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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL

TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AFC-CGU


PROFESSORES: DICLER FERREIRA E RAPHAEL MORETH
AULA 03 – DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL PARA A CGU

Nobre concurseiro(a), primeiramente quero me desculpar por uma falha. A


primeira foi a ordem dos assuntos colocados na aula. Hoje estamos na aula 3 e
deveríamos iniciar com a parte dos fatos jurídicos, entretanto por descuido meu
(Dicler) ainda estão faltando três assuntos:
- representação e responsabilidade da pessoa jurídica;
- domicílio da pessoa jurídica; e
- bens,
Ou seja, vamos começar com esses assuntos e também tratar da matéria
programada para esta aula.

T OAA JUR
URÍDIDICA
ÓPIC
5: TÓPIEstudamos
O 5: R PRna aula passada que a capacidade da pessoa jurídica decorre de sua
CO
personalidade RE EP ES pela ordem pública no momento de seu registro. Entretanto,
reconhecida
RE EN SE TA
por ser uma instituição jurídica, ela necessita de uma pessoa natural para representá-la
NT ÇÃ
ativa e passivamente, exteriorizando ÃO sua vontade nos atos judiciais e extrajudiciais que
participar. RE AÇ
OE
Em se tratando de pessoa jurídica de direito público interno, (art. 12, I e II do CPC)
ES
temos o seguinte: ON E
- União, Estados, Distrito Federal Re SP PO
Territórios: serão representados em juízo,
SA NS
ativa e passivamente por seus procuradores;
BI AB
- Municípios: serão representados por seu prefeito ILID LIou procurador.
AD DE A P
DA e E
Art. 12 do CPC - Serão representados em juízo, ativa D DA
passivamente:
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, ES
por seus
PE procuradores;
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador;
[...].
SS SO
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os
designando, por seus diretores;
[...].

No tocante às demais pessoas jurídicas (art. 12, V do CPC), em regra, o


representante é indicado no estatuto. Caso haja omissão de tal indicação a pessoa jurídica
será representada pelos seus diretores. Entretanto, os atos dos administradores, quando
exercidos dentro dos limites definidos no estatuto também obrigam a pessoa jurídica (art.
47 do CC).
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Art. 47 do CC - Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos
limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

Caso tais administradores pratiquem desvio ou excesso de poder, deverão


responder pessoalmente com o seu patrimônio pelos atos lesivos causados às pessoas
com quem celebraram negócios.
Caso a pessoa jurídica tenha administração coletiva (gerência colegiada), em
regra, as decisões deverão ser tomadas por metade dos votos dos presentes mais um,
nos termos do art. 48 do CC.

Art. 48 do CC - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se


tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de
modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere
este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,
simulação ou fraude.

Em se tratando de sociedade, serão necessários votos correspondentes a mais da


metade do capital social da empresa. Já o parágrafo único do dispositivo acima prevê a
possibilidade de anulação de decisão contrária à lei e ao estatuto, ou eivada de vício de
consentimento ou social.
Pelo fato da pessoa jurídica precisar ser representada, ativa ou passivamente, em
juízo ou fora dele, deverá ser administrada, em regra, por quem o estatuto designar.
Porém, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, caracterizando uma vacância
geral, então o magistrado, nos termos do art. 49 do CC, deverá nomear um administrador
provisório.

Art. 49 do CC - Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a


requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.

Sabe-se, porém, que independentemente da pessoa jurídica, ser representada por


seus diretores ou por quem conste em seus estatutos ou contrato social, poderá (aquela
por intermédio destes), outorgar poderes para terceira pessoa (mandatário), praticar atos e
administrar interesses em seu nome (pessoa jurídica). No mandato, o mandatário atua por
conta e ordem do representado.
Dessa forma, a agilidade do mundo dos negócios impede muitas vezes que os
representantes legais estejam presentes a todos os atos, fazendo, na maioria das vezes,
se representar por mandatário especialmente nomeado.

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Assim como a pessoa natural pode nomear mandatário para a administração de
seus bens e interesses, como, por exemplo, alguém que passará longo período fora do
país, a pessoa jurídica, com muito mais razão, também pode usar do mesmo instituto. Há
de se ressaltar que não podemos confundir a figura da representação com a figura do
preposto, apesar de que a pessoa jurídica tem a faculdade de fazer-se representar em
juízo tanto por intermédio de preposto (funcionário credenciado), como por intermédio
de mandatário (não-funcionário).

( ) 1. (ESAF – AFT – Fiscal do Trabalho – 2010) Nos atos judiciais e extrajudiciais,


as pessoas jurídicas serão representadas, ativa e passivamente, por quem os
respectivos estatutos designarem, porém, não havendo designação estatutária,
serão representadas pelos seus prepostos.

O erro da questão está em afirmar que não havendo designação estatutária a


pessoa jurídica será representada por um preposto. O correto seria afirmas que a pessoa
jurídica poderia ser representada por um preposto.

Gabarito: Errada.

Sobre a responsabilização da pessoa jurídica temos que ela pode ser penal e civil.
A responsabilização penal é prevista na legislação infraconstitucional através da Lei
9.605/1998 que trata dos crimes ambientais. No caso em questão será responsabilizada
tanto a pessoa jurídica como a pessoa física pela qual se exteriorizou o ato danoso. Sobre
a responsabilidade civil, vamos dividi-las em duas:
1) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado.
No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser contratual
(decorrente de um contrato) ou extracontratual/aquiliana (decorrente de um delito).
Veremos o assunto com mais detalhes na aula de ato ilícito.
Ressalta-se que toda pessoa jurídica de direito privado, tendo ou não finalidade
lucrativa, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e
os seus fins.
2) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno.
O assunto encontra-se positivado no art. 43 do CC:

Art. 43 do CC - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente


responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a

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terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por
parte destes, culpa ou dolo.
No artigo em questão está consagrada responsabilidade civil objetiva onde a
indenização estatal e cabível na hipótese de danos causados por comportamentos dos
funcionários, a direitos de particulares, bastando a comprovação da existência de prejuízo.
Por força do art. 37, § 6º da CF, as pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos, respondem pelos danos que seus
funcionários causem a terceiro, sem distinção da categoria do ato, seja comissivo ou
omissivo; entretanto, é cabível ação regressiva contra o agente público, quando tiver
havido culpa deste, de modo a não ser o patrimônio público desfalcado por sua conduta.

( ) 2. (ESAF – AFT – Fiscal do Trabalho – 2010) As pessoas jurídicas de direito


público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa
qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Gabarito: Certa. Literalidade do art. 43 do CC.

TÓPICO 6:
6: DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA

O assunto é tratado no art. 75 do CC:

Art. 75 do CC - Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:


I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias
e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou
atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada
um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das
suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

A pessoa jurídica não possui residência, mas tem sede ou estabelecimento que a
“prende” a um determinado lugar. Trata-se do domicílio especial da pessoa jurídica que
pode ser livremente escolhido no seu ato constitutivo. Não havendo tal escolha o dom-
icílio será o lugar onde funcionar as respectivas diretorias e administrações. O gráfico a
seguir resume o assunto.

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DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO

União o Distrito Federal.

Estados e Territórios as respectivas capitais.

Municípios o lugar onde funcione a administração municipal.

DOMICÍLIO DAS DEMAIS PESSOAS JURÍDICAS

onde elegerem domicílio especial no seu estatuto


Regra
ou atos constitutivos.

o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias


Na falta de domicílio especial
e administrações.

Havendo diversos estabelecimentos cada um deles será considerado domicílio para os


(pluralidade domiciliar) atos nele praticados.

Se a administração ou diretoria tiver o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela


sede no estrangeiro corresponder.

3. (FCC – TCE-MG – Auditor - 2005) O município X, que possui dois distritos, e


pertence à comarca Y, tem por domicílio :
a) O lugar onde funciona a administração municipal.
b) Qualquer prédio público municipal dos respectivos distritos, para os atos neles
praticados.
c) A sede da comarca.
d) A sede da Câmara Municipal.
e) A Capital do estado.

Gabarito: A

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TÓPICO
CO 7:
7: BE NS
BENS

Considera-se bem tudo aquilo que existe no universo e que é útil ao homem.
O Código Civil classifica os bens, em dois grandes grupos. O primeiro classifica os
benspor si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum outro. É o caso bos bens
móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, divisíveis e indivisíveis, dentre outros. Já o
segundo classifica os bens de forma recíproca fazendo uma comparação entre dois bens.
Veja a tabela a seguir:

Bens Considerados em Si Mesmos Bens Reciprocamente Considerados


- móveis e imóveis; - principais e acessórios.
- fungíveis e infungíveis;
- consumíveis e inconsumíveis;
- divisíveis e indivisíveis; e
- singulares e coletivos.

A primeira classificação dos bens em si mesmos é a que divide os bens em móveis


e imóveis:

a) Bens imóveis: é tudo que se incorpora naturalmente (acessão natural) ou


artificialmente (acessão artificial) ao solo. Ou seja, são os bens que não podem ser
transportados sem destruição ou diminuição de valor de um lugar para outro.

Art. 79. do CC -. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
Art. 80 do CC - Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem
removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

No artigos 79, 80 e 81 o Código Civil classifica os bens imóveis em:


- Bens imóveis por natureza: preliminarmente, consideram-se bens imóveis por natureza
o solo e seus acessórios e adjacências, ou seja, tudo aquilo que adere ao solo
naturalmente, a exemplo das árvores, frutos e subsolo. Alguns autores entendem que
deveria ser bem imóvel por natureza somente o solo; acessórios e adjacências deveriam
ser chamados bens imóveis por acessão natural.

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- Bens imóveis por acessão industrial (artificial): é definido como tudo aquilo que
resulta do trabalho do homem, tornando-se permanentemente incorporado ao solo. Tem
como exemplo as construções e as plantações.
- Bens imóveis por acessão intelectual (por destinação do proprietário): a lei
considera bem imóvel por acessão intelectual aqueles bens móveis que aderem a um bem
imóvel pela vontade do dono, para dar maior utilidade ao imóvel ou até mesmo para o seu
embelezamento, aformoseamento, a exemplo de um trator comprado para melhor
utilização em uma fazenda, pois, enquanto o trator estiver a serviço da fazenda, será
considerado como bem imóvel por acessão intelectual. São aqueles bens móveis
incorporados ao bem imóvel pela vontade do dono. Assim como o proprietário imobilizou o
bem móvel, ele poderá, conseqüentemente, mobilizá-lo novamente quando não for utilizá-
lo mais para aquilo a que se destinava.
- Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que somente são
imóveis porque o legislador resolveu enquadrá-los como tal, para que se possibilite, em
regra, maior segurança jurídica nas relações que os envolvam. Podemos citar o direito à
sucessão aberta, ainda que o acervo seja composto única e exclusivamente de bens
móveis (ex: cinco carros); os direitos reais sobre imóveis e as ações que o asseguram; as
apólices da dívida pública, quando oneradas com cláusula de inalienabilidade.
b) Bens móveis: determina o artigo 82 do Código serem bens móveis os bens suscetíveis
de movimento próprio, ou de remoção por força alheia.

Art. 82 do CC - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção


por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Podem ser classificados da seguinte maneira:


- Bens móveis por natureza: são bens móveis por natureza não só aqueles que têm
movimento próprio, como também aqueles que não têm movimento próprio. Subdividem-se
em bens móveis propriamente ditos (aqueles que não têm movimento próprio) e bens
semoventes (aqueles que têm movimento próprio).
- Bens móveis por antecipação: aqueles bens imóveis que têm uma finalidade última
como móvel. Assim, mesmo temporariamente imóveis não perdem o caráter de bem
móvel, em razão de sua finalidade, a exemplo das árvores plantadas para corte.
- Bens móveis por determinação legal: são alguns bens que a lei considera móveis por
determinação legal, e conseqüentemente, aplicando as disposições sobre bens móveis nas
relações que os envolvam. São eles: Os direitos reais sobre objetos móveis e respectivas

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ações; os direitos de obrigação, e respectivas ações; além dos direitos do autor. Conforme
o art. 83 do CC.

Art. 83 do CC - Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Sobre os navios e aeronaves, apesar de poderem ser dados em hipoteca (instituto


característico de bens imóveis), tais bens não perdem a característica de bens móveis.
Sobre os bens móveis ainda temos o art. 84 do CC:

Art. 84 do CC - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem


empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os
provenientes da demolição de algum prédio.

Ou seja, se eu compro um conjunto de telhas em uma loja de construção, enquanto


eu não empregar as telhas na obra elas serão consideradas bens móveis, porém, após o
emprego, serão consideradas bens imóveis por acessão industrial ou artificial. Caso ocorra
a demolição da casa a telha novamente será considerada bem móvel.

O art. 85 do CC distingue a classificação dos bens móveis em dois tipos:

Art. 85 do CC - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da


mesma espécie, qualidade e quantidade.

- bens fungíveis: são aqueles bens móveis que podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, natureza e qualidade.
- bens infungíveis: são os que possuem características especiais que os tornam dis-
tintos de outros da mesma espécie e qualidade, não permitindo, dessa forma,
a sua substituição.
Ressalta-se que, excepcionalmente, bens imóveis podem ser considerados bens
fungíveis, a exemplo de várias pessoas proprietárias, em condomínio, de um conjunto de
lotes ainda não divididos, ocasião em que cada um é proprietário de um número
determinado de lotes, fungíveis, posto que ainda não identificados os seus proprietários.
A fungilibilidade ou a infungibilidade, podem decorrer também da vontade das
partes, a exemplo de bens fungíveis emprestados para ornamentação e posterior
devolução, a que a doutrina dá o nome de comodatum ad pompam vel ostentationem.
O art. 86 do CC, trata do bem consumível.

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Art. 86 do CC - São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imedi-
ata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Ou seja, os bens que podem ser usados várias vezes são inconsumíveis e os que
podem ser usados apenas uma vez são consumíveis. Destaca-se o bem destinado à
alienação que é consumível de direito, ou seja, o vendedor não pode vender um bem para
duas pessoas sob pena de estelionato (art. 171 do CP). Conclui-se que o bem destinado à
alienação só pode ser vendido uma vez e, por isso, é consumível.

Os arts. 87 e 88 do CC classificam os bens em divisíveis e indivisíveis.


Interpretando o art. 87 do CC, são divisíveis as coisas que podem ser partidas em porções
distintas, formando, cada porção, um todo perfeito. Assim, o bem é divisível quando cada
porção continua com as características do todo.

Art. 87 do CC - Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Nos termos do art. 88 do CC, a indivisibilidade pode resultar da natureza, da lei e


da vontade das partes:

Art. 88 do CC - Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por


determinação da lei ou por vontade das partes.

- Bem indivisível por natureza: é aquele que, se for dividido, perde a característica
do todo, a exemplo de um animal.
- Bem indivisível por lei: existem alguns bens que por natureza talvez
fossem considerados divisíveis, entretanto a lei os torna indivisíveis.
Como exemplo, podemos citar o Estatuto da Terra que, nos casos de área rural,
exige que os terrenos rurais tenham, no mínimo, três alqueires. Assim, numa área rural, o
terreno de três alqueires torna-se indivisível para evitar que se tenham partes de terra
muito pequenas.
- Bem indivisível por vontade das partes: há a possibilidade, nos casos de condomínio,
das partes convencionarem a indivisibilidade do bem.

Os artigos 89, 90 e 91 do CC atribui características aos bens singulares e coletivos.

Art. 89 do CC - São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per


si, independentemente dos demais.
Art. 90 do CC - Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares
que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

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Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto
de relações jurídicas próprias.
Art. 91 do CC - Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas,
de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

Os bens singulares são considerados na sua individualidade, como é o caso de um


livro. Entretanto, quando o livro é observado no conjunto de uma biblioteca, agregado a
outros, então temos uma universalidade (bem plural).
As universalidades são bens coletivos e se dividem em dois tipos: universalidade de
fato (ex: biblioteca) ou universalidade de direito (ex: herança).

Temos também a divisão dos bens em principais e acessórios quando se trata dos
bens reciprocamente considerados. Principais são os que existem em si e por si, abstrata
ou concretamente; acessórios são aqueles cuja existência supõe a existência do principal.
Os principais tipos de bens acessórios são:
a) frutos: são aqueles bens acessórios produzidos periodicamente pela coisa, cuja
percepção e consumo não alteram a substância da coisa principal.
Quanto à origem os frutos dividem-se em:
- frutos naturais: aqueles produzidos pela força orgânica (ex: bezerro, carneiro,
maçã, laranja);
- frutos industriais: os produzidos pela arte humana (ex: tecido produzido pelo
tear); e
- frutos civis: aqueles produzidos pela coisa em razão da cessão remunerada da
posse (ex: rendimentos, juros, aluguel).
Quanto ao estado, os frutos classificam-se da seguinte forma:
- frutos pendentes: enquanto estão unidos à coisa que os produziu;
- frutos percebidos ou colhidos: estão separados do bem principal;
- frutos estantes: estão separados e armazenados ou acondicionados para venda;
- frutos percipiendos: deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos;
- frutos consumidos: são aqueles que não mais existem porque foram utilizados.
b) produtos: são acessórios que não se produzem com periodicidade e seu consumo
altera a substância da coisa principal, reduzindo, portanto, o seu valor. Ex: o
petróleo, o ouro, as pedras preciosas, etc.
c) pertenças: são bens utilizados com o objetivo de embelezar, melhorar ou conservar
a coisa principal, sem ser parte integrante. Ex: o sofá de uma casa.

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d) benfeitorias: compreendem as obras ou despesas que se fazem em bem móvel ou
imóvel para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Se classificam em:
- Necessárias: objetiva conservar a coisa ou evitar que ela se deteriore. Ex.
substituição de ligamentos podres no telhado.
- Úteis: aumentam ou facilitam o uso da coisa. Ex. construção de garagem.
- Voluptuárias: as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do
bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. Ex. piscina.
O assunto é abordado nos arts. 92 a 97 do CC.
Art. 92 do CC - Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam,
de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94 do CC - Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de
vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95 do CC - Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos
podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96 do CC - As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97 do CC - Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

Em um negócio jurídico que envolva o bem principal, a regra (art. 94 do CC) é que
o bem acessório também esteja envolvido. Porém, essa regra não inclui as pertenças, ou
seja, se eu comprar a sua casa e o contrato nada dispuser a respeito, entende-se que o
sofá que está na sua sala não faz parte no negócio.

Classificados conforme os titulares de seu domínio, os bens se dividem em públicos


e particulares. O artigo 98 do Código Civil considera públicos os bens que pertencem à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; todos os demais são
considerados particulares.

Art. 98 do CC - São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas


jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a
pessoa a que pertencerem.

Entretanto, é interessante ressaltarmos o Enunciado 287 da IV Jornada de Direito


Civil do CJF:

287 – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não
exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o

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bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de
serviços públicos.

Os bens públicos dividem-se em (art. 99 do CC):

Art. 99 do CC - São bens públicos:


I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os
de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
direito privado.

- de uso comum do povo: todos aqueles de utilização comum, sem maiores ônus, pela
coletividade, a exemplo das estradas, ruas, mares, praças; ressalte-se que é uma
enumeração meramente exemplificava;
- de uso especial: bens destinados ao funcionamento e aprimoramento dos serviços
prestados pelo Estado, de utilização, por vezes, concedida aos particulares, em regra
mediante contraprestação. Temos como exemplo os edifícios onde funcionam os
serviços públicos;
- dominicais (ou dominiais): aqueles que pertencem ao domínio privado do poder
público, e desde que estejam desafetados de qualquer utilização pública, podem ser
alienados, de acordo com as regras previstas para alienação de bens da administração, a
exemplo da licitação. São exemplos o terreno baldio e as terras devolutas.
Cabe também a análise do art. 103 do CC.

Art. 103 do CC - O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

Conclui-se que os bens podem ser utilizados gratuita ou onerosamente, conforme


for estabelecido, por lei, pela entidade a cuja administração pertencerem. A regra geral é o
seu uso gratuito, dado que são destinados ao serviço do povo ou da comunidade, que para
tanto paga uma carga extremamente alta de impostos. Todavia, não perderão a natureza
de bens públicos se leis ou regulamentos administrativos condicionarem ou restringirem o
seu uso a certos requisitos ou mesmo se instituírem pagamento de retribuição. Por
exemplo, pedágio nas estradas, venda de ingresso em museus, para contribuir para sua
conservação ou custeio.

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Os arts. 100 e 101 do CC dispõem que a inalienabilidade, que é peculiar dos
bens públicos, somente poderá ser afastada por lei, que por sua vez retira do bem a
função pública à qual este se liga. A tal procedimento dá-se o nome de desafetação.

Art. 100 do CC - Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101 do CC - Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei.

De forma sintética, ocorre a desafetação quando a lei autoriza a venda de um bem


público, desligando-o da função pública a que ele serve. Ocorre a afetação quando o bem
dominical passa a ser utilizado como bem público.
Finalizando o assunto bens temos o art. 102 do CC.

Art. 102 do CC - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Ou seja, além da inalienabilidade, os bens públicos também são impenhoráveis e


imprescritíveis, pois não estão sujeitos ao usucapião que é uma espécie de prescrição
aquisitiva.
A doutrina divide ainda os bens em dois tipos: bens que integram o comércio e
bens que estão fora do comércio.
- Bens que integram o comércio: são os bens alienáveis, disponíveis, que se encontram
livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação,
podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro.
- Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insuscetíveis de
apropriação, e as legalmente inalienáveis. Tipos de bens inalienáveis.
a) Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o
ar, o mar, a luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar
atmosférico ou da água do mar para extrair certos elementos com o escopo de
atender determinadas finalidades, pode ser objeto de comércio.
b) Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de
apropriação pelo homem, têm sua comercialidade excluída pela lei; tais como os
bens públicos; os bens das fundações; o terreno onde está edificado em edifício de
condomínio por andares; o bem de família; as terras ocupadas pelos índios, etc.
c) Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de
inalienabilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato
inter vivos ou causa mortis. Como exemplo na doação com encargo, onde o doador

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estabelece cláusula de inalienabilidade, gravando o bem doado, impossibilitando,
com efeito, o donatário de transferir o domínio do referido bem.

Veja como a banca ESAF costuma cobrar o assunto em suas provas:

( ) 4. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A semente lançada à terra é bem imóvel


por acessão física artificial. C

Há controvérsias sobre o assunto, mas o posicionamento da professora Maria


Helena Diniz é que, pelo fato de haver ação humana lançando as sementes ao solo, então
trata-se de um bem imóvel por acessão artificial.
Gabarito: Certa.

5. (ESAF - PGFN – Procurador – 2003) Escadas de emergência justapostas nos


edifícios são consideradas:
a) imóveis por acessão física artificial.
b) imóveis por determinação legal.
c) imóveis por acessão intelectual.
d) móveis por determinação de lei.
e) móveis por antecipação.

Pelo fato da escada ser empregada intencionalmente (vontade do dono) na


exploração do imóvel, então trata-se de um bem imóvel por acessão intelectual.
Gabarito: C

( ) 6. (ESAF - CGU – Correição – 2008) O direito à sucessão aberta é considerado


bem imóvel.

A herança, independente dos bens que a compõem, é considerada bem imóvel por
força de lei (art. 80, II do CC).
Gabarito: Certa.

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7. (ESAF - ICMS/PA – Fiscal de Tributos – 2002) A anticrese é considerada bem
móvel por
a) antecipação.
b) acessão intelectual.
c) determinação legal.
d) acessão física artificial.
e) determinação de lei.
Todos os direitos reais sobre imóveis (usufruto, uso, habitação, enfiteuse,
superfície, hipoteca, anticrese e servidão predial) são considerados bens imóveis por
determinação legal (art. 80, I do CC).
Gabarito: C

( ) 8. (ESAF - CGU – Correição – 2006) São móveis por antecipação árvores


abatidas para serem convertidas em lenha.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

( ) 9. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) São bens móveis por antecipação


árvores convertidas em lenha.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

10. (ESAF - MP/CE – Promotor – 2001) Um escritor pode ceder seus direitos autorais
sem outorga uxória porque tais direitos são considerados bens
a) móveis por antecipação
b) imóveis por acessão física artificial
c) imóveis por acessão intelectual
d) móveis por determinação legal
e) móveis por natureza

Os direitos autorais são direitos pessoais de caráter patrimonial e, por isso, são
bens móveis por disposição legal (art. 80, III do CC).
Gabarito: D

( ) 11. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Se houver compra e venda do quadro “X”
de Renoir, o vendedor está adstrito a entregá-lo, sem poder substituí-lo por um
equivalente.

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O quadro em questão não pode ser substituído por outro de mesma qualidade,
caracterizando-se como infungível.
Gabarito: Certa.

( ) 12. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) O empréstimo ad pompam vel


ostentationem de frutas para uma decoração, devendo estas ser devolvidas, faz com
que sejam inconsumíveis até a restituição.

Gabarito: Certa.

13. (ESAF - ICMS/MS – Agente Tributário – 2001) Quando se empresta ad pompam


vel ostentationem a alguém garrafas de vinho para serem usadas numa exposição,
com o dever de serem restituídas, sem que possam ser substituídas por outras da
mesma espécie, tais garrafas são tidas como:
a) bens fungíveis
b) bens consumíveis
c) pertenças
d) bens móveis por antecipação
e) bens infungíveis

Gabarito: E

As duas questões anteriores tratam fungibilidade e da consuntibilidade


convencionada pelas partes.

( ) 14. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) Uma universalidade de direito


constitui-se por bens singulares corpóreos heterogêneos ou incorpóreos, ante o fato
de que a norma jurídica, com o intuito de produzir certos efeitos, lhes dá unidade.

Gabarito: Certa. Conforme o art. 92 do Código Civil.

15. (ESAF - BACEN – Procurador – 2002) Uma galeria de quadros constitui:


a) universalidade de direito
b) coisa singular composta
c) coisa singular simples

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d) universalidade de fato
e) coisa singular

Gabarito: D. Conforme o art. 90 do CC.

16. (ESAF - ISS/Fortaleza – CE – Auditor – 2003) Petróleo de um poço é:


a) fruto natural
b) parte integrante
c) produto
d) pertença
e) rendimento

O produto é uma utilidade que se pode retirar da coisa principal, alterando a sua
substância, com redução da quantidade até o esgotamento, porque não se reproduzem
periodicamente.
Gabarito: C.

( ) 17. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Os frutos percipiendos são os ligados à


coisa que os produziu.

Gabarito: Errada. Tratam-se dos frutos pendentes.

( ) 18. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) Os frutos estantes são os


armazenados em depósitos para expedição ou venda.

Gabarito: Certa.

19. (ESAF - ICMS/PI – Auditor – 2002) Os frutos armazenados em depósito para


expedição ou venda são:
a) consumidos
b) percebidos
c) pendentes
d) estantes
e) percipiendos

Gabarito: D

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( ) 20. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A pertença é coisa destinada, de modo
duradouro, a conservar ou facilitar o uso, ou prestar serviço, ou, ainda, servir de
adorno do bem principal, sem ser parte integrante.

Gabarito: Certa. Conforme o art. 93 do CC.

( ) 21. (ESAF - TCE/PR – Auditor – 2003) Pertença é coisa acessória destinada, de


modo duradouro, a conservar, facilitar o uso, prestar serviço, ou ainda, servir de
adorno do bem principal, sem contudo ser parte integrante.

Gabarito: Certa. Conforme o art. 93 do CC.

( ) 22. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) A pertença, apesar de ser coisa


acessória, conserva sua individualidade e autonomia, tendo apenas com a principal
uma subordinação econômico-jurídica, desde que haja incorporação.

Conforme o art. 93 do CC a pertença não está incorporada, ou seja, não é parte


integrante do bem principal.
Gabarito: Errada.

( ) 23. (ESAF - PGDF – Procurador – 2004) As pertenças não seguem


necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, por meio da qual o acessório
sempre seguirá a sorte do principal, razão pela qual, se uma propriedade rural for
vendida, desde que não haja cláusula que aponte em sentido contrário, o vendedor
não está obrigado a entregar as máquinas, tratores e equipamentos agrícolas nela
utilizados.

Gabarito: Certa. Nos termos do art. 94 do CC.

24. (ESAF - ISS/Recife – PE – Auditor – 2003) Parte integrante é:


a) o aumento do volume ou do valor do objeto da propriedade devido a forças
externas, fatos eventuais ou fortuitos.
b) o acessório que, unido ao principal, forma com ele um todo, sendo desprovida de
existência material própria, embora mantenha sua identidade.
c) o acessório destinado, de modo duradouro, a conservar ou facilitar o uso, ou
prestar serviço, ou, ainda, servir de adorno do bem principal.

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d) a utilidade que a coisa produz periodicamente, cuja percepção mantém intacta a
substância do bem que a gera.
e) a obra que cria coisa nova, que se adere à propriedade anteriormente existente.

Segundo a renomada professora Maria Helena Diniz, “partes integrantes são


acessórios que, unidos ao principal, formam com ele um todo, sendo desprovidas de
existência material própria , embora mantenham sua identidade. São, na lição de Francisco
Amaral, acessórios que, ao se incorporarem a uma coisa composta, completam-na,
formando um todo e tornando possível sua utilização. Têm caráter permanente
relativamente ao bem principal, e se dele forem retiradas, comprometer-se-á o todo. P. ex.:
a lâmpada de um lustre; rodas e motor de um automóvel; janelas; portas e telhas de uma
casa; frutos e produtos enquanto não separados da coisa principal; materiais alheios
usados numa construção pelo proprietário do solo.”
Gabarito: B

25. (ESAF - ESAF - CGU – Correição – 2006) As terras devolutas da União incluem-se
entre os seus bens
a) afetados.
b) aforados.
c) de uso comum.
d) de uso especial.
e) dominicais.

Gabarito: E

( ) 26. (ESAF - PGDF – Procurador – 2004) Os prédios das universidades públicas


são classificados como bens públicos de uso comum.

Gabarito: Errada. São bens públicos de uso especial.

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TÓPICO
CO 8:
8: FA
FATOS
OS JUR
URÍDI COS
DICO

Os FATOS JURÍDICOS são acontecimentos, previstos em norma de direito, em


razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.

TÓPICO 8.1: Classificação dos fatos jurídicos

Dividem-se em dois grandes grupos: o grupo dos fatos naturais e o grupo dos fatos
humanos.

1. Fatos Naturais: são aqueles provenientes de fenômenos naturais, sem a intervenção da


vontade humana, e que produzem efeitos jurídicos. Podem ser:

• Ordinários: são aqueles que normalmente acontecem (previsíveis) e produzem


efeitos relevantes para o direito (ex: nascimento, maioridade, morte, decurso de
tempo – prescrição e decadência - etc.);

• Extraordinários: são aqueles que chamamos de caso fortuito e força maior


(imprevisíveis), tendo importância para o direito porque excluem qualquer
responsabilidade (exemplo: desabamento de um edifício em razão de fortes
chuvas, incêndio de uma casa provocado por um raio, naufrágio de uma
embarcação decorrente de um maremoto, etc.).

2. Fatos Humanos: são acontecimentos que dependem da vontade humana, abrangendo


tanto os atos lícitos como os ilícitos. Os atos lícitos também são chamados de atos
jurídicos em sentido amplo. Os fatos humanos podem ser:

• Atos Ilícitos: são os que têm relevância para o direito por gerarem obrigações e
deveres. Serão estudados na aula sobre responsabilidade civil;

• Atos Lícitos (ato jurídico em sentido amplo): a conseqüência da prática de um


ato lícito é a obtenção do direito, o que acarreta a produção de efeitos jurídicos
desejados pelo agente. Dividem-se no ato jurídico em sentido estrito e no
negócio jurídico. Entretanto, o Código Civil destinou apenas um artigo aos atos
lícitos (art. 185 do CC), atribuindo-lhes o mesmo tratamento dos negócios jurídicos.

Art. 185 do CC - Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-
se, no que couber, as disposições do Título anterior.

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• Ato jurídico em sentido estrito: gera conseqüências jurídicas previstas em lei e
não pelas partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada.
Ou seja, é aquele que surge como um mero pressuposto de efeito jurídico
preordenado pela lei sem função e natureza de autorregulamento. Classificam-se
em dois tipos: atos materiais ou reais e participações.

- Atos materiais ou reais: consistem numa atuação de vontade que lhes dá


existência imediata, pois não se destinam ao conhecimento de determinada
pessoa; dessa forma, é correto afirmar que os atos materiais ou reais não
possuem destinatário (ex: fixação de domicílio, a transferência de domicílio, o
achado de tesouro, a percepção de frutos, pagamento indevido, etc.).

- Participações: consistem em declarações para a ciência ou comunicação de


intenções ou de fatos; ou seja, o sujeito pratica o ato para dar conhecimento a
outrem. Conclui-se que possuem destinatário (ex: intimação – ato pelo qual
alguém participa a outrem a intenção de exigi-lo certo comportamento -,
notificação – ato pelo qual alguém cientifica a outrem fato que a este interessa
conhecer -, interpelação – ato do credor em atenção ao devedor -, oposição –
ato pelo qual alguém impugna a realização de evento futuro -, etc.).

• Negócio Jurídico: é o ato de autonomia de vontade, com a qual o particular


regula por si os próprios interesses, logo, podemos afirmar que a sua essência é a
autorregulação dos interesses particulares reconhecida pelo ordenamento jurídico
(ex: contrato de compra e venda, fazer um testamento, locar uma casa, etc.).

Tenho certeza que sua cabeça já deve estar cheia com essa quantidade de
classificações dos fatos jurídicos. Dessa forma, sempre com a intenção de facilitar o seu
estudo, temos a seguir um gráfico esquemático sobre assunto:

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Ex: morte, nascimento, maioridade,


OR
ORDIN
INÁR
ÁRIO
IO
decur-so de tempo, etc.

NA
NATTU
URRA
ALL acontecimentos
(involuntário) previsíveis

Ex: casos fortuitos ou de força maior,


EXTR
EXTRA
AO
OR
RD
DIIN

ÁR O
RIIO tais como, raios, terremotos,
tempestades, etc.

acontecimentos
FATO imprevisíveis
JURÍDICO
ATO JURÍDICO decorre do dano causado através da
ILÍCITO violação ou abuso de um direito

ATO JURÍDICO o efeito


LÍCITO decorre da
(sentido estrito) lei.
HUM
UMANANO
(voluntário)
ATOS
MATERIAIS Ex: fixação de
domicílio,
achado de
tesouro, pagt.
não possuem indevido, etc.
ATO JURÍDICO destinatário
LÍCITO
(sent. amplo)

PARTICIPAÇÕES Ex: intimação,


notificação,
oposição,
interpelação,
possuem etc.
destinatário

NEGÓCIO
JURÍDICO Ex: compra e
venda,
testamento,
o efeito decorre da doação, etc.
autonomia de vontade
do particular.

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Veja como a ESAF já cobrou o assunto:

27. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) A maioridade pode ser
considerada como:
a) fato jurídico extraordinário.
b) ato jurídico em sentido estrito, como participação.
c) fato jurídico ordinário.
d) negócio jurídico.
e) ato jurídico em sentido estrito, como mero ato material ou real.

A maioridade é considerada um fato jurídico natural ordinário por ser um aconte-


cimento previsível que independe da vontade humana. Ou seja, querendo ou não, ao
completar 18 anos a pessoa atinge a maioridade.
Gabarito: Letra C.

( ) 28. (ESAF – AFTN – 1998) Ato jurídico stricto sensu é o que surge como mero
pressuposto de efeito jurídico, preordenado pela lei, sem função e natureza de auto-
regulamento.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

( ) 29. (ESAF – AFTN – 1998) Ato material consiste na atuação da vontade que lhe
dá existência imediata, porque não se destina ao conhecimento de determinada
situação.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

( ) 30. (ESAF – AFTN – 1998) Participação consiste numa declaração para ciência
ou comunicação a outrem de intenção ou de fato.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

( ) 31. (ESAF – AFTN – 1998) Fato jurídico stricto sensu é o acontecimento


dependente da vontade humana, que produz efeitos jurídicos, criando, modificando
ou extinguindo direitos.

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Conforme comentários anteriores a questão trata do conceito de fato jurídico humano.
Gabarito: Errada.

( ) 32. (ESAF – AFTN – 1998) A prescrição e a decadência são fatos jurídicos em


sentido estrito, classificados, quanto à sua normalidade, em ordinários.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

Do esquema gráfico apresentado anteriormente, o CC dedica especial tratamento


aos negócios jurídicos (arts. 104 a 184 do CC). Entretanto, não basta a simples leitura dos
dispositivos ora citados para acertar as questões do concurso, tendo em vista que o
assunto é “recheado” de conceitos doutrinários. Dessa forma, iremos abordar o assunto
associando os artigos mais cobrados em prova com a teoria desenvolvida pela doutrina
sempre focalizando no nosso objetivo: acertar a questão e ser aprovado.

TÓPICO 8.2: Classificação dos negócios jurídicos

São diversas as classificações do negócio jurídico, por isso, irei comentar as


principais:
1) Quanto às vantagens que produzem: os negócios jurídicos podem ser gratuitos,
onerosos, bifrontes e neutros.
- gratuito: as partes objetivam benefício ou enriquecimento patrimonial sem
qualquer contraprestação (ex: doação – a parte que recebe a doação não
realiza uma contraprestação.);
- oneroso: as objetivam, reciprocamente, obter vantagens para si ou para outrem
(ex: compra e venda – deve-se pagar o preço para se obter a coisa.);
- bifronte: pode ser gratuito ou oneroso, de acordo com a vontade das partes
(ex: o depósito – se eu peço para o meu vizinho guardar meu carro enquanto eu
viajo, o depósito pode ser pago ou não.); e
- neutro: lhe falta uma atribuição patrimonial, pois consiste em atribuir a um bem
uma destinação específica (ex: ato de instituição de bem de família, vincular
bens com cláusula de incomunicabilidade ou inalienabilidade, etc.).

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2) Quanto às formalidades: os negócios jurídicos podem ser solenes ou não
solenes.
- solene: requer para a sua existência uma forma especial prescrita em lei (ex:
testamento); e
- não solene: não exige forma legal para que ocorra a sua efetivação (ex:
compra e venda de bem móvel).

3) Quanto ao conteúdo: os negócios jurídicos podem ser patrimoniais ou


extrapatrimoniais.
- patrimonial: versa sobre questões suscetíveis de aferição econômica
(ex:
compra e venda); e
- extrapatrimonial: versa sobre questões não suscetíveis de aferição econôm-
ica
(ex: questões relacionadas aos direitos personalíssimos e ao direito de família).

4) Quanto à manifestação de vontade: os negócios jurídicos podem ser unilat-


erais, bilaterais ou plurilaterais.
- unilateral: o ato volitivo (declaração de vontade) provém de um ou
mais
sujeitos, desde que estejam no mesmo pólo da relação jurídica (ex: testa-
mento, promessa de recompensa, etc.);
- bilateral ou plurilateral: a declaração volitiva emana de duas ou mais pessoas
oriundas de pólos diferentes na relação jurídica. Pode ser:
a) simples: quando concede benefício a uma das partes e encargo à
outra (ex: doação, depósito gratuito, etc.); e
b) sinalagmático: quando confere vantagens e ônus a ambos os sujeitos (ex:
compra e venda, locação, etc.).

( ) 2. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) Os negócios jurídicos sinalagmáticos


são aqueles em que há reciprocidade de direitos e obrigações.

O negócio jurídico sinalagmático é aquele onde emergem obrigações recíprocas


para ambas as partes, como ocorre no contrato de compra e venda onde o vendedor se
obriga a entregar a coisa e o comprador a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Gabarito: Certa. 25
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5) Quanto ao tempo em que produzem seus efeitos: os negócios jurídicos podem ser
inter vivos ou mortis causa.
- inter vivos: acarreta conseqüência jurídica enquanto o interessado ainda está
vivo (ex: doação, troca, etc.); e
- mortis causa: regula relações de direito após a morte do sujeito (ex:
testamento, legado, etc.).

6) Quanto aos seus efeitos: os negócios jurídicos podem ser constitutivos ou


declaratórios.
- constitutivo: a eficácia opera efeitos ex nunc, ou seja, a partir do momento da
conclusão (ex: compra e venda); e
- declaratório: a eficácia opera efeitos ex tunc, ou seja, retroage e se efetiva a
partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de
vontade (ex: divisão do condomínio, partilha, reconhecimento de filhos, etc.).

7) Quanto à sua existência: os negócios jurídicos podem ser principais e acessórios.


- principal: é aquele que existe por si mesmo, independente de qualquer
outro
(ex: locação); e
- acessório: é aquele cuja existência se subordina ao negócio principal (ex:
fiança.).

8) Quanto ao exercício dos direitos: os negócios jurídicos podem ser negócios


de disposição ou negócios de simples administração.
- negócio de disposição: implica o exercício de amplos direitos sobre o objeto
(ex: doação); e
- negócio de simples administração: concerne ao exercício de direitos restri-
tos
sobre o objeto, sem que haja alteração em sua substância (ex: locação de
uma casa – o inquilino não pode vender a casa, pois tem apenas a posse.).

33. (ESAF – MPU – Técnico Administrativo – 2004) Quanto ao exercício dos direit-
os, os negócios jurídicos podem ser
a) constitutivos e declarativos.
b) patrimoniais e extrapatrimoniais.
c) inter vivos e causa mortis.
d) unilaterais e bilaterais. 26
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e) de disposição e de simples administração.
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A questão está de acordo com a oitava forma de classificação dos negócios
jurídicos.
Gabarito: Letra E.

TÓPICO 8.3: Elementos do negócio jurídico

Vejamos o art. 104 do CC.

Art. 104 do CC - A validade do negócio jurídico requer:


I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.

O dispositivo em questão trata dos elementos essenciais (necessários) e dos


elementos acidentais (dispensáveis), além dos requisitos e existência, validade e eficácia
relacionados ao negócio jurídico.
A seguir temos um quadro resumo interessantíssimo buscando facilitar a
compreensão sobre o assunto:

ELEMENTOS
ELEMENTOS ESSENCIAIS
ACIDENTAIS
VALIDADE
EXISTÊNCIA EFICÁCIA
NULO ANULÁVEL VÁLIDO
Absolutamente Relativamente Plenamente
AGENTE
incapaz. incapaz. capaz.
Ilícito, impossível, Lícito, possível,
CONDIÇÃO
OBJETO indeterminado e ------------- determinado ou
indeterminável. determinável.
Inobservância de Prescrita ou não
FORMA ------------- TERMO
lei. proibida por lei.
Erro substancial,
dolo, coação, ENCARGO
VONTADE Livre, de boa-fé
Simulação. estado de perigo,
e consciente.
lesão e fraude
contra credores.

O negócio jurídico para existir e ser válido carece de quatro elementos essenciais.
Os três apontados no art. 104 do CC (agente, objeto e forma) são elementos objetivos, ao
passo que a vontade é um elemento subjetivo. A conjugação dos elementos objetivos com
o elemento subjetivo atribui vida ao ato negocial.
Dentre os elementos essenciais, são comuns a todos os negócios jurídicos a
capacidade do agente, o objeto lícito possível e determinado, além da vontade
(consentimento); ao passo que a forma do ato jurídico e a prova do ato negocial (estudada

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no fim da aula) são elementos essenciais particulares, pois podem variar de acordo com a
natureza de cada negócio jurídico.
Segue tabela:
ELEMENTOS COMUNS agente, objeto e vontade (consentimento).
ESSENCIAIS PARTICULARES forma e prova do ato negocial.
ELEMENTOS condição, termo e encargo.
ACIDENTAIS

O agente é o primeiro elemento objetivo e, para o negócio jurídico ser válido, a


pessoa que o celebra deve ser plenamente capaz. Caso contrário o negócio jurídico pode
ser nulo (nulidade absoluta) no caso de ser celebrado por pessoa absolutamente incapaz
sem a devida representação ou anulável (nulidade relativa) no caso do agente ser
relativamente capaz e não houver a devida assistência.

( ) 34. (ESAF – AFRFB – Auditor Fiscal - 2009) A nulidade absoluta do negócio


jurídico será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente incapaz sem a
devida assistência de seus legítimos representantes legais.

Gabarito: Errada. A prática do ato negocial por pessoa relativamente incapaz, sem
a devida assistência, acarreta nulidade relativa.

No que tange ao objeto, para o negócio jurídico ser válido, o objeto deve ser lícito
(de acordo com a lei, moral, ordem pública e bons costumes – ex: é vedado o contrato de
herança de pessoa viva pelo art. 426 do CC); deve ser possível (ex: não pode ser objeto
de contrato uma viagem para júpiter); e determinado (individualizado) ou, ao menos,
determinável – passível de individualização em um momento futuro (ex: não se pode
comprar um animal sem especificar a espécie). Caso contrário, o negócio jurídico será
nulo.
A forma é o meio de exteriorização da vontade. Quando observada quanto à
disponibilidade e considerando o conjunto de exigências e permissões legais que a
envolves, a forma pode ser:

1) Forma livre ou geral: é a regra adotada pelo art. 107 do CC. Em regra os negócios
jurídicos são informais, podendo os agentes adotar a forma que bem lhes aprouver
(princípio da liberalidade das formas). Os negócios jurídicos, cujo valor não exceda

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a dez vezes o valor do salário mínimo vigente poderão ser verbais, sendo que
para efeito de prova serão indispensáveis as testemunhas do ato (art. 227 do CC).

Art. 107 do CC - A validade da declaração de vontade não dependerá de forma


especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 227 do CC - Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se
admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário
mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.

2) Forma especial ou solene: é aquela que, por lei, não pode ser preterida por outra;
logicamente, como já foi dito, não constitui a regra. Pode se apresentar sob três
tipos:
2.1) Forma especial ou solene única: neste tipo a lei prevê uma formalidade
essencial e não admite qualquer outra configuração, como é o caso dos arts.
108,
1.227, 1.245 e 1.653 do CC.
- No art. 108 do CC, temos que, salvo disposição legal em contrário, os negócios
jurídicos que versem sobre bens imóveis e superem o valor de 30 salári-
os mínimos devem ser realizados sobre a forma de escritura pública.

Art. 108 do CC - Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à


validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação
ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
salário mínimo vigente no País.

- Nos arts. 1.227 e 1.245 do CC, temos a base legal para o brocado: “quem
não registra não é dono”, que se refere aos bens imóveis.

Art. 1.227 do CC - Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos
referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
Art. 1.245 do CC - Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título
translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido
como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade
do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono
do imóvel.

- No art. 1.653 do CC, percebemos que o pacto antenupcial, documento que


define o regime de bens de um casamento, deve ser celebrado sob a forma de
escritura pública.

Art. 1.653 do CC - É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e
ineficaz se não lhe seguir o casamento.
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2.2) Forma Plural: as vezes a lei faculta a prática do ato negocial mediante duas ou
mais formas prescritas, como na instituição do bem de família e na instituição de
uma fundação que podem ser por escritura pública ou testamento (arts. 62 e 1.711
do CC).

Art. 62 do CC - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública
ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Art. 1.711 do CC - Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura
pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família,
desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da
instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial
estabelecida em lei especial.

2.3) Forma genérica: segundo a Profª. Maria Helena Diniz, tal forma “implica uma
solenidade mais geral, imposta pela norma jurídica”. Caracteriza-se por um conjunto
de elementos escritos tal como ocorre no contrato de empreitada (art. 619 do CC).
Para exigir aumento no preço, motivado por mudança nas especificações da obra, o
empreiteiro deverá comprovar o alegado mediante documentação das instruções
recebidas do contratante.

Art. 619 do CC - Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de


executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a
exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não
ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra.

3) Forma contratual: é a que resulta da convenção das partes. Como exemplo, o art.
109 do CC faz entender que o negócio jurídico de forma livre pode ser
transformado em solene pelas partes.

Art. 109 do CC - No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato.

( ) 35. (ESAF - Advogado do IRB - 2006) A forma única é aquela que, por lei,
não pode ser preterida por outra.

Gabarito: Certa. Conforme comentários anteriores.

36. (ESAF – AGU – 1998) Quando a norma jurídica permitir a formalização do negócio
por vários modos, possibilitando que a parte opte por um deles, ter-se-á a forma
a) genérica

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b) plural
c) única
d) livre
e) contratual

Gabarito: Letra B. Conforme comentários anteriores.

37. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) A constituição do


bem de família requer escritura pública, logo ter-se-á o requisito da:
a) forma especial única.
b) forma especial plural.
c) forma especial genérica.
d) forma geral.
e) forma contratual.

Outra vez ouso discordar do gabarito apontado pela ESAF. A constituição do bem
de família, nos termos do artigo 1.711 do CC pode ser realizada através de escritura
pública ou testamento. Dessa forma, não há uma forma especial única, mas sim uma
forma especial plural.
Gabarito: Letra A (O professor discorda).

38. (ESAF - SERPRO – Analista – 2001) O art. 1246 do Código Civil sobre empreitada
quando exige instruções escritas que podem ser apresentadas sob qualquer forma
gráfica, desde simples epístola até a escritura pública, está se referindo à:
a) forma especial única.
b) forma contratual.
c) forma especial plural.
d) forma especial genérica.
e) forma geral.

A questão se refere a um artigo do CC de 1916 que não mais está em vigor, porém
serve para treinarmos os conceitos das diversas espécies de formas. Além do mais, não
houve significativa mudança com relação ao CC de 2002. Pelo fato de ser exigida uma
forma gráfica, temos uma forma especial ou solene. Entretanto, o enunciado diz ser
possível qualquer forma gráfica caracterizando assim a forma especial genérica.

Gabarito: Letra D.

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Graficamente temos o seguinte:

FORMA LIVRE
FORMA ÚNICA

ESPÉCIES DE FORMA
FORMA ESPECIAL
FORMAS PLURAL

FORMA
FORMA GENÉRICA
CONTRATUAL

O elemento que trata da vontade será estudado em um tópico específico que


possui como título: defeitos do negócio jurídico. A seguir, trataremos dos elementos
acidentais do negócio jurídico: a condição, o termo e o encargo ou modo.

A condição é uma cláusula que subordina a eficácia do negócio jurídico a evento


futuro e incerto. Dessa forma, para que se configure o negócio condicional são
necessários dois requisitos: a futuridade e a incerteza. Ou seja, não se considera condição
o fato passado ou presente, mas somente o futuro. Como exemplo, temos a promessa de
R$ 1.000,00 de uma pessoa a outra, caso o Flamengo seja campeão da Copa Libertadores
2010. O negócio em questão é futuro (só saberemos o campeão em agosto de 2010) e
incerto (pode ser campeão ou não), por isso, configura-se uma condição.

Art. 121 do CC - Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da


vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

Existem diversas classificações para as condições. As principais são:

I) Quanto ao modo de atuação, as condições podem ser: suspensivas ou resolutivas.


- Condição suspensiva: as partes protelam, temporariamente, a eficácia do ato
negocial até a realização do evento futuro e incerto.
Ex: te dou um carro se você ganhar o jogo de futebol.

Ganhou o jogo
Celebração do (implemento da condição)
negócio jurídico

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EFEITO SUSPENSO AQ
AQUISIIÇÃ
UIS ÇÃO DO DI
DIRE
REIITO
TO

Art. 125 do CC - Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva,


enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

Exemplos de condições suspensivas citados pela Profa. Maria Helena Diniz:


a) comprarei seu quadro se ele for aceito numa exposição internacional;
b) adquirirei o cavalo “Fogo Branco” se ele vencer a corrida no Grande Prêmio
promovido, daqui a três meses, pelo Jockey Club de São Paulo; e
c) doarei meu apartamento se você casar.

- Condição resolutiva: a ocorrência do evento futuro e incerto resolve (extingue)


o direito transferido pelo negócio jurídico.
Ex: te dou uma “mesada” enquanto você estudar.

Parou de estudar
Celebração do (implemento da condição)
negócio jurídico

VIGÊNCIA DO NEG. JURÍDICO EF


EFEI
EITO
TO EXT
XTIN
INTO

Art. 127 do CC - Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o
negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele
estabelecido.

Exemplos de condições resolutivas citados pela Profa. Maria Helena Diniz:


a) constituo uma renda em seu favor, enquanto você estudar;
b) cedo-lhe esta casa, para que nela resida, enquanto for solteiro; e
c) compro-lhe esta fazenda, sob a condição do contrato se resolver se gear nos
próximos três anos.

39. (ESAF - Auditor – TCE-PR – 2003) Se ficar estabelecido que o contrato de compra
e venda da escultura “Afeto” só produzirá efeitos se for aceita numa exposição
internacional, promovida pelo MASP, configura esta, no caso, uma obrigação:
a) condicional resolutiva.
b) condicional suspensiva.
c) condicional puramente potestativa.

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d) modal.
e) a termo.

A aceitação na exposição nacional realizada pelo MASP é o evento futuro e incerto,


que, acontecendo, produzirá efeitos no negócio jurídico. Desta forma, temos uma condição
suspensiva. Conforme exemplo citado pela Profa. Maria Helena Diniz.
Gabarito: Letra B.

40. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2006) “A” cede uma casa a “B” para que nela resida,
enquanto for solteiro. É negócio jurídico que contém:
a) condição suspensiva.
b) modo ou encargo.
c) condição simplesmente potestativa.
d) condição promíscua.
e) condição resolutiva.

O casamento de “B” é um evento futuro e incerto que, acontecendo, fará extinguir


os efeitos do negócio jurídico. Dessa forma, temos uma condição resolutiva. Conforme
exemplo citado pela Profa. Maria Helena Diniz.
Gabarito: Letra E.

41. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) "A" constitui uma renda em favor de "B",
enquanto este estiver estudando. Trata-se de negócio que contém:
a) condição resolutiva
b) encargo
c) condição necessária
d) condição contraditória
e) condição suspensiva

Gabarito: Letra A. Conforme exemplo citado pela Profa. Maria Helena Diniz.

II) Quanto à participação da vontade dos sujeitos, as condições podem ser: causais,
potestativas, mistas e promíscuas.

- Condições causais: são as que dependem do acaso, de um acontecimento


fortuito ou de força maior, ou seja, de um fato alheio à vontade das partes.
Ex: Dar-te-ei uma jóia se chover amanhã.

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- Condições potestativas: são as que decorrem da vontade de uma das partes.
Podem ser:
a) Puramente potestativas: são as que se sujeitam ao puro arbítrio de
uma das partes, valendo dizer que a sua ocorrência depende
exclusivamente da vontade da pessoa, independente de qualquer fator
externo. Nos termos do art. 122, 2a parte, do CC, tais condições são
ilícitas.
Ex: Dar-te-ei determinada quantia em dinheiro o dia em que eu vestir
meu terno cinza.

Art. 122 do CC - São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem
pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem
de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.

Exemplos de condições puramente potestativas citados pela Profa. Maria Helena


Diniz:
a) constituição de uma renda em seu favor se você vestir tal roupa amanhã; e
b) aposição de cláusula que, em contrato de mútuo, dê ao credor poder unilateral
de provocar o vencimento antecipado da dívida, diante de simples circunstância
de romper-se o vínculo empregatício entre as partes.

b) Simplesmente potestativas: são as que se sujeitam à vontade de uma


das partes conjugada com fatores externos que escapam ao seu
controle. Ou seja, além do arbítrio, exige-se uma atuação especial do
sujeito.
Ex: Dar-te-ei dois mil reais no dia que eu conseguir viajar para a Europa.
Para tal viagem se realizar depende de tempo e dinheiro, não ficando,
então, a condição sujeita ao arbítrio exclusivo de uma pessoa.
Exemplos de condições simplesmente potestativas citados pela Profa. Maria Helena
Diniz:
a) doação a um cantor de ópera, condicionada ao fato de desempenhar bem um
determinado papel; e
b) comodato (empréstimo) de casa a alguém se for até Paris para inscrever-se
num concurso de artes plásticas.

42. (ESAF – Auditor Fiscal – AFRFB – 2009) A doação de um apartamento a


João, jogador de golfe, se ele tiver bom desempenho no PGA Tour, circuito
anual, com
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cerca de quarenta e cinco torneios masculinos de golfe, é negócio jurídico, que
contém condição:
a) simplesmente potestativa.
b) puramente potestativa.
c) ilícita.
d) perplexa.
e) resolutiva.

O bom desempenho no torneio de golfe conjuga a vontade de João com fatores


externos. Dessa forma, trata-se de uma condição simplesmente potestativa.
Gabarito: Letra A.

- Condições mistas: são as que dependem, simultaneamente, da vontade de uma


das partes e da vontade de um terceiro.
Ex: Dar-te-ei dois mil reais se casares com Maria.
Exemplo de condição mista citado pela Profa. Maria Helena Diniz:
Dar-lhe-ei este apartamento se você casar com Paulo antes de sua formatura, ou
se constituir sociedade com João.

- Condições promíscuas: é a que se caracteriza no momento inicial como


potestativa, vindo a perder tal característica por fato superveniente alheio à vontade
do agente, que venha a dificultar sua realização.
Exemplo de condição promíscua citado pela Profa. Maria Helena Diniz: dar-lheei
dois mil reais se você, campeão de futebol, jogar no próximo torneio.
A condição em questão passará a ser promíscua se o jogador vier a machucar
a perna.

( ) 43. (ESAF - Analista Jurídico – SEFAZ-CE – 2006) A condição mista é a que se


caracteriza no momento inicial, como potestativa vindo a perder tal característica
por fato superveniente alheio à vontade do agente, que venha a dificultar sua
realização.

Gabarito: Errada. A questão trata da condição promíscua.

III) Quanto à possibilidade as condições podem ser possíveis e impossíveis. Além disso,
subdividem-se em fisicamente ou juridicamente possíveis ou impossíveis.

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- Condições fisicamente impossíveis: são as que contrariam as leis da natureza.
Ex: colocar toda a água do oceano em um copo.
- Condições juridicamente impossíveis: são a que contrariam a ordem legal.
Ex: negócio jurídico que tenha por objeto herança de pessoa viva (ver art. 426
do CC).

Art. 426 do CC - Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

- Condições fisicamente possíveis: são as que não contrariam as leis da natureza.


- Condições juridicamente possíveis: são a que não contrariam a lei, a
ordem
pública ou os bons costumes.

( ) 44. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) Tem-se por inexistentes as condições


impossíveis, quando resolutivas, mantendo-se o negócio jurídico.

Para a resolução da questão, é interessante fazer uma observação sobre as


condições impossíveis com base nos art. 123, I e 124 do CC.

Art. 123 do CC - Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:


I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
Art. 124 do CC - Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando
resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.

Dependendo do tipo de condição impossível temos efeitos distintos para o negó-


cio jurídico:
- Condição impossível suspensiva: invalida o negócio jurídico (nulidade absoluta), pois
o evento futuro e incerto nunca vai ocorrer e o negócio nunca vai produzir efeitos;
Ex: Vou te dar uma “mesada” quando o Congresso Nacional (CN) suprimir da Constitu-
ição Federal (CF) o direito à vida.
- Condição impossível resolutiva: considera-se inexistente a condição, pois ela nunca
vai ocorrer e, consequentemente, o negócio continuará produzindo efeitos.
Ex: Vou te dar uma “mesada”, mas a cancelarei se o Congresso Nacional (CN) suprimir da
Constituição Federal (CF) o direito à vida.
Como o direito à vida é uma cláusula pétrea nunca haverá tal supressão.

Gabarito: Certa.

( ) 45. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) Tem-se por inexistentes


as condições incompreensíveis ou contraditórias, mantendo-se o negócio jurídico.37
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Resolvemos a questão através do art. 123, III do CC.

Art. 123 do CC - Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:


I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.

Uma condição incompreensível ou contraditória (também chamada de perplexa)


não pode passar despercebida no negócio jurídico, dessa forma, ela é causa de invalidade
do ato, não sendo considerada inexistente.
A condição perplexa é aquela que não se concilia com os efeitos pretendidos para o
negócio jurídico. Ou seja, trata-se de uma condição contraditória destituída de sentido.
Exemplo citado por Manuel A. Domingues de Andrade: “Instituo B meu único e universal
herdeiro, se instituir C meu único e universal herdeiro”.
A conseqüência prática é a nulidade do ato negocial.
Gabarito: Errada.

IV) Quanto à licitude, as condições podem ser: lícitas e ilícitas.

- Condições lícitas: quando o evento que a constitui não for contrário à lei, à ordem
pública, à moral e aos bons costumes.

- Condições ilícitas: são aquelas condenadas pela norma jurídicas, pela moral
e pelos nos costumes.
Exemplos de condições ilícitas citados pela Profa. Maria Helena Diniz:
a) prometer uma recompensa sob a condição de alguém viver em concu

binato impuro;
b) entregar-se à prostituição;
c) furtar certo bem;
d) dispensar, se casado, os deveres de coabitação e fidelidade mútua; e
e) não se casar.

RESUMO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES

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I) Quanto ao modo de atuação: suspensivas ou resolutivas.
II) Quanto à participação da vontade dos sujeitos: causais, potestativas, mistas e promíscuas.
III) Quanto à possibilidade: possíveis ou impossíveis (física ou juridicamente).
IV) Quanto à licitude: lícitas e ilícitas.

O termo representa o dia em começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico.


Quando convencionado no contrato, o termo subordina o efeito do negócio jurídico a um
evento futuro e certo. Ou seja, corresponde a uma data certa para iniciar ou terminar a
eficácia do ato negocial.

IMPORTANTE !!!
CONDIÇÃO: evento futuro e incerto;
TERMO: evento futuro e certo.

O termo pode ser:


a) Inicial (dies a quo) ou suspensivo: fixa o momento em que a eficácia do negócio
jurídico deve iniciar, retardando o exercício do direito.
Ex: um contrato de locação celebrado no dia 20 de um mês para ter vigência no dia
1o do mês seguinte.

Art. 131 do CC - O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

b) Final (dies ad quem ou ad diem) ou resolutivo: determina a data da cessação dos


efeitos do ato negocial, extinguindo as obrigações dele oriundas.
Ex: o contrato de locação se encerra no dia 31 de dezembro do ano que vem.
c) Certo: se sefere a um evento futuro e certo de ocorrer em data certa do calendário
(dia, mês e ano), ou quando fixa certo lapso de tempo.
Ex: data certa – 15 de dezembro de 2009; lapso de tempo – daqui a 6 meses.
d) Incerto: quando se refere a um acontecimento futuro e certo de ocorrer, que
ocorrerá em data incerta.
Ex: um imóvel passa a ser de outrem a partir da morte de seu proprietário.
A morte é um evento certo (todos irão morrer um dia) que acontecerá em uma data
incerta.

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O art. 132 do CC estabelece a forma de contagem dos prazos:

Art. 132 do CC - Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os


prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o
seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no
imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios


gratuitos, que restringe a vantagem do beneficiado. Como exemplo, temos a doação de um
terreno a determinada pessoa para lá ser construído um asilo. Trata-se de uma cláusula
acessória aos atos que possuem caráter de liberalidade (doações e testamentos) pelo qual
se impõe um ônus ou obrigação ao beneficiário. È admitido também em declarações
unilaterais de vontade tal como uma promessa de recompensa.

( ) 46. (ESAF - Analista Jurídico – SEFAZ-CE – 2006) O cumprimento do encargo


só pode ser exigido pelo próprio instituidor.

Pelo art. 553 do CC, concluímos que:

Art. 553 do CC - O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem


a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá
exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.

Se um encargo decorrente de uma doação for de interesse geral, a exigência de


seu cumprimento pode ter como origem o Ministério Público na hipótese do doador já
haver morrido e ainda não ter feito tal exigência.
Gabarito: Errada.

Dispõe o art. 136 do CC que:

Art. 136 do CC - O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo
quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição
suspensiva.

Dessa forma, a partir do momento em que for aberta a sucessão, o domínio e a


posse dos bens transmitem-se imediatamente aos herdeiros nomeados, com a obrigação
de cumprir o encargo a eles imposto. Se esse encargo não for cumprido, a liberalidade

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poderá ser revogada. Ou seja, se uma pessoa recebe um terreno como herança, com o
encargo de construir um asilo em tal terreno, a propriedade do terreno é adquirida antes da
construção do asilo, pois o encargo (construção do asilo) não suspende a aquisição do
direito (propriedade do terreno).

( ) 47. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) Considera-se não escrito o


encargo ilícito ou impossível, mesmo que se constitua em motivo determinante da
liberalidade.

A base legal para a resolução desta assertiva está no art. 137 do CC.

Art. 137 do CC - Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se


constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio
jurídico.

A regra é que o encargo ilícito ou impossível seja considerado não escrito, sendo
mantida a validade do negócio jurídico. Porém, se o encargo ilícito ou impossível for a
razão determinante da liberalidade (motivo principal do negócio), o ato negocial será
invalidado. Ou seja, deve-se analisar no caso concerto se o encargo é o motivo principal
ou secundário do negócio jurídico. Caso seja principal ocorre invalidade, caso seja
secundário, mantém-se a validade do ato negocial.

Gabarito: Errada.

TÓPICO 8.3: Interpretação dos Atos Jurídicos

Não só a lei, mas o negócio jurídico também precisa ser interpretado, pois as suas
cláusulas podem não ser muito claras.
Nos negócios escritos parte-se da declaração de vontade escrita para se chegar à
vontade dos contratantes. Entretanto, quando uma determinada cláusula se mostra
obscura e passível de dúvida, alegando um dos contratantes que não representa fielmente
a vontade manifestada por ocasião da celebração do negócio, temos que a vontade
prevalece sobre o sentido literal da linguagem, nos moldes do art. 112 do CC.

Art. 112 do CC - Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas


consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

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Já o art. 113 do CC ressalta que os intérpretes devem presumir que os contratantes
procedem com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação ocorreram dentro da
regra da boa-fé.

Art. 113 do CC - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os


usos do lugar de sua celebração.

O art. 114 do CC trata dos negócios benéficos ou gratuitos, ou seja, quando apenas
um dos contratantes assume obrigações. Um exemplo clássico é a doação que, por
representar uma renúncia de direitos, deve ser interpretada estritamente.

Art. 114 do CC - Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se


estritamente.

Existem ainda outros artigos espalhados pelo Código Civil e pela Legislação
Especial que estabelecem regras de interpretação, mas esses são os principais.

( ) 48. (CESPE - FUNDAC/PB – Advogado - 2008) A interpretação do contrato


situa-se no âmbito da declaração volitiva dos contraentes. Desse modo, o Código
Civil brasileiro dispõe que os negócios jurídicos benéficos interpretam-se
amplamente.

Gabarito: Errada. A interpretação deve ser estrita e não ampla.

( ) 49. (CESPE - TCE/TO – Analista de Controle Externo – Direito - 2008)


Considere que duas partes tenham ajustado entre si uma doação, e, após algum
tempo, houve conflito ante a interpretação das cláusulas constantes do instrumento.
Nesse caso, o juiz, ao decidir a eventual causa, deverá dar interpretação extensiva
ao contrato.

Gabarito: Errada. Nos termos do art. 114 do CC, a interpretação deve ser estrita e não
extensiva.

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

( ) 1. (ESAF – AFT – Fiscal do Trabalho – 2010) Nos atos judiciais e extrajudiciais,


as pessoas jurídicas serão representadas, ativa e passivamente, por quem os
respectivos estatutos designarem, porém, não havendo designação estatutária,
serão representadas pelos seus prepostos.

( ) 2. (ESAF – AFT – Fiscal do Trabalho – 2010) As pessoas jurídicas de direito


público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa
qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

3. (FCC – TCE-MG – Auditor - 2005) O município X, que possui dois distritos, e


pertence à comarca Y, tem por domicílio :
a) O lugar onde funciona a administração municipal.
b) Qualquer prédio público municipal dos respectivos distritos, para os atos neles
praticados.
c) A sede da comarca.
d) A sede da Câmara Municipal.
e) A Capital do estado.

( ) 4. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A semente lançada à terra é bem imóvel


por acessão física artificial.

5. (ESAF - PGFN – Procurador – 2003) Escadas de emergência justapostas nos


edifícios são consideradas:
a) imóveis por acessão física artificial.
b) imóveis por determinação legal.
c) imóveis por acessão intelectual.
d) móveis por determinação de lei.
e) móveis por antecipação.

( ) 6. (ESAF - CGU – Correição – 2008) O direito à sucessão aberta é considerado


bem imóvel.

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7. (ESAF - ICMS/PA – Fiscal de Tributos – 2002) A anticrese é considerada bem
móvel por
a) antecipação.
b) acessão intelectual.
c) determinação legal.
d) acessão física artificial.
e) determinação de lei.

( ) 8. (ESAF - CGU – Correição – 2006) São móveis por antecipação árvores


abatidas para serem convertidas em lenha.

( ) 9. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) São bens móveis por antecipação


árvores convertidas em lenha.

10. (ESAF - MP/CE – Promotor – 2001) Um escritor pode ceder seus direitos autorais
sem outorga uxória porque tais direitos são considerados bens
a) móveis por antecipação
b) imóveis por acessão física artificial
c) imóveis por acessão intelectual
d) móveis por determinação legal
e) móveis por natureza

( ) 11. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Se houver compra e venda do quadro “X”
de Renoir, o vendedor está adstrito a entregá-lo, sem poder substituí-lo por um
equivalente.

( ) 12. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) O empréstimo ad pompam vel


ostentationem de frutas para uma decoração, devendo estas ser devolvidas, faz com
que sejam inconsumíveis até a restituição.

13. (ESAF - ICMS/MS – Agente Tributário – 2001) Quando se empresta ad pompam


vel ostentationem a alguém garrafas de vinho para serem usadas numa exposição,
com o dever de serem restituídas, sem que possam ser substituídas por outras da
mesma espécie, tais garrafas são tidas como:
a) bens fungíveis
b) bens consumíveis

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c) pertenças
d) bens móveis por antecipação
e) bens infungíveis

( ) 14. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) Uma universalidade de direito


constitui-se por bens singulares corpóreos heterogêneos ou incorpóreos, ante o fato
de que a norma jurídica, com o intuito de produzir certos efeitos, lhes dá unidade.

15. (ESAF - BACEN – Procurador – 2002) Uma galeria de quadros constitui:


a) universalidade de direito
b) coisa singular composta
c) coisa singular simples
d) universalidade de fato
e) coisa singular

16. (ESAF - ISS/Fortaleza – CE – Auditor – 2003) Petróleo de um poço é:


a) fruto natural
b) parte integrante
c) produto
d) pertença
e) rendimento

( ) 17. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Os frutos percipiendos são os ligados


à coisa que os produziu.

( ) 18. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) Os frutos estantes são os


armazenados em depósitos para expedição ou venda.

19. (ESAF - ICMS/PI – Auditor – 2002) Os frutos armazenados em depósito


para expedição ou venda são:
a) consumidos
b) percebidos
c) pendentes
d) estantes

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e) percipiendos

( ) 20. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A pertença é coisa destinada, de modo


duradouro, a conservar ou facilitar o uso, ou prestar serviço, ou, ainda, servir de
adorno do bem principal, sem ser parte integrante.

( ) 21. (ESAF - TCE/PR – Auditor – 2003) Pertença é coisa acessória destinada, de


modo duradouro, a conservar, facilitar o uso, prestar serviço, ou ainda, servir de
adorno do bem principal, sem contudo ser parte integrante.

( ) 22. (ESAF - AFPS – Auditor-Fiscal – 2002) A pertença, apesar de ser coisa


acessória, conserva sua individualidade e autonomia, tendo apenas com a principal
uma subordinação econômico-jurídica, desde que haja incorporação.

( ) 23. (ESAF - PGDF – Procurador – 2004) As pertenças não seguem


necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, por meio da qual o acessório
sempre seguirá a sorte do principal, razão pela qual, se uma propriedade rural for
vendida, desde que não haja cláusula que aponte em sentido contrário, o vendedor
não está obrigado a entregar as máquinas, tratores e equipamentos agrícolas nela
utilizados.

24. (ESAF - ISS/Recife – PE – Auditor – 2003) Parte integrante é:


a) o aumento do volume ou do valor do objeto da propriedade devido a forças
externas, fatos eventuais ou fortuitos.
b) o acessório que, unido ao principal, forma com ele um todo, sendo desprovida de
existência material própria, embora mantenha sua identidade.
c) o acessório destinado, de modo duradouro, a conservar ou facilitar o uso, ou
prestar serviço, ou, ainda, servir de adorno do bem principal.
d) a utilidade que a coisa produz periodicamente, cuja percepção mantém intacta a
substância do bem que a gera.
e) a obra que cria coisa nova, que se adere à propriedade anteriormente existente.

25. (ESAF - ESAF - CGU – Correição – 2006) As terras devolutas da União incluem-se
entre os seus bens
a) afetados.
b) aforados.
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c) de uso comum.
d) de uso especial.
e) dominicais.

( ) 26. (ESAF - PGDF – Procurador – 2004) Os prédios das universidades públicas


são classificados como bens públicos de uso comum.

27. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) A maioridade pode


ser considerada como:
a) fato jurídico extraordinário.
b) ato jurídico em sentido estrito, como participação.
c) fato jurídico ordinário.
d) negócio jurídico.
e) ato jurídico em sentido estrito, como mero ato material ou real.

( ) 28. (ESAF – AFTN – 1998) Ato jurídico stricto sensu é o que surge como mero
pressuposto de efeito jurídico, preordenado pela lei, sem função e natureza de auto-
regulamento.

( ) 29. (ESAF – AFTN – 1998) Ato material consiste na atuação da vontade que lhe
dá existência imediata, porque não se destina ao conhecimento de determinada
situação.

( ) 30. (ESAF – AFTN – 1998) Participação consiste numa declaração para ciência
ou comunicação a outrem de intenção ou de fato.

( ) 31. (ESAF – AFTN – 1998) Fato jurídico stricto sensu é o acontecimento


dependente da vontade humana, que produz efeitos jurídicos, criando, modificando
ou extinguindo direitos.

( ) 32. (ESAF – AFTN – 1998) A prescrição e a decadência são fatos jurídicos em


sentido estrito, classificados, quanto à sua normalidade, em ordinários.

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33. (ESAF – MPU – Técnico Administrativo – 2004) Quanto ao exercício dos direit-
os, os negócios jurídicos podem ser
a) constitutivos e declarativos.
b) patrimoniais e extrapatrimoniais.
c) inter vivos e causa mortis.
d) unilaterais e bilaterais.
e) de disposição e de simples administração.

( ) 34. (ESAF – AFRFB – Auditor Fiscal - 2009) A nulidade absoluta do negócio


jurídico será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente incapaz sem a
devida assistência de seus legítimos representantes legais.

( ) 35. (ESAF - Advogado do IRB - 2006) A forma única é aquela que, por lei,
não pode ser preterida por outra.

36. (ESAF – AGU – 1998) Quando a norma jurídica permitir a formalização do negócio
por vários modos, possibilitando que a parte opte por um deles, ter-se-á a forma
a) genérica
b) plural
c) única
d) livre
e) contratual

37. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) A constituição do bem


de família requer escritura pública, logo ter-se-á o requisito da:
a) forma especial única.
b) forma especial plural.
c) forma especial genérica.
d) forma geral.
e) forma contratual.

38. (ESAF - SERPRO – Analista – 2001) O art. 1246 do Código Civil sobre empreitada
quando exige instruções escritas que podem ser apresentadas sob qualquer forma
gráfica, desde simples epístola até a escritura pública, está se referindo à:
a) forma especial única.
b) forma contratual.

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c) forma especial plural.
d) forma especial genérica.
e) forma geral.

39. (ESAF - Auditor – TCE-PR – 2003) Se ficar estabelecido que o contrato de compra
e venda da escultura “Afeto” só produzirá efeitos se for aceita numa exposição
internacional, promovida pelo MASP, configura esta, no caso, uma obrigação:
a) condicional resolutiva.
b) condicional suspensiva.
c) condicional puramente potestativa.
d) modal.
e) a termo.

40. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2006) “A” cede uma casa a “B” para que nela resida,
enquanto for solteiro. É negócio jurídico que contém:
a) condição suspensiva.
b) modo ou encargo.
c) condição simplesmente potestativa.
d) condição promíscua.
e) condição resolutiva.

41. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) "A" constitui uma renda em favor de "B",
enquanto este estiver estudando. Trata-se de negócio que contém:
a) condição resolutiva
b) encargo
c) condição necessária
d) condição contraditória
e) condição suspensiva

42. (ESAF – Auditor Fiscal – AFRFB – 2009) A doação de um apartamento a João,


jogador de golfe, se ele tiver bom desempenho no PGA Tour, circuito anual, com
cerca de quarenta e cinco torneios masculinos de golfe, é negócio jurídico, que
contém condição:
a) simplesmente potestativa.
b) puramente potestativa.
c) ilícita.
d) perplexa.

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e) resolutiva.

( ) 43. (ESAF - Analista Jurídico – SEFAZ-CE – 2006) A condição mista é a que se


caracteriza no momento inicial, como potestativa vindo a perder tal característica
por fato superveniente alheio à vontade do agente, que venha a dificultar sua
realização.

( ) 44. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) Tem-se por inexistentes as condições


impossíveis, quando resolutivas, mantendo-se o negócio jurídico.

( ) 45. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) Tem-se por inexistentes


as condições incompreensíveis ou contraditórias, mantendo-se o negócio jurídico.

( ) 46. (ESAF - Analista Jurídico – SEFAZ-CE – 2006) O cumprimento do encargo


só pode ser exigido pelo próprio instituidor.

( ) 47. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) Considera-se não escrito o


encargo ilícito ou impossível, mesmo que se constitua em motivo determinante da
liberalidade.

( ) 48. (CESPE - FUNDAC/PB – Advogado - 2008) A interpretação do contrato


situa-se no âmbito da declaração volitiva dos contraentes. Desse modo, o Código
Civil brasileiro dispõe que os negócios jurídicos benéficos interpretam-se
amplamente.

( ) 49. (CESPE - TCE/TO – Analista de Controle Externo – Direito - 2008)


Considere que duas partes tenham ajustado entre si uma doação, e, após algum
tempo, houve conflito ante a interpretação das cláusulas constantes do instrumento.
Nesse caso, o juiz, ao decidir a eventual causa, deverá dar interpretação extensiva
ao contrato.

GABARITO:

1-E 2-C 3-A 4-C 5-C 6-C 7-C 8-C 9-C 10-D 11-C 12-C 13-E 14-C 15-D 16-C 17-E 18-C

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19-D 20-C 21-C 22-E 23-C 24-B 25-E 26-E 27-C 28-C 29-C 30-C 31-E 32-C 33-E 34-E
35-C 36-B 37-A 38-D 39-B 40-E 41-A 42-E 43-E 44-C 45-E 46-E 47-E 48-E 49-E

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