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DIREITO

PROFESSOR: RICARDO MACAU


OBJETIVO DA AULA: Preparar o candidato ao CACD para as provas de primeira (prova objetiva) e de
segunda (prova discursiva) fases.
PONTO DO EDITAL ABORDADO: 2.

AULA 04 – Personalidade jurídica

 Personalidade Jurídica: A doutrina a define como sendo a capacidade de adquirir direitos e


deveres na ordem jurídica.

 No Direito Civil brasileiro existem duas categorias de personalidade jurídica:

1. Pessoas Naturais -> são os indivíduos naturais que nascem com vida.

OBS: animais não têm personalidade jurídica; ostentam a condição de objetos de Direito e, por isso,
recebem proteção jurídica.

2. Pessoas Jurídicas -> são construções jurídicas que permitem destinar direitos e deveres a
um conjunto de patrimônio (pessoas jurídicas de direito privado) ou a um conjunto de
competências (pessoas jurídicas de direito público).

PESSOAS NATURAIS
 Art. 1º e Art. 2º; Código Civil:

Art. 1º/CC - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na


ordem civil.

O art. 1º do Código Civil traz o conceito de capacidade de direito, o qual corresponde ao conceito
já apresentado de personalidade jurídica. Desse modo, o art. 1º do Código Civil prevê que toda pessoa
(natural e jurídica) é capaz de adquirir direitos e deveres.

Conclusão: os conceitos de capacidade de direito e de personalidade jurídica são sinônimos, pois,


apenas é capaz de adquiri direitos e deveres quem apresentar personalidade jurídica.

Art. 2º /CC- A personalidade civil da pessoa começa do


nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.
No que diz respeito à pessoa natural, o art. 2º do Código Civil adota a chamada Teoria Natalista, isto
é, apenas será considerada pessoa natural (sujeito de direito, titular de personalidade jurídica ou capaz de
direitos e deveres) o indivíduo que tenha nascido com vida.

OBS: A jurisprudência entende que o nascimento com vida é comprovado por meio de exames médicos
que atestam a atividade cardiorrespiratória extrauterina.

 ATENÇÃO: O art.2º do Código Civil, embora adote a teoria Natalista para o início da personalidade
jurídica da pessoa natural, prevê que os direitos do nascituro (feto em gestação) serão preservados pela lei
(não adquire direito enquanto não nascer, embora haja a expectativa de que o terá). É importante registrar que
o Brasil não adota a teoria concepcionista acerca do início da personalidade jurídica da pessoa natural. O art.
2º do Código Civil apenas permite, desde a concepção, destinar direitos ao nascituro, os quais apenas serão
efetivamente adquiridos se ocorrer o nascimento com vida (isto é, se o nascituro torna-se pessoa natural).
Logo, o nascituro não é titular de direitos. Tem mera expectativa de receber direitos.

PESSOAS JURÍDICAS

 Art.40 A 49 - A; Código Civil:

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou


externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas


jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de
direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os


Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas
pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa
qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte
destes, culpa ou dolo.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos.

VI - (Revogado Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021)

§ 1 o São livres a criação, a organização, a estruturação interna


e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado
ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos
atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.

§ 2 o As disposições concernentes às associações aplicam-se


subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da
Parte Especial deste Código.

§ 3 o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão


conforme o disposto em lei específica.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de


direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a


constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de
sua inscrição no registro.

Art. 46. O registro declarará:

I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o


fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou
instituidores, e dos diretores;

III - o modo por que se administra e representa, ativa e


passivamente, judicial e extrajudicialmente;

IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à


administração, e de que modo;

V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas


obrigações sociais;

VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do


seu patrimônio, nesse caso.

Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,


exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato
constitutivo.

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as


decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo
se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as


decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou
estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito privado, sem prejuízo


do previsto em legislação especial e em seus atos constitutivos,
poderão realizar suas assembleias gerais por meios eletrônicos,
inclusive para os fins do disposto no art. 59, respeitados os
direitos previstos de participação e de manifestação.

Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o


juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á
administrador provisório.

Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus


sócios, associados, instituidores ou administradores.

 As pessoas jurídicas são criações do Direito por meio das quais é possível destinar direitos e deveres
a um conjunto de bens (pessoas jurídicas de direito privado) ou à um conjunto de competências
(pessoas jurídicas de direito público).
ATENÇÃO: O art. 49-A do Código Civil estabelece que a pessoa jurídica não se confunde com seus sócios,
associados, instituidores ou administradores.

 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO


(Arts. 44 a 46, Código Civil)

 O art. 45 do Código Civil estabelece a disciplina jurídica sobre o início da personalidade jurídica das
pessoas jurídicas de Direito Privado:

 A pessoa jurídica de Direito Privado adquire personalidade jurídica por meio do registro
constitutivo no órgão competente (cartório).

Exceção: em hipóteses específicas, a lei poderá exigir autorização prévia do Poder Executivo para a
criação de pessoas jurídicas de Direito Privado. Ex.: no caso de fusão de duas ou mias pessoas empresas
para a criação de uma nova empresa, a lei pode exigir que antes, o CADE – Conselho Administrativo de
Defesa Econômica autorize essa operação. Este irá representar o Poder Executivo para efeitos de aplicação
do artigo 45 do Código Civil.

 O art. 44 do Código Civil prevê um rol de pessoas jurídicas de Direito Privado. A saber:

i. Associações
ii. Sociedades;
iii. Fundações;
iv. Organizações religiosas;
v. Partidos políticos;
vi. Empresas individuais de responsabilidade limitada (ltda);

 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO


(Arts. 40 a 43, Código Civil)

 O art. 40 do Código Civil prevê que existem duas espécies de pessoas jurídicas de Direito Público:

a) Pessoas jurídicas de Direito público interno ou nacional;


b) Pessoas jurídicas de Direito Público externo ou internacional.
 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO (Art. 41, Código Civil):

 As pessoas jurídicas de Direito Público interno ou nacional são criadas por meio de lei,
isto é adquirem a personalidade jurídica com o início da vigência da lei instituidora.

 O art. 41 do Código Civil prevê um rol de pessoas jurídicas de Direito Público interno. São elas:

i. União;
ii. Estados, DF e Territórios;
iii. Municípios;
iv. Autarquias e Associações Públicas;
v. Demais entidades de caráter público criadas por lei

 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO EXTERNO (Art. 42, Código Civil):

 O art. 42 do Código Civil estabelece que são pessoas jurídicas de Direito Público externo as
seguintes:

i. Estados estrangeiros
ii. Demais sujeitos regidos pelo Direito Internacional Público (DIP)

OBS: Existe divergência entre os autores do Direito Internacional sobre a definição de todos os sujeitos do
DIP. Em razão desse fato, o art. 42 do Código Civil adotou uma orientação inteligente: o que o Direito
Internacional definir como sujeito de Direito Internacional Público, o Código Civil brasileiro aceita.

INTERPRETAÇÃO DO ART. 21, I, CF/88.

Art. 21/CF88. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de


organizações internacionais;

O art. 21, I, da CF/88 prevê expressamente que compete à União (pessoa jurídica de Direito Público
interno ou nacional) manter relações com Estados estrangeiros e participar de Organizações Internacionais
(pessoas jurídicas de Direito Público externo ou internacional).
 LEITURAS:

Leituras Obrigatórias: Caderno de aula; Código Civil; Edital do CACD; e Questões anteriores sobre o tema da
aula (bancas do CESPE/CEBRASPE e IADES).
Leituras Complementares: Capítulo correspondente do livro: GONÇALVES, Carlos Roberto, Sinopses
Jurídicas, Direito Civil – Parte Geral, Ed. Saraiva.

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