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Índice

1. Introdução....................................................................................................................................4

1.1.0. Objetivo Geral.......................................................................................................................4

1.1.1. Objetivos Específicos:...........................................................................................................4

1.1.3. Metodologia...........................................................................................................................4

2. Evolução histórica do Direito Penal............................................................................................5

2.1.0. Fase clássica...........................................................................................................................6

2.1.1. Fase Média.............................................................................................................................7

Códigos e Ordenações:....................................................................................................................8

Surgimento da Inquisição:...............................................................................................................8

2.1.2. Fase moderna.........................................................................................................................8

3. Evolução histórica do direito penal em Moçambique...............................................................10

3.1.0. Período Colonial:.................................................................................................................10

3.1.1. Independência:.....................................................................................................................10

3.1.2. Socialismo e Código Penal de 1982:...................................................................................10

3.1.3. Transição para a Economia de Mercado:.............................................................................10

3.1.4. Reformas Judiciais e Legais:...............................................................................................11

3.1.5. Na atualidade.......................................................................................................................11

Conclusão......................................................................................................................................12

Referência bibliográfica.................................................................................................................13
1. Introdução
A evolução histórica do direito penal é um fascinante mergulho nas transformações sociais,
culturais e políticas ao longo dos séculos. Desde os primórdios da civilização até os dias atuais, o
direito penal tem sido um reflexo das normas e valores de cada época, moldando e sendo
moldado pelo contexto em que surge. Nesta jornada através do tempo, testemunhamos uma
progressão desde sistemas primitivos de vingança até sofisticadas abordagens baseadas em
princípios de justiça, prevenção do crime e respeito aos direitos humanos.

Esta evolução não é apenas uma narrativa histórica, mas também uma reflexão sobre os ideais e
desafios que permeiam a justiça penal em todo o mundo. Nesta introdução, exploraremos os
principais marcos dessa jornada, desde as antigas civilizações até o panorama contemporâneo,
destacando os pontos de inflexão e as influências que moldaram o desenvolvimento do direito
penal.

1.1.0. Objetivo Geral: Analisar a evolução histórica do direito penal, desde as civilizações
antigas até a contemporaneidade, identificando os principais marcos, influências e
transformações que moldaram o desenvolvimento desse campo do direito.

1.1.1. Objetivos Específicos:


 Investigar as raízes e os fundamentos dos primeiros sistemas de direito penal em
diferentes civilizações antigas, como o Código de Hammurabi na Mesopotâmia e as leis
romanas.
 Identificar os principais movimentos e teorias que influenciaram a reforma do direito
penal ao longo dos séculos, com ênfase no Iluminismo e nas contribuições de pensadores
como Cesare Beccaria.
 Analisar as tendências contemporâneas no direito penal, incluindo a adoção de
abordagens baseadas nos direitos humanos, justiça restaurativa e a influência das
tecnologias modernas na aplicação da lei.

1.1.3. Metodologia
Para concretização do presente trabalho recorreu-se a consulta de livros, artigos que continham a
informação do tema, pesquisa na internet, técnica de resumo e digitação, assim como as

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pesquisas e bibliotecas com o intuito de trazer o essencial e melhorar o desenvolvimento
científico do trabalho.

2. Evolução histórica do Direito Penal


O Direito Penal é ramo do direito público interno que se destina a definir infrações penais e suas
penas correspondentes a fim de prevenir e reprimir o cometimento daquelas.

O Direito Penal, deu-se início com o surgimento da sociedade, com o intuito de regularizar a
convivência entre os indivíduos, não tem como falar em homens livres de delitos.

De acordo com relatos antigos, a pena era uma punição divina, já que os povos primitivos
acreditavam que os fenômenos naturais eram como resposta dos Deuses em reprovação a alguma
ação realizada pelo homem, desta forma as penas eram aplicadas pela sociedade, que pretendiam
demonstrar aos deuses que a coletividade desaprovava o ato praticado. Estas causas e efeitos
passaram a ser o que conhecemos hoje como crimes e penas.

Com a evolução das tribos da antiguidade surgiram duas espécies de pena, a perda da paz e a
vingança do sangue, que evoluíram para talião e a composição. A Lei de Talião tinha como
jargão o conhecido ditado popular “olho por olho dente por dente”, o que tornou mais evidente o
caráter religioso. Com o advento da Idade Moderna, a fundamentação para a aplicação da pena
passou a ter um cunho filosófico, sendo assim o dano e a reparação não poderiam ter um caráter
apenas fático, como era realizado com a Lei de Talião, tendo assim um caráter jurídico, sendo
imposta através da pena um caráter punitivo proporcional ao mal causado.

Para essa teoria o mau causado em contradição ao Direito, deveria ser reparado pela imposição
legitimada e realizada pela força estatal de outro mal. O objetivo era a compensação entre as
duas ações danosas, uma em relação ao estado e outra em relação ao delinquente, desta forma
busca-se a retribuição do mal do crime pelo castigo de seu autor.

Em relação as escolas penais, com a prática do crime, nasce o dever do Estado de punir, desta
forma nascem três correntes, que tratam da natureza e dos fins da pena, são elas:

a) Teoria Absoluta: Esta teoria consistia na exigência de justiça, onde deve ser punido o agente
que cometeu o crime. Para Kant “a pena é uma retribuição jurídica, pois o mal do crime impõe-
se o mal da pena, do que resulta a igualdade e só está igualdade traz a justiça”. Sendo assim o

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castigo é imposto por uma exigência moral. Para Hegel “a pena anula o crime, sendo esta não
uma reparação de ordem ética mas de natureza jurídica.”. Desta forma a finalidade da pena é
punir seu infrator.

b) Teoria Relativa: dizia que a pena era exclusivamente preventiva, sendo que o crime não seria
a causa da pena mais sim a ocasião a ser aplicada.

c) Teoria Mista: tem um caráter retributivo uma vez que não tem o intuito de apenas punir, mais
também de corrigir e de educar. No entanto a pena deve conservar seu caráter tradicional,
verificando sempre as peculiaridades dos casos, sendo a periculosidade da conduta de alguns
agentes e a inimputabilidade de outros.

2.1.0. Fase clássica


A fase clássica do direito penal é geralmente associada à Roma Antiga e ao desenvolvimento do
direito romano. Durante esse período, várias figuras influentes contribuíram para a elaboração
das leis penais e a definição dos princípios fundamentais do direito penal. Aqui estão alguns dos
principais marcos e autores desse período:

Lei das XII Tábuas (450-449 a.C.):

A Lei das XII Tábuas foi uma das primeiras codificações escritas do direito romano. Embora não
seja uma obra de um autor específico, ela representou um marco importante na história do direito
penal romano, estabelecendo normas jurídicas básicas e penas para várias condutas criminosas.

Cícero (106-43 a.C.):

Cícero, um filósofo, advogado e político romano, contribuiu significativamente para o


desenvolvimento do direito penal através de suas obras jurídicas e discursos. Seu trabalho
influenciou a compreensão da justiça e da ética no sistema legal romano.

Sêneca (4 a.C. - 65 d.C.):

Sêneca, um filósofo estoico romano, também teve um impacto considerável no direito penal
romano. Suas obras exploraram temas como a punição, a justiça e a humanidade no tratamento
dos infratores.

Justiniano I (482-565 d.C.):

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Justiniano I foi um imperador romano do Oriente que promulgou o Corpus Juris Civilis, uma
compilação das leis romanas que incluía o famoso Código de Justiniano. Este código influenciou
profundamente o direito penal na Europa durante a Idade Média e além.

Gaius (século II d.C.):

Gaius foi um jurista romano cuja obra, "Instituições", ofereceu uma visão abrangente do direito
romano, incluindo suas disposições penais. Suas análises e categorizações das diferentes formas
de delitos e penas foram altamente influentes.

Esses autores e obras representam apenas alguns dos muitos contribuintes para a evolução do
direito penal durante o período clássico. Suas ideias, textos e contribuições ajudaram a moldar os
princípios e fundamentos do direito penal que ainda são estudados e aplicados em várias partes
do mundo hoje.

2.1.1. Fase Média


Durante a Idade Média, o direito penal passou por uma série de mudanças significativas,
influenciadas por fatores como o surgimento do feudalismo, o cristianismo e as transformações
sociais e políticas da época. Aqui estão alguns pontos importantes na evolução do direito penal
durante a Idade Média:

Direito Germânico e Feudalismo:

Com o declínio do Império Romano, o direito penal na Europa Ocidental foi influenciado pelos
sistemas legais germânicos e pelo sistema feudal. O direito penal era frequentemente baseado em
costumes locais e tradições, com punições que variavam de acordo com o status social do
infrator e a gravidade do crime.

Leis Bárbaras e Legislação Régia:

Durante os primeiros séculos da Idade Média, as leis bárbaras, como o Código de Visigodos na
Espanha e o Código de Leis do Rei Alfredo na Inglaterra, começaram a ser compiladas e
codificadas. Essas leis estabeleciam normas penais e procedimentos judiciais para lidar com
crimes e disputas.

Influência do Cristianismo:

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O cristianismo desempenhou um papel significativo na formação do direito penal medieval,
introduzindo conceitos como o perdão, a redenção e a penitência. As leis canônicas da Igreja
Católica frequentemente influenciavam o direito penal secular, especialmente em áreas como o
tratamento de heresia e blasfêmia.

Sistema de Julgamento de Deus:

Um método comum de julgamento durante a Idade Média era o "sistema de julgamento de


Deus", no qual o resultado de um julgamento era determinado por meio de provas consideradas
divinas, como o julgamento por ordálio, no qual o acusado era submetido a uma prova física que,
se sobrevivesse, era considerado inocente.

Códigos e Ordenações:
Ao longo da Idade Média, vários códigos e ordenações foram promulgados por reis e autoridades
locais para estabelecer leis penais e procedimentos judiciais. Exemplos incluem as Ordenações
Afonsinas em Portugal e as Ordenações de D. Afonso II na Galícia e Portugal.

Surgimento da Inquisição:
No final da Idade Média, especialmente durante os séculos XIII e XIV, a Inquisição foi
estabelecida pela Igreja Católica para combater a heresia e a dissidência religiosa. Os tribunais
da Inquisição tinham poderes significativos para julgar e punir os acusados de crimes contra a fé
católica.

Esses são apenas alguns dos aspectos da evolução do direito penal durante a Idade Média, um
período complexo e variado que viu uma interação dinâmica entre o direito secular, o direito
canônico e as tradições locais em toda a Europa.

2.1.2. Fase moderna


Na fase moderna, que abrange aproximadamente os séculos XV ao XVIII na Europa, o direito
penal passou por mudanças significativas, com o surgimento de teorias e práticas que moldaram
profundamente o sistema legal contemporâneo. Aqui estão alguns dos principais marcos e
autores dessa evolução:

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Niccolò Machiavelli (1469-1527):

Machiavelli, em sua obra "O Príncipe" (1513), discutiu questões de governança e poder,
abordando indiretamente questões relacionadas ao direito penal, como a justiça, o crime e a
punição. Sua análise das dinâmicas políticas e das estratégias de governança influenciou a
compreensão do papel do Estado na aplicação da lei.

Cesare Beccaria (1738-1794):

Beccaria, em seu livro "Dos Delitos e das Penas" (1764), criticou as práticas judiciais e penais
arbitrárias e cruéis de sua época e defendeu princípios de justiça, humanidade e
proporcionalidade na aplicação da lei penal. Suas ideias influenciaram fortemente o movimento
pela reforma penal e a promoção dos direitos humanos.

Jeremy Bentham (1748-1832):

Bentham foi um filósofo e jurista britânico que desenvolveu o utilitarismo como uma teoria ética
e política. Em sua obra "Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação" (1789),
Bentham propôs uma abordagem utilitária para o direito penal, argumentando que as leis devem
buscar maximizar a felicidade geral da sociedade.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831):

Hegel, em sua obra "Filosofia do Direito" (1820), desenvolveu uma teoria do direito e do Estado
que influenciou a compreensão do direito penal como uma expressão da vontade e da
racionalidade do Estado. Ele argumentou que o direito penal é necessário para manter a ordem e
a autoridade do Estado.

Émile Durkheim (1858-1917):

Durkheim, um sociólogo francês, explorou as funções sociais do crime e do castigo em sua obra
"O Suicídio" (1897) e em outros escritos. Ele argumentou que o crime desempenha um papel
importante na coesão social e na definição dos limites morais da sociedade.

Esses autores e suas obras representam apenas uma seleção dos muitos pensadores que
contribuíram para a evolução do direito penal na fase moderna. Suas ideias influenciaram não
apenas o pensamento jurídico, mas também as práticas e políticas penais em todo o mundo.

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3. Evolução histórica do direito penal em Moçambique
A evolução histórica do direito penal em Moçambique reflete uma jornada complexa,
influenciada por diversos fatores, incluindo o período colonial, a independência e a era pós-
independência. Aqui está uma visão geral dessa evolução:

3.1.0. Período Colonial:


Durante o período colonial, Moçambique foi dominada por Portugal. O sistema legal era baseado
no direito romano-canônico, mas também incorporava elementos do direito costumeiro local. O
código penal colonial português, conhecido como "Código Penal Ultramarino", foi aplicado em
Moçambique, impondo leis penais e procedimentos judiciais que muitas vezes refletiam os
interesses e objetivos do colonizador.

3.1.1. Independência:
Moçambique alcançou sua independência de Portugal em 1975. Após a independência, o país
passou por um período de transição e reconstrução, durante o qual foram introduzidas mudanças
significativas no sistema jurídico, incluindo o direito penal. O novo governo buscou adaptar o
sistema legal à realidade e às necessidades do país, incorporando princípios de justiça social e
igualdade.

3.1.2. Socialismo e Código Penal de 1982:


Durante os primeiros anos pós-independência, Moçambique adotou uma ideologia socialista, o
que influenciou a legislação penal do país. Em 1982, foi promulgado um novo código penal,
conhecido como Código Penal de 1982, que refletia os princípios do socialismo e estabelecia
penas com foco na reeducação e reintegração social dos infratores.

3.1.3. Transição para a Economia de Mercado:


Nas décadas seguintes, Moçambique passou por uma transição gradual para uma economia de
mercado e adotou reformas políticas e econômicas orientadas para a liberalização e privatização.
Essas mudanças também tiveram impacto no sistema jurídico, incluindo o direito penal, com
ajustes nas leis para se adequarem às novas realidades sociais e econômicas.

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3.1.4. Reformas Judiciais e Legais:
Nos últimos anos, Moçambique tem buscado fortalecer o Estado de Direito e promover reformas
judiciais e legais para garantir a eficácia e a justiça do sistema legal, incluindo o direito penal.
Isso inclui esforços para combater a corrupção, melhorar o acesso à justiça e proteger os direitos
humanos dos cidadãos.

Em resumo, a evolução histórica do direito penal em Moçambique reflete os diferentes contextos


políticos, sociais e econômicos que o país atravessou ao longo do tempo. Embora tenha sido
influenciado por períodos coloniais e ideologias políticas, o país continua a adaptar seu sistema
legal para enfrentar os desafios contemporâneos e promover a justiça e o Estado de Direito.

3.1.5. Na atualidade
Hoje, o direito penal continua a evoluir, com um foco crescente na prevenção do crime, na
proteção dos direitos individuais dos réus e na reintegração dos infratores à sociedade. Há
também uma maior conscientização sobre questões como o encarceramento em massa, o racismo
sistêmico e a desigualdade no sistema de justiça criminal, o que levou a chamadas por reformas
significativas em muitos países. Além disso, os avanços na tecnologia e na ciência forense estão
moldando a maneira como os crimes são investigados e julgados.

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Conclusão
A jornada pela evolução histórica do direito penal nos levou a compreender não apenas a
complexidade desse campo do direito, mas também a sua profunda ligação com os valores,
normas e transformações sociais ao longo dos séculos. Desde os primórdios das civilizações
antigas até os dias atuais, testemunhamos uma progressão marcada por mudanças significativas,
reflexo das aspirações e desafios de cada época.

Ao investigar as raízes dos primeiros sistemas de direito penal, percebemos como a punição era
frequentemente uma questão de vingança e retribuição, moldada por noções de justiça pessoal e
comunitária. Contudo, ao longo do tempo, movimentos como o Iluminismo desafiaram essas
concepções, promovendo ideias de proporcionalidade, humanidade e prevenção do crime.

No contexto contemporâneo, observamos uma tendência em direção a abordagens mais


humanizadas e baseadas nos direitos humanos, refletindo um esforço contínuo para equilibrar a
punição com a reabilitação e a justiça restaurativa. Além disso, as inovações tecnológicas têm
desempenhado um papel cada vez mais importante na aplicação da lei, trazendo consigo novos
desafios e oportunidades para a garantia dos direitos individuais e a eficácia do sistema penal.

Portanto, ao refletir sobre a evolução histórica do direito penal, somos confrontados com a
constante necessidade de adaptação e reforma, à medida que buscamos alcançar um equilíbrio
entre a responsabilização dos infratores, a proteção dos direitos humanos e a construção de
sociedades mais justas e seguras. Essa jornada não é apenas um estudo do passado, mas também
uma orientação para o futuro, onde os desafios e as oportunidades nos instigam a continuar
aprimorando e redefinindo o papel do direito penal na busca pela justiça.

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Referência bibliográfica
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Trad. Alexis Couto de Brito. São Paulo: Quartier
Latin, 2005.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2012.

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DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal: Parte Geral. São Paulo, Editora Revista dos
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GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal (Volume I, Tomo I). São Paulo: Saraiva, 2008.

GRECCO, Rogério. Direitos humanos, sistema prisional e alternativas à privação de liberdade.


São Paulo: Saraiva, 2011.

MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. São Paulo: Atlas, 1994

Uso de internet

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/evolucao-do-direito-penal-e-suas-penas-no-brasil/
191264218

https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_penal

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