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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

LICENCIATURA EM CURSO DE DIREITO

Cadeira:

Arbitragem e resoluções de conflitos

Trabalho do 2º Grupo 4º Ano Pós-laboral

Tema: Arbitragem Laboral

Discentes: Docente:

Abdul Razak Colaço Dr. Bonifácio Chiossa

Adelina Fernando

Betinho Inocêncio Gomes

Cleofa Afonso Oliveira

Rafael Gido Constâncio

Lichinga, Outubro de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

Licenciatura em Direito

Discentes:

Abdul Razak Colaço

Adelina Fernando

Betinho Inocêncio Gomes

Cleofa Afonso Oliveira

Rafael Gido Constâncio


Trabalho de cadeira de Arbitragem e
resoluções de conflitos, a ser submetido
ao Docente da cadeira, Dr. Bonifácio
Chiossa, para efeitos de avaliação.

Lichinga, Outubro de 2023


Índice
1. Introdução....................................................................................................................................4

1.1.0. Objectivos..............................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo geral.......................................................................................................................4

1.1.2. Objectivo Específicos:...........................................................................................................4

1.1.3. Metodologia...........................................................................................................................4

2. Breve Historial de Arbitragem.....................................................................................................5

2.1.0. Conceito de Arbitragem.........................................................................................................6

3. ARBITRAGEM LABORAL.......................................................................................................7

3.1.0. Arbitragem em Moçambique.................................................................................................7

3.1.1. Instituições arbitrais...............................................................................................................8

3.1.2. Características fundamentais da lei n° 11/99.........................................................................8

3.1.3. Modalidades de arbitragem....................................................................................................8

Conclusão......................................................................................................................................10

Referências bibliográficas.............................................................................................................11
1. Introdução
O presente trabalho com o seguinte tema arbitragem laboral, disse arbitragem, um meio
extrajudicial de resolução de conflitos com carácter hétero compositivo, uma vez que, como já
referimos, o árbitro decide o litígio entre as partes impondo uma decisão obrigatória. Os
processos de adjudicação (judicial e arbitragem) são sempre formas héteros compositivas de
solucionar os conflitos, uma vez que a decisão do caso compete à terceira entidade, que tem o
poder de a impor às partes

1.1.0. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral: Compreender a Arbitragem Laboral em Moçambique.

1.1.2. Objectivo Específicos:


 Falar do breve historial de arbitragem;
 Saber o conceito de Arbitragem;
 Analisar as características fundamentais da lei n° 11/99.

1.1.3. Metodologia
Segundo COELHO, (2010), ao afirmar que a “metodologia corresponde em um estudo sistémico
dos métodos caracterizados em diferentes técnicas validas e avaliadas permanentemente,
métodos aqueles que devem ser planeados e apropriados aos objectivos de análise de cada
disciplina em ordem a visão permanente e crítica do conhecimento científico.” Para
concretização do presente trabalho recorreu-se a consulta de livros, artigos que continham a
informação do tema, pesquisa na internet, técnica de resumo e digitação, assim como as
pesquisas e bibliotecas com o intuito de trazer o essencial e melhorar o desenvolvimento
científico do trabalho.

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2. Breve Historial de Arbitragem
As referências à arbitragem remontam à Grécia antiga, em Roma. Refere-nos Pedro Romano
Martinez que “Cícero contrapunha o julgamento à arbitragem, explicando que no julgamento se
pode ganhar ou perder tudo enquanto na arbitragem tem-se intenção de não perder tudo e de não
obter tudo”. O crescimento da arbitragem deu-se depois da II Grande Guerra. À história da
arbitragem está intrinsecamente ligada à história do comércio, ao surgir no período medieval
como forma de resolução de conflitos entre os comerciantes nas feiras europeias, permitindo o
julgamento através de regras comerciais diferentes das estatais. (MARTINEZ, 2011)

Segundo SORTANE, Até 2007, em Moçambique, só os conflitos colectivos de trabalho podiam


ser submetidos à arbitragem, pelo que a consagração da possibilidade de solução dos conflitos
individuais de trabalho reveste-se de extrema importância.

A morosidade do sistema de administração da justiça, com as inerentes demoras de solução dos


litígios, o aumento da litigiosidade laboral, muitas vezes derivada da privatização do Sector
Empresarial do Estado, impôs que fossem criados os tribunais de trabalho e consagrada
arbitragem dos conflitos individuais de trabalho.

As relações entre o empregador e o trabalhador implicam o cumprimento e exercício de deveres


e direitos recíprocos, havendo, no decurso dessa relação, susceptibilidade do surgimento de
conflitos. A resolução desses conflitos, como na generalidade dos casos ocorre, pertence aos
tribunais estaduais, os quais, na área laboral, tinham o exclusivo da resolução de conflitos
individuais de trabalho.

Mas, fora do caso dos conflitos individuais de trabalho, a lei admitia, em regra, o compromisso
arbitral, e as partes podiam não recorrer aos tribunais judiciais, mas sim aos tribunais arbitrais,
através da celebração de pactos privativos ou atributivos de jurisdição.

Fora desses casos, há, pois, que recorrer aos tribunais estaduais, nos quais haverá sempre, uma
acção, um conjunto de procedimentos para o reconhecimento do direito violado.

Em todo o caso, apesar de exercer a função jurisdicional, o Estado (através dos tribunais) só pode
resolver o conflito de interesses, o litígio entre empregador e trabalhador, se uma das partes
(empregador ou trabalhador) intentar uma acção para que o tribunal reconheça o seu direito, isto

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é, o tribunal não pode agir de sua livre iniciativa, não pode agir oficiosamente, devendo aguardar
que uma das partes introduza o litígio em tribunal. (SORTANE, 2014)

O exclusivo recurso aos tribunais estaduais em matéria dos conflitos individuais de trabalho,
suscitava inúmeras críticas, tendo em conta a morosidade do sistema estadual. Por isso, em
resposta a esta situação, a lei estendeu aos conflitos individuais de trabalho, a arbitragem laboral,
facto que irá permitir uma rápida resolução dos mesmos.

Esta inovação pretende estimular a resolução extrajudicial dos conflitos de trabalho,


contribuindo, deste modo, para o descongestionamento dos tribunais judiciais, os quais, muitas
vezes, são chamados a resolver conflitos que muito bem, poderiam ser resolvidos fora dos
tribunais. Para além disso, esta solução irá permitir uma rápida resolução dos conflitos laborais,
duma forma mais equilibrada. Os conflitos laborais poderão, assim, ser resolvidos por esta via,
através dos centros de conciliação, mediação e arbitragem, instituições públicas ou privadas,
especializadas na resolução dos conflitos laborais. (SORTANE, 2014)

2.1.0. Conceito de Arbitragem


Segundo MARTINEZ, (2011) “A arbitragem é a instituição pela qual um terceiro resolve o
litígio que opõem duas ou mais partes, exercendo a missão jurisdicional que lhe é conferida pelas
partes”.

Além desta, existem outras definições de arbitragem que não poderiam ser ignoradas neste
trabalho. A arbitragem é uma técnica que visa dar a solução de uma questão, que interessa as
relações entre duas pessoas, por uma ou mais pessoas o árbitro ou os árbitros que detêm os seus
poderes de uma convenção privada e julgam com base desta convenção, sem serem investidos
desta missão pelo Estado. (BANDEIRA, 2002).

Arbitragem é instância jurisdicional praticada em função de regime contratualmente


estabelecido, para dirimir controvérsias entre pessoas de direito privado e/ou público, com
procedimentos próprios e força executória perante tribunais estatais.

Realizando-se uma análise dos conceitos apresentados, é possível a identificação, num Primeiro
momento, de alguns elementos fundamentais para uma definição do instituto da arbitragem: um
litígio ou controvérsia; um terceiro, árbitro, que, escolhido pelas partes contratantes, ou por quem

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elas indicarem, irá solucionar a questão; o exercício pelo terceiro dos poderes jurisdicionais
oriundos da manifesta vontade das partes.

3. ARBITRAGEM LABORAL
Na arbitragem, as partes, voluntariamente, designam os árbitros, para resolver o litígio que as
opõe. A decisão dos árbitros tem natureza vinculativa, sendo de cumprimento obrigatório, tal
como uma sentença de um tribunal. O estudo específico da arbitragem laboral convoca uma
análise prévia dos aspectos que, de forma geral, caracterizam este meio de resolução de litígios e
a distinguem dos demais. Neste sentido, iremos tecer inicialmente algumas considerações no que
concerne à convenção de arbitragem e ao procedimento arbitral, nos termos prescritos pela Lei
da Arbitragem Voluntária, por considerarmos que constituem os aspectos com maiores
especificidades. Faremos ainda uma breve alusão às razões que justificam a aplicação da
arbitragem.

A arbitragem, genericamente considerada e quando voluntária, pressupõe à existência de uma


convenção de arbitragem, constituindo esta o acordo das partes em submeter o litígio que as põe
a um tribunal arbitral. Para que o tribunal arbitral seja competente, o litígio em causa tem de
estar contemplado na convenção arbitral, que determina a jurisdição do tribunal arbitral, isto é, o
tribunal arbitral só tem competência quando o litígio que Ihe é submetido está integrado na
convenção de arbitragem. Como nos refere Martinez (2013). A “convenção de arbitragem pode
ser completada com um Regulamento arbitral ou com remissão para regras de arbitragem
institucionalizadas.

3.1.0. Arbitragem em Moçambique


Em resposta às necessidades criadas pelo desenvolvimento do comércio internacional, o governo
de Moçambique tomou certas iniciativas. São elas de caráter legislativo a fim de instituir os
meios alternativos de solução de conflitos, aprovando assim a Lei de Arbitragem, Conciliação e
Mediação (n° 11/99 de 8 de julho de 1999).

Em seguida, a Constituição da República de Moçambique de 2004 reconheceu a existência e


legitimidade dos tribunais arbitrais. Além disso, outras leis também reconheceram a arbitragem
como meio de resolução de conflitos, tais como a Lei de Investimentos (n° 3/93), Lei de
Petróleos (n°21/2014), Lei das parcerias público-privadas, Lei do Trabalho de 1998, o Código da

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Propriedade Industrial de 1999 e a Lei sobre os Direitos de Autor de 2001 e o próprio Código de
Processo Civil a partir de sua atualização de 2005.

3.1.1. Instituições arbitrais


Quanto às instituições sediadas em Moçambique, duas delas se destacam: COMAL (Centro de
Mediação e Arbitragem Laboral) o CACM (Centro de Arbitragem, Conciliação e Mediação). A
primeira sendo pública e com representação em todas as províncias e a segunda privada, criada
pela CTA (Confederação das Associações Econômicas), com sede na capital Maputo. O CACM
possui um papel importante em promover os meios alternativos de resolução de conflitos,
formação de árbitros e apoio nas diferentes fases do procedimento. Visand0 garantir maior
organização e credibilidade à arbitragem moçambicana. Além disso, o CACM possui regras e
procedimentos próprios, que são inspirados pelos da Corte Internacional de Arbitragem da
Câmara de Comércio Internacional (CCI).

3.1.2. Características fundamentais da lei n° 11/99


A arbitragem pode ser um meio de resolução de litígios mas também de conflitos de interesse
sem caráter contencioso (arts. 3 e 4) como, por exemplo, a revisão de contratos. Quanto aos
árbitros, esses podem ser indicados pelas partes ou por um terceiro, como uma instituição arbitral
e nada impede que esses árbitros sejam os próprios juízes (art. 19), desde que os mesmos
exerçam a função de árbitros à margem da sua condição oficial. Quanto à eficácia das sentenças
dos procedimentos arbitrais, essas devem ser idênticas às de um tribunal judicial (art. 43).

3.1.3. Modalidades de arbitragem


Uma arbitragem pode ser voluntária, ou seja, depende da vontade das partes, concretizando-se
por meio de uma convenção de arbitragem. A arbitragem também pode ser necessária, como
referem os artigos 1526 e 1528 do Código de Processo Civil, que impõe a submissão a árbitros
de determinados tipos de litígios, o que é bastante questionado do ponto de vista do direito ao
acesso à justiça.

A arbitragem pode ser dividida também igualmente entre institucionalizada, ou seja processada e
baseada nos regulamentos de uma instituição arbitral ou ad hoc, à margem das instituições com
árbitros escolhidos diretamente pelas partes.

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Há também a distinção entre privada e pública, baseada na natureza das partes e na qualidade em
que intervém na arbitragem. Dessa forma, a arbitragem privada a arbitragem ocorre entre
particulares ou entre particulares e entes públicos actuando sem poderes de autoridade. Já aquela
de direito público opõe particulares a órgãos da Administração Pública agindo iure imperii. Em
direito moçambicano, a proibição do Estado se comprometer com uma arbitragem encontra-se
superada, pelo menos no que toca litígios puramente internos.

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Conclusão
A arbitragem representa para Moçambique uma peça-chave para o desenvolvimento econômico
do país. Ela dá às empresas e aos particulares estrangeiros garantias de resolução de litígios de
maneira célere e justa, além de conferir às partes ampla liberdade para determinar os parâmetros
desse procedimento. Arbitragem Laboral é instância jurisdicional praticada em função de regime
contratualmente estabelecido, para dirimir controvérsias entre pessoas de direito privado e/ou
público, com procedimentos próprios e força executória perante tribunais estatais. E realizando
uma análise dos conceitos apresentados, é possível a identificação, num primeiro momento, de
alguns elementos fundamentais para uma definição do instituto da arbitragem: um litígio ou
controvérsia; um terceiro, árbitro, que, escolhido pelas partes contratantes, ou por quem elas
indicarem, irá solucionar a questão; o exercício pelo terceiro dos poderes jurisdicionais oriundos
da manifesta vontade das partes

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Referências bibliográficas
BANDEIRA, Susana Figueiredo (2002). À mediação como meio privilegiado de resolução de
litígios.

BANDEIRA, Susana Figueiredo (2002). “A mediação como meio privilegiado de resolução de


litígios”, ob. cit,

COELHO, E. P. (2010). Introdução a metodologia das ciências sociais . Lisboa: Edições sílaba

CAJUEIRO, R.L.P. (2013) Manual para Elaboração de Trabalhos Académicos Guia prático do
estudante. Rio de Janeiro: Editora Texto Integral.

MARTINEZ, Pedro Romano (2013). Direito do Trabalho, ob. cit.,

MARTINEZ, Pedro Romano (2011). Soluções Alternativas de Resolução de Conflitos, em


especial a Arbitragem.

SORTANE, Herculano Azevedo. (2014) Arbitragem Laboral: Caso da Empresa Florestas do


Niassa LTDA-FDN, No Ordenamento Jurídico Moçambicano. SGECOF. Lichinga, Agosto

Uso de legislação

Lei n° 11/99 de 8 de julho de 1999

CPC

Uso de internet

https://www.acerislaw.com/arbitragem-em-mocambique/

https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/28153?mode=full

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