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VIII SIEPE – SEMANA DE INTEGRAÇÃO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

ARBITRAGEM NO PARAGUAI

Fiorella Ramírez Delgado1; Mirian Beatriz Acosta Alvarenga2


1Universidad Nacional de Canindeyú. Fio25radel@gmail.com
2Universidad Nacional de Canindeyú. Paraguay. mirianacosta@gmail.com

Direito / Direito Civil

Palavras-chave: arbitragem, mediação1, negociação2, divulgação3

Resumo
O objetivo da investigação foi determinar a importância da difusão da mediação e da
arbitragem no direito do Paraguai. A metodologia foi não experimental, bibliográfica
documental em diversas fontes relacionadas ao tema em estudo. A partir desta revisão,
constatou-se que a arbitragem é um procedimento realizado por um terceiro neutro que
assume o papel de condutor do processo e facilitador da comunicação, qualidades que a
enquadram como uma entidade ativa, objetiva, flexível, paciente, honesta e neutra. que
ajude as partes a chegarem a um acordo cujos termos sejam aceitáveis para todos os
envolvidos no conflito, a assumirem uma participação ativa e a se tornarem protagonistas
do diálogo. Dessa forma, a arbitragem tende a minimizar o congestionamento nos tribunais,
a reduzir o custo e a demora na resolução de conflitos.
Introdução
A arbitragem no Paraguai é um tema de grande importância no campo jurídico.
Nesse sentido, a convenção de arbitragem nos negócios jurídicos processuais confere
autonomia às partes para resolver situações nos negócios comerciais.
Esta cifra é regulada no Paraguai pelas disposições contidas na Lei de Arbitragem
nº 1.879/2002, que estabelece que as partes envolvidas em um conflito podem concordar
em submetê-lo a um tribunal arbitral. O referido acordo é formalizado pela inclusão de uma
cláusula compromissória no contrato assinado pelas partes, e que estabelece que qualquer
controvérsia que surja entre elas será resolvida por meio de arbitragem.
A convenção de arbitragem em negócios jurídicos processuais confere autonomia às
partes envolvidas num conflito para resolver este tipo de situações relacionadas com
negócios comerciais através da mediação. Figura jurídica que permite às partes resolver
os seus conflitos de forma eficiente, eficaz e confidencial, com possibilidade de adaptar o
processo arbitral às suas necessidades específicas. Portanto, pode-se afirmar que a
arbitragem é uma ferramenta valiosa para as empresas que desejam resolver suas disputas
comerciais de forma rápida e eficaz.
O Objetivo geral da pesquisa foi determinar a importância da difusão da mediação e
da arbitragem no direito no Paraguai e os objetivos específicos foram: estabelecer as
características da mediação e da arbitragem na legislação paraguaia; identificar o impacto
da arbitragem na resolução de conflitos; reconhecer os tipos de arbitragem na legislação
paraguaia.

Anais da VIII SIEPE – Semana de Integração de Ensino, Pesquisa e Extensão


20 a 24 de novembro de 2023, UNICENTRO, ISSN 2526-0677
Material e métodos
O estudo realizado insere-se no tipo de pesquisa não experimental, pois as variáveis
não foram manipuladas e nenhuma situação foi construída, mas sim foram observadas
situações existentes não causadas intencionalmente pelo pesquisador, o que significa que
não houve controle direto sobre essas variáveis nem foi possível influenciá-los porque já
aconteceram, bem como os seus efeitos (Hernández et al., 2008). A pesquisa foi realizada
no mês de julho de 2023. A técnica utilizada foi a bibliografia documental, que consistiu na
coleta e seleção de informações por meio da leitura de documentos, livros, revistas e leis
relacionadas ao tema em estudo. A unidade de análise do estudo foi constituída pela Lei
1.879/02 de Arbitragem e Mediação.
Resultados e Discussão (Arial 12, Negrito, espaçamento simples, justificado)
Características da mediação e arbitragem na legislação paraguaia
A figura da mediação é definida por Moreno (2013) como um “método de resolução
alternativa à jurisdição, por meio do qual as partes em conflito chegam a uma solução por
si mesmas com a ajuda de um mediador que oferece às partes “novas vias de diálogo e
entendimento”. Por sua vez, os autores Fábrega e Heredia (2010) definem-no:
Como método alternativo de resolução de conflitos ao judicial que não se confunde
com as atividades de negociação realizadas por advogados, nem com a conciliação judicial
ou arbitragem, uma vez que o mediador não propõe, aconselha ou decide, mas limita-se a
fornecer às partes com mecanismos de aproximação e diálogo para que possam alcançar
as suas próprias soluções.
No Manual de Mediação publicado pela Suprema Corte de Justiça do Paraguai
(2007), o mecanismo de mediação está consagrado como um procedimento em que um
terceiro neutro ajuda as partes a resolverem seus conflitos, ou seja, é uma negociação
assistida por um terceiro. Isto difere claramente da negociação, na medida em que é um
procedimento através do qual as partes tentam resolver os seus conflitos sem a intervenção
de terceiros. Ressalte-se que esse material do STF indica que a conciliação está prevista
nos Códigos de Processo e que deve ser realizada perante um juiz, sendo um procedimento
semelhante à mediação em que o conciliador pode propor fórmulas de acordo, preservando
as partes envolvidos no litígio o poder de aceitá-lo ou não.
Dentro do disposto na Lei nº 1989/02 de Arbitragem e Mediação, especificamente no
seu artigo 53, a figura da mediação é definida como “um mecanismo voluntário destinado
à resolução de conflitos, através do qual duas ou mais pessoas gerem a resolução amigável
de resolverem eles próprios as suas diferenças com a assistência de um terceiro neutro e
qualificado denominado mediador.
As características fundamentais da mediação são a voluntariedade, a flexibilidade, a
gratuidade e a confidencialidade, sendo esta última parte da intervenção do mediador,
segundo a obra Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos do Instituto de Criminologia
e Ciências Criminais da Universidade de Valência (2015). Indica também que a
confidencialidade constitui um princípio norteador de toda mediação que deve atingir todos
os sujeitos envolvidos no processo, ou seja, não se refere apenas às partes, mas também
ao mediador e às testemunhas em questão, caso participem na mediação.
Incidência da arbitragem na resolução de conflitos
Segundo o que foi mencionado por Sosa (2012), “em qualquer uma das formas
aproximadas em que se apresentou em diferentes momentos históricos, a arbitragem
tornou-se uma fórmula de sucesso para a resolução de conflitos, tanto a nível nacional
como internacional”. Isto se deve principalmente ao fato de a figura da arbitragem ter
configurado “um modelo de busca de acordo aplicado como meio alternativo à solução de
um conflito contraditório”. É por isso que atualmente:

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Muitos países de diferentes continentes voltaram o seu interesse para a procura de
medidas alternativas para resolver os conflitos adversários que surgem entre os seus
habitantes em múltiplos aspectos da vida em sociedade. Muitos destes países não
encontraram uma solução, apesar das fortes medidas de repressão contra os infratores da
lei, de acordo com as diferentes fórmulas aplicadas a cada caso. Esta situação merece
atenção especial para estabelecer ações de acordo com cada situação de acordo com a
gravidade do caso em questão (Sosa, 2012).
O exposto mostra a relevância de destacar, como fez Sosa (2012), em seu estudo
sobre a mediação como alternativa para resolução de conflitos:
[Que] existem fatos e ações que ameaçam os principais bens jurídicos protegidos pelas
diferentes Cartas Magna, convenções e tratados internacionais e legislações nacionais de
cada país que asseguram os direitos humanos para a proteção dos bens jurídicos: a vida,
a dignidade, a liberdade e, consequentemente, , seus bens patrimoniais. Quando se trata
de ações contra estes principais bens jurídicos, é necessário unir esforços para a sua
proteção, através de meios adequados à sua salvaguarda, deixando uma mensagem clara
do seu rigor e abrangência em caso de ataque contra os mesmos.
É necessário reconhecer que “há muitas outras ações ou omissões nas quais o
comportamento humano se interpõe e que poderiam ser procuradas outras soluções menos
repressivas e, consequentemente, uma solução para as suas diferenças” (Sosa, 2012). E
é precisamente nesta medida que a arbitragem é proposta “como um dos meios alternativos
de resolução de conflitos, desde que haja vontade por parte das partes de resolverem as
suas diferenças e trabalharem para uma solução onde as partes expressem os seus
motivos e razões.” (Sosa, 2012).
Tipos de arbitragem
No Paraguai podem ser aplicadas diferentes modalidades de arbitragem, as quais
são regulamentadas nas disposições contidas na Lei nº 1.879 de Arbitragem e Mediação.
Entre os diferentes tipos de arbitragem que se aplicam no país estão os seguintes:
- Livre e institucional: A arbitragem livre é aquela em que as partes escolhem os árbitros e
estabelecem as regras do procedimento. E a arbitragem institucional é aquela em que uma
instituição arbitral administra o procedimento e estabelece as regras.
- Equidade e direito: A arbitragem por equidade é aquela em que os árbitros decidem a
controvérsia com o melhor de seu conhecimento e crença. Enquanto a arbitragem legal é
aquela em que os árbitros decidem a controvérsia aplicando regras legais.
- Voluntária e forçada: A arbitragem voluntária é aquela a que as partes recorrem de comum
acordo. E a arbitragem forçada é aquela em que as partes são obrigadas a comparecer por
disposição legal.
- Interna e internacional: Arbitragem interna é aquela em que as partes, o objeto da disputa
e o local da arbitragem estão no mesmo país. Embora a arbitragem internacional seja
aquela em que alguns desses elementos são encontrados em diferentes países.
Considerações Finais
Medidas ou métodos alternativos de resolução de conflitos são ferramentas
amplamente aceitas em todo o mundo. Os países latino-americanos não foram exceção.
Na região, cada Estado vem implementando sua aplicação no âmbito de políticas públicas
a fim de garantir o acesso à justiça para todas as pessoas, economia processual, agilidade
nas soluções, baixo custo para o Estado e, sobretudo, uma modalidade diferente e
inovadora que gera uma mudança de paradigma social no comportamento das pessoas
dentro da sociedade, por serem mais conscientes e responsáveis por suas ações ou
omissões em comparação com outros membros da sociedade em um estado de direito.

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Nesse sentido, a arbitragem, como procedimento extrajudicial que permite a resolução
de conflitos de interesses submetendo as partes, de comum acordo, à decisão de um ou
mais árbitros, é uma ferramenta eficaz para esse fim. A arbitragem está garantida no artigo
248 da Constituição Nacional do Paraguai e no artigo 97, relativo aos acordos coletivos de
trabalho, é expressamente reconhecida como método facultativo de resolução de conflitos
no local de trabalho.
Vale ressaltar que essas medidas alternativas de resolução de conflitos não buscam
“substituir a instância judicial, uma vez que existem atos puníveis que, pela importância do
bem jurídico que protegem, como a vida, uma possível mediação nem sequer será
discutível”. , quando a pessoa em perigo ou violência sofrida conforme justificado” (Sosa,
2014).
Referências (Arial 12, Negrito, espaçamento simples, justificado)

Castro J. (2022). El arbitraje: Método de resolución de conflictos.


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Oficina de Mediación de la Corte Suprema de Justicia, División de Investigación, Legislación
y Publicaciones, Centro Internacional de Estudios Judiciales.
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UNIVERSIDAD DE VALENCIA. Instituto de Criminología y Ciencias Penales. (2015). Mé-
todos alternativos de resolución de conflictos. Imprime: Alfa Delta Digital S. L. Valencia,
España.

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