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07-05-2012
Legitimidade
É uma qualidade do sujeito mas que é aferida em relação e diz respeito ao
conteúdo concreto desta
Supõe uma relação entre o sujeito e o conteúdo do acto, por isso, é antes uma
posição, um modo de ser para com os outros
Esfera jurídica
Complexo de direitos e vinculações de que uma determinada pessoa é titular
Direitos e vinculações que são variáveis, o que se repercute na correspondente
esfera jurídica
o Esfera jurídica pessoal: não susceptíveis de avaliação pecuniária
o Esfera jurídica patrimonial: susceptíveis de avaliação pecuniária
O património é uma garantia geral dos credores
Em regra o património é geral, respondendo por todas as dívidas
do seu titular
Em regra cada sujeito tem somente um património, excepção
feita aos patrimónios autónomos
Patrimónios autónomos
Significa que existem massas de bens que podem coexistir com património
geral, mas que respondem apenas por algumas dívidas do seu titular, e por essas
dívidas só o património autónomo responde
o Herança: art.2068º,2070º,2071º
o EIRI: Estabelecimento individual de responsabilidade ilimitada
Domicilio
Relevância jurídica:
o Para determinação do tribunal competente para qualquer acção, salvo
disposição especial: art.85º CPC
o A prestação debitória deve ser efectuada no lugar do domicílio do
devedor: art.772º
o No caso de obrigações pecuniárias, a prestação deve ser realizada no
lugar de domicílio que o credor tiver ao tempo do cumprimento: art.774º
o A sucessão por morte abre-se no lugar do último domicílio do seu autor:
art.2031º
Noção
Domicílio geral
o Coincide com o lugar de residência habitual.art.82º
o Não se confunde com paradeiro nem com residência
o O seu estabelecimento resulta de um acto voluntário, o mesmo
sucedendo com o seu termo
Domicílios especiais
o Domicílio profissional: art.83º
Relevante para as pessoas que exercem uma determinada
profissão.
Localizada no lugar onde a profissão é exercida
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Curadoria provisória
Artigos 99º e ss
Aqui a presunção da lei, é a de um possível regresso do ausente
Requisitos:
o Desaparecimento da pessoa sem que dela haja notícias
o Necessidade de prover à administração dos bens do ausente
o Não haver representante legal ou procurador
Legitimidade
o Requeridas ao Tribunal pelo MP ou por qualquer interessado (art.91º)
O curador funciona como um simples administrador: art.94º
Termo da curadoria provisória: art.98º
Curadoria definitiva
Artigos 99º e ss
Aqui a probabilidade de a pessoa ausente não retornar é maior
Requisitos:
o Requisitos da curadoria provisória
o Decurso de um lapso
De 2 anos sem saber do ausente
De 5 anos, se deixou representante legal ou procurador
Legitimidade
o Previsto nos art.99º e 100º
Após a justificação da ausência procede-se à abertura dos testamentos (art.101º),
e à partilha e entrega dos bens, no entanto os herdeiros são tidos como curadores
definitivos 8art.104º) e não como proprietários desses bens, embora tenham
direito aos frutos percebidos (art.111º)
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Morte presumida
Artigos 114º e ss
Requisitos:
o Desaparecimento da pessoa sem que dela haja notícias
o Necessidade de prover à administração dos bens do ausente
o Não haver representante legal ou procurador
o Decurso de um lapso:
De 10 anos sobre a data das ultimas noticias do ausente
De 5 anos, se entretanto o ausente completar 80 anos de idade
Caso o ausente seja menor, é necessário que decorram 5 anos
sobre a data em que ele teria completado 18 anos de idade
Legitimidade
o Previsto no art.114º e 100º
Produz os mesmo efeitos que a morte: art.115º
o Excepto o casamento que não cessa ipso facto, embora o art.116º dê ao
cônjuge do ausente legitimidade para casar de novo, sem necessidade de
recorrer ao divórcio
o Caso o ausente retorne, considera-se o primeiro casamento como
dissolvido
Na esfera patrimonial, caso o ausente retorne ser-lhe-á devolvido o património
que era seu, no estado em que se encontrar
Pessoas colectivas
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Reconhecimento
É o elemento de direito, redutor da dispersão e pluralidade do substrato à
unidade, á qualidade de sujeito de direito
Modalidade:
o Normativo: quando resulta de normas jurídicas
Condicionado: Quando a lei estabelece requisitos jurídicos a
observar
Incondicionado: Não existência de requisitos, bastando o
verificar do substrato
o Associações e sociedades têm reconhecimento normativo condicionado
o Por concessão:
Uma autoridade administrativa vai verificar casuisticamente se
estão cumpridos os requisitos, para que seja concebida a
personalidade jurídica (art.188º,nº1 e 2)
As fundações têm um reconhecimento por concessão
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
PC nacionais
o Aquelas que tem em Portugal a sua sede principal e efectiva (art.33º CC)
PC estrangeiras
o Aquelas que tem a sede principal no estrangeiro
As Sociedades
É uma associação de duas ou mais pessoas que põem em comum os bens e
serviços necessários ao exercício de uma actividade económica, que não seja de
mera fruição, com vista à obtenção de um lucro a repartir pelos sócios
Previsto no artigo 980º CC
Deve atender á produção de algo novo
Todos os sócios tem de participar nas perdas e tem direito aos lucros (994º)
Classificação de sociedades:
Sociedades comerciais (art.1º,nº2 CSC)
o Construídas nos termos estabelecidos no Código das Sociedades
Comerciais
o Dedicam-se à prática de actos de comércio
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Sociedades civis
o Sob a forma comercial (art.1º,nº4, CSC)
Reconhecimento adquirido através de registo do contrato de
sociedade
o Simples (980º e ss, CC)
Reconhecimento adquirido através de escritura pública
Constituição de Associações
Existem três modos para as associações adquirirem personalidade jurídica
O Procedimento clássico
o Reunião de fundação e aprovação dos estatutos (art.167º)
Elementos obrigatórios (nº1)
Elementos facultativos (nº2)
o Obtenção de Certificado de admissibilidade e cartão provisório (RNPC)
Modos de apresentação do pedido
Na RNPC
Na Conservatória do Registo Comercial
Por via postal
Por intermédio do Cartório Nacional
Junto de algumas associações comerciais ou industriais
que têm protocolo com o RNPC
Via electrónica
o Escritura pública
o Publicações e registos definitivos
Depois da publicação no site oficial, deve ser inscrita no FCPC e
posteriormente será emitido o Cartão de Identificação definitivo
o Comunicações várias
Comunicado o inicio de actividade às Finanças
Outras comunicações: SS, ACT
10-05-2012
O regime da Associação na hora
o Reunião de fundação e aprovação de estatutos (entre associados)
o Actos de aquisição da personalidade jurídica nas conservatórias
o Eleição dos corpos gerentes
o Lei 40/2007
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Regimes especiais
o Existem associações que seguem outras vias de constituição
o Partidos políticos, etc.
Comissões especiais:
São pessoas que se juntam por um fim comum, mas sem tem carácter duradouro,
somente esporádico, logo não são consideradas Associações
Fundações
Adquirem personalidade jurídica através do reconhecimento
Os estatutos da PC em princípio não são passíveis de alteração
Podem ser criadas por pessoas singulares ou colectivas
A sua constituição observa a três momentos
o Dotação: disposição do próprio fundador de um património para a
prossecução de um determinado fim pela PC
o Acto da Instituição (art185º,nº1)
Instituição por testamento
Instituição por acto entre vivos
o Reconhecimento
Art.188º
Por entidade administrativa: art.157º,nº2, CC
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Capacidade de gozo:
Delimitação positiva
o A capacidade jurídica da PC abrange os direitos e obrigações que sejam
necessários ou convenientes à prossecução dos seus fins : 160º,nº1
As Associações não estão de todo incapacitadas para realizar
actos de natureza lucrativa, em ordem a obter recursos para a
prossecução dos seus fins, pois somente pode almejar o lucro
objectivo
As sociedades (980º)em regra não podem fazer doações, pois é-
lhes vedada a prática de negócios jurídicos gratuitos, mas existem
excepções:
Observância do art.940º,nº2
Se for conveniente à prossecução dos seus fins
o Razões publicitárias
o Razões sociais da empresa
Delimitação negativa
o No artigo 160º,nº2, observamos que existem direitos que as PC não
podem ser titulares, por serem inseparáveis da personalidade singular
Relações familiares
A maior parte dos direitos de personalidade
o E outras situações vedadas por lei
Art.1484º
Art.2182º
Art.1443º
Capacidade de exercício:
o A maior parte da doutrina não atribui capacidade de exercício ás PC pois
agem através dos seus órgãos
o Mota Pinto, defende uma posição contrária, pois diz que os titulares
desses órgãos são a própria pessoa colectiva (perspectiva orgânica)
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
14-05-2012
O objecto da relação jurídica
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Podem ser:
o Prestações de facto:
Positivo (facere): exemplo, a obrigação de dar um concerto
Negativo (non facere): exemplo, a declaração de não abrir um
restaurante por questões concorrenciais
o Prestações de coisa; divide-se em:
Obrigação de prestar:
Devedor entrega ao credor certa coisa para que ele a
devolva no final (a coisa pertence-lhe)
Obrigação de restituir
Devedor entrega ao credor certa coisa que lhe pertença
Obrigação de dar:
Devedor entrega ao credor certa coisa que pertence a este
desde o momento da celebração do contrato
o Instantâneos:
Esgotam-se num único momento temporal
o Duradouros:
Duradouros propriamente ditos
Reiterados ou periódicos: caso a prestação do devedor seja
realizada de forma pontual e sucessivamente ou
periodicamente ao longo do tempo de execução do
contrato
De execução continuada: a prestação do devedor é feita de
forma continuada e ininterrupta ao longo do tempo
Fraccionados
O factor tempo não influencia o montante global da
prestação
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Direitos subjectivos
o Direitos sobre direitos
o Exemplo a hipoteca de um usufruto
A própria pessoa
o Os direitos de personalidade incidem sobre distintos modos de ser físicos
e morais da pessoa, ou bens da personalidade.
Materiais
o Existência de matéria
Imateriais
o Não existência de matéria
Coisas simples
Coisas compostas
o São universalidades de direito
o Possibilidade de exercer negócios jurídicos sobre a coisa ou sobre o
conjunto (ex: garrafa ou garrafeira)
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Factos jurídicos
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Negócio jurídico
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Modificação de direitos
Modificação subjectiva
o Aqui ocorre a substituição do respectivo titular, permanecendo a
identidade objectiva do direito. Exemplos:
Cessão de créditos: art.577º
Cessão da posição contratual: art.595º
Modificação objectiva
o Aqui muda o conteúdo ou o objecto do direito, permanecendo o regime
jurídico inalterável. Exemplos:
Prorrogação de um prazo para o cumprimento
Não se cumprindo um dever, deixa de haver dever de cumprir e
passa a haver dever de indemnizar.
Extinção de direitos
Prescrição
o Aplica-se aos direitos subjectivos propriamente ditos
o Apenas aplicável quando a lei assim o referir (298º,nº2)
o Regime inderrogável (não pode ser afastado pelas partes), pois resulta da
lei (300º)
o Tem de ser invocada, não podendo o tribunal supri-la (303º)
o Susceptível de interrupção (323º e ss) e de suspensão (318º e ss)
o Destina-se a censurar a inércia negligente do titular do direito em
exercitá-lo
o Prazo ordinário de 20 anos; também previsto prazos de 5 anos
Caducidade
o Respeita a direitos potestativos
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
21-05-2012
Negócios jurídicos
Elementos essenciais
o São aqueles sem os quais o negócio não chegaria a constituir-se como
válido
Capacidade dos sujeitos
Declaração de vontade sem anomalias
Idoneidade do objecto
Regras relativas á forma
Elementos naturais
o São os efeitos negociais derivados de disposições legais supletivas
o São naturalmente inerentes ao negócio jurídico
o Ex: art.762º: lugar de cumprimento da prestação
Elementos acidentais
o São as cláusulas acessórias dos negócios jurídicos
o A sua não existência não contende com a validade do negócio
Negócios formais
o Aquele para cuja validade a lei exige a observância de determinada
forma
o Ex: compra e venda de imóveis (875º); doação de imóveis (947º)
o Se não se observar a forma são nulos por força do art.220º
o Formas exigidas, previstas na lei: art.363º
Documento autêntico: ex: 2204º;185,nº3
Documento particular
Autenticados
Stricto sensu
Negócios consensuais
o É a regra. É aquele que pode ser celebrado por quaisquer meios
declarativos aptos a exteriorizar a vontade negocial (art.219º)
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Negócios obrigacionais
o Criam, modificam ou extinguem obrigações
o Ex: obrigação de pintar uma casa
Negócios familiares
o Criam, modificam ou extinguem relações familiares
Pessoais
Patrimoniais
Negócios patrimoniais
o Incidem sobre bens susceptíveis de avaliação pecuniária
o Ex: compre e venda, contrato de trabalho
Negócios pessoais
o Aqueles que não se destinam a constituir, modificar ou extinguir relações
de carácter patrimonial, mas a influir no estado das pessoas, na sua
situação familiar, etc.
o Ex: casamento; limitação dos direitos de personalidade
Negócios onerosos
o Aquele pelo qual cada uma das partes simultaneamente obtém e concede
um benefício; cada uma das partes tem uma vantagem e um
correspondente sacrifício que não necessitam de ser equivalentes
o Ex: contrato compra e venda
Negócios gratuitos
o É o contrato nos termos do qual uma das partes apenas sofre um sacrifico
patrimonial e a contraparte só aufere uma atribuição ou vantagem
o São feitos com espirito de liberalidade “animus donandi”
o Ex: doações
Negócios típicos
o Aqueles cujo regime está previsto na lei
Negócios atípicos
o Aqueles em que a sua regulação é engendrada pelas partes
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Negócios nominados
o Aquele que tem um nomen iuris, ou seja um nome atribuído pelo
legislador
o Ex: 1154º: podendo ser típico ou atípico
Negócios inominados
o Contrato para o qual não existe um nome legal, sendo também em regra,
desprovido de disciplina legal própria. Isto é, sendo, muitas vezes
simultaneamente, um contrato atípico
Negócios causais
o Todos os negócios jurídicos provêm de uma causa e essa causa não é
independente do negócio jurídico, de tal forma que a inexistência de
causa determina a inexistência do negócio jurídico
Negócios abstratos
o Aqueles que são válidos independentemente da sua causa
o Ex: o saque de um cheque
Declaração de vontade
Elementos constitutivos
Elemento externo
o Comportamentos que são exteriormente observáveis, co elevam á
aparência de uma vontade negocial
o Vontade exteriorizada
o A declaração propriamente dita
Elemento interno
o Vontade real
o Consiste no querer, na realidade volitiva
o Em regra é coincidente com o elemento externo, mas tal pode não
acontecer.
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
A lei diz no art.217º que a declaração é expressa quando feita por palavras,
escritos ou quaisquer outros meios diretos, frontais, imediatos de expressão de
vontade
No mesmo artigo refere que será tácita quando do seu conteúdo se infere um
outro
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Presunção: consiste em perante fatos que são conhecidos, inferir fatos que são
desconhecidos
Tem lugar quando a lei liga a determinado comportamento o significado de
exprimir uma vontade negocial em certo sentido, podendo ilidir-se tal presunção
mediante prova em contrário, de acordo com o art.350º
Regra, as presunções podem ser ilididas, são as presunções tantum iuris
Podem no entanto não admitir prova em contrário, são as presunções inilidíveis,
presunções juris et de jure
o Ex: 923º,nº2;1054º
Protesto e reserva
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Proposta:
Só a aceitação da outra parte implica a existência de um contrato, caso isso não
aconteça estamos perante um convite à contratação
Requisitos:
o Deve ser completa: tem de conter todos os elementos que o proponente
quer ver incluídos no contrato, pois assim com a mera aceitação, é
possível o estabelecer de um contrato
o Deve ser firme: tem de resultar inequivocamente a vontade do sujeito
celebrar o negócio nos exatos termos que propõe
o Deve revestir a forma exigida para o contrato proposto: de tal forma que
da mera aceitação tenhamos contrato
A outra parte também se chama juridicamente de contraparte
A proposta é uma declaração recetícia, significa então que só produz efeitos a
partir do momento em que chega ao conhecimento ou pode ser conhecida pelo
seu destinatário
27-05-2012
Duração e eficácia da proposta
o Deve-se observar o estatuído no art.228 relativamente à duração da
proposta
o Entende-se que quando o meio de resposta não for estabelecido, aplica-se
o meio mais demorado (via CTT)
o Irrevogabilidades, previstas as exceções no art.230º
o No caso de morte:
Do proponente, a proposta mantém-se como válida, para proteção
de terceiros envolvidos (destinatários)
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Aceitação
Declaração recipiendas, formulada pelo destinatário da proposta negocial, cujo
conteúdo exprima uma total concordância com o teor da declaração do
proponente
Requisitos:
o Deve traduzir uma total e inequívoca concordância com a proposta
o Deve revestir a forma exigida
Só temos contrato quando o destinatário da aceitação (o proponente), tem ou
pode ter conhecimento dessa declaração.
Receção tardia:
Observável o art.229º
Se o destinatário responde tardiamente, não é obrigado a responder, exceção
feita ao estatuído no art.229º,nº1 onde o proponente tem o ónus de avisar que
essa mesma receção foi tardia e como tal não se realiza o negócio, sob pena de
responder pelo prejuízo causado ao destinatário da proposta inicial
No art.235ºestá prevista a revogação da aceitação ou da aceitação
Contraproposta
Aqui existe uma aceitação, mas com alterações á proposta inicial
Art.233º
Conclusão do contrato
Só quando as partes estiverem de acordo com todos os pormenores é que o
negócio se pode concluir
Art.232º
Atos preparatórios
Breve referência para a responsabilidade pré contratual, prevista no art.227º
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Clausulado típico:
As cláusulas acessórias: podem constar nos negócios jurídicos por vontade das
partes
o Em regra, estarem ou não no negócio jurídico não contende em princípio
com a validade do negócio jurídico
Condição
Cláusula contratual típica que vem subordinar a eficácia de uma declaração
contratual a um acontecimento futuro e incerto
o Tem de haver acordo das partes
o Dizer respeito a um acontecimento futuro
o Dizer respeito a acontecimento incerto quanto á sua verificação
Diferente é a situação descrita no art.801º. aqui é independente de
qualquer acordo, pois resulta da lei
Num contrato bilateral, o incumprimento do devedor dá ao credor
direito de resolver o contrato. O incumprimento é um fato futuro
e incerto (daí a confusão).
Apelidada pela doutrina com condição resolutiva tácita. Não é
uma verdadeira condição, pois falta-lhe o acordo das partes
Art.270º e ss
Certos negócios são incondicionáveis
o Compensação de créditos: 848º,nº2
o Casamento: 1618º,nº2
o Convenção antenupcial: 1713º
o Perfilhação: 1852º
o Aceitação de herança: 2054º,º1
o Repúdio de herança: 2064º
o Testamentaria: 2323º,nº2
A consequência da aposição duma condição a um negócio incondicionável é a
nulidade do negócio (Cfr. Art.1616º,nº2)
o Condição potestativa
Quando a verificação do acontecimento está dependente da plena
vontade das partes ou de uma delas
o Condição causal
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Termo
Cláusula pela qual as partes subordinam a eficácia de certo negócio jurídico á
verificação de um evento futuro e certo; o evento irá realizar-se seguramente,
mas não se sabe quando
Art.278º e 279º
Existem negócios inapraziveis, portanto não admitem termo
o Compensação de créditos: 848º,nº2
o Casamento: 1618º,nº2
o Aceitação de herança: 2054º,nº1
o Repúdio de herança. 2064º
Classificação do termo:
o Termo inicial ou suspensivo
Os efeitos do negócio só começam a partir de certo momento
o Termo final ou resolutivo
A partir de determinado momento, os efeitos cessam
o Termo certo
Quando se consegue determinar a data
o Termo incerto
Quando a data em que irá ocorrer o evento não é determinável
o Termo essencial
Determinado pela impossibilidade de o sujeito ainda se oferecer
para cumprir. (801º e ss)
Existe um incumprimento definitivo
o Termo não essencial
Nesta situação, o sujeito poderá, mesmo passando o termo, ainda
cumprir.
Aqui gera uma situação de mora do devedor (804º e ss)
Cômputo do termo
o Art.279º
o Na falta de norma específica é então aplicável o disposto neste artigo a
todos os negócios jurídicos
Modo
Cláusula típica, pela qual, nas doações e liberalidades testamentárias, o
disponente impõe ao beneficiário da liberalidade um encargo, isto é, a obrigação
de adotar um certo comportamento no interesse do disponente, de terceiro ou do
próprio beneficiário
No entanto, não constitui porém a contrapartida da atribuição patrimonial
gratuita
O modo pode ter conteúdo patrimonial ou não
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Sinal
440º e ss
Pode ser penitencial para o caso de incumprimento
Pode também ser por antecipação do cumprimento de um contrato
Pode ser em dinheiro ou outra coisa convencionada
Cláusula penal
Estipulação em que as partes convencionam antecipadamente uma determinada
prestação, normalmente uma quantia em dinheiro, que o devedor terá de
satisfazer ao credor em caso de não cumprimento, ou não cumprimento perfeito
da obrigação
Art.810º
Pode ser:
o Compensatória
Estipulada para o não cumprimento definitivo
o Moratória
Estipulada para a simples mora do devedor
Se a obrigação principal for nula, também o será a cláusula penal
É caso raro, mas poderá a cláusula não ser cumprida. Cfr.art.812º
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
31-05-2012
Divergência entre a vontade e a declaração
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
o Não intencionais
O declarante não se apercebe da divergência ou é levado a
declarar algo diverso da sua vontade real
Coação física ou coação absoluta
Falta de consciência na declaração
Erro-obstáculo
Erro na transmissão da declaração
Simulação
Art.240º
Divergência bilateral entre a vontade e o declarar.
As duas partes do negócio declaram coisa diferente daquele que é a sua vontade
Existe sempre um pacto simulatório, um acordo entre as partes e a intenção de
enganar terceiros
Requisitos para que se observe a simulação:
o Intenção na divergência entre a vontade e a declaração
o Acordo entre declarante e declaratário
o Intuito de enganar terceiros
Modalidades:
Simulação inocente
o Existe o intuito de enganar terceiros, mas não de prejudicar
o Animus decipiendi
o Ex: doação simulada com o fim de ostentação
Simulação fraudulenta
o Existe o intuito de enganar terceiros e de prejudicar terceiros ou
contornar uma disposição legal: art.242º,nº2
o Animus nocendi
o Ex: venda fantástica; venda efetuada pelo devedor a um comprador
fictício para prejudicar os seus credores.
Simulação absoluta
o As partes fingem celebrar um negócio jurídico, mas na realidade não
querem celebrar nenhum
o O negócio simulado é nulo: art.240º,nº2
o Ex: venda fantástica
Simulação relativa
o As partes fingem celebrar um negócio jurídico, mas na realidade querem
celebrar um de diferente natureza: art.241
o Aqui existe um negócio simulado e um negócio dissimulado (real)
o Podemos distinguir duas modalidades de simulação relativa:
Simulação subjetiva
Existe a intervenção de um sujeito aparente ou supressão
de um sujeito real
Ex: mulher vende ao marido por intermédio de terceiro
Simulação objetiva
Simulação sobre a natureza do negócio; simulação de
valor
Ex: celebra-se uma compra e venda quando no fundo se
quer celebrar uma doação
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
04-06-2012
Regimes jurídicos
Simulação absoluta
o O negócio simulado é nulo: art.240º
o Legitimidade para arguir a simulação: art.242º, observando o art.394º,nº2
Simulação relativa
o O negócio simulado é nulo: art.240º
o O negócio dissimulado é válido ou inválido consoante o seria se tivesse
sido celebrado sem a dissimulação: art.241º,nº1
o Legitimidade para arguir a simulação: art.242º, observando o art.394º,nº2
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Reserva mental
Art.244º
Emissão de uma declaração contrária à vontade real
É realizada conscientemente
Intuito de divergência é unilateral, pois pertence ao declarante com o intuito de
enganar o declaratário
Se a reserva não é conhecida pelo declaratário, o negócio é válido
Se a reserva é conhecida pelo declaratário, o negócio é nulo
Existem também casos de reserva mental inocente
o Quando o declarante, embora com o intuito de enganar o declaratário, o
faz por motivos socialmente considerados legítimos
o Para fundamentar a nulidade, bastará simplesmente a cognoscibilidade
do vício
Coação física
O declarante é forçado a dizer ou escrever o que não quer, devido ao uso de uma
força física irresistível que o instrumentaliza e leva a tomar determinado
comportamento
A declaração negocial é ineficaz: art.246º
Diferente de coação moral com recurso à força física (art.255º e 256º), onde não
existe divergência entre a vontade e a declaração.
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
11-06-2012
Vícios da vontade
Erro – vício
O declarante representa inexatamente ou ignora uma qualquer circunstância de
fato ou de direito que determinou a sua decisão de efetuar o negócio, de modo
que se tivesse conhecido exatamente essa circunstância, não teria celebrado
qualquer negócio ou não o teria celebrado nos termos em que o fez.
Se tivesse conhecido tal circunstância não teria emitido qualquer declaração
Só decide realizar o contrato, devido à existência de uma determinada realidade
O elemento sobre o qual incide o erro é determinante para a vontade de declarar.
No erro-vício não há dolo
o O declarante está enganado sobre determinadas circunstâncias que o
levaram a contratar, mas esse engano não é motivado pelo declaratário
ou por terceiros.
o Esta circunstância sobre a qual incide o erro é passada ou presente
Caso não o seja remete-nos para o art.437º a 439º quanto á
alteração ou modificação das circunstâncias existentes no
momento em que o negócio foi concluído
Modalidades
o Erro sobre a pessoa do declaratário: art.251º
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Art.252º
Nº1: refere-se aos motivos determinantes da vontade de ambos
Por vezes existem circunstâncias que levam uma das partes a celebrar, estamos
então perante um motivo unilateral e algo subjetivo
Para que ele seja determinante para anulação é necessário que as partes
reconheçam por acordo a essencialidade do motivo, podendo esse acordo ser
tácito ou expresso
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Nº2: aqui o erro é bilateral, ambas as partes pensam que as circunstâncias eram
as que posteriormente não se verificaram
Dolo
Art.253º e 254º
“Entende-se por dolo qualquer sugestão ou artificio que alguém empregue com a
intenção ou consciência de induzir ou manter em erro o autor da declaração, bem
como a dissimulação, pelo declaratário ou terceiro, do erro do declarante”
Existe intenção
Existe um erro qualificável que resulta de um comportamento de terceiro
Modalidades
o Dolo positivo ou dolo negativo
Provocar o erro ou manter em erro o declarante
o Dolus malus ou dolus bonus
Só o dolus malus é relevante para fundamento de anulabilidade e
de responsabilidade
Dolus bonus, são sugestões ou artifícios usuais, comercialmente
aceitáveis
o Dolo inocente ou dolo fraudulento
No dolo inocente há mero intuito enganatório, enquanto no dolo
fraudulento há consciência de prejudicar
o Dolo proveniente do declaratário e dolo proveniente de terceiro
Pode partir do declaratário ou de terceiro
o Dolo essencial e dolo incidental
No dolo essencial o declarante foi induzido pelo dolo a concluir o
negócio em si mesmo, enquanto que no dolo incidental apenas
incide sobre os termos em que foi concluído.
Só o dolo essencial pode ser causa de anulabilidade do negócio
Quando o dolo é essencial conduz somente à alteração/
modificação do negócio
Efeitos:
o Conduz á anulabilidade (art.254º, nº1), podendo gerar responsabilidade
pré contratual (art.227º)
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Coação moral
A declaração é feita sob coação moral quando for determinada “pelo receio” de
um mal de que o declarante foi ilicitamente ameaçado com o fim de obter dele a
declaração (art.255,nº1)
o O receio desse mal pode incidir sobre a pessoa ou terceiro
Exclui-se a ameaça de exercício normal de um direito e o simples temor
reverencial (art.255,nº3), ou seja o grande respeito que se têm por alguém
(devido a relações pessoais, ou posição hierárquica, etc.)
Modalidades:
o Coação física (absoluta) e coação moral (relativa)
o Coação principal e coação incidental
Principal (essencial) quando é determinante para a vontade de
contratar
Incidental, quando o declarante tivesse proferido a mesma
declaração mas noutros termos.
o Coação dirigida à pessoa ou á honra ou à fazenda do declarante ou de
terceiro (art.255º,nº2)
o Coação exercida pelo declaratário ou por terceiro (art.256º)
Efeitos:
o A coação moral determina a anulabilidade do negócio (256º) e origina
igualmente responsabilidade pré-contratual (227º)
Requisitos:
o Quando exercida pelo declaratário:
Coação essencial
Intenção de extorquir a declaração
Ameaça ilícita
o Quando exercida por terceiro:
Requisitos da coação exercida pelo declaratário
Gravidade do mal ameaçado
Justificado o receio da sua consumação
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Teoria Geral do Direito Civil (2)
Incapacidade acidental
A declaração é feita por quem se encontrava acidentalmente incapacitado de
entender o seu sentido ou não tinha o livre exercício da sua vontade
(art.257º,nº1, 1ª parte)
Notoriedade ou conhecimento da incapacidade 8257º,nº1, in fine, nº2)
Efeitos:
o Anulabilidade do negócio jurídico
o Art.257º, nº1
18-06-2012
Ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos
Em sentido amplo a ineficácia tem lugar sempre que um negócio jurídico, não
produz, por impedimento decorrente do Ordenamento jurídico, no todo ou em
parte, os efeitos que tenderia a produzir
Ineficácia em sentido estrito:
o O negócio jurídico não produz os efeitos a que tende, devido a uma
circunstância extrínseca que relacionada com aquele mesmo negócio
jurídico, impede a produção dos efeitos jurídicos
o Absoluta
Atua automaticamente, erga omnes, podendo ser invocada por
qualquer interessado
Ex: termo suspensivo
o Relativa (inoponibilidade)
O negócio jurídico só não produz efeitos relativamente a certas
pessoas
Embora eficaz noutras direções, é inoponível a certas pessoas
Ex: negócios sujeitos a registo, não registados.
Invalidade:
o Ineficácia que provém de uma falta ou irregularidade dos elementos
essenciais do negócio
o A ausência de produção de efeitos negociais resulta de vícios ou
deficiências do negócio, contemporâneos da sua formação
o Nulidade
O negócio nulo não produz desde o início, por força da falta ou
vício de um elemento interno ou formativo, os efeitos a que
tendia
Opera ipso iure, ou seja, não é necessário intentar uma ação ou
emitir uma declaração nesse sentido
Podem ser declaradas ex officio pelo tribunal
Invocáveis por qualquer pessoa interessada
Insanáveis pelo decurso do tempo (286º)
Insanáveis mediante confirmação (288º)
Tutela interesses públicos
o Anulabilidade
O negócio anulável, produz os seus efeitos e é tratado como
válido, enquanto não for julgada procedente uma ação de
anulação
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