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FACULDADE IBMEC

CURSO DE DIREITO

ESTUDOS INTERDISCIPLINARES EM DIREITO III

ATIVIDADE 1

EDUARDO JORGE MOURA KAIRALLA – RA 201851365443

TURMA NS10

SÃO PAULO
2022

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EDUARDO JORGE MOURA KAIRALLA

ESTUDOS INTERDISCIPLINARES EM DIREITO III

ATIVIDADE 1

ATIVIDADE 1 apresentado ao Curso de Direito


da Faculdade IBMEC, como requisito para
obtenção de nota na matéria de ESTUDOS
INTERDISCIPLINARES EM DIREITO III

Orientador: Professor Zakimi

SÃO PAULO
2022

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1. ARBITRAGEM: CONCEITO, PRINCÍPIOS, DIFERENÇAS DA
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO, ALTERNATIVA, VANTAGENS,
EFICIÊNCIA E LEGISLAÇÃO.

A arbitragem é um procedimento que visa solucionar conflitos das mais variadas


áreas (desde que envolva patrimônio e que o objeto em conflito seja negociável –
direitos patrimoniais disponíveis) e que hoje, após a promulgação da Lei de
Arbitragem (Lei nº 9.307/96) possui a mesma validade de um processo judicial. Ou
seja, a sentença proferida por um árbitro (juiz privado) tem a mesma validade da
sentença proferida pelo juiz estatal (ambas possuem a natureza de título executivo
judicial).

Em suma, na arbitragem as partes irão nomear o(s) julgador(es) para seu caso e
este, seguindo um procedimento distinto do processo judicial estatal e sempre
respeitando o contraditório e a ampla defesa, irão proferir uma sentença que encerra
a sua função (a sentença arbitral deverá ser executada no Poder Judiciário se
necessário).

A arbitragem surge, em regra, de uma cláusula contratual conhecida como


cláusula compromissória. Ou seja, basta inserir em seu contrato que eventual disputa
deverá ser decidida por arbitragem que esta seguirá necessariamente para esta via
de solução de conflitos.

Após o conflito surgir, mesmo não havendo essa cláusula contratual prévia, as
partes também poderão optar pela arbitragem bastando realizar um compromisso
arbitral, ou seja, um acordo para encaminhar a disputa para a arbitragem.

A cláusula compromissória e o compromisso arbitral são espécies do gênero


convenções de arbitragem.

Interessante observar que a cláusula compromissória, se inserida no contrato, ela


se torna autônoma, ou seja, mesmo que o contrato seja nulo ou anulável a disputa
continuará sendo solucionada pela arbitragem.

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Idealmente, utiliza-se modelos de cláusula compromissórias institucionais, ou seja,
verifique os sites das instituições arbitrais mais reconhecidas no Brasil (CAM-CCBC,
CAMARB, CBMA, CMAA, etc…) e insira em seu contrato as cláusulas modelo
propostas por estas (inclusive há modelos que combinam arbitragem com outras
modalidades de solução de conflitos como a mediação – cláusulas híbridas).

A arbitragem nasce, portanto, da escolha das partes que devem concordar com tal
forma de solução de conflitos (no direito denominamos tal fato de exercício da
autonomia da vontade).

Em suma, a vontade das partes nessa escolha será respeitada e os envolvidos


ficarão impossibilitados, ao menos em um primeiro momento, de processar a parte
adversária no Judiciário.

A arbitragem possui como principais vantagens a eficiência, a confidencialidade, a


possibilidade de escolha de árbitro (julgador) especialista na temática e a flexibilidade.

Na arbitragem conflitos complexos são solucionados em tempo reduzido se


compararmos com o Poder Judiciário (nos principais centros de arbitragem do país o
procedimento se encerra em torno de 24 e 30 meses).

Os procedimentos são, em regra, confidenciais. A confidencialidade pode ser


interessante para empresas que não desejam disponibilizar dados sensíveis para o
público em geral.

As partes escolhem os árbitros de acordo com sua experiência e conhecimento do


tema da disputa. O procedimento é flexível e pode ser customizado pelas partes em
acordo com os árbitros (prazo mais longos ou curtos por exemplo).

A arbitragem é indicada para contratos de maior valor tendo em vista seu alto
custo.

Os honorários dos árbitros (em regra três árbitros) são fixados pelas câmaras
arbitrais em tabelas que atrelam tal valor ao montante em disputa. No entanto, o valor
dos honorários dos árbitros pode ser irrelevante com relação aos custos provocados
pelas próprias partes na produção de provas, viagens etc.

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Os advogados das partes devem ser, além de juristas diligentes, bons gestores do
procedimento arbitral o que significa que devem realizar controle dos custos (não
devem, por exemplo, requisitar a produção de provas desnecessárias ou que terão
pouco impacto na convicção dos julgadores).

Outro ponto que pode ser considerado vantagem ou desvantagem a depender da


perspectiva é a impossibilidade de recurso da decisão arbitral.

Não há possibilidade de recurso para o Judiciário.

Há apenas a previsão legal de anulação da sentença arbitral no Judiciário, porém,


em regra, para questões meramente formais e específicas (art. 32 da Lei 9.307/96).

As partes poderão acordar possibilidade de recurso na arbitragem, no entanto, tal


previsão é de difícil ocorrência devido aos custos sem mencionar que contrariaria a
própria natureza da arbitragem que é de solucionar o conflito com rapidez.

A conciliação e mediação pressupõem a intervenção de um terceiro neutro, o


facilitador. O conciliador se restringe a demonstrar as vantagens do acordo e o método
possui relação de simbiose com o Judiciário (praticada por magistrado e conciliador).

O conciliador deve, portanto, incentivar o acordo fazendo propostas viáveis e


esclarecer os riscos de a demanda ser judicializada. A conciliação geralmente se
resume a uma única sessão sendo, portanto, mais célere e ágil que a mediação.

Já a mediação é indicada para situações em que as partes possuem um conflito


que se arrasta no tempo e, geralmente, quando há interesse na continuidade das
relações (sejam estas comerciais ou pessoais).

O papel do mediador é mais atuante do que o do conciliador no que tange a


facilitação da resolução do conflito. O mediador se dedica a compreender a origem da
controvérsia e identificar as necessidades individuais e comuns entre as partes.

O mediador possui como papel primordial restabelecer a comunicação e


proporcionar um ambiente para composição das decisões, seja este ambiente físico
ou virtual. É, antes de tudo, um administrador do conflito.

A principal semelhança entre a mediação e a conciliação trata dos princípios que


os regem: confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialidade e

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autonomia. E a principal distinção é o acordo como fruto da restauração do diálogo e
da reformulação da relação na mediação, e o acordo como objeto principal na
conciliação.

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