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Aula 09
Sumário
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Noções preliminares
Abrangência e aplicação
1
A Lei 9.784/1999, apesar de ser conhecida como Lei do Processo Administrativo Federal, estabelece normas
que, na verdade, aplicam-se aos atos administrativos. Assim, alguns assuntos desta Lei, como, por exemplo, a
competência, já foram abordados na aula sobre atos administrativos e, por conseguinte, não serão novamente
explorados.
P
2
Lei do Processo Administrativo
Federal
3
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração
Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor
cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
quando no desempenho de função administrativa.
4
REsp 1.148.460/PR 10. A Lei 9.784/99 pode ser aplicada de forma subsidiária no âmbito dos demais Estados-
Membros, se ausente lei própria regulando o processo administrativo no âmbito local
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Disponível em Lei Distrital 2.834/2001.
Por outro lado, para os casos não abrangidos por lei específica, o
processo administrativo deverá ocorrer inteiramente nos termos da Lei
9.784/1999.
6
Art. 41. [...] § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o
licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em
concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a
realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação
não terá efeito de recurso.
7
Acórdão 1201/2006 TCU/Plenário: 9.3. firmar entendimento de que o prazo para que a Administração
julgue e responda à impugnação a edital feita por licitante, nos termos do art. 41, § 2º, da Lei n. 8.666/1993, é
de 5 dias, segundo o art. 24 da Lei nº 9.784/1999
Gabarito: errado.
3. (Cespe - TJ/STJ/2012) A Lei n.º 9.784/1999 não se aplica aos órgãos dos
Poderes Judiciário e Legislativo, ainda que no desempenho de funções de natureza
administrativa.
Comentário: para reforçar, vamos transcrever o art. 1º, caput e §1º, da Lei do
Processo Administrativo Federal:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo
administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta,
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao
melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de
função administrativa. (grifos nossos)
Portanto, a Lei aplica-se aos Poderes Judiciário e legislativo da União, quando
no exercício da função administrativa.
Gabarito: errado.
Princípios
Segurança jurídica
SERá Eficiência
Razoabilidade
Finalidade
Ampla defesa
FÁCIL Contraditório
Interesse público
Legalidade
Proporcionalidade
Motivação
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Apesar de a Lei limitar a revisão aos processos administrativos que resultem sanções, a Prof. Maria Di Pietro
entende que ela se aplica a qualquer ato da Administração, sempre que for reconhecido que ele foi praticado
com inobservância da lei (Di Pietro, 2014, p. 702).
9
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 909.
10
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 909-910 com algumas adaptações de conteúdo e forma.
11
Bandeira de Mello, 2014, p. 512.
12
Bandeira de Mello, 2014, p. 512.
Súmula Vinculante nº 5
Nesse último caso, a Lei lista, no inc. IV, art. 69-A, como pessoas que
possuem prioridade na tramitação as portadoras de tuberculose ativa,
esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação,
síndrome de imunodeficiência adquirida. Ao final, o dispositivo outorga o
direito de tramitação prioritária ao portador de “outra doença grave, com
base em conclusão da medicina especializada”. Com efeito, a prioridade se
13
Mais especificamente (art. 69-A):
Competência
Avocação e delegação
14
Art. 14. [...] § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
15
Furtado, 2012, p. 209.
16
Di Pietro, 2014, p. 214.
17
Meirelles, 2013, p. 131.
Impedimento e suspeição
18
Scatolino e Trindade, 2014, p. 790.
19
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 946.
está concordando com o que foi alegado. Além disso, ainda que não
atenda à intimação, ele não estará renunciando ao seu direito, podendo
fazê-lo em momento futuro, no prosseguimento do processo. Para
contextualizar, vamos transcrever o texto da Lei:
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da
verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito
de ampla defesa ao interessado.
Instrução
Gabarito: errado.
Decisão
Da motivação
23. (Cespe - AA/IBAMA/2013) De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, serão sempre
motivados os atos administrativos que decidam processos administrativos de
seleção pública e recursos administrativos e revoguem ato administrativo
anteriormente praticado.
Comentário: vamos relembrar em quais situações os atos administrativos
deverão ser motivados?
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
Súmula Vinculante nº 21
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
No caso de recurso interposto perante órgão incompetente, será
indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o
prazo para recurso (art. 63, §1º).
Além disso, o não conhecimento do recurso não impede a
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida
preclusão administrativa – impossibilidade de apreciar a matéria
novamente na via administrativa.
O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente
deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os
documentos que julgar convenientes (art. 60).
Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito
suspensivo (art. 61) – por consequência, só possuirá o denominado
efeito devolutivo.
Gabarito: correto.
Prazos
Das sanções
QUESTÕES EXTRAS
69. (Cespe – Juiz Substituto/TJ-AM/2016) Conforme a Lei n.º 9.784 /1999, que
trata dos atos administrativos, são indelegáveis
a) a edição de atos normativos e as matérias de competência exclusiva do órgão.
b) a elaboração de ofícios e a avaliação de recursos administrativos.
c) a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência privativa de
autoridade.
d) a revisão de atos administrativos e a edição de atos normativos.
e) as matérias de competência exclusiva e a publicação de edital.
Comentário: o art. 13 da Lei 9.784/1999 determina que:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Destarte, nosso gabarito corresponde à alternativa A (a edição de atos
normativos e as matérias de competência exclusiva do órgão).
Gabarito: alternativa A.
Acerca dos atos administrativos e do processo administrativo sob o regime da Lei n.º
9.784/1999, julgue os itens a seguir.
70. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Conforme expressa disposição da
Lei n.º 9.784/1999, se ocorrer equivocada interposição de recurso administrativo
perante autoridade incompetente, será indicada ao recorrente a autoridade
competente e devolvido o prazo recursal.
Comentário: com base no art. 63 da Lei 9.784/1999, o recurso não será
conhecido quando interposto (i) fora do prazo, (ii) perante órgão incompetente,
(iii) por quem não seja legitimado ou (iv) após exaurida a esfera administrativa.
Para o caso apontado na questão – interposição de recurso administrativo
perante autoridade incompetente –, será indicada ao recorrente a autoridade
competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
Logo, nosso gabarito é correto.
Gabarito: correto.
Com base na Lei Federal n.º 8.429/1992 e na Lei Federal n.º 9.784/1999, julgue os
próximos itens.
77. (Cespe – Analista de Tecnologia da Informação/FUB/2015) É obrigatório que
os procedimentos administrativos que ocorrem no âmbito dos órgãos da
administração direta e indireta dos poderes executivos da União, dos estados, do DF
e dos municípios sejam regulados pela Lei Federal n.º 9.784/1999.
Comentário: a Lei 9.784/1999 é uma Lei destinada apenas à Administração
Pública federal. Logo, em regra, ela não se aplica aos demais entes da
Federação. Valei dizer, a Lei se aplica à União, mas não aos estados, Distrito
Federal e municípios. Contudo, a jurisprudência admite a sua adoção, no
âmbito dos estados e municípios, mas apenas de forma subsidiária, quando
inexistente lei própria de processo administrativo no respectivo ente da
Federação.
Gabarito: errado.
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profherbertalmeida
RESUMO
CONCEITO
coordenados entre si, tendo por fim uma decisão final a ser proferida pela
Administração.
Nesta aula, vamos estudar a Lei 9.874/1999, conhecida como Lei do Processo
Administrativo Federal21.
ABRANGÊNCIA E APLICAÇÃO
PRINCÍPIOS
P
21
Lei do Processo Administrativo
Federal
22
REsp 1.148.460/PR 10. A Lei 9.784/99 pode ser aplicada de forma subsidiária no âmbito dos demais
Estados-Membros, se ausente lei própria regulando o processo administrativo no âmbito local
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Disponível em Lei Distrital 2.834/2001.
Segurança jurídica
SERá Eficiência
Razoabilidade
Finalidade
Ampla defesa
FÁCIL Contraditório
Interesse público
Legalidade
Proporcionalidade
Motivação
O art. 3º enumera, a título exemplificativo, sem prejuízo de outros que lhe sejam
assegurados, os direitos dos administrados perante a Administração Pública.
Por outro lado, o art. 4º apresenta alguns dos deveres do administrado perante a
Administração:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para
o esclarecimento dos fatos.
Súmula Vinculante nº 21
24
Mais especificamente (art. 69-A):
25
Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-
lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos
recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento
das vias administrativas.
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
Prazos
Acerca dos atos administrativos e do processo administrativo sob o regime da Lei n.º
9.784/1999, julgue os itens a seguir.
70. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Conforme expressa disposição da
Lei n.º 9.784/1999, se ocorrer equivocada interposição de recurso administrativo
perante autoridade incompetente, será indicada ao recorrente a autoridade
competente e devolvido o prazo recursal.
71. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Conforme entendimento
consolidado do Supremo Tribunal Federal, a revogação de ato administrativo que já
gerou efeitos concretos exige regular processo administrativo.
Com base na Lei Federal n.º 8.429/1992 e na Lei Federal n.º 9.784/1999, julgue os
próximos itens.
77. (Cespe – Analista de Tecnologia da Informação/FUB/2015) É obrigatório que
os procedimentos administrativos que ocorrem no âmbito dos órgãos da
administração direta e indireta dos poderes executivos da União, dos estados, do DF
e dos municípios sejam regulados pela Lei Federal n.º 9.784/1999.
GABARITO
REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo:
Atlas, 2014.
CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. 13ª Edição. Salvador-BA: JusPodivm,
2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.