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2023.
ÍNDICES
Sendo assim, podemos dizer que a escola penal é uma estrutura que possui uma doutrina, algo de
forma consistente sobre questões relacionadas aos fenômenos criminais, especialmente as bases e
os alvos do sistema penal.
Case
Sobre o autor
Artigo
Escolas Penais
Importância do Tema
São chamadas “escolas penais” as diversas correntes filosófico-jurídicas em matéria penal que
surgiram nos tempos modernos.
Desta forma, pode-se dizer que as escolas penais são corpos de doutrinas mais ou
menos coerentes sobre os problemas em relação com o fenômeno do crime e, em particular, sobre
os fundamentos e objetos do sistema penal.
Elas se formaram e se distinguiram umas das outras. Lidam com problemas que
abordam o fenômeno do crime e os fundamentos e objetivos do sistema penal.
Escola Clássica
1) Filosófico ou teórico: no qual a figura de maior destaque foi Beccaria (“Dos delitos e das penas”).
Ele desenvolveu sua tese com base na idéias de Rousseau e de Montesquieu, construindo um
sistema baseado na legalidade, onde o Estado deveria punir os delinqüentes mas tinha de se
submeter às limitações da lei. Para Beccaria, o pacto social define que o individuo se comprometa a
viver conforme as leis estipuladas pela sociedade e deverá ser punido pelo Estado quando
transgredi-las, para que a ordem social seja restabelecida.
2) Jurídico ou prático: em que o grande nome foi Franchesco Carrara, sumo mestre de Pisa (Itália).
Ele estudou o crime em si mesmo, sem se preocupar com a figura do criminoso. Defendia que o
crime era uma infração da lei do Estado (promulgada para proteger os cidadãos). Para Carrara, o
agente é impelido por duas forças: a) a física, movimento corpóreo que produzirá o resultado, e b) a
moral, a vontade consciente e livre de praticar um delito. Para Carrara, a pena é um conteúdo
necessário do direito. É o mal que a autoridade pública inflige a um culpado por causa de seu delito.
Em uma de suas famosas passagens, Carrara leciona que a pena não é simples necessidade de
justiça que exija a expiação do mal moral (pois só Deus tem a medida e a potestade de exigir a
expiação devida); não é uma mera defesa que procura o interesse dos homens as expensas dos
demais; e nem é fruto de um sentimento dos homens, que procuram tranqüilizar seus ânimos frente
ao perigo de ofensas futuras. Segundo suas palavras, a pena é uma resposta visando a conservação
da humanidade e a proteção de seus direitos, com observância às normas de Justiça.
A pena é, pois, meio de tutela jurídica. Desta forma, se o crime é uma violação do direito, a defesa
contra este crime deverá se encontrar no seu próprio seio. A pena não pode ser arbitrária,
desproporcional; deverá ser do tamanho exato do dano sofrido. Deve ser também retributiva, porém
a figura do delinqüente não é importante. Este é talvez um dos pontos fracos desta escola.
2) Carmignani (1768/1847): autor dos livros Juris criminalis elementa e Teoria delle leggi della
sicurezza sociale.
3) Gian Romagnosi (1761-1835): foi um dos maiores pensadores italianos. Considerava a pena como
uma arma de defesa social. Autor do livro Scienza delle costituzioni, Che cosa é l´eguaglianza?.
4) Pellegrino Rossi (1768-1847): com base numa justiça moral deu ênfase ao jusnaturalismo. Autor
dos livros Trouté du droit penal e Cours d´économie politique.
No classicismo alemão temos a figura de Paulo Anselm Ritter Von Feuerbach (1775-1833), que se
dedicou a filosofia e não aceitava a pena como um imperativo categórico, limitada pelo talião. A pena
deveria ser preventiva a fim de deter o delinqüente em potencial, antes dele iniciar o iter criminis.
Feuerbach defendeu o princípio da legalidade sendo dele a fórmula nullum crimen sine lege, nulla
poena sine lege (não há crime e não há pena se não houver expressa previsão em lei).
Com a promulgação do Código Penal da Alemanha de 1871 surgiu através de Karl Binding uma
visão que considerava a pena como uma retribuição e satisfação, um direito e dever do Estado.
2. Reconhece o “livre arbítrio”, ou seja, que o homem nasce livre e pode tomar qualquer caminho
(escolhendo pelo caminho do crime, responderá pela sua opção);
3. Considera que a pena é uma retribuição ao crime (pena retributiva); e
Escola Positivista
Esta nova corrente filosófica teve como precursor Augusto Comte, que representou a ascensão da
burguesia emergente após a Revolução de 1789. Foi a fase em que as ciências fundamentais
adquiriram posição de maior relevo, como a biologia e a sociologia. O crime começou a ser
examinado sob o ângulo sociológico, e o criminoso passou também a ser estudado, se tornando o
centro das investigações biopsicológicas.
Este movimento foi iniciado pelo médico Cesare Lombroso (1835-1909) com sua obra
L‟Uomo delinquent (1875). Na concepção deste médico existia a idéia de um criminoso nato, que
seria aquele que já nascia com esta predisposição orgânica. Era um ser atávico, uma regressão ao
homem primitivo.
1) Aspectos físicos: assimetria craniada, orelhas de abano, zigomas salientes, arcada superior
predominante, face ampla e larga, cabelos abundantes, além de aspectos como a estatura, peso,
braçada, insensibilidade física, mancinismo e distúrbio dos sentidos.
Contudo esta concepção ainda não explicava a etiologia do delito, então Lombroso
tentou achar a causa desta degeneração na epilepsia. As idéias deste médico não se sustentaram:
eram inconsistentes perante qualquer análise científica.
Outra corrente dessa linha foi a chamada Sociologia Criminal. Sua fundação é atribuída
a Enrico Ferri (1856-1929), um brilhante advogado criminalista. Nesta nova concepção o crime era
determinado por fatores antropológicos, físicos e sociais. Ficou bastante conhecida uma proposta de
classificação dos criminosos em:
2) Loucos: também se incluíam os matóides, que são aqueles indivíduos que estão na linha entre a
sanidade e a insanidade (atualmente a psicologia utiliza o termo “border line” para classificar esse
tipo de disfunção);
3) Habitual: é aquele indivíduo que sofreu a influência de aspectos externos, de um meio social
inadequado, e com isso acabou corrompido.
5) Passional (sob o efeito da paixão): ser de bom caráter mas de temperamento nervoso e com
sensibilidade exagerada. Normalmente o crime acontece na juventude, vindo o indivíduo a confessar
e arrepender-se depois. Freqüentemente ocorrem suicídios.
Outro expoente foi Rafael Garafalo (1851-1934). Em sua obra Criminologia (1891)
insiste que o crime está no indivíduo, pois é um ser temível, um degenerado. O delinqüente é um ser
anormal portador de anomalia de sentido moral.
O termo temiblididade gerou alguns conceitos utilizados nos estatutos penais, como a
periculosidade.
1. Considera que o crime é um fenômeno social e natural oriundo de causas biológicas físicas e
sociais;
3. Considera que a pena tem como fim a defesa social e a tutela jurídica; e
Escola Técnico-Jurídica
Esta escola inicia-se em 1905 e é uma reação à corrente positivista. Procura restaurar o
critério propriamente jurídico da ciência do Direito Penal.
O seu primeiro expoente é Arturo Rocco, com sua famosa aula magna na Universidade
de Sassari.
O maior objetivo é desenvolver a idéia que a ciência penal é autônoma, com objeto e
métodos próprios, ou seja, que ela é única, não se misturando com outras ciências (antropologia,
sociologia, filosofia, estatística, psicologia e política) numa verdadeira desorganização. Diz-se que o
Direito Penal continha de tudo, menos Direito. Rocco propõe uma reorganização onde o estudo do
Direito Criminal se restringiria apenas ao Direito Positivo vigente.
O Direito penal seria aquele expresso na lei, e o jurista deve-se ater apenas a ela. O
Direito Penal é o que está na lei. O seu estudo compõe-se de três partes:
2) Dogmática: investigação dos princípios que irão nortear o direito penal fixando assim os seus
elementos; e
3) Crítica: que irá orientar na consideração do direito vigente demonstrando assim o seu acerto ou a
sua conveniência de reforma.
Outros importantes expoentes dessa escola são: Manzini, Massari, Delitala, Cicala,
Vannini e Conti.
2. Defende que a pena constitui uma reação e uma conseqüência do crime (tutela jurídica), com
função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis. Por outro lado, a medida de segurança
– preventiva – é aplicável aos inimputáveis;
Defendia que a punição deve ser proporcional ao delito cometido. A pena aplicada deve ter
concordância com a gravidade do delito e não com as características pessoais de quem comete o
delito.
Para a escola clássica, a pena é um mal imposto ao indivíduo que merece o castigo por motivo de
uma má atitude considerada crime, cometida voluntária e conscientemente. A finalidade da pena é
restabelecer a ordem externa na sociedade.
Teve como precursor August Conter, representando a ascensão burguesa após a Revolução
de 1789.
Foi a fase na qual as ciências básicas como a biologia e a sociologia passaram a ter
destaque. O crime passou a
ser estudado sob uma perspectiva sociológica, e os criminosos também passaram a
ser estudados, tornando-se o centro da investigação biopsicológica.
Podemos dizer que, sobre a escola positivista, suas características são : Considerar o crime
como um fenômeno social e natural em acordo com características físicas e sociais do indivíduo;
defender a responsabilidade social por decorrência do determinismo e da periculosidade; considerar
que a pena tem como finalidade principal a defesa social; e utiliza a indução como método.
Nascida da junção entre as escolas clássica e positiva, também é conhecida como terceira
escola ou escola crítica. Essa escola foi criada com o intuito de superar o extremismo. A criação
desta escola foi orientada por novas ideias, porém, que evitaram se desconectar completamente das
escolas anteriores.
Tendo início no ano de 1905, é uma reação contrária a escola positiva com a intenção de
restaurar o critério propriamente jurídico do direito penal como ciência.
Surgiu no início do século XX como uma reação anticlássica por influência da escola positiva,
trazendo como escopo principal a preocupação com a proteção da sociedade e o enrijecimento das
penas. Enfoca em uma política penal pela garantia do respeito aos direitos humanos. Foi uma forte
reação humanizada contra o nazismo e o fascismo, devido aos abusos cometidos por estes regimes
totalitários.
Este princípio também é um meio para limitar o direito penal para atuar apenas conforme a
lei, adjunto com as normas positivadas. Por conseguinte, deste entendimento, está o princípio da
anterioridade da lei. A lei penal só pode retroagir em benefício do réu, caso contrário, não será
aplicada a fatos anteriores.
Jurisprudência
1ª Ementa
Des(a). ELIZABETE ALVES DE AGUIAR - Julgamento: 13/09/2023 - OITAVA CÂMARA CRIMINAL
INTEIRO TEOR
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 13/09/2023 - Data de Publicação: 15/09/2023 (*)
http://www1.tjrj.jus.br/gedcacheweb/default.aspx?UZIP=1&GEDID=0004238A73F8513F398DCAD6C197F7139
600C51525165F2F
Caso Concreto
Ex-prefeito é condenado a devolver dinheiro após usar verba pública para autopromoção em
MT. Conforme o processo, o ex-prefeito feriu os princípios da impessoalidade, legalidade e
moralidade administrativa ao publicar material publicitário enaltecendo sua atuação.
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2018/10/16/ex-prefeito-e-condenado-a-devolver-dinheiro-
apos-usar-verba-publica-para-autopromocao-em-mt.ghtml
São conceitos jurídicos que limitam o poder do Estado e garantem os direitos dos indivíduos.
De forma simplificada, podemos dizer que:
O princípio da legalidade significa que ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer
algo se não for em virtude de lei. A lei aqui é entendida em sentido amplo, incluindo todas as normas
jurídicas válidas.
O princípio da reserva legal significa que certas matérias só podem ser reguladas por lei
formal, ela é elaborada pelo Poder Legislativo. Exemplo: matéria penal, só a lei pode definir crimes e
penas.
Jurisprudência
Órgão Julgador: Segunda Câmara Criminal Comarca de Origem: SANTA CRUZ DO SUL Seção:
CRIME Assunto CNJ: Colaboração com Grupo, Organização ou Associação Destinado à Produção
ou Tráfico de Drogas.
Decisão: Acórdão
Caso Concreto
Três pessoas são presas por tráfico de drogas em operação realizada em Farroupilha e
Caxias
A investigação mira um grupo criminoso responsável por distribuir drogas na Serra Gaúcha
Três pessoas foram presas em uma ação contra o tráfico de drogas. A operação prendeu em
flagrante, duas mulheres em Farroupilha e um homem em Caxias do Sul, na manhã desta terça-feira,
19/09.
Além das prisões, foram cumpridos 12 mandados de busca, um carro e uma arma foram
apreendidos. Cerca de dez quilos de drogas foram apreendidos, entre cocaína, maconha e crack.
https://www.serranossa.com.br/tres-pessoas-sao-presas-por-trafico-de-drogas-em-operacao-
realizada-em-farroupilha-e-caxias/
É um princípio que orienta a utilização do direito penal como o último recurso para proteger
os bens jurídicos mais importantes da sociedade. Ele se ampara na ideia de que o direito penal deve
ser fragmentário, subsidiário e proporcional.
Jurisprudência
Órgão Julgador: Oitava Câmara Criminal Comarca de Origem: GAURAMA Seção: CRIME Assunto
CNJ: Extorsão
Decisão: Acórdão
Caso Concreto
De acordo com a Guarda Civil Municipal, comerciante informou ter sofrido tentativa de
assalto, além de ameaça por dois homens.
Dois homens foram presos por suspeita de extorsão e ameaça em Varginha (MG), nesta
segunda-feira (18). Conforme a Guarda Civil Municipal, um comerciante informou ter sido ameaçado
em tentativa de assalto na região central da cidade.
De acordo com a GCM, o comerciante relatou que há algum tempo os suspeitos estavam
extorquindo outros trabalhadores. O comerciante disse, ainda, que os suspeitos entraram no
estabelecimento comercial e exigiram a quantia de R$ 100 e roupas.
Os suspeitos foram localizados nas proximidades da praça Santa Cruz e levados ao pronto
atendimento do Hospital Bom Pastor para realização de exame de corpo e delito. Posteriormente,
eles foram conduzidos para a Delegacia da Polícia Civil.
https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2023/09/18/homens-sao-presos-suspeitos-de-extorsao-
e-ameaca-em-varginha-mg.ghtml
É um princípio que conduz o uso do direito penal como o último recurso do Estado para
precaver ou penalizar condutas indesejadas. Esse princípio implica que o direito penal deve ser
fragmentário, subsidiário e proporcional.
Jurisprudência
Decisão: Acórdão
Caso Concreto
Apesar do recesso, o fim de semana pegou fogo na Câmara de São João de Meriti. As redes
sociais de quem acompanha a vida política do município na Baixada estavam em polvorosa com a
notícia de que, na sexta-feira (26), a Casa Legislativa mais parecia um octógono de MMA.
Em um vídeo e áudio divulgados para seus seguidores, o vereador Rony Ferraz (PHS) acusa
o colega Dudu Soares (PSD) de recebê-lo com xingamentos em uma reunião convocada pelo
presidente da Câmara, Davi Perini Vermelho, o Didê (DEM).
A coisa teria esquentado rapidinho, e, das palavras, o vereador destemperado logo partiu
para a ação: depois que outros colegas tentaram apartar a briga, Ferraz recebeu vários socos e saiu
de lá para direto para um posto de atendimento médico.
O vereador conta que só chegou em casa às 2h da madrugada, depois de passar por uma
delegacia, para registrar a ocorrência, e realizar o exame de corpo de delito.
Usando uma tipoia, o edil assegura que vai abrir um processo contra o colega na Comissão
de Ética, que ainda por cima, circularia armado pela Câmara: "Eu quero dizer que eu vou até a última
instância, porque o lugar desse vereador é na cadeia".
Em resposta, Dudu Soares foi às redes sociais no domingo (28), dizendo que vai responder
às acusações mostrando trabalho.
"Quanto mais tacarem pedras, mais eu vou lutar para catar o lixo dos nossos
bairros", diz ele, ao lado de seu advogado. Em nenhum momento ele cita o nome de
Ferraz, mas diz que vai processar uma internauta que compartilhou a história.
E, mantendo o mesmo tom de político que bota a mão na massa, hoje de manhã o edil fez
uma transmissão ao vivo, na qual aparece com duas brochas de pintor nas mãos: "Não vou atacar
ninguém, porque o homem tem que ter uma postura, e a minha é de trabalhar".
Resposta
Em resposta ao questionamento sobre o ocorrido, Dudu Soares concordou que houve uma
"divergência de ideias" que chegou "a ficar acalorada", porém se defende dizendo ser vítima de
denunciação caluniosa por parte de Rony Ferraz.
"Hoje estou tomando as medidas cabíveis legais, com o objetivo de fazer com que o
vereador Rony Ferraz prove SUAS ACUSAÇÕES LEVIANAS. Estou fazendo um
Registro de Ocorrência na 64ª DP contra este vereador por me acusar de andar
armado e com "CAPANGAS", o que é um grande absurdo!!! Quem anda comigo
diariamente é o meu irmão policial militar, que é pastor evangélico e um assessor de
gabinete, que é presbítero da Assembleia de Deus, pessoas idôneas que se sentem
ameaçadas e caluniadas. Os mesmos estão entrando com uma representação
judicial contra estas acusações".
https://extra.globo.com/noticias/extra-extra/vereador-acusa-colega-de-agressao-em-sao-joao-de-
meriti-21407767.html
É um dos princípios fundamentais do Direito Penal. Ele determina que o Direito Penal deve
se limitar a punir as ações mais graves contra os bens jurídicos mais importantes, isso quer dizer que
apenas ofensas realmente graves aos bens jurídicos protegidos podem ser objeto de intervenção
penal.
A fragmentariedade significa que uma vez que forem escolhidos aqueles bens fundamentais,
comprovada a fatalidade e a inadaptação das condutas que os ofendem, esses bens irão passar a
fazer parte de uma pequena parcela que é protegida pelo Direito Penal, dando origem a sua natureza
fragmentária.
Jurisprudência
Decisão: Acórdão
Caso Concreto
PARENTES MILITARES
Homem de 32 anos foi preso na madrugada desta quarta-feira (13), por violência doméstica
no município de Várzea Grande (5 km ao norte de Cuiabá). Ele ameaçou matar a esposa. No
momento da prisão, resistiu e ainda proferiu novas ameaças aos policiais.
Equipe policial foi acionada via 190 pela vítima, de 25 anos, que relatou ter sido ameaçada
de morte pelo companheiro e que estava com medo de entrar com o filho menor em sua residência.
Ela ficou do lado de fora, esperando a viatura. Os policiais solicitaram que o suspeito saísse
da casa para que os fatos fossem esclarecidos. Porém, o homem ofereceu resistência.
Foi solicitado o apoio de outras viaturas, sendo necessário a imobilização do suspeito, que foi
algemado em sequência. O homem não queria ser conduzido à delegacia, alegando ser filho de uma
militar e proferia ameaças contra os policiais.
“Vocês vão pagar pelo que estão fazendo comigo”, dizia o suspeito. Segundo
informações, vítima convive com suspeito há 7 anos e vinha sofrendo agressões
verbais, que se intensificaram na quarta-feira quando o homem ameaçou matá-la.
Durante o registro do boletim de ocorrências, suspeito proferiu palavras de baixo calão aos
envolvidos em outras ocorrências. Posteriormente, o homem foi encaminhado à Central de
Flagrantes sob a acusação de lesão corporal.
https://www.gazetadigital.com.br/editorias/policia/homem-preso-por-violncia-domstica-ameaa-e-xinga-
policiais-em-vg/747214
Jurisprudência
Decisão: Acórdão
Caso Concreto
Monitoramento começou a ser feito no estado em projeto piloto que prioriza casos de
violência doméstica. Agressor, de 53 anos, já tinha sido preso por agressão, ameaça e desrespeito à
medida protetiva. Ele tinha sido solto em audiência de custódia e passou a usar a tornozeleira.
Um homem de 53 anos, acusado de violência doméstica, foi preso em São Paulo após a
tornozeleira eletrônica apontar a aproximação dele da residência da vítima.
A tornozeleira foi colocada no agressor depois que ele foi solto em audiência de custódia.
A medida faz parte de um acordo firmado entre a Secretaria da Segurança Pública do governo de SP
e o Tribunal de Justiça.
A Polícia Militar foi acionada e prendeu o autor em flagrante. No dia seguinte (14), ele passou
por audiência e a Justiça condicionou a liberdade ao uso da tornozeleira eletrônica.
Ele foi levado ao 91ºDP, onde o delegado confirmou a prisão em flagrante por
descumprimento de medida protetiva.
Projeto piloto
O projeto que prevê o uso de tornozeleiras eletrônicas foi assinado em abril pelo governador,
mas só saiu do papel no início deste mês. Ele começou com 200 equipamentos e é feito, por
enquanto, apenas na capital paulista.
A prioridade é para que o equipamento seja destinado aos casos de violência doméstica.
A Polícia Militar consegue monitorá-los e prendê-los em caso de violação das medidas protetivas
determinadas pela Justiça.
Até agora, nove presos receberam a tornozeleira eletrônica, sendo cinco deles por violência
doméstica.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/09/16/homem-acusado-de-violencia-domestica-em-
sp-e-preso-apos-tornozeleira-apontar-aproximacao-dele-da-casa-da-vitima.ghtml
É um conceito que afirma o valor moral, espiritual e de honra de todo ser humano, independe
da sua condição social, econômica, política ou religiosa. É um dos fundamentos do Estado
Democrático de Direito e está previsto na Constituição Federal do Brasil. Ele indica a proteção dos
direitos humanos e busca uma sociedade justa e inclusiva. Também limita as ações do Estado e cria
novos direitos por meio da jurisprudência.
Jurisprudência
Decisão: Acórdão
Caso Concreto
O homem foi preso preventivamente acusado de cometer crime de roubo majorado de uma
moto em Luzilândia.
A Polícia Civil do Piauí cumpriu um mandado de prisão contra um homem identificado pelas
iniciais C.R.S.A, de 20 anos de idade, na manhã desta segunda-feira (18), no centro da cidade de
Luzilândia.
Segundo o delegado titular de Luzilândia, Antônio Alves, a motocicleta roubada já havia sido
recuperada pelo Grupamento da Polícia Militar (GPM) do município de Joaquim Pires e foi
devidamente restituída à vítima.
https://www.gp1.com.br/pi/piaui/noticia/2023/9/18/policia-civil-prende-suspeito-de-roubo-majorado-de-
moto-em-luzilandia-556029.html
É a condenação à morte de alguém que cometeu um crime. Alguns países ainda aplicam
essa sentença. No Brasil, a pena de morte é proibida pela Constituição Federal, menos em caso de
guerra declarada.
Jurisprudência
São violações dos direitos humanos que atentam contra a dignidade do ser humano. A
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 condena essas práticas. No Brasil, a Lei nº
9.455/97 define e pune o crime de tortura.
Jurisprudência
Órgão Julgador: Segunda Câmara Criminal Comarca de Origem: SANTA BÁRBARA DO SUL Seção:
CRIME Assunto CNJ: Decorrente de Violência Doméstica
Decisão: Acórdão
Ementa: APELAÇÃO CRIME. CRIME DE TORTURA. ART. 1º, INCISO II C/C §4º,
INCISO II, DA LEI 9.455/97. INSURGÊNCIAS DEFENSIVAS. CONFIGURAÇÃO DO
CRIME DE TORTURA. REDIMENSIONAMENTO DA PENA. FIXAÇÃO DO REGIME
SEMIABERTO PARA INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA REPRIMENDA.
SUBSTITUIÇÃO POR PENA RESTRITIVA DE DIREITO. Mérito. A materialidade e
autoria delitivas restaram demonstradas pela ocorrência policial, relatórios do
conselho tutelar, auto de exame de corpo de delito, prova técnica e oral colhida ao
longo da instrução. Caso em que o réu agredia, constantemente, seu enteado de 05
anos, com tortura psicológica e castigos físicos desmedidos, chegando a quase
afogar o infante, que terminou com diversos e severos traumas e, ainda, causando-
lhe lesões corporais com hematomas graves. As agressões eram constantes, cruéis
e desumanas, sendo completamente desproporcional. Do mesmo modo, o fato da
genitora, que soubera das queixas e das reiteradas suspeitas do Conselho Tutelar,
foi omissa no seu dever legal de proteger pessoa sob sua guarda e autoridade,
incorrendo nas mesmas sanções do corréu. Afastada tese de insuficiência probatória,
mantida a condenação. Redimensionamento da pena. No caso em tela, na primeira
fase dosimétrica, a pena foi aplicada corretamente para ambos os delitos e para
ambos os réus. Na segunda etapa do delito de lesão corporal, devidamente aplicada
a agravante do art. 61, inciso II, alínea “h”, tendo em vista que a vítima é infante. Na
terceira fase, certeira a aplicação da majorante prevista no §4º, inciso II, visto que a
vítima é criança. Quanto ao pedido subsidiário, relativo à concurso formal, não
merece prosperar a insurgência defensiva. Regime de cumprimento de pena. O
regime inicial de cumprimento deve ser o semiaberto, nos termos do art. 33, §2º, “b”,
do CP, tendo em vista a matéria de julgamento no STF que declarou inconstitucional
a obrigatoriedade de fixação de regime fechado para condenações por crime
hediondo. RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS.(Apelação Criminal, Nº
70083657320, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Rosaura Marques Borba, Julgado em: 16-12-2020)
Caso Concreto
Mesmo após 135 anos da abolição da escravatura no Brasil, ainda são encontrados casos de
trabalho em condição análoga à escravidão. Um exemplo foi registrado essa semana, envolvendo
mais de 200 trabalhadores de uma empresa que oferecia a mão de obra para vinícolas do Rio
Grande do Sul. Em 2022, foram encontrados 437 trabalhadores no Nordeste nessa situação.
Os dados, coletados pela Agência Tatu, são do Radar SIT (Secretaria de Inspeção de
Trabalho), o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, e apontam que
os casos correspondem a quase 17% de todos os registrados no país.
A segunda punição é a de caráter penal. “O Artigo 149 do Código Penal diz que o
empregador pode pegar de 2 a 8 anos de prisão. Ele também é investigado pela Polícia Federal,
porque é um crime contra a organização do trabalho e essa pena pode aumentar, dependendo das
circunstâncias que estiverem [os trabalhadores] ali naquele ambiente”, afirma César.
O que pode explicar a falta de dados nos três estados é o trâmite do processo de Autos de
Infração, relatório técnico e outros documentos que demoram para serem concluídos, devido ao fato
de que é necessário dar ampla defesa aos envolvidos, conforme explicação do auditor-chefe do MTE
em Alagoas. César Fontoura também afirmou que é possível que os dados sejam atualizados em
breve.
https://www.agenciatatu.com.br/noticia/condicao-analoga-a-escravidao-no-nordeste/
Elementos da Culpabilidade
IMPUTABILIDADE
Para que haja uma reprovação ao autor, devido um ato praticado contra o direito, é
necessário que o mesmo tenha consciência da ilicitude praticada.
Sob este aspecto, conforme a orientação finalista, a ausência de conhecimento da proibição
não afasta o dolo natural mas exclui a culpabilidade.
Trata-se da possibilidade do indivíduo agir conforme a lei, ou seja, exige - se que o autor
tenha uma conduta diversa da praticada.
Para que seja possível a punição do indivíduo pelo Estado é necessária que seja tomada
outra decisão, qual seja, não cometer o crime. Contudo há excludentes legais para este elemento
que são: a coerção moral irresistível e obediência hierárquica.
CASO CONCRETO:
2.4.1 Dolo
2.4.2 Culpa
Como já dito acima, esta diferentemente do dolo, não requer intenção, guardando mais
relação com a negligência, imprudência ou imperícia.
O princípio da personalidade da pena representa uma conquista do direito penal e é uma das
bases de um Estado Democrático de Direito. Impede, em caráter absoluto, que a pena dirija-se
abstratamente a quem não concorreu para o crime. Neste sentido, o princípio destina-se
principalmente ao legislador.
Uma vez aplicada, a sanção penal quase sempre trará efeitos reflexos, que são inevitáveis e
não maculam a licitude da sanção. Não fosse assim, a própria aplicação de penas ficaria
impossibilitada. É preciso, portanto, aquiescer com a existência de tais efeitos, mas fazer o possível
para atenuá-los, de modo a compatibilizar os interesses da sociedade com os do condenado e das
pessoas ligadas a ele.
A simples existência de um processo criminal já pode afetar terceiros, fazendo com que sofram
preconceitos e estigmatização. Todavia, os efeitos colaterais da pena manifestam-se sobretudo
durante a execução da pena. E, dentre as sanções previstas, a prisão é a que mais duramente
afeta terceiros.
No Brasil, há vários institutos visando atenuar o problema. Nesta esteira, a visita íntima, embora
voltada principalmente ao preso, têm relevância ímpar para mitigar os efeitos que a condenação
projeta sobre os cônjuges e companheiros dos detentos.
Se materializa em 3 planos:
1 – Legislativo;
2 - Judicial ;
3 - Executivo .
O Estado responde ao crime para que o particular assim não o faça, pois hodiernamente tem
o monopólio da violência. Ademais, com a punição, o Estado também objetiva dissuadir outras
práticas ilícitas.
De fato, a referida individualização começa no processo de elaboração das leis. Afinal, segundo o
princípio da legalidade "não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal". (Art. 5°, Inciso XXXIX, da Constituição Federal).
CASO CONCRETO:
O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria) exige que do fato
praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
O princípio da ofensividade está atrelado à concepção dualista da forma penal, isto é, a
norma pode ser primária (delimita o âmbito do proibido) ou secundária (cuida do castigo, do âmbito
da sancionabilidade).
A norma primária, por seu turno, possui 2 aspectos: ela é valorativa e também imperativa. O
aspecto valorativo da norma fundamenta o injusto penal, isto é, só existe crime quando há ofensa
concreta a esse bem jurídico. Daí se conclui que o crime exige, sempre, desvalor da ação (a reação
de uma conduta) assim como desvalor do resultado.
CASO CONCRETO:
Considerando a teoria finalista, adotada pela maioria dos doutrinadores modernos, crime é
uma ação típica e antijurídica, e ainda, sob o aspecto material pode ser definido como todo fato
humano que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos tidos como fundamentais para sociedade, e que
tem uma resposta sancionadora do Estado.
Do conceito de crime dado pela teoria finalista, toda ação típica e antijurídica, surgiram os
delitos de bagatela ou crimes de lesão mínima, onde o comportamento lesivo de tão ínfimo, sequer
atinge o bem jurídico protegido, não guardando qualquer reprovabilidade social. E é sobre os crimes
de bagatela que o principio da insignificância incide, retirando-os da esfera de atuação do Direito
Penal, passando a ser considerados atípicos, não constituindo, assim, delitos. Apesar do Principio da
insignificância não ter previsão legal, há que ser considerado um principio implícito, haja vista, que é
norteado por princípios do Direito Penal, tais como o principio da intervenção mínima, da lesividade,
da subsidiariedade, entre outros. Embasado nesta e outras justificativas, os operadores do Direito
têm aplicado reiteradamente o principio como forma de resguardar a dignidade e tornar ativo o
Estado Democrático de Direito, e assim, assegurar os Direitos Humanos.
O Direito Penal Brasileiro assim como os vários ramos do nosso ordenamento jurídico admite
determinados princípios que, traz na sua etimologia diversos significados, podendo ser
compreendido como lei, preceito ou regra, e é algo que pode ser aplicado nas várias fases do
processo judicial.
As transformações e a transitoriedade sofrida pela sociedade fazem com que a lei, muitas
vezes, torne-se inadequada e ultrapassada para as situações e ascensão, trazidas pela miséria
social. Essa situação leva o homem à prática de condutas imorais, ou seja, dos delitos
insignificantes, daí surge para o julgador a adequação da norma penal ao caso concreto, evitando a
interpretação fria da letra da lei.
ASPECTOS HISTÓRICOS:
A fim de que se possa entender o conceito e todos os fundamentos e efeitos do Princípio dal
Insignificância da maneira mais clara possível, necessita-se conhecer sua origem, como foi e o
porquê do surgimento desse princípio.
O Estado não se valerá do Direito Penal em qualquer caso, pois este ramo do Direito é muito
severo, onde jus puniendi é exercido para impor uma sanção drástica ao indivíduo, tolhendo-lhe fora
a vida, o primeiro bem jurídico mais relevante, qual seja, a liberdade. É praticamente instantâneo
invocar o princípio da intervenção mínima ao se falar do princípio da insignificância, pois apesar de
existir previsão legal para a proteção de determinado bem jurídico, como o patrimônio no crime de
furto, não há porque adotar a intervenção abusiva do direito penal nos casos em que o valor da coisa
é irrisório.
CONCEITOS BÁSICOS:
Para que se possa entender melhor o conceito que traduz o Princípio da Insignificância, cabe
analisar, primeiramente, de forma separada os conceitos de princípios e de insignificância. Princípio
pode significar, ao mesmo tempo, o lugar onde algo começa se origina fonte, base, bem como uma
norma, regra. No desenvolver desse trabalho perceber-se-á, que princípio, no caso tratado, tem o
sentido de norma e fonte ao mesmo tempo, uma vez que o Princípio em análise, é uma norma que
serve de base para a aplicação de outras normas já existentes e positivadas. Já a Insignificância,
grosso modo falando, é tudo aquilo que não tem valor, não tem importância ou qualquer relevância.
O delito insignificante é aquele incapaz de causar prejuízo, danos à sociedade, quando, por exemplo,
subtrai-se coisa de valor irrisório, que não seja suficiente para alterar o patrimônio da vítima.
Nucci afirma que "Com relação a insignificância (crime de bagatela), sustenta-se que o direito
penal, diante de seu caráter subsidiário, funciona como ultima ratio, no sistema punitivo, não se deve
ocupar de bagatelas".
O Princípio da Insignificância é aquele que orienta no sentido de que não se deve punir os
delitos de bagatela, ou seja, delitos pequenos, irrelevantes, não ensejadores de efetivo prejuízo a
vítima ou ao social. Cabe dizer ainda que, o Princípio da Insignificância deve ser utilizado no
momento da interpretação dos fatos, com base em critérios de razoabilidade, podendo chegar a
destituição da reprovabilidade do fato por ter sido valorado como insignificante, excluindo a tipicidade
penal e, portanto, tornando-o isento de punição.
DO CRIME
CONCEITO DE CRIME:
Existem variados conceitos para definir o que é crime dependendo sempre da posição
adotada. Pelo critério formal, crime é o que a lei define como tal. Para o critério material, crime é o
fato humano que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos penalmente protegidos. Este critério traz
apenas a consequência do crime, mas não o define, ou melhor, define apenas o resultado do crime.
Adota-se no Brasil a Teoria Tripartida, qual seja, a que preconiza que para a configuração do
crime existem três elementos estruturais, quais sejam, fato típico, ilícito ou antijurídico e culpável.
ELEMENTOS DO CRIME:
O Código Penal não conceituou crime, apesar do artigo 1o da Lei de Introdução do Código
Penal, tratar de uma definição puramente formal, que nada explica, a não ser quais penas
correspondem aos delitos e às contravenções.
Esse amoldamento da conduta ao tipo é o que chamamos de tipicidade formal, pois, em não
havendo essa adequação, o fato cometido pelo agente será considerado atípico. Um exemplo dado
por Greco (2009, p. 158), é o furto de uso, caso em que o autor subtrai um bem, mas não o faz com
o intuito da posse definitiva do bem, e assim, como não há o adequamento perfeito, haja vista que o
tipo não se completa, pois o agente não furtou o objeto com o fim de tê-lo para si ou para outrem,
não sendo assim punível tal conduta.
Dois exemplos dados por Greco (2009) é que não se pode punir quem pratica um ato lesivo
contra si mesmo, como ocorre nos casos de tentativa de suicídio, ou do uso de substâncias
entorpecentes. Prova disto é que a nova Lei Antidrogas despenalizou (nova redação dada pelo artigo
28 da Lei 11.343/06) o uso de drogas. O legislador, ao criar uma lei, tem que ter em mente os
eventuais prejuízos que tal atitude cause turbulência à ordem jurídica e social. Portanto, conclui-se
que não se devem punir algumas atitudes, principalmente as irrelevantes, vez que não carecem de
atenção do ordenamento jurídico penal, ante a falta de real ofensa aos bens tutelados pela
legislação.
Esse princípio estabelece que o Direito Penal só deve atuar na defesa de bens jurídicos
relevantes para a sociedade e para o indivíduo, bens este, imprescindíveis para a pacífica
convivência dos homens e que não podem ser protegidos de forma diversa.
Em conceito dado por Greco (2009, p.49) o Direito Penal só deve preocupar com a proteção
dos bens mais importantes e necessários à vida em sociedade e a definição dada como ultima ratio
significa que o Direito Penal somente deve ser usado/avocado em última circunstância. Define ainda
Rogério Greco (2009, p.49) que "o princípio da intervenção mínima, ou ultima ratio,“é o responsável
não só pela indicação dos bens jurídicos de maior relevo que merecem a especial atenção do Direito
Penal, mas se presta, também, a fazer com que ocorra a chamada descriminalização."
Percebe-se assim, que tal princípio tem função limitadora para que o Estado não interfira e
nem execute, constantemente, o seu poder de punir. Corroborando tal afirmação, Roxin (1997),
assevera que "a proteção de bens jurídicos não se realiza só mediante o Direito Penal, senão que
nessa missão cooperam todo o instrumento do ordenamento jurídico". (ROXIN 1997, apud GRECO,
2009, p. 50).
Dito isto, conclui-se que o Direito Penal deve intervir o mínimo possível, devendo somente
ser avocado quando outros ramos do direito forem incapazes de dar a devida tutela a bens
relevantes na vida do indivíduo e da sociedade. Este princípio, como o da insignificância não estão
implícitos nas legislações penais e constitucionais modernas, devido ao seu vínculo com outros
postulados explícitos, não deixando de se impor aos olhos do legislador e do intérprete da lei.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
Da redação do citado artigo, verifica-se que somente alguém poderá ser punido, se quando
da data do fato, o ilícito praticado pelo agente, existir prévia lei que o defina, e prévia sanção penal
que lhe puna. Tal princípio encontra também amparo constitucional, notadamente no artigo 50, inciso
XXXIX da Carta Magna Nacional.
Por conta de sua redação, bem como por seu conteúdo, alguns doutrinadores, dentre eles
Rogério Greco, acreditam que tal princípio seja o mais importante do Direito Penal. Segundo Rogério
Greco (2009), as funções do Princípio da Legalidade são as "de proibir a retroatividade da lei penal
(nullum crimen nulla poena sine lege praevia); proibir a criação de penas e crimes pelos costumes
(nullum crimen nulla poena sine lege scripta), proibir o emprego de analogia para criar crimes
fundamentar ou agravar penas (nullum crinem nulla poena sine lege stricta) e proibir incriminações
vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla pena sine lege certa)".
Segundo Bittencourt (2009), o Princípio da Reserva Legal é um imperativo que não admite
desvios nem exceções e representa uma conquista da consciência jurídica que obedece al
exigências de justiça, que somente os regimes totalitários os têm negado.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE:
O Princípio da proporcionalidade visa atingir tanto o poder legislativo, no momento que este
estiver estabelecendo as penas em abstrato, quanto o juiz, quando estiver impondo ao autor do delito
a sua sanção. Segundo entendimento de Greco (2009), o princípio da proporcionalidade somente
conseguiu se firmar durante o período Iluminista principalmente com a obra intitulada Dos Delitos e
das Penas, de autoria de Beccaria. Nesta obra Beccaria (2007, p.107) conclui que, "Para não ser um
ato de violência contra o cidadão, a pena deve ser, de modo essencial, pública, pronta, necessária, a
menor das penas aplicável nas circunstâncias referidas, proporcionada ao delito e determinada pela
lei".
Em conformidade com este princípio, deve haver sempre uma medida de justo equilíbrio
entre o legislador (medida abstrata) e o juiz (medida concreta), entre a gravidade do fato praticado e
a sanção imposta. O Superior Tribunal de Justiça acata o princípio da insignificância, com o
fundamento do princípio da proporcionalidade, que deve existir entre a conduta delitiva e a pena
imposta.
Para Toledo (1994, p. 131), "se o tipo delitivo é um modelo de conduta proibida, não é
possível interpretá-lo, em certas situações aparentes, como se estivesse também alcançando
condutas lícitas, isto é, socialmente aceitas e adequadas". De acordo com essa teoria, a medida que
uma conduta praticada é socialmente adequada, não poderá ela constituir um delito e, portanto, não
se revestirá de tipicidade.
A ação socialmente adequada exclui desde logo o tipo, pois se realiza dentro do campo de
aceitação da sociedade, ou seja, no âmbito da normalidade social. Do exposto podemos concluir que
o princípio da adequação social é aplicável a comportamentos que mesmo sendo compatíveis com a
descrição típica formal, por serem materialmente irrelevantes, são considerados atípicos.
Importante também destacar que tal princípio não tem força para revogar tipos penais em
que a sociedade não mais os considera como crime. Conforme cita GRECO (2009, p. 58) "uma lei só
pode ser revogada por outra, conforme determina o caput do art. 20 da Lei de Introdução ao Código
Civil".
Portanto, extrai-se do princípio em estudo que somente deve-se punir, mesmo que o fato
seja considerado crime ou contravenção e ainda esteja inserido no Código Penal, aquilo que é
reprovável e que a sociedade não aceita. Assim, deve o legislador, ao editar ou criar uma lei, ter
sensibilidade para diferenciar as condutas dos agentes que são socialmente aceitas pela sociedade
e aquelas que são reprováveis e merecem a interferência do ordenamento jurídico
O STF indica os critérios para que sejam aferidos os crimes que deveriam ser acolhidos pelo
princípio da insignificância, a saber: mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma
periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento do agente
e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Dos julgados do STF e STJ extraem-se ainda as
seguintes regras, que não são precisas e nem duradoras, sobre o princípio da insignificância:
POSIÇÕES JURISPRUDENCIAIS:
O princípio da adequação social prevê que a conduta deve ser capaz de afrontar o
sentimento social de justiça, caso a conduta não cause na população esse sentimento, ela seria
aceita e não poderia tal conduta ensejar uma reprimenda penal.
Concebido por Hans Welzel, o princípio da adequação social preconiza que não se pode
reputar criminosa uma conduta tolerada pela sociedade ainda que se enquadre em uma descrição
típica. Trata-se de condutas, que embora formalmente típicas, são exemplos: a circuncisão práticada
na religião judaíca, a tatuagem, o furo na orelha para colocação de brinco e etc.