Você está na página 1de 8

Checklist de documentos para habilitação em licitação

Os documentos necessários para participar de uma licitação exigidos pela Lei 8.666/93,


comumente, são:
1. habilitação jurídica;
a) Cédula de identidade do representante legal
b) Ato Constitutivo da entidade. Este pode ser o requerimento de empresário
(empresa individual sem sócios);
c) Contrato Social (sociedades empresárias) ou Estatuto (Sociedades anônimas
e Associações)

2. regularidade fiscal;
d) prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
e) prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se
houver, relativo ao domicílio.

3. qualificação técnica;
f) Atestado de capacidade técnica;
g) Registro nos órgãos técnicos (CREA e etc). Geralmente são esses os dois
requisitos mais requeridos em licitações.

4. inciso V do artigo 27 da Lei 8.666/93.


O “caput” do art. 27 determina que:

Art. 27.  Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,


exclusivamente, documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;     
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. 

No que  tange à habilitação jurídica, serão exigidos e examinados a documentação


que possibilita o futuro contratado  a praticar todos os atos da vida civil, de firmar
contratações com o Poder Público.
A documentação que poderá ser exigida referente à habilitação
jurídica é a seguinte:
Art. 28.  A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá
em:

I - cédula de identidade;

II - registro comercial, no caso de empresa individual;


III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado,
em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova
de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento
expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Em relação à qualificação técnica, analisa-se a aptidão técnica, prática e teórica, para


a execução daquele objeto que será licitado.

Essa qualificação técnica poderá ser exigida tanto da empresa quanto dos
profissionais, dividindo-se na seguinte classificação:

Capacidade técnico-operacional: é a capacidade atinente à pessoa jurídica, à


empresa que será contratada.

Aqui, são exigidos documentação que comprove que a pessoa jurídica realizou
anteriormente objeto similar ao licitado.

Capacidade técnico-profissional:
refere-se à capacidade dos profissionais que irão executar o objeto.

Esses profissionais são aqueles que integram o quadro da pessoa jurídica que será
contratada, seja como sócio, empregado ou contratado por intermédio de contrato
de prestação de serviços.

É o art. 30 da Lei 8.666/93 que disciplina a documentação atinente à qualificação


técnica:

A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

2
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível


em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a
realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos
membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,


quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

§ 1o  A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso


das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas
entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:(Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)

I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu


quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível
superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de
características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior
relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de
quantidades mínimas ou prazos máximos;  (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o  As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no


parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o  Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou


atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional
equivalente ou superior.

§ 4o  Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando


for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito
público ou privado.

3
§ 5o  É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com
limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras
não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

§ 6o  As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,


equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de
relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas
cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)


I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 8o  No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade


técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja
avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos
preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

§ 9o  Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta
especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto
a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de
serviços públicos essenciais.

§ 10.  Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da


capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão
participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por
profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela
administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)


Sobre a qualificação econômico-financeira, visa analisar a boa situação financeira do
futuro contratado, a saúde financeira do licitante, tendo em vista que, via de regra,
em contratações com o Poder Público, o contratado precisará primeiro executar com
seus próprios recursos o objeto, para somente após sua conclusão, receber o
pagamento devido.

Daí a importância em verificar se o licitante possui boa situação econômica para


custeio das despesas durante a execução do contrato. O art. 31 detalha o rol de
documentos pertinentes à qualificação econômico-financeira:

4
Art. 31.  A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á
a:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já


exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira
da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios,
podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3
(três) meses da data de apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da


pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;

III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art.


56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
contratação.

§ 1o  A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do


licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado
o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices
de rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o  A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e


serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência
de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas
no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação
econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do
contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3o  O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo


anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da
contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação
da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices
oficiais.

§ 4o  Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante
que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade
financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua
capacidade de rotação.

§ 5o  A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma


objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente
justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame
licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para

5
correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações
decorrentes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)


Também serão verificadas as regularidades fiscal e trabalhista dos licitantes. A
primeira visa analisar a regularidade do licitante perante o fisco, ou seja, perante as
obrigações fiscais e encargos sociais; a segundo, verifica a regularidade do
proponente perante a Justiça do Trabalho, através da CNDT-Certidão Negativa de
Débitos Trabalhistas.

O art. 29 detalha o rol de documentos pertinentes para estas


verificações:

Art. 29.  A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o


caso, consistirá em:      (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011)   (Vigência)

A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista:

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de


Contribuintes (CGC);

II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se


houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de
atividade e compatível com o objeto contratual;

III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do


domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por


Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos
encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho,


mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de
maio de 1943.      (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011)   (Vigência)

E, ainda, o art. 27, inc. V, prevê a exigência de declaração, entregue pelo licitante,
relativa ao cumprimento do  inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal

6
(proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos).

Importante ressaltar que, quando o “caput” do art. 27 determina que, para fins de
habilitação, será exigida EXCLUSIVAMENTE a documentação ali disposta, “Significa
que nada mais poderá ser exigido além da documentação mencionada nos arts. 27 a
31 da Lei nº 8.666, de 1993, a não ser que a exigência se refira a leis especiais.”
(Tribunal de Contas da União, Licitações & Contratos – Orientações e Jurisprudências
do TCU, 4ª ed., 2010, p.333).

Ou seja, o elenco existente nos artigos 27 a 31 da Lei 8.666/93 é o rol máximo de


documentos que poderão serem exigidos dos proponentes via edital.
A exceção de outra exigência que não as constantes desse rol, somente poderá ser
efetuada, pelo edital, para determinadas atividades (ex.: comercialização de
alimentos, remédios, explosivos), desde que exista lei ou regulamentos especial
exigindo o atendimento de requisito previsto em legislação especial. Nesse sentido:

Lei 8666/93:
Art. 30.  A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.


E admissível, na fase de habilitação técnica, a prova de atendimento de requisitos
previstos em Lei especial, nos termos do art. 30, inciso IV, da Lei no 8.666/1993. A
expressao “Lei especial” deve ser entendida em sentido lato, englobando
regulamentos executivos. Acórdão 703/2007 Plenário (Sumário)

A Lei 8.666/93 prevê, também, a possibilidade de dispensa parcial da documentação:


Art.32(...)

§ 1o  A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser


dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de
bens para pronta entrega eleilão

Fornecimento de bens para pronta entrega são aquelas compras de entrega


imediata, assim entendidas aquelas cujo prazo de entrega seja de até 30 dias da
data prevista de apresentação da proposta (art. 40, §4º).

Apesar do dispositivo mencionar a dispensa “no todo” ou em parte, salientamos que


a dispensa total jamais poderá ocorrer, apenas a parcial. Isso porque, documentação
como por exemplo a Certidão unificada de Tributos Federais Regularidade Fiscal
RFB/PGFN e o Certificado de Regularidade Fiscal do FGTS não podem ser
simplesmente dispensados, conforme a própria determinação do art. 195, §3º da
CF/88, sendo essa a orientação do TCU nos julgados Decisão 705/1994 – Plenário –

7
TCU e Acórdão 562/1994 – 1ª Câmara TCU, salientando, no Acórdão 260/02 que até
mesmo em contratação direta é obrigatória exigência de CND e FGTS.

Você também pode gostar