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ESTA AULA:
- PESSOA JURÍDICA - CC, art. 40 a 69
Código Civil - Parte Geral - Livro I - Título II - Capítulo III: DAS PESSOAS JURÍDICAS
PESSOA JURÍDICA
1. CONCEITO
“É a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios que visa à
consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como
sujeito de direitos e obrigações” (Maria Helena Diniz).
2. NATUREZA JURÍDICA
a) Teoria da ficção:
I. Legal (Savigny): conclui que a pessoa jurídica é uma ficção legal,
isto é, uma criação artificial da lei para exercer direitos
patrimoniais e facilitar a função de certas entidades, uma vez que
só o homem é capaz de ser sujeito de direito.
- Crítica – esta teoria não pode ser aceita porque se o Estado é uma
pessoa jurídica, dizer que ele é ficção é o mesmo que afirmar que o
direito que dele emana também o é.
3. CLASSIFICAÇÃO
a) Quanto à nacionalidade:
Nacionais.
Estrangeiras.
5. CAPACIDADE
a) Direitos subjetivos: Direitos da personalidade (CC, art. 52),
patrimoniais ou reais, industriais, obrigacionais e à sucessão.
b) Limitações
- Em razão da natureza: Falta-lhe titularidade ao direito da família,
parentesco e não pode praticar diretamente os atos da vida
jurídica, necessitando de um representante legal (CC, art. 49;
CPC, art. 75, I, II e III).
- Decorrentes de lei: CF, arts. 190, 176 § 1º, e 222.
6. RESPONSABILIDADE [CIVIL]
a) Responsabilidade contratual ou negocial: [CONTRATO] a
pessoa jurídica do direito público e privado, no que se refere à
realização de um negócio jurídico dentro do poder autorizado pela
lei ou pelo estatuto, deliberado pelo órgão competente, é
responsável, devendo cumprir o disposto no contrato, respondendo
com seus bens pelo inadimplemento contratual (CC, art. 389).
Terá responsabilidade objetiva por fato e por vício do produto e do
serviço (Lei n. 8.078/90, arts. 12 a 25 - CDC).
b) Responsabilidade extracontratual ou extranegocial: [LEI] As
pessoas jurídicas de direito privado respondem pelos atos ilícitos
praticados por seus representantes, desde que haja culpa in eligendo
ou in vigilando (CC, arts. 931, 932, III, 993, 186 e 927). As
pessoas jurídicas de direito público, pela teoria do risco integral,
devem indenizar todos os danos que seus funcionários, nessa
qualidade, por atos comissivos, causem aos direitos de particulares,
tendo ação regressiva contra eles, nos casos de culpa e dolo, daí ser
objetiva sua responsabilidade (CC, art. 43; CF, art. 37, § 6º).
7. DOMICÍLIO
a) Conceito: “Sede jurídica da pessoa jurídica, onde os credores
podem demandar o cumprimento das obrigações”. (DINIZ)
É o local de suas atividades habituais, de seu governo,
administração, ou direção, ou, ainda, o determinado no ato
constitutivo.
b) Pessoa jurídica de direito público interno: CC, art. 75, I, II, III;
CPC, arts. 51 e 52; CF, art. 109, §§ 1º a 4º.
9. GRUPOS DESPERSONALIZADOS
a) Conceito: “conjunto de direitos e obrigações, pessoas e bens, sem
personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante
representação” (DINIZ).
b) Casos:
- Família (CF, art. 226 – numerus apertus);
- Sociedades não personificadas – sem registro (CPC, art. 75, IX;
CC, arts. 986 a 990);
- Massa falida – decretação de falência (CPC, art. 75, V);
- Herança jacente ou vacante – herança sem sucessores (CC, arts.
1.819 a 1.823; CPC, art. 75, VI);
- Espólio – bens formados com a morte de alguém (CPC, art. 75,
VII);
- Condomínio (CC, arts. 1.314 e s.; Lei n. 4.591/64 com
regulamentação do Decreto Federal n. 55.815/65, arts. 1.331, §§
1º, 2º e 5º, 1.332, 1.347, 1.348, I a IX, 28, parágrafo único, e 63, §
3º; CPC, art. 75, XI) em que há uma semelhança com a fundação
que se expressa no documento constitutivo, na incorporação ou na
convenção inicial, tendo existência permanente; daí ser uma nova
figura de pessoa jurídica, não se enquadrando, como querem
alguns autores, entre o grupo dos despersonalizados (questão
controvertida)
“[...] não deve ser levada em conta a personalidade técnica, não deve ser
tomada em consideração sua existência, decidindo o julgador como se o ato ou
negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural (ou outra pessoa jurídica).
Na realidade, nessas hipóteses, a pessoa natural procura um escudo de
legitimidade na realidade técnica da pessoa jurídica, mas o ato é fraudulento e
ilegítimo. Imputa-se responsabilidade aos sócios e membros integrantes da
pessoa jurídica que procuram burlar a lei ou lesar terceiros. Não se trata de
considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em caso específico e
determinado, não a levar em consideração. Tal não implica, como regra geral,
negar validade à existência da pessoa jurídica [...]” (SILVIO VENOSA)