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RESUMO OAB – Direito Civil – 

Completo

1. Introdução aos Sujeitos de Direito:


Definição: São todos aqueles que participam de relações jurídicas.
Sujeito => Pessoas ou Entes despersonalizados.
O Código Civil não se sistematizou o tema relacionado aos Entes despersonalizados.
2. Condição Jurídica de Pessoa:
Definição: É o sujeito que possui o atributo jurídico da personalidade.
Personalidade, sendo ela um atributo jurídico “garante” a titularidade de direito e deveres

.
3. Aquisição da Personalidade:
Pessoa natural => art. 2, CC=> nascimento com vida=> Teoria Natalista.                     Nascituro
=> Condição Jurídica => Não é pessoa, mas já possui uma especial proteção do ordenamento
jurídico.
O nascituro já é titular dos direitos da personalidade (art. 11 ao art. 21, CC).
4. Aquisição da Pessoa Jurídica (art.45, CC):
Depende do registro dos atos constitutivos;
Como regra geral, o registro vai ser no Cartório de Registros das Pessoas Jurídicas;
EXCEÇÃO: A Junta Comercial (somente Sociedade Empresária e EIRELI) / OAB (Sociedades de
Advogados).
ATENÇÃO: Apenas as pessoas jurídicas de Direito Privado dependem de registro para aquisição
da personalidade.
Pessoa Jurídica de Direito Privado (art. 44, CC).
5. Extinção da Personalidade:
Pessoa natural => art. 6, CC => Morte/Óbito. (Lei de registros Públicos).
. Morte Presumida (art.7,CC).
Seu reconhecimento depende de Sentença Judicial.
Hipóteses:
I. Probabilidade extrema de falecimento de um sujeito em perigo de vida;
II. Desaparecidos e prisioneiros em campanha de guerra. Prazo de 2 anos após o término da
guerra.
A morte presumida é um conceito distinto da ausência.
A ausência é um instituto jurídico que apenas disciplina os efeitos civis das pessoas
desaparecidas.
Trata-se de uma situação jurídica que depende de Sentença Judicial.

A ausência enquanto instituto jurídico, compõem de fases:


A. Curadoria dos bens do ausente=> O objetivo é declarar ausência e também fazer a nomeação
do curador.
Este curador é patrimonial.
B. Sucessão Provisória => A abertura pode ser feita após 1 ou 3 anos da arrecadação dos bens.
As regras da Sucessão Provisória observam as regras da Sucessão em Geral (Sucessão legítima
e testamentária).

ATENÇÃO: O herdeiro provisório ao contrário dos herdeiros em geral é mero possuidor do seu
respectivo quinhão hereditário.
C. Sucessão Definitiva=> A abertura vai ser feita após 10 anos do trânsito em julgado da
sentença de sucessão provisória.
ATENÇÃO: Nesta fase, ocorre a declaração da morte presumida do ausente.

6. Extinção da Pessoa Jurídica (art.51):


Como regra geral, se dá pela dissolução dos atos constitutivos.
Não confundir dissolução com desconsideração da personalidade;
A desconsideração (art.50) não afeta a personalidade da pessoa jurídica.
Trata-se de um mecanismo de responsabilidade civil na hipótese de abuso de direito.
7. Capacidade:
Exercício de Direitos.
O conceito de Capacidade se desdobra em dois significados:
1. Capacidade de Direito e;
2. Capacidade de Fato/Exercício.
A Capacidade de Direito => Garante a todos os sujeitos sem exceção a possibilidade de participar
de relações jurídicas.
A Capacidade de Fato/Exercício => Trata-se da possibilidade de exercer de forma autônoma,
pessoal, os fatos da vida civil.
ATENÇÃO: O conceito de capacidade de fato é restrito as pessoas naturais. Existem as pessoas
capazes e incapazes.
ABSOLUTAMENTE incapazes (art.3,CC), de acordo com o artigo, são apenas os menores de 16
anos;
RELATIVAMENTE incapazes (art.4, CC), de acordo com o artigo, são as pessoas entre 16 anos e
menos de 18 anos.
– Estatuto do DEFICIENTE (Lei 13.146/2015):
O Estatuto do Deficiente reconhece que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da
pessoa.De acordo com art. 6 do Estatuto, o deficiente poderá casar-se, constituir União Estável,
exercer direitos sexuais, exercer direito a guarda, entre outros atos da vida civil. (Medida de
Inclusão Social).
– Ébrios habituais / viciados em tóxico.
Causa transitória => Impede a pessoa de exprimir sua vontade.
Deficientes => São plenamente capazes.
Tem que ter mecanismo para auxiliar no exercício de Direito.
A Curatela=> É exclusivamente para os atos negociais. Não envolve atos pessoais.
Processo de Tomada de Decisão Apoiada (art. 1783-A).
A decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas
pessoas idôneas para prestar-lhe apoio na decisão de ato da vida civil.
O processo de tomada de decisão apoiada, exige uma ação própria em que a pessoa deficiente
deve indicar de maneira expressa quais serão os apoiadores.
ATENÇÃO: Este processo exige obrigatoriamente a oitiva do Ministério Público, cabendo ao juiz
decidir com base em parecer de uma equipe multidisciplinar.
8. Domicilio (art. 70 ao 78, CC):
Definição=> art. 70, CC.
É a residência com ânimo definitivo. É o lugar onde a pessoa exerce os atos da vida civil.
Particularidades:
a) O Código Civil reconhece o domicílio plúrimo ou domicílio plural (art. 71 a 72, CC).
b) Domicílio legal ou domicílio necessário (art. 76, CC).
c) Teoria do domicílio aparente.

1. Dos Fatos Jurídicos (art. 104 a 232, CC)


Definição:
Podem ser entendidos como acontecimentos naturais ou condutas humanas previstas numa
norma que lhe outorga efeitos.
Entende se o fato jurídico como um fato qualificado pelo ordenamento.
2. Classificação:
Fatos Jurídicos=> Fato em Sentido Estrito: São conhecimentos naturais / Atos jurídicos: São
condutas humanas (a vontade).
Os Atos Jurídicos=> Atos Ilícitos: Sujeito a uma sanção (art. 186, 187, CP).
Os Atos Lícitos=> art. 185 (vontade) => Ato Jurídico em Sentido Estrito / Negócio Jurídico.
A diferença está relacionada a vontade.
Quando a vontade atua nos efeitos, temos o negócio jurídico.
Quando a vontade atua apenas na formação, temos ato em sentido estrito (Efeitos e Lei).
3. Validade do Negocio Jurídico:
ATENÇÃO: A categoria negocial tem como aspecto central a vontade. Todavia, ela não atua de
forma ilimitada. As partes que celebram o negócio deve respeitar o chamados requisitos de
validade.
Validade pode ser sinônimo de regularidade.
Requisitos de validade=> São apontados no art. 104, CC:

1. Exteriorização da vontade;
2. Capacidade de Agente;
3. Objeto;
4. Forma.
*Os requisitos são cumulativos.
1.1 – Ela pode ser feita por meio da declaração ou pela manifestação (livre e consciente) => é
uma vontade isenta de vícios.
OBS: De modo geral o direito civil não da ênfase a vontade interna. Contudo as intensões servem
de parâmetro para a interpretação do negócio. (Art. 112, CC).
Particularidades:
Reserva Mental (art. 110, CC) => Entende-se por Reserva Mental a parcela de vontade não
exteriorizada e que portanto não produz efeitos jurídicos, SALVO se o destinatário dela inha
conhecimento.
Silêncio (art. 111, CC) => Não é forma de exteriorização porque as formas ou é expresso ou é
tácito. O silêncio tem efeito civil de anuência (limites do art. 111, CC).
2.2 – Capacidade de Agente => As pessoas capazes vão praticar negócio de forma autônoma. A
pessoa que é incapaz, ou é feita por meio da representação ou assistência.
ATENÇÃO: O código civil estabelece hipóteses específicas que permitem ao relativamente
incapaz agir de forma autônoma.
Quais são os atos que o relativamente incapaz faz:
Mandado => Pode ser feito pelo relativamente incapaz;
Secessão testamentária => art. 1860, CC;
Objeto do Negócio=> Por definição traduz por interesse/Direito.

Precisa de três requisitos cumulativos:


a) Licitude;
b) Possibilidade;
c) Determinabilidade.
Forma negocial=> É o suporte físico da vontade. É o meio pelo qual a vontade se exterioriza.
Regra geral, temos a forma livre.
Todas as formas especiais são previstas na lei.

4. Invalidade do Negócio Jurídico (art. 166 a 184, CC):


Nulidade=> Interesse do Estado, envolve proibições. (Art. 166, 167, CC), as partes podem alegar,
MP, Ofício, não tem prazo, efeito EX-Tunc.
Anulabilidade=> Interesse das partes. (art.171,178, CC), apenas as partes, tem prazo de 4 anos e
2 anos (emissão de lei), regra geral, são decadenciais, efeitos EX-Nunc,
confirmação/convalidação.
1. Negócio Válido => Deve cumprir os requisitos de validade (art. 104, CC):
a) Exteriorização de vontade
b) A capacidade do agente
c) Objeto
d) Forma
Invalidade=> Estamos tratando de uma irregularidade=> nulo.
2. Simulação=> Relacionada a ideia da nulidade, pode ser entendida por uma hipótese especial.
No Código Civil, a simulação aparece no art. 167.
Definição=> É um ato falso.
É uma aparência de uma situação jurídica para falsear uma realidade.
Espécies:
1) Simulação Absoluta=> Ocorre um único ato falso, neste caso, a nulidade atinge a totalidade da
relação jurídica.
2) Simulação Relativa=> temos o surgimento de dois atos:
a) Ato Simulado=>Externo da relação. (nulo);
b) Ato Dissimulado=> Interno da relação (válido).
Anulabilidade=> vícios=> defeitos do negócio jurídico (art. 138-165 CC).
Definição=> Os vícios representam uma falha genética na exteriorização da vontade.

Classificação:

a) Vícios de consentimento=> atingem a vontade ou interesse do declarante. (Erro, Dolo, Coação,


Estado de Perigo, Lesão).
b) Fraude Contra Credores.
Erro: Definição=> É a falsa percepção do declarante sobre o elemento estrutural do negócio.
ATENÇÃO: Somente o Erro Substancial permite a anulação do negócio jurídico (art. 139, CC).
Existem hipóteses de Erro em que a lei autoriza apenas a retificação da vontade.
Dolo:

Definição=> O dolo se traduz pela intenção manifesta de prejudicar o declarante na realização de


um determinado negócio jurídico.
ATENÇÃO: Apenas o dolo substancial autoriza a anulação do negócio.
Coação:

Definição=> A pressão física ou a pressão psicológica exercida sobre o declarante capaz de


incutir temor de dano.
Avaliação=> art. 152, CC.
Estado de Perigo (art. 156, CC):
Tem um pressuposto=> É a necessidade de salvar a vida.
Consequência=> Assumir uma obrigação excessivamente onerosa.
Lesão (art. 157, CC)
Tem um pressuposto=> Premente necessidade (urgência)=> Proteção do Patrimônio.
Inexperiência.
Consequência=> Obrigação manifestamente desproporcional a prestação oposta.
3. Vicio Social (art. 158, CC) Fraude Contra Credores:
Definição: Trata-se de um negócio realizado com o intuito de prejudicar ou impedir a satisfação do
crédito alheio.
Requisitos:
a) Evento danoso ao crédito;
b) Concluio fraudulento=> é a má-fé do terceiro com quem o devedor realizou o negócio.
As principais características da fraude contra credores;
a) A fraude contra credores é possível tanto nos negócios gratuitos como também nos negócios
onerosos.                                                                                                                                         b)
Historicamente, a fraude contra credores se caracteriza permitindo a propositura de uma ação
anulatória.
4. Efeitos do Negócio Jurídico:
1) Elementos Acidentais do negócio jurídico.
São cláusulas negociais que resultam da vontade das partes.
Atenção: Os elementos acidentais alteram apenas os efeitos do negócio.
Três são as modalidades do elemento acidental;
a) Condição=> Evento futuro ou incerto=> Não depende do controle da vontade.
b) Termo=> Evento futuro e certo.
c) Encargo=> Ônus atribuídos por atos de mera liberalidade.
5. Prescrição e Decadência:
Estabilização temporal das relações jurídicas.
Prescrição=> É o prazo para exigir a pretensão de um direito (art. 205 e art. 206, CC)
O ART. 205, CC, regra é prazo de 10 anos.
O ART. 206,CC, prazo 5, 4, 3, 2, 1 ano.

Decadência=> Prazo para o exercício do Direito em si (Direito Potestativo) Os outros prazos são
decadenciais. São prazos menores. Expl. 90, 120 dias

1. Direito das obrigações (art. 233 a 420 CC):


Modalidades Obrigacionais
Transmissão das Obrigações
Pagamento OAB
Inadimplemento
Introdução ao Tema:
Espécie de relação jurídica entre sujeitos na qual se estabelecem direitos / deveres.
Devedor=> Sujeito Passivo-Débito=> Objeto-Prestação=> Sujeito Ativo-Crédito
Prestação=> É um comportamento do devedor para atender um interesse do credor.
2. Modalidades Obrigacionais:
Primeiro Grupo=> Obrigações de acordo com a prestação.
Obrigação de dar
Obrigação de fazer/não fazer.
Obrigação de Dar:
É aquela cuja prestação envolve a transferência ou transmissão da posse da propriedade ou de
um Direito Real sobre determinada coisa.
Obrigação de Dar pode ser dividido em duas espécies:
a) Coisa certa=> Determinada específica.
b) Coisa Incerta=> Gênero /Quantidade=> Especificação mínima.

Obrigação de Dar coisa certa:Situação Transitória=> Formação=> Gênero + quantidade Incerta


=>=> Cumprimento=> obra de coisa certa=> Escolha do vendedor (mediana, nem melhor, nem
pior)
Art. 244, CC

Obrigação de fazer / não fazer:


É aquela cuja prestação envolve um comportamento realizado via de regra pelo devedor para
atender o interesse do credor.
Obrigação de fazer=> Fungível / Infungível
Obrigação de fazer fungível: Devedor + terceiro. Representam a regra geral (art. 304, CC).
Obrigação de fazer infungível: Somente pode ser realizado pelo devedor/Obrigação
Personalissima.
Segundo Grupo=> Analisar a obrigação de acordo com o arranjo obrigacional. Expl. Contrato de
Empreiteiro para fazer a obra.
Obrigação Simples=> Temos uma única prestação independentemente da sua natureza.
Obrigação Cumulativa=> Existem duas ou mais prestações. Neste caso, todas as obrigações
devem ser cumpridas.
Obrigações Alternativa (Disjuntiva)=> Existem duas ou mais prestações cabendo ao devedor
escolher uma delas para cumprir a obrigação.
Obrigação Divisível/Indivisível=> A possibilidade de fracionamento da prestação. A possibilidade
de cumprir a obrigação em partes.
Divisibilidade=> Lei=> Vontade das partes=> Natureza da coisa.
ATENÇÃO: Coisas indivisíveis sempre criam obrigações indivisíveis. Já a coisa divisíveis, tanto
podem criar obrigações divisíveis como também indivisíveis dependendo da lei ou da vontade das
partes. Art. 257, CC.
Art. 263, CC Obrigação divisível.

Obrigação Solidária (art. 264,CC):


Características=> Pluralidade de sujeitos em um polo obrigacionais.
Créditos/Débitos distintos.
Cada um com direito/obrigação sobre toda a relação obrigacional.
Principais Características e Efeitos:
1) A solidariedade não se presume, ou seja, resulta da lei ou convenção entre créditos.           2)A
solidariedade permite créditos e débitos com características diferentes.
3) A solidariedade é mantida mesmo quando obrigação se converte em perdas e danos.
Características que se mantem a solidariedade.
4) A solidariedade existe mesmo em relação aos acessórios obrigacionais.

Transmissão das obrigações=> Transmissão envolve negócios jurídicos que tem por objetivos a
transferência do crédito ou a transferência débito.
a) Cessão de crédito => Transferir o crédito.
b) Assunção de dívida => Transferir o débito.

Particularidades:
a) Cessão de crédito=> Direitos autorais => notificar o devedor para que ele tenha ciência do ato.
b) Assunção de dívida: Anuência do credor.
Exceção: Art. 303, CC.

1. Pagamento ou Adimplemento:
É o modo normal de extinção da obrigação.
I. Pagamento Direto:
1) Pagar é realizar a prestação no tempo, lugar e forma devidos.
2) Sujeitos do Pagamento:
a) Quem deve pagar (SOLVENS)=> é o próprio devedor ou um terceiro.
Atenção: Só não será possível ao terceiro pagar em se tratando de obrigação personalíssima.
O terceiro pode ser: 1) interessado=> é aquele que poderá sofrer as consequências pelo
inadimplemento, por expl.. o Fiador ao pagar se sub-roga nos direitos do amigo credor.
Não interessado=> não seria responsabilizado pela dívida, mas resolve pagar.
Se pagar em nome próprio considera-se que irá direito de reembolso.
Se pagar em nome do devedor considera-se que fez uma liberalidade e nada porá reclamar.
b) A quem se deve pagar (ACCIPIENS).
O pagamento deve ser realizado ao próprio credor ou a seu representante legal ou convencional.
O pagamento realizado a terceiros considera-se não realizado e o devedor terá de pagar
novamente.
Duas exceções:
Se o credor ratificar o pagamento e se o pagamento reverter em proveito do credor. Por exemplo:
Namorada que recebe o dinheiro, cujo credor era o namorado e paga a fatura do cartão dele.
Atenção: O pagamento conscientemente feito ao incapaz de quitar “não vale”, salvo se o devedor
provar que reverteu em proveito do incapaz.

3) Objeto do Pagamento:                                                                                                                    
1) O credor não é obrigado a receber coisa diversa da combinada (ALIUD PRO ALIO), ainda que
mais valiosa.
2) O credor não é obrigado a receber em partes e nem o devedor a pagar em partes, se
combinam pagamento integral.
Exceção: art. 745 A, CPC:
O dispositivo permite que o devedor deposite 30% do valor e parcele o restante em até 6X.
3) Salvo disposição contrária as dívidas em dinheiro não sofrem incidência de juros e correção
monetária (nominalismo)=> é a conservação do nome.
4) Lugar de Pagamento:
Salvo disposição contrária, a dívida deve ser paga no domicílio do devedor caso no que é
chamada de “quesível ou quérable”.
Se tiver de ser paga em outro local recebe o nome de “portável ou portable”.
Atenção: Se a dívida puder ser paga em mais de um local a escolha passa a ser do credor.
OBS: O pagamento reiteradamente feito em local diverso do previsto do contrato faz presumir
renúncia do credor.
II. Pagamento Indireto:
1) Pagamento em consignação (arts. 334 a 345, CC)
É o depósito judicial ou extrajudicial (somente dinheiro da coisa devida).
Será cabível sempre que por motivo não imputável ao devedor, for impossível ou inseguro o
pagamento diretamente ao credor.
Atenção: A consignação somente terá força de pagamento quando respeitar todos os elementos
da obrigação original.
2) Pagamento com sub-rogação (arts. 346 a 351)
Ocorre quando alguém assume a posição jurídica do antigo credor.
A sub-rogação pode ser convencional (acordo das partes) ou legal isto é, efeito direto e imediato
da lei. É o caso do terceiro interessado que paga a dívida.
3) Imputação do Pagamento (arts. 352 a 355, CC)Significa indicar. Quando o devedor tem como
credor mais de uma dívida e todas são líquidas, certas vencidas e de coisas fungíveis, ao
devedor indicar qual dívida está a quitar.
Se ele não indica a escolha, passa a ser do credor.
Se nenhum dos dois imputar o pagamento, será da dívida mais antiga. A que venceu primeiro. Se
todas foram da mesma data, mais onerosa.
Atenção: Havendo capital e juros, o devedor não pode pretender pagar primeiro o capital e depois
os juros.
4) Dação em Pagamento (arts. 356 a 359 CC):
O credor concorda em receber prestação diversa da combinada.
Atenção: Se o credor for evicto da coisa dado em pagamento a obrigação se restrutura
ressalvados os direitos de terceiros.
5) Novação (arts. 360 a 367 CC):
Cria-se uma nova obrigação com a finalidade (Animus Novandi) de extinguir a obrigação anterior.
A Novação pode ser:
a) Por mudança no objeto caso que é chamada de novação objetiva.
b) No sujeito, caso que é chamado de novação subjetiva. Se mudar o credor a novação é
subjetiva ativa. Se mudar o devedor é subjetiva passiva.
6) Compensação:
Ocorre quando duas pessoas são ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra de dívidas
líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.
A compensação ocorre automaticamente. Eventual decisão do juiz terá natureza meramente
declaratória.
Atenção: Há dívidas que não podem ser compensadas (art.373 CPC), por exemplo, dívida de
alimentos.
7) Confusão: Ocorre quando a qualidade de credor e devedor confundem-se na mesma pessoa.
8) Remissão: É o perdão da dívida. Por tratar-se de perdão precisa da aceitação do devedor.

1. Responsabilidade Civil:
Violação de um dever jurídico.
Sanção:
OBS inicial=> Em razão do violação de determinado direito o infrator pode ser responsabilizado
em diferentes esferas, mas a responsabilidade civil é autônoma
Obrigação de indenizar:
(objetivo) => apurar os danos sofridos pela vítima.
Elementos estruturais:
Conduta do agente => Nexo de causalidade => Dano.
a) Conduta=> Ato ilícito (regra) art. 186 e 187 CC. Ação de omissão praticada pelo infrator com o
intuito de lesar a vítima.
Regra=> Responsabilidade por ato próprio.
Incapaz, responde por ato próprio! Art. 928 CC. R: Sim.
Responsabilidade subsidiária / Indireta.
Quando o incapaz é responsabilizado pessoalmente a indenização é reduzida de forma
equitativa.
A hipótese do art. 928 restringe a indenização quando ela privar o incapaz do seu sustento.
EXCEÇÕES: Primeira: responsabilidade de terceiro art. 932/933 CC.
Um terceiro que não praticou a conduta danosa será responsabilizado por uma conduta alheia
nos termos da lei. Exemplo. Motorista=>dirigir=>vítima.
Características:
A. As hipóteses de responsabilidade por ato de terceiro são previstas totalmente na lei –art. 932
CC.
B. O autor da conduta e o terceiro respondem de forma solidária.C. O autor da conduta responde
de forma subjetiva enquanto o terceiro responde de forma objetiva, art. 933, CC.
D. Na hipótese de condenação de terceiro, este poderá ingressar regressivamente contra o autor
do dano.
EXCEÇÃO: Os pais não podem cobrar regresso dos filhos.
Responsabilidade pelo fato da coisa:
Art. 936, CC=> Dano provocado por animal=> Dano ou detentor.
Art. 937, CC=> Ruína de edifício por falta de reparo=> Responsabilidade do dano ou condutor.
*Jurisprudência.
Art. 938, CC=> Objetivos que caem ou são lançados de edifício=>habitante.
Responsabilidade Objetiva.
b) Nexo Causal – Causalidade: Elementos de ligação.
Definição: Como a ligação lógico-jurídica entre a conduta do agente e o dano experimentado pela
vítima.
Nexo causal=> relação=>responsável/dano.
Lei- Jurisprudência => Nexo causal/Direto e imediato.
Dano=> Lesão ou prejuízo socialmente relevante ao bem jurídico da vítima.
Dano=> Indenizável / Não Indenizável => Mero dissabor.
c) Dano:
Categorias:
A. Dano material-Patrimonial=> atinge o direito de propriedade da vítima=> Dano
emergente=perdeu o patrimônio.
Fundamento jurídico=> Passado/presente=>lucro cessante/Presente – futuro/ganho.
O cálculo do lucro cessante de acordo com C.C. deve ser razoável, ou seja, cabe ao magistrado
na situação concreta estimar os principais elementos que indiquem o possível ganho patrimonial.
B. Dano moral=> Extrapatrimonial:Atinge os direitos da personalidade (art. 11-21).
O dano moral representa uma lesão a dignidade da pessoa .
Excludentes de Responsabilidade Civil:
Fatos/Atos que impedem a obrigação de indenizar.
Excludentes de ilicitude (art. 188 CC)=> Art. 393, CC=> Caso fortuito, Força maior, Culpa
exclusiva da vítima, Estado de necessidade, Ato de terceiro.
Excludentes Contratuais=> Cláusulas de não indenizar.

Teoria geral dos contratos

1. Ordenamento Jurídico:
Autonomia Privada ou liberdade de contratar
Prerrogativas que o ordenamento confere aos particulares criar lei e deveres entre si, através dos
contratos.
Aspectos e Limites:
Aspectos são três;
1) Liberdade de celebrar ou não o contrato.
2) Liberdade de escolha do outro contratante.
3) Conteúdo das Cláusulas.
Limitações ou Restrições;
1) Não ofensa as leis de ordem pública.
2) Que não haja ofensa aos bons costumes.
3) Proteção ao contratante vulnerável.
2. Principio da Função Social (art. 421, CC):
O contrato deve ser utilizado como instrumento para que seja alcançado o bem comum.
Aspectos;
1. Interno=> Os contratos devem ser justos e equilibrados.2. Externo=> O contrato não pode
ofender interesses transindividuais.
3. Princípio da boa-fé objetiva (art. 422, CC):
É uma regra de conduta que impõe aos contratantes o dever de que se comportem de modo
coerente com a ética, honestidade, lealdade, solidariedade, etc.
Funções da boa-fé objetiva;
1. Deve servir para o juiz, o critério para a interpretação dos contratos.
2. A boa-fé também cria deveres anexos, secundários, acessórios (que se somam aos deveres
principais do que tipo de contratos.
Dever de informação ao proprietário sobre vazamento, etc. cooperação, assistência.
3. É que a boa-fé objetiva desempenha uma função de controle, ou seja em razão dela é
considerada ato ilícito objetivo o abuso de direito.
4. Principio da Concensualismo:
Em regra o vínculo contratual surge no momento em que há o encontro da vontade dos
contratantes.
Exceções:
. Compra e venda d imóvel. Enquanto não for celebrado o contrato, não surge vínculo.
Solene, formais quando a lei exige forma especial Exemplo: art. 108, CC.
2. Contratos reais=> São aqueles em que o vínculo só estabelece no momento em que uma das
partes entrega a outra o objetivo que deverá ser restituído, removido. Exemplo: Comodato,
Mútuo,, Depósito(estacionamento).
5. Princípio da Força obrigatória ou “Pacta sunt Servanda”:
O contrato faz leis entre as partes e por isso, em regra, não se admite:
a) Retratação Unilateral
b) Revisão Judicial de seu conteúdo.
OBS1: É o que permite a execução forçada das obrigações que forem assumidas.
2. Admite se revisão do contrato quando;
a) Houver ofensa da função social ou boa-fé objetiva.b) Quando caracterizada a onerosidade de
excessiva (art. 478 a 480, CC)=> Quando um evento imprevisto e extraordinário a prestação de
um dos contratantes se tornar excessivamente onerosa.
OBS: O CC. Adotou a chamada Teoria da Imprevisão; nas relações de consumo o consumidor
tem direito a revisão do contrato mesmo que seja previsível.
6. Principio da Relatividade:
Através de um contrato são criados direitos e deveres entre os próprios contratantes e terceiros
não são atingidos.
Exceções:
1. Estipulação em favor de terceiros, mas pode exigir o cumprimento (seguro de vida)
2. Art. 576, CC => quando o contrato de locação contiver cláusula de vigência e for registrado
deverá ser respeitado por terceiros que vier adquirir o imóvel.
7. Efeitos dos Contratos:
Vícios Redibiotórios=> art. 441 a 446 CC.
Conceito: São defeitos ocultos presentes em coisa recebida em virtude do contrato comutativo
(oneroso e não aleatório) ou em doação onerosa que a torne imprópria para o uso a que se
destina.
Efeitos do vícios redibitórios => Opção por uma das ações edilícias que são:
A) Ação redibitória=> É aquela que tem por finalidade a resolução do contrato.
B) Estimatória ou “quanti minoris”=> é a que tem por objetivo a redução proporcional do preço.
OBS: Caso o alienante tivesse conhecimento do vício, ficará obrigado a pagar perdas e danos.
Prazos decadenciais para a propositura das Ações.
a) Se o bem for imóvel=> 1 ano.
b) Se o bem for móvel=> 30 dias.
OBS: Em regra, o prazo será contado da entrega do bem, da tradição; será reduzido pela metade
se no momento do contrato o adquirente já estava na posse do bem.OBS: Quando o vício por sua
natureza só puder ser descoberto depois, o prazo será o mesmo, mas a sua contagem é iniciada
com a ciência do vício, desde que 1 ano para imóveis ou 180 dias para imóveis.
8. Evicção (arts. 447 a 457, CC):
Conceito=> É a perda da coisa que foi adquirida o contrato oneroso ou em hasta pública por
sentença ou ato administrativo que atribui a terceiros por motivo jurídico anterior a aquisição
(exemplo: aquisição non domino) de quem não era dono.
OBS1. Por cláusula expressa a garantia por evicção pode ser reforçada, excluída ou diminuída.
OBS2. Quando houver cláusula que exclui a responsabilidade pela evicção, ela só será absoluta
se o adquirente for informado sobre o risco que pesava sobre a coisa e ou assumiu; caso a
cláusula exista simplesmente o adquirente ainda terá direito a exigir a devolução do preço.
OBS3. O adquirente não terá qualquer direito se sabia se a coisa alheia ou litigiosa.
OBS4. A evicção pose ser total ou parcial.
A parcial pode ser considerável, neste caso o adquirente pode escolher entre resolver o contrato
ou devolução parcial do preço; se parcial mais irrisória não considerável o adquirente só terá
direito a perdas e danos.
OBS: Art. 70, inciso 1, CPC => No processo em que o adquirente corre o risco de sofrer a
evicção, ele pode apresentar denunciação da lide ao alienante; se o não fizer ainda assim poderá
exigir em ação própria a devolução do preço e de todos os prejuízos decorrentes da evicção.
1. Contrato de Compra e Venda (art. 481 a 532, CC).
Conceito=> Compra e venda é o contrato pelo qual um dos contratantes (o vendedor) se obriga a
transferir ao outro a propriedade de uma coisa, e este outro (o comprador) se obriga a pagar certo
preço em dinheiro.
Atençao: No Brasil o contrato de compra e venda não transfere a propriedade, apenas é fonte da
obrigação de transferir.
A transferência somente ocorre após a tradição (móvel) ou registro (imóvel).
Quanto ao objeto:
A compra e venda pode ter objeto coisa atual (já existe ou futura, ainda não existe). Neste caso,
se a coisa não vier a existir o contrato fica sem efeito, salvo se a intensão das partes era de
celebrar contrato aleatório.
Nem todo contrato de compra e venda de coisa futura é aleatório por exemplo: compra e venda
de imóvel na planta.
Se a compra e venda for realizada a vista de amostra modelos ou protótipos entende-se que o
vendedor assegura ter a coisa as mesmas qualidades da amostra.
Se houver divergência entre a amostra e a descrição do objeto no instrumento do contrato
prevalece a amostra é um exemplo de aplicação da boa-fé objetiva.
Quanto ao preço:
É necessariamente em dinheiro ou moeda fiduciária (títulos de créditos e cartões de crédito e
débito).As partes podem deixar a fixação do preço ao arbítrio de terceiros, mas se ele não aceitar
o contrato fica sem efeito, salvo se as partes concordarem em nomear outrem que aceite o
encargo.
As partes podem deixar a fixação do preço para índice, tabela ou bolsa desde que suscetível de
objetiva determinação.
Se a compra e venda for estabelecida sem fixação do preço, entende-se que será o
habitualmente praticado pelo vendedor em suas vendas.
Se houver divergência no período no período o preço médio.
Atenção: É nula a compra e venda se a fixação do preço ficar ao arbítrio exclusivo de uma das
partes.
Limitações a Compra e Venda:
São duas:
1. É anulável a compra e venda de ascendente para descendente sem autorização dos demais
descendentes do vendedor e de seu cônjuge.
O cônjuge não terá de autorizar se for casado sob regime da separação obrigatória.
2. É nula a compra e venda entre cônjuge relativa a bem, todos pertencentes a comunhão.
2. Contrato Estimatório (arts. 534 a 537, CC):
Conceito=> Por este contrato, o consignante (dono dos bens) entrega bens móveis ao
consignatário que fica autorizado a vendê-los pelo preço estimado.
OBS: A regra no Brasil é a de que o contrato se forma com mero acordo de vontades (consenso).
Como exceção: Existem os chamados Contratos Reais que recebem este nome porque só
passam a existir no momento em que ocorre a entrega da coisa (RÉS).
São Contratos Reais apenas o Comodato, Mútuo, Depósito e o Estimatório.
As coisas pertencem ao consignante porém, por expressa disposição legal os riscos correm por
conta do consignatário.
Atenção: Antes da devolução o consignante não pode alienar a terceiros.
3. Empréstimos (arts. 579 a 592, CC):
Há no Brasil dois tipos de empréstimos: O Comodato e o Mútuo.O Comodato é o empréstimo
gratuito de coisa infungível. O Comandatário deverá restituir ao comandante exatamente aquilo
que recebeu.
O prazo será o estabelecido pelas as partes ou o necessário para o uso ordinário se não houve
estipulação expressa.
Duas notas:
1. Há coisa pertence ao comodante e portanto é ele quem sofre o prejuízo pela sua perda por
caso fortuito ou força maior.
No entanto, se estiver ocorrendo o risco coisas do comandante e do comodatário e este preferir
salvar as suas, responderá ainda que por força maior.
2. Jamais o comodatário poderá cobrar do comodante gastos que teve com o uso da coisa.
O Mútuo é o empréstimo gratuito ou oneroso, FENERATÍCIO de coisa fungível.
O Mutuário passa ser dono da coisa devendo devolver outra do mesmo gênero, qualidade e
quantidade.
OBS: As partes podem convencionar que no contrato específico uma coisa fungível se torne
infungível (garrafa de vinho para exposição).

1. Parte Geral (art. 1º ao 232)


Dividido em 03 livros: Livro I – Pessoas (art. 1º ao 78); Livro II – Bens (art. 79 ao 103), Livro III –
Fatos Jurídicos (art. 104 ao 232) o terceiro livro é o mais obrado na prova da OAB.
Introdução aos sujeitos de direito
A palavra sujeito representa um gênero, podendo ser definida como todos aqueles que participam
de relações jurídicas.
Dentro da palavra sujeito temos duas espécies:
Pessoas
Entes despersonalizados
Pessoa
É uma espécie de sujeito de direito.
Atenção: todas as pessoas possuem o atributo jurídico da personalidade.
A personalidade garante a titularidade de direitos e deveres.
Aquisição da personalidade
Pessoa natural (art. 2º, CC): nascimento com vida. A doutrina ao firmar esta teoria aceita a teoria
natalista, porque a partir do ato do nascer tem a personalidade.
Nascituro: sujeitos não nascidos, eles possuem especial proteção jurídica, mas sem o atributo
jurídico da personalidade.Pessoa jurídica (art. 45, CC): registro dos atos constitutivos. De acordo
com a doutrina o art. 45 adotou a chamada teoria da realidade técnica.
Regra registraria: no cartório de registro de pessoas jurídicas.
Exceções: Junta Comercial e a OAB.
Se a pessoa jurídica não for registrada no cartório de registro de pessoas jurídicas, na Junta
Comercial ou na OAB ela não existe.
Atenção: apenas as pessoas jurídicas de direito privado dependem de registro para aquisição da
personalidade (art. 44, CC).
2. Extinção da personalidade
Pessoa natural (art. 6º, CC): vai tratar da morte, seguida de um ato civil vinculado que é o óbito.
Morte presumida: acontece quando não se tem o corpo para provar a morte, para ser presumida
precisa de sentença judicial.
O art. 7ª, CC ira determinar as hipóteses envolvendo a morte presumida, tratando da
probabilidade extrema de falecimento (art. 7º, I, CC) e dos desaparecidos ou prisioneiros em
campanha de guerra (art. 7º, II, CC), nesta última hipótese o Código estabelece um prazo, qual
seja observar o termino da guerra.
Morte presumida é diferente da ausência, a morte presumida tem como objetivo a extinção da
personalidade, já a ausência tem como objetivo disciplinar os efeitos civis das pessoas
desaparecidas, dependendo de uma decisão judicial reconhecendo esta situação.
O simples fato da pessoa estar desaparecida não quer dizer que ela deve estar ausente.
Fases da ausência
a) Curadoria dos bens: nomeação de curador para os bens, pois ocorre nesta fase a declaração
da ausência e a nomeação do curador.
b) Sucessão provisória: a abertura pode ser feita após um ano ou três anos da arrecadação dos
bens. Na sucessão provisória o herdeiro tem apenas a posse do respetivo quinhão hereditário.
c) Sucessão definitiva: abertura após 10 anos do transito em julgado da sentença de sucessão
provisória e nesta fase se obtém a declaração da morte presumida.
Pessoa jurídica (art. 50, CC): regra da dissolução, o Código Civil e também a legislação esparsa
criam hipóteses especificas de extinção da personalidade da pessoa jurídica.Dissolução é
diferente da desconsideração da personalidade, a dissolução gera a extinção, já a
desconsideração da personalidade é um mecanismo de responsabilidade civil e não afeta a
personalidade.
3. Capacidade
Exercício de direitos. A capacidade se divide em:
Capacidade de direito: representa aptidão de todos os sujeitos para exercer atos da vida civil
Capacidade de fato/exercício: é um mecanismo relacionado a autonomia das pessoas naturais
exclusivamente. Este conceito cria as pessoas capazes como também as pessoas incapazes.
Capazes (art. 5º):
Maiores de 18 anos;
Pessoas emancipadas.
Incapazes:
Absolutamente incapazes (art. 3º, CC);
Relativamente incapazes (art. 4º): em casos específicos pode exercer atos da vida civil de forma
autônoma.
O ordenamento jurídico também pode restringir a capacidade de fato com o intuito de preservar a
personalidade do sujeito.
4. Domicilio (art. 70 ao 76)
Domicilio (definição) é a residência com animo definitivo, ou seja, é o lugar onde a pessoa exerce
suas relações civis.
Características importantes da relação domiciliar
Domicilio Plúrimo/plural (art. 71 e 72, CC);
Domicilio aparente (art. 73, CC): aplicado para pessoas que não tem residência física;
Domicilio necessário (art. 76, CC): é aquele domicilio imposto pela lei.
5. Direitos Reais sobre coisas alheias.
Características Peculiares dos Direitos Reais:a) Taxatividade: somente o que a lei permite, não
dá margem para autonomia de vontade.
b) Eficácia Erga Omnes: os direitos reais produzem efeitos perante toda sociedade mas de forma
negativa (dever de não interferência- não pode interferir nos direitos reais alheios)
Exemplo: temos um titular e a coisa, a relação do titular com a coisa é positiva, já a relação da
coisa com a sociedade é negativa (não interfira), assim toda pessoa que interferir o titular pode
tomar medida para cessar interferência (diferente das relações privadas que é “inter partes”).
c) Aderência: a existência dos direitos reais está atrelada à existência da coisa e com ela
permanece. (Exemplo: o crédito está ligado ao sujeito e não ao “papel”, assim se a outra parte
rasga o contrato o direito ainda existe).
Os direitos reais são:
I- Propriedade: artigo 1228 CC, o proprietário possui algumas faculdades sendo: Usar, Fruir
(gozar), dispor, reivindicar. O exercício das faculdades está sujeito aos limites da função social da
propriedade (ela adequada os interesses dos proprietários, não-proprietários e do Estado).
Direitos Reais sobre coisa alheia:
Direitos de Uso e Fruição: há o direito de superfície, servidão, usufruto ou uso habitação, direito
do promitente comprador do imóvel e as concessões (concessão especial de uso e concessões
para fins de moradia – tem regime jurídico administrativo)
Direitos Reais de Garantia: é o penhor (recai sobre bens móveis pode ser sobre principal ou
acessório, exemplo: emprenho, os bens são deixados com o credor que permanece na posse,
depois que quita a dívida devolve o bem), hipoteca (objeto múltiplo, o principal é o imóvel
exemplo: navio, subsolo, superfície) e anticrese (recai sobre frutos e rendimentos sobre coisa
imóvel. Exemplo: aluguel).
Posse – Art.1196 – 1224 CC.
I – Definição: art.1196 – exteriorização de fato de algum dos poderes inerentes à propriedade.
(Posse relação de controle de uma coisa por um determinado sujeito, esta relação possui
diversos efeitos jurídicos).
Detenção – Art. 1198 CC – é uma relação de subordinação, o detentor mantém com a coisa uma
relação direta, mas cumprindo ordens do verdadeiro possuidor.
A detenção é uma situação de fato que não permite proteção jurídica.
Detentor = Fâmulo da Posse.
Classificação da Posse:
a) Posse exclusiva – um único titular da coisa
b) Composse – Dois ou mais titulares exercendo a posse da coisa de forma simultânea, a
composse depende da mesma causa para a sua configuração.
Posse Direta – decorre do desdobramento da posse de um sujeito em razão de uma relação
jurídica transitória.
Esta classificação tem como objetivo a proteção dos interesses do possuidor indireto, os
principais efeitos são:
1 – O possuidor indireto pode utilizar todas as ações possessórias para defesa do bem.
2 – A posse direta não permite a usucapião do bem tendo em vista a ausência de animus de
dono.
Posse Justa – art.1200 CC – é aquela que foi adquirida independentemente de vícios.Vícios
possessórios são: violência, clandestinidade e precariedade, apenas o possuidor justo pode
proteger a posse da coisa por meio das ações possessórias.
Proteção da Posse – art. 1210 CC.
a) Proteção Extrajudicial – Desforço imediato, legitima defesa da posse – eles surgem em ato
continuo e em ato iminente.
Proteção judicial – Ações Possessórias – art. 920 e ss.
– Ação de reintegração de posse – é caracterizada em esbulho possessório / perda;
– Ação de manutenção de posse – pela turbação / atrapalhar;
– Interdito Proibitório – Ameaça.
2 – Direitos Reais
Características peculiares:
a) Taxatividade: Todos os direitos reais são previstos expressamente em lei;
b) Eficácia erga omnes: produzir efeitos perante toda sociedade (abstenção);
c) Aderência: A existência de um direito Real está ligada à existência da coisa.
Direito de Propriedade – art.1228 do CC
Garante ao titular algumas faculdades de exercícios: o direito de usar, fruir, dispor e reivindicar.
Cumprimento da função social: trata- se de uma harmonização de interesses do proprietário com
os não proprietários.
Aquisição do direito de propriedade – (Imóvel), se dá de forma derivada, o mecanismo de
transferência é o registro imobiliário – o cartório de registro de Imóveis.
Forma Originária de aquisição – Usucapião – se dá por meio de uma sentença judicial.
Elementos: posse (mansa e pacifica).
Modalidades de usucapião:
Usucapião Extraordinária
Requisitos: independe de justo título e boa – fé.
Prazo: 15 anos de posse pacifica e ininterrupta, e se desenvolver moradia ou atividade produtiva
o prazo diminui para 10 anos.

Usucapião ordinária:
Requisitos: Com justo título e boa – fé, só pode usucapir até 250 m°
Prazo: 10 para 5 anos – se moradia – atividade produtiva.
Usucapião Urbana/rural
Requisitos: Independe de justo título e boa – fé, o possuidor não pode ser proprietário de um
outro imóvel, só pode usucapir até 50 hectares.
Prazo: 5 anos
Usucapião Familiar – art.1240 A
Requisitos: é similar a usucapião urbana
Obs: nesta modalidade de usucapião o possuidor pretende usucapir um bem do qual já é titular
fruto da comunhão no casamento ou na união estável.
Atenção: esta possibilidade de usucapião decorre do abandono do lar de um dos cônjuge ou
companheiro sem partilha dos bens.
Prazo: 2 anos
Direitos reais sobre coisas alheias
a) Direitos de uso e fruição
– Superfície: Concessão do direito de usar ou construir(plantar) em um determinado terreno.
-Particularidades: Apenas imóveis, gratuita ou onerosa, depende de registro dos atos constitutivos
e autoriza hipoteca.
-Servidão: cria uma vantagem sobre um imóvel alheio gravando com um ônus.
– Usufruto – temos o direito de usar e fruir do bem pode ser móvel ou imóvel, universalidades
gratuito e intransmissível.
– Uso – usar e fruir de maneira limitada.
– Habitação: Uso para moradia e sempre gratuito.
Direitos reais de garantia:
Hipoteca: tem objetos múltiplos – imóveis
Penhor: apenas bens móveis
Anticrese: recai sobre frutos e rendimentos dos bens imóveis.

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