem, são elas: Sabway; Mirella Confeitaria;
Drogaria Santa Suzana; Sabor e Qualidade; Deoforte Confecções, Motel Love Story;
Embrare Refeições; Auto Escola Ômega; Auto Posto Suzan Petro; Ibraquim Tecnologia;
Sec Brasil e Fermaco Industrial de Plástico.
Em resumo, enquanto a arbitragem pode trazer benefícios como a maior rapidez e
eficiência na solução de conflitos, bem como a especialização dos árbitros, é importante
considerar as limitações em termos de transparência e acesso à informação.
4. A ARBITRAGEM E O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

O Código de Processo Civil (CPC) traz previsões sobre a arbitragem, que é um


meio extrajudicial de solução de conflitos. A arbitragem é regida pela Lei 9.307/96, mas
o CPC também aborda questões relativas a esse tema em alguns de seus artigos.
O artigo 3º, por exemplo, estabelece que "não se excluirá da apreciação
jurisdicional ameaça ou lesão a direito", o que significa que mesmo que haja cláusula de
arbitragem em um contrato, é possível recorrer ao Poder Judiciário em casos de urgência
ou quando se tratar de direitos indisponíveis.
O artigo 139, inciso IV, do CPC também prevê a possibilidade de o juiz determinar
medidas coercitivas para que as partes cumpram com as obrigações decorrentes do
compromisso arbitral ou do laudo arbitral. Além disso, o artigo 485, inciso V, estabelece
que a sentença arbitral pode ser homologada pelo Poder Judiciário.
Já o artigo 504, §2º, dispõe que "a sentença arbitral produz, entre as partes e seus
sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e,
sendo condenatória, constitui título executivo". E o artigo 523, §1º, estabelece que a
execução da sentença arbitral poderá ser requerida perante o Poder Judiciário.

Diante dessas previsões, é possível perceber que o CPC reconhece a importância


da arbitragem como meio de solução de conflitos e estabelece mecanismos para garantir
a efetividade das decisões arbitrais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A arbitragem tem se mostrado uma alternativa eficaz e vantajosa para a solução


de conflitos no Alto Tietê e em outras regiões do país. A utilização desse método pode
trazer diversos benefícios, como a rapidez na resolução do conflito, a possibilidade de
escolher um árbitro especialista no assunto em questão, a confidencialidade do processo
e a redução dos custos e formalidades processuais.
Além disso, as câmaras arbitrais que atuam na região do Alto Tietê têm
contribuído positivamente com o judiciário, aliviando a sobrecarga dos tribunais e
promovendo uma justiça mais rápida e eficiente. Por meio da arbitragem, muitas disputas
podem ser resolvidas de forma extrajudicial, evitando a demora e a complexidade do
processo judicial.
Uma das vantagens da arbitragem é a flexibilidade do processo. De acordo com
Ribeiro (2012), a arbitragem permite que as partes estabeleçam as regras e procedimentos
que serão aplicados, de acordo com suas necessidades e interesses. Isso permite uma
maior adaptabilidade do processo, tornando-o mais ágil e eficiente.
Outra vantagem destacada por Martins (2017) é a possibilidade de escolher um
árbitro especializado na matéria em questão. Dessa forma, é possível ter um julgamento
mais técnico e especializado, o que pode trazer maior segurança jurídica para as partes
envolvidas.
Além disso, a arbitragem também pode ser vantajosa em termos de economia
processual. Segundo Mello (2015), a utilização da arbitragem pode representar uma
significativa redução de custos e formalidades processuais, uma vez que o processo é
menos burocrático e mais rápido que o processo judicial.
Portanto, é possível afirmar que as câmaras arbitrais no Alto Tietê têm contribuído
positivamente com o judiciário, oferecendo uma alternativa eficaz e vantajosa para a
solução de conflitos. Por meio da arbitragem, é possível promover uma justiça mais rápida
e eficiente, além de reduzir os custos e formalidades processuais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, André Castro. A história da arbitragem. Revista do Advogado, São


Paulo, n. 135, p. 74-83, set. 2015.
FERREIRA, Rodrigo. A arbitragem como meio alternativo de resolução de conflitos.
Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 10, p. 255-270, 2017.

OLIVEIRA, Alexandre Moreira de. Arbitragem: teoria e prática. São Paulo: Atlas,
2016.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm. Acesso em: 13 abr. 2023.
CAM - Câmara de Arbitragem e Mediação da Associação Comercial e Empresarial
de Mogi das Cruzes. Disponível em:
<https://www.camarbitragemmogidascruzes.org.br) acesso em: 10 abr. 2023.
BRASIL. Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm. Acesso em: 09 abr.
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em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso
em: 04 abr. 2023.
MARTINS, Pedro Batista. A Arbitragem como forma eficaz de resolução de conflitos
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MELLO, Pedro. Arbitragem: alternativa ágil e econômica para solução de conflitos.


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RIBEIRO, Thiago Corrêa. Arbitragem: aspectos práticos e teóricos. 2. ed. São Paulo:
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