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Seminario Tematico II
Nome: Mariamo Mussagy
Introdução
Este trabalho possui como objecto de estudo os métodos alternativos de resolução de conflitos, dando
ênfase à mediação, à conciliação e à arbitragem, salientando que existem outros métodos de resolução de
conflitos. Nesse estudo, buscou-se também compreender conceitos e desvantagens dos referidos métodos,
desde os primórdios da civilização humana até os tempos atuais, sem olvidar que o conflito é inerente ao
ser humano e à medida que a sociedade evolui, novas formas de solução de litígios são criadas e as
antigas melhoradas. Para realização do presente trabalho, foi utilizada ampla pesquisa doutrinária,
inclusive no que se refere ao direito comparado. Por fim, constatou-se que as formas alternativas de
resolução de conflitos são uma constante no mundo e, actualmente, estão cada vez mais presentes em
Moçambique, favorecendo assim a própria prestação jurisdicional, que passa a se ocupar de causas que
verdadeiramente não podem ser transacionadas.
Objectivo Geral
Objectivos específicos
A arbitragem é um método de resolução de conflitos, no qual as partes definem que uma pessoa ou uma
entidade privada irá solucionar a controvérsia apresentada pelas partes, sem a participação do Poder
Judiciário. Caracterizada pela informalidade, embora com um procedimento escrito e com regras
definidas por órgãos arbitrais e/ou pelas partes, a arbitragem costuma oferecer decisões especializadas e
mais rápidas que as judiciais e caberá as partes submeter a solução ao órgão competente, como estabelece
o art 4 da lei 11/99 de 8 de Julho.
A sentença arbitral tem o mesmo efeito da sentença judicial, pois é obrigatória para as partes envolvidas
na controvérsia. Por envolver decisões proferidas no âmbito de um mecanismo privado de resolução de
controvérsias, a arbitragem desponta como uma alternativa célere à morosidade do sistema judicial
estatal. Para recorrer à arbitragem, as partes devem estabelecer uma cláusula arbitral em um contrato ou
um simples acordo posterior à controvérsia, mediante a previsão de compromisso arbitral. Em ambos os
casos, é accionado um juízo arbitral para solucionar controvérsia já configurada ou futura. Nessas
hipóteses, evita-se a instauração de um novo litígio no Poder Judiciário, salvo em hipóteses bastantes
específicas que envolvam urgência, ou se surgirem discussões a respeito da execução de uma sentença
arbitral ou da validade em si da arbitragem.
A arbitragem não rivaliza com o Poder Judiciário. Pelo contrário, fortalece-o ao reduzir a quantidade de
processos distribuídos aos órgãos judiciais e ao estabelecer um meio alternativo para as partes envolvidas
resolvam problemas jurídicos.
Contudo a doutrina geral afirma que as maiores vantagens são a celeridade e a maior informalidade de seu
procedimento. Aponta o sigilo total e (tudo e resolvido diante do árbitro) e a especialização dos árbitros
como factores essenciais para realização do sistema arbitral.
Interessa ainda referir que a doutrina a nível internacional aponta as seguintes vantagens:
A carência de procedimentos rígidos pode dar margem a actos ilegítimos, imorais, ou dar lugar a
disputas ainda maiores ás partes:
Ausência da neutralidade, pois o árbitro privado mantém relações com uma das partes ou com os
advogados da parte; e a preexistência de ressentimentos entre as partes. Nesses casos, a
flexibilidade do procedimento arbitral torna-se uma inconveniência, pois falta uma autoridade
forte capaz de pôr fim a combates processuais de imediato.
Possibilidade do árbitro, um perito na matéria de fato sobre a qual versa o litígio, pode não ser tão
bem versado em leis;
Por outro lado, o árbitro indicado poderá ser um jurista sem conhecimento e experiência pela
matéria de facto envolvida na disputa. Com o juízo arbitral, cada parte indica o seu próprio árbitro
e corre-se o risco de cada um deles actue em defesa dos interesses daquele que o tenha indicado.
Mediação
Mediação é um método extrajudicial de resolução de conflitos, em que uma terceira pessoa, o mediador,
escolhido pelas partes envolvidas no conflito, actua como facilitador da interacção e do diálogo entre as
partes. As pessoas envolvidas são conduzidas a uma maior compreensão das respectivas posições e
interesses, o que contribui para que elas mesmas, de forma cooperativa, encontrem as melhores soluções
para satisfazer os seus respectivos interesses, preservando o relacionamento. O Mediador busca sempre
ser imparcial e neutro, estabelecendo atitudes de respeito e cooperação entre as partes, de maneira que
estas possam criar, avaliar e escolher as melhores alternativas para a solução do conflito. O mediador tem
o dever de conduzir o processo da mediação, mas às partes cabe a incumbência de buscar suas próprias
soluções para o conflito. O mediador não decide nem sugere, mas promove um processo de reflexão das
partes para que elas tenham a melhor compreensão do conflito e, uma vez este compreendido, possam
buscar alternativas de solução em acções cooperativas, como podemos extrair do art 60 da lei 11/99 de 8
de Julho, no que toca ao objecto da mediação.
Apesar de que qualquer pessoa possa habilitar-se para o desempenho do ofício de mediador, é
aconselhável que o mediador seja uma pessoa previamente preparada sendo dotado de conhecimentos da
técnica e dos métodos de mediação, necessários para o bom desenvolvimento do procedimento de
resolução de conflitos. É importante que o mediador seja neutro e equidistante das partes envolvidas de
forma a assegurar à facilitação do diálogo para que os debates se encaminhem para o consenso onde o
acordo resulte em ser fiel aos interesses das partes e respeite aos princípios gerais de direito.
Conciliação
Merecem destaque dois princípios que regem a conciliação: o princípio do consensualismo (autonomia da
vontade das partes), no qual as partes decidirão sobre a conciliação entabulada, sendo a solução da
disputa dada pelas próprias partes, sempre sob a orientação e supervisão do conciliador, conferindo-lhe
maior legitimidade.
Tem-se também o princípio da decisão informada, no qual as partes, por meio do conciliador, obterão
informações detalhadas sobre os seus direitos bem como quanto às consequências jurídicas da
conciliação. Existem outros princípios relacionados à conciliação, como o princípio da validação e o
princípio da aptidão técnica
Neutrabilidade
Confiabilidade
Sensibilidade para tratar com pessoas;
Espírito conciliador e cooperar com outro conciliador;
Buscar soluções alternativas;
Fazer sugestões ou propostas de acordos.
Um dos pontos destacados a quem é contra este método, é as várias interrupções trazidas ao longo do
processo, que se houver claro que as partes não pretendem negociar, irá sim prolongar o processo, pois
bem existem então duas situações importes para considerar. Uma é aquela em que o problema já está
dentro da competência de um Juiz, neste caso o processo segue para o julgamento. A outra situação, é
aquela em que ainda não foi promovida uma acção, as partes tentaram, mas não foi possível entrar em um
acordo, então as partes podem recorrer à justiça a fim de tentar resolverem seu litígio resolvido por um
terceiro, criando assim mais um processo.
Outra desvantagem trazida por estes métodos é a falta de profissionais capacitados em mediar e conciliar,
falta mais divulgação de cursos para a área, além da falta de informação da população, que muitas das
vezes nem reconhece tais mecanismos, e por se encontrar em situação de hipossuficiência acaba
deixando seu direito de lado, acreditando em ser um processo de alto custo e demorado.
Conciliação
O conciliador deve ser uma pessoa neutra, estranha ao litígio, cuja tarefa é fazer com que as partes
estabeleçam um acordo.Normalmente, a conciliação é utilizada em conflitos menores, em que existe uma
clara identificação do problema, como a realização de uma cobrança abusiva, ou questões que envolvem
direitos trabalhistas individuais, ou, ainda, os casos de divórcio.
Por existir uma polarização, o conciliador pode assumir posição mais firme e propor acordos para as
partes. No entanto, não pode impô-los.
Se houver uma composição amigável, os litigantes podem homologar o acordado no judiciário para que
este tenha carácter de título judicial, o que é comummente feito em questões que envolvem direitos
trabalhistas individuais. Porém, isso não é regra, havendo conciliações totalmente extrajudiciais, como
nos casos que tratam de direito do consumidor.
Mediação
A mediação, assim como a conciliação, é comandada por uma terceira pessoa, estranha ao litígio e neutra.
Normalmente, uma demanda precisa ser mediada quando não existe diálogo entre as partes e o motivo
pelo qual elas estão brigando não é claro. Um exemplo clássico é a briga de vizinhos, que acumula várias
questões durante um tempo, sendo necessário, primeiramente, separar o que é de fato incômodo do que é
apenas implicância.
Por causa disso, o papel do mediador é diferente do conciliador. Não cabe ao mediador propor acordos.
As partes determinam as regras e a forma de conversar. O profissional que está ali, organizando a
conversa, deve facilitar o diálogo e garantir que a ordem e a civilidade sejam seguidas.
Arbitragem
Por fim, a arbitragem é o modo de resolução alternativa de litígios que mais se parece com o modelo
judicial, pois é aplicada quando as partes não conseguiram resolver seus problemas de forma amigável.
Os litigantes elegem uma terceira pessoa, o árbitro (ou tribunal arbitral), para julgar sua demanda. Ao
contrário da conciliação e da mediação, o árbitro tem poder de decisão, e as partes devem obedecer ao que
for decidido, não cabendo recurso.
A sentença arbitral é equiparada à decisão de um tribunal de primeira instância, e, se uma das partes
descumpri-la, cabe execução judicial.
Conclusão
Diante da sociedade actual, onde lides se instauram a cada momento foi um motivo de satisfação perceber
que estes novos métodos têm trazido grandes vantagens ao nosso sistema judiciário.
Trata-se de métodos que tem sim grandes chances de se tornarem eficazes contra o congestionamento do
judiciário, estes métodos apresentados vieram para revolucionar, e trazer a sociedade novos mecanismos
para solucionar problemas sem a entrada ao poder judiciário, e se já se encontra nele, é dado a
oportunidade de solucioná-lo.
Os conciliadores ou mediadores e os árbitros deverão ser profissionais de conduta ilibada e idónea, além
de cooperar para a boa qualidade de seu serviço prestado, mantendo os padrões exigidos, além de seguir o
código de ética, agir com prudência, respeito, postura de forma ética, além de sempre está se
especializando.
Em nenhuma hipótese poderá ser ignorado que está lidando com um ser humano, por isso é de extrema
importância não só ser um seguidor de leis e códigos mais possuir a sensibilidade e a doçura, além de ser
um verdadeiro apaziguador, já que na maioria das vezes as partes se encontram estressadas por tal
conflito, cabe ao profissional aplicas as técnicas ensinadas no curso, mas principalmente de gostar do que
faz, lidar com um terceiro que pense completamente diferente do que o outro entenda como correto não é
algo fácil, mesmo porque não é de cultura do povo Moçambicano solucionar seus conflitos a base de uma
conversa, por isso estes métodos veio para tentar inibir esta cultura de lides.
Bibliografia
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