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PROVA 2 FORMAS CONSENSUAIS DE CONFLITOS

NOME: GABRIELA PACHECO SCUR

TURNO: NOITE CURSO:DIREITO

1-Na conciliação judicial, quando as partes entram em consenso e produzem um acordo, esse
acordo homologado pelo juiz resolve o mérito do processo? Justifique sua resposta

Na conciliação judicial, quando as partes entram em consenso e tem um acordo, esse acordo
homologado pelo juiz geralmente resolve o mérito do processo. O mérito do processo refere-se à
questão central em disputa, ou seja, a controvérsia principal que levou ao litígio.

Quando as partes chegam a um acordo na conciliação, elas estão concordando com os termos e
condições para a solução do conflito. Esse acordo, uma vez homologado pelo juiz, torna-se uma
decisão judicial com força executória, ou seja, tem o mesmo valor de uma sentença proferida pelo
juiz após um julgamento. Ao homologar o acordo, o juiz verifica se ele está em conformidade com
a lei e se não fere direitos ou princípios fundamentais. Uma vez que o juiz esteja satisfeito com os
termos do acordo, ele o homologa, tornando-o parte integrante do processo judicial.

Dessa forma, o acordo homologado pelo juiz resolve o mérito do processo, uma vez que as partes
chegaram a um consenso e estabeleceram as condições para a solução do litígio. O acordo
substitui a necessidade de um julgamento ou de uma sentença judicial e põe fim ao processo,
evitando a continuidade da controvérsia e promovendo a pacificação das partes de forma
consensual.

2-É possível que da sessão ou das sessões de mediação resulte um acordo sobre somente uma
parte dos pedidos feitos no processo? Se sim, o que ocorre com os pedidos que não são objetos
do acordo? Justifique sua resposta.

Sim, é possível que, durante as sessões de mediação, as partes alcancem um acordo sobre apenas
uma parte dos pedidos feitos no processo. Nesse caso, os pedidos que não são objeto do acordo
permanecem pendentes de resolução. A mediação é um processo em que um terceiro imparcial, o
mediador, auxilia as partes na identificação e resolução de seus conflitos. Durante as sessões de
mediação, as partes têm a oportunidade de discutir suas questões, interesses e necessidades, com
o objetivo de chegar a um consenso mutuamente satisfatório. No entanto, nem sempre as partes
conseguem resolver todos os pontos em disputa por meio da mediação. Pode haver situações em
que elas concordam com alguns pedidos, mas não conseguem chegar a um acordo sobre outros.
Nesse caso, os pedidos não abrangidos pelo acordo continuam pendentes e serão tratados de
acordo com o procedimento regular do processo judicial.Os pedidos não objeto do acordo serão
submetidos à análise e decisão do juiz responsável pelo processo. O juiz irá considerar as alegações
e provas apresentadas pelas partes, bem como os fundamentos legais aplicáveis, e proferirá uma
sentença sobre os pedidos pendentes. Essa sentença pode ocorrer por meio de um julgamento ou
de uma decisão interlocutória, dependendo do estágio processual em que o caso se encontra.
Portanto, os pedidos que não são objeto de acordo na mediação seguem o curso normal do
processo judicial, aguardando a decisão do juiz responsável. A mediação pode ser uma forma
eficaz de resolver algumas questões, mas nem sempre todas as demandas são resolvidas por esse
meio, sendo necessário recorrer ao Judiciário para a solução integral do litígio.

3-A arbitragem é uma forma de exercício da missão jurisdicional na qual as partes escolhem
submeter seu conflito a um tribunal arbitral. A decisão elaborada por esse tribunal pode ser
modificada pelo judiciário? Justifique sua resposta.

A arbitragem é um método de resolução de disputas em que as partes envolvidas escolhem


submeter seu conflito a um tribunal arbitral, em vez de recorrer ao Poder Judiciário tradicional. O
tribunal arbitral é composto por árbitros escolhidos pelas partes ou por uma instituição arbitral
designada. Uma das características fundamentais da arbitragem é a finalidade da decisão arbitral.
Em geral, as decisões proferidas por um tribunal arbitral são definitivas e vinculantes para as
partes envolvidas. Isso significa que, em princípio, a decisão arbitral não pode ser modificada pelo
Judiciário. A decisão arbitral é considerada como um título executivo, assim como uma sentença
judicial. Isso significa que, caso uma das partes não cumpra voluntariamente a decisão arbitral, a
parte favorecida pode buscar a sua execução perante o Poder Judiciário. Nesse caso, o Judiciário
atua apenas para garantir a efetividade da decisão arbitral, não revisando ou modificando o seu
conteúdo. Existem, entretanto, situações limitadas em que o Judiciário pode interferir na decisão
arbitral. Essas situações estão previstas nas legislações arbitrais de cada país e são geralmente
limitadas a questões processuais específicas, como a nulidade do procedimento arbitral, vícios no
processo de nomeação dos árbitros ou irregularidades no procedimento arbitral que violem
princípios fundamentais de ordem pública. Em casos excepcionais em que ocorra uma nulidade
grave ou flagrante violação de direitos fundamentais, o Judiciário pode anular a decisão arbitral.
No entanto, essa possibilidade é restrita e requer fundamentos sólidos para que o tribunal judicial
intervenha no resultado da arbitragem. Portanto, em princípio, a decisão elaborada por um
tribunal arbitral não pode ser modificada pelo Judiciário, a menos que existam vícios processuais
graves que justifiquem a anulação da decisão. A arbitragem é um meio alternativo de resolução de
disputas que busca proporcionar uma solução eficiente e definitiva, fora do sistema judiciário
tradicional.

4-Nos contratos de adesão, a cláusula de arbitragem é valida? Se sim, qual a condição? Justifique
sua resposta

Nos contratos de adesão, a cláusula de arbitragem pode ser válida, desde que atenda a certas
condições específicas. A validade da cláusula de arbitragem em contratos de adesão é um tema
que varia de acordo com a legislação de cada país, bem como as interpretações dos
tribunais.Geralmente, para que uma cláusula de arbitragem em um contrato de adesão seja
considerada válida, é necessário que ela cumpra os seguintes requisitos: Transparência: A cláusula
de arbitragem deve ser clara e facilmente compreensível para a parte aderente. Ela não deve ser
redigida de forma ambígua ou oculta, garantindo que a parte tenha conhecimento prévio e possa
tomar uma decisão informada.Consentimento livre e expresso: A parte aderente deve ter a
oportunidade de ler, entender e concordar com a cláusula de arbitragem. Não deve haver qualquer
forma de coerção, pressão indevida ou desequilíbrio significativo de poder na aceitação da
cláusula. A parte deve ter a liberdade de escolher entre a arbitragem e a jurisdição
estatal.Equilíbrio contratual: A cláusula de arbitragem não pode impor ônus excessivos ou
prejudicar desproporcionalmente os direitos da parte aderente. O contrato como um todo deve ser
equilibrado e razoável, respeitando os princípios gerais do direito contratual.Além desses
requisitos, em alguns países, a validade da cláusula de arbitragem em contratos de adesão pode
estar sujeita a outras condições, como a necessidade de informação prévia sobre a possibilidade
de recorrer à arbitragem, a possibilidade de renúncia posterior à arbitragem por uma das partes,
entre outros.A justificativa para essas condições é garantir a proteção dos direitos das partes
aderentes, evitando abusos e assegurando que a arbitragem seja uma escolha voluntária e
informada. Dessa forma, a validade da cláusula de arbitragem em contratos de adesão está
relacionada à observância dos princípios de transparência, consentimento livre e expresso, e
equilíbrio contratual. É importante consultar a legislação específica do país em questão para obter
orientações mais precisas sobre esse tema.

5-Discorra sobre os efeitos da justiça restaurativa à vítima e ao infrator?

A justiça restaurativa é um modelo alternativo de resolução de conflitos que busca promover a


reparação, a reconciliação e a reintegração das partes envolvidas, especialmente a vítima e o
infrator. Ao contrário do sistema tradicional de justiça, que se concentra principalmente na punição
do infrator, a justiça restaurativa enfatiza a responsabilização, o diálogo e a cura das relações
afetadas pelo crime ou pelo conflito. Os efeitos da justiça restaurativa podem ser significativos
tanto para a vítima quanto para o infrator. Abaixo, estão alguns dos principais efeitos que a justiça
restaurativa pode ter em ambas as partes:

Vítima:Empoderamento: A justiça restaurativa permite que a vítima tenha voz ativa e participe
diretamente no processo de resolução do conflito, expressando suas preocupações, sentimentos e
necessidades. Isso pode ajudar a restaurar o senso de controle e empoderamento.
Reconhecimento e validação: A vítima tem a oportunidade de ser ouvida e ter sua experiência
reconhecida pelo infrator. Isso pode fornecer validação emocional e ajudar na cura. Reparação: A
justiça restaurativa busca a reparação do dano causado à vítima, seja por meio de restituição
financeira, serviços comunitários ou outras formas de compensação. Isso pode ajudar a restaurar a
sensação de justiça e proporcionar alguma forma de reparação material.

Infrator:

Responsabilização: A justiça restaurativa enfatiza a responsabilização do infrator, mas de uma


forma mais construtiva. Ao enfrentar diretamente as consequências do seu comportamento e se
engajar no processo de reparação, o infrator pode reconhecer o impacto de suas ações e assumir a
responsabilidade por elas. Oportunidade de reparação: A participação em processos restaurativos
oferece ao infrator a oportunidade de fazer algo significativo para reparar o dano causado, seja
através de um pedido de desculpas, serviços comunitários ou outras ações que possam ajudar a
restaurar a harmonia. Mudança e reintegração: A justiça restaurativa busca promover a
reintegração do infrator na comunidade, fornecendo oportunidades para que ele aprenda com
seus erros, desenvolva habilidades e comportamentos positivos e evite reincidências. A abordagem
restaurativa visa promover a transformação do infrator, incentivando-o a assumir um papel
construtivo na sociedade. É importante ressaltar que os efeitos da justiça restaurativa podem
variar em cada caso e dependem da disposição e participação das partes envolvidas. Além disso, a
justiça restaurativa não é adequada para todos os tipos de crimes ou conflitos, e sua
implementação efetiva requer uma estrutura de suporte e profissionais treinados para facilitar os
processos restaurativos de maneira adequada.

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