Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução....................................................................................................................................4
1.1.3. Metodologia...........................................................................................................................4
Códigos e Ordenações:....................................................................................................................8
Surgimento da Inquisição:...............................................................................................................8
3.1.1. Independência:.....................................................................................................................10
3.1.5. Na atualidade.......................................................................................................................11
Conclusão......................................................................................................................................12
Referência bibliográfica.................................................................................................................13
1. Introdução
A evolução histórica do direito penal é um fascinante mergulho nas transformações sociais,
culturais e políticas ao longo dos séculos. Desde os primórdios da civilização até os dias atuais, o
direito penal tem sido um reflexo das normas e valores de cada época, moldando e sendo
moldado pelo contexto em que surge. Nesta jornada através do tempo, testemunhamos uma
progressão desde sistemas primitivos de vingança até sofisticadas abordagens baseadas em
princípios de justiça, prevenção do crime e respeito aos direitos humanos.
Esta evolução não é apenas uma narrativa histórica, mas também uma reflexão sobre os ideais e
desafios que permeiam a justiça penal em todo o mundo. Nesta introdução, exploraremos os
principais marcos dessa jornada, desde as antigas civilizações até o panorama contemporâneo,
destacando os pontos de inflexão e as influências que moldaram o desenvolvimento do direito
penal.
1.1.0. Objetivo Geral: Analisar a evolução histórica do direito penal, desde as civilizações
antigas até a contemporaneidade, identificando os principais marcos, influências e
transformações que moldaram o desenvolvimento desse campo do direito.
1.1.3. Metodologia
Para concretização do presente trabalho recorreu-se a consulta de livros, artigos que continham a
informação do tema, pesquisa na internet, técnica de resumo e digitação, assim como as
4
pesquisas e bibliotecas com o intuito de trazer o essencial e melhorar o desenvolvimento
científico do trabalho.
O Direito Penal, deu-se início com o surgimento da sociedade, com o intuito de regularizar a
convivência entre os indivíduos, não tem como falar em homens livres de delitos.
De acordo com relatos antigos, a pena era uma punição divina, já que os povos primitivos
acreditavam que os fenômenos naturais eram como resposta dos Deuses em reprovação a alguma
ação realizada pelo homem, desta forma as penas eram aplicadas pela sociedade, que pretendiam
demonstrar aos deuses que a coletividade desaprovava o ato praticado. Estas causas e efeitos
passaram a ser o que conhecemos hoje como crimes e penas.
Com a evolução das tribos da antiguidade surgiram duas espécies de pena, a perda da paz e a
vingança do sangue, que evoluíram para talião e a composição. A Lei de Talião tinha como
jargão o conhecido ditado popular “olho por olho dente por dente”, o que tornou mais evidente o
caráter religioso. Com o advento da Idade Moderna, a fundamentação para a aplicação da pena
passou a ter um cunho filosófico, sendo assim o dano e a reparação não poderiam ter um caráter
apenas fático, como era realizado com a Lei de Talião, tendo assim um caráter jurídico, sendo
imposta através da pena um caráter punitivo proporcional ao mal causado.
Para essa teoria o mau causado em contradição ao Direito, deveria ser reparado pela imposição
legitimada e realizada pela força estatal de outro mal. O objetivo era a compensação entre as
duas ações danosas, uma em relação ao estado e outra em relação ao delinquente, desta forma
busca-se a retribuição do mal do crime pelo castigo de seu autor.
Em relação as escolas penais, com a prática do crime, nasce o dever do Estado de punir, desta
forma nascem três correntes, que tratam da natureza e dos fins da pena, são elas:
a) Teoria Absoluta: Esta teoria consistia na exigência de justiça, onde deve ser punido o agente
que cometeu o crime. Para Kant “a pena é uma retribuição jurídica, pois o mal do crime impõe-
se o mal da pena, do que resulta a igualdade e só está igualdade traz a justiça”. Sendo assim o
5
castigo é imposto por uma exigência moral. Para Hegel “a pena anula o crime, sendo esta não
uma reparação de ordem ética mas de natureza jurídica.”. Desta forma a finalidade da pena é
punir seu infrator.
b) Teoria Relativa: dizia que a pena era exclusivamente preventiva, sendo que o crime não seria
a causa da pena mais sim a ocasião a ser aplicada.
c) Teoria Mista: tem um caráter retributivo uma vez que não tem o intuito de apenas punir, mais
também de corrigir e de educar. No entanto a pena deve conservar seu caráter tradicional,
verificando sempre as peculiaridades dos casos, sendo a periculosidade da conduta de alguns
agentes e a inimputabilidade de outros.
A Lei das XII Tábuas foi uma das primeiras codificações escritas do direito romano. Embora não
seja uma obra de um autor específico, ela representou um marco importante na história do direito
penal romano, estabelecendo normas jurídicas básicas e penas para várias condutas criminosas.
Sêneca, um filósofo estoico romano, também teve um impacto considerável no direito penal
romano. Suas obras exploraram temas como a punição, a justiça e a humanidade no tratamento
dos infratores.
6
Justiniano I foi um imperador romano do Oriente que promulgou o Corpus Juris Civilis, uma
compilação das leis romanas que incluía o famoso Código de Justiniano. Este código influenciou
profundamente o direito penal na Europa durante a Idade Média e além.
Gaius foi um jurista romano cuja obra, "Instituições", ofereceu uma visão abrangente do direito
romano, incluindo suas disposições penais. Suas análises e categorizações das diferentes formas
de delitos e penas foram altamente influentes.
Esses autores e obras representam apenas alguns dos muitos contribuintes para a evolução do
direito penal durante o período clássico. Suas ideias, textos e contribuições ajudaram a moldar os
princípios e fundamentos do direito penal que ainda são estudados e aplicados em várias partes
do mundo hoje.
Com o declínio do Império Romano, o direito penal na Europa Ocidental foi influenciado pelos
sistemas legais germânicos e pelo sistema feudal. O direito penal era frequentemente baseado em
costumes locais e tradições, com punições que variavam de acordo com o status social do
infrator e a gravidade do crime.
Durante os primeiros séculos da Idade Média, as leis bárbaras, como o Código de Visigodos na
Espanha e o Código de Leis do Rei Alfredo na Inglaterra, começaram a ser compiladas e
codificadas. Essas leis estabeleciam normas penais e procedimentos judiciais para lidar com
crimes e disputas.
Influência do Cristianismo:
7
O cristianismo desempenhou um papel significativo na formação do direito penal medieval,
introduzindo conceitos como o perdão, a redenção e a penitência. As leis canônicas da Igreja
Católica frequentemente influenciavam o direito penal secular, especialmente em áreas como o
tratamento de heresia e blasfêmia.
Códigos e Ordenações:
Ao longo da Idade Média, vários códigos e ordenações foram promulgados por reis e autoridades
locais para estabelecer leis penais e procedimentos judiciais. Exemplos incluem as Ordenações
Afonsinas em Portugal e as Ordenações de D. Afonso II na Galícia e Portugal.
Surgimento da Inquisição:
No final da Idade Média, especialmente durante os séculos XIII e XIV, a Inquisição foi
estabelecida pela Igreja Católica para combater a heresia e a dissidência religiosa. Os tribunais
da Inquisição tinham poderes significativos para julgar e punir os acusados de crimes contra a fé
católica.
Esses são apenas alguns dos aspectos da evolução do direito penal durante a Idade Média, um
período complexo e variado que viu uma interação dinâmica entre o direito secular, o direito
canônico e as tradições locais em toda a Europa.
8
Niccolò Machiavelli (1469-1527):
Machiavelli, em sua obra "O Príncipe" (1513), discutiu questões de governança e poder,
abordando indiretamente questões relacionadas ao direito penal, como a justiça, o crime e a
punição. Sua análise das dinâmicas políticas e das estratégias de governança influenciou a
compreensão do papel do Estado na aplicação da lei.
Beccaria, em seu livro "Dos Delitos e das Penas" (1764), criticou as práticas judiciais e penais
arbitrárias e cruéis de sua época e defendeu princípios de justiça, humanidade e
proporcionalidade na aplicação da lei penal. Suas ideias influenciaram fortemente o movimento
pela reforma penal e a promoção dos direitos humanos.
Bentham foi um filósofo e jurista britânico que desenvolveu o utilitarismo como uma teoria ética
e política. Em sua obra "Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação" (1789),
Bentham propôs uma abordagem utilitária para o direito penal, argumentando que as leis devem
buscar maximizar a felicidade geral da sociedade.
Hegel, em sua obra "Filosofia do Direito" (1820), desenvolveu uma teoria do direito e do Estado
que influenciou a compreensão do direito penal como uma expressão da vontade e da
racionalidade do Estado. Ele argumentou que o direito penal é necessário para manter a ordem e
a autoridade do Estado.
Durkheim, um sociólogo francês, explorou as funções sociais do crime e do castigo em sua obra
"O Suicídio" (1897) e em outros escritos. Ele argumentou que o crime desempenha um papel
importante na coesão social e na definição dos limites morais da sociedade.
Esses autores e suas obras representam apenas uma seleção dos muitos pensadores que
contribuíram para a evolução do direito penal na fase moderna. Suas ideias influenciaram não
apenas o pensamento jurídico, mas também as práticas e políticas penais em todo o mundo.
9
3. Evolução histórica do direito penal em Moçambique
A evolução histórica do direito penal em Moçambique reflete uma jornada complexa,
influenciada por diversos fatores, incluindo o período colonial, a independência e a era pós-
independência. Aqui está uma visão geral dessa evolução:
3.1.1. Independência:
Moçambique alcançou sua independência de Portugal em 1975. Após a independência, o país
passou por um período de transição e reconstrução, durante o qual foram introduzidas mudanças
significativas no sistema jurídico, incluindo o direito penal. O novo governo buscou adaptar o
sistema legal à realidade e às necessidades do país, incorporando princípios de justiça social e
igualdade.
10
3.1.4. Reformas Judiciais e Legais:
Nos últimos anos, Moçambique tem buscado fortalecer o Estado de Direito e promover reformas
judiciais e legais para garantir a eficácia e a justiça do sistema legal, incluindo o direito penal.
Isso inclui esforços para combater a corrupção, melhorar o acesso à justiça e proteger os direitos
humanos dos cidadãos.
3.1.5. Na atualidade
Hoje, o direito penal continua a evoluir, com um foco crescente na prevenção do crime, na
proteção dos direitos individuais dos réus e na reintegração dos infratores à sociedade. Há
também uma maior conscientização sobre questões como o encarceramento em massa, o racismo
sistêmico e a desigualdade no sistema de justiça criminal, o que levou a chamadas por reformas
significativas em muitos países. Além disso, os avanços na tecnologia e na ciência forense estão
moldando a maneira como os crimes são investigados e julgados.
11
Conclusão
A jornada pela evolução histórica do direito penal nos levou a compreender não apenas a
complexidade desse campo do direito, mas também a sua profunda ligação com os valores,
normas e transformações sociais ao longo dos séculos. Desde os primórdios das civilizações
antigas até os dias atuais, testemunhamos uma progressão marcada por mudanças significativas,
reflexo das aspirações e desafios de cada época.
Ao investigar as raízes dos primeiros sistemas de direito penal, percebemos como a punição era
frequentemente uma questão de vingança e retribuição, moldada por noções de justiça pessoal e
comunitária. Contudo, ao longo do tempo, movimentos como o Iluminismo desafiaram essas
concepções, promovendo ideias de proporcionalidade, humanidade e prevenção do crime.
Portanto, ao refletir sobre a evolução histórica do direito penal, somos confrontados com a
constante necessidade de adaptação e reforma, à medida que buscamos alcançar um equilíbrio
entre a responsabilização dos infratores, a proteção dos direitos humanos e a construção de
sociedades mais justas e seguras. Essa jornada não é apenas um estudo do passado, mas também
uma orientação para o futuro, onde os desafios e as oportunidades nos instigam a continuar
aprimorando e redefinindo o papel do direito penal na busca pela justiça.
12
Referência bibliográfica
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Trad. Alexis Couto de Brito. São Paulo: Quartier
Latin, 2005.
DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal: Parte Geral. São Paulo, Editora Revista dos
Tribunais, 2010.
GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal (Volume I, Tomo I). São Paulo: Saraiva, 2008.
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. São Paulo: Atlas, 1994
Uso de internet
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/evolucao-do-direito-penal-e-suas-penas-no-brasil/
191264218
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_penal
13