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Introdução
Os atos e fatos jurídicos rodeiam toda a nossa vida, por isso o Direito se
dedica a regular essas categorias. Seja o simples fato de uma transação
em um estabelecimento comercial ou a assinatura de um contrato, uma
promessa feita a terceiro ou o reconhecimento da paternidade de um
filho, todas essas ações se encaixam no contexto de atos e fatos jurídicos
e têm repercussões na esfera jurídica.
Os atos jurídicos ainda podem ser lícitos ou ilícitos, dando ensejo para
que o Direito atue na proteção de terceiro e responsabilização pelos
atos praticados.
Neste capítulo, você vai ler sobre os meios de diferenciar atos e fatos
jurídicos conforme os elementos de cada um, as suas subdivisões e a sua
classificação. Aprenderá, ainda, sobre os atos ilícitos, os seus elementos
e modalidades.
Elementos e classificação
O estudo sobre o que se compreende por fato e ato jurídico, bem como as suas
subdivisões, começa pelo entendimento de que todas essas ocorrências possuem
relevância jurídica. O Direito se preocupa com essas figuras porque — quer
sejam ocorrências da natureza ou advindas da vontade humana, com efeitos
definidos em lei ou que podem ser modificados pelas partes — os atos e fatos
jurídicos não podem ficar sem normatização. A figura básica desse sistema, a
teoria geral do negócio jurídico, é o pró- prio fato jurídico. Por
consequência, o fato jurídico é todo aquele, ocasionado pelo homem ou não,
que possui o condão de criar, modificar ou extinguir relações jurídicas.
O fato jurídico se divide em outras classificações conforme a presença
ou não de alguns elementos. A Figura 1 apresenta a classificação completa.
Ordinário
Fato jurídico em
sentido estrito
Extraordinário
Fato jurídico
(sentido amplo) Ato-fato
Ato jurídico
em sentido estrito
Lícito
Ato jurídico Negócio jurídico
(sentido amplo)
Ilícito
sentido estrito;
ato-fato;
ato jurídico.
nascimento;
morte;
aluvião;
avulsão.
A fórmula do fato jurídico pode ser descrita da seguinte maneira:fato jurídico =
fatodireito
Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187 Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico
ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (BRASIL, 2002, documento
on-line).
[...] fato jurídico que tem por elemento nuclear do suporte fático a manifestação
ou declaração unilateral de vontade cujos efeitos jurídicos são prefixados
pelas normas jurídicas e invariáveis, não cabendo às pessoas qualquer poder
de escolha da categoria jurídica ou de estruturação do conteúdo das relações
respectivas (MELLO, 1995, p. 137).
adoção;
reconhecimento de paternidade;
constituição de domicílio;
pagamento de tributos.
atos reais;
atos-fatos jurídicos indenizativos;
atos-fatos jurídicos extintivos.
Atos ilícitos
Como mencionado, os atos jurídicos podem constituir ilícitos civis. Conforme
os arts. 186 e 187 do Código Civil, os atos ilícitos decorrem de um ato que
viole direito de outrem ou de um abuso de direito pelo agente. Neste capítulo,
destrincharemos os elementos configuradores do ato ilícito.
Serão analisados primeiro os elementos presentes no art. 186 e posterior-
mente aqueles constantes no art. 187 do Código Civil: “Aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (BRASIL,
2002, documento on-line).
O primeiro elemento configurador do ato ilícito é, portanto, a ação ou
omissão voluntária do agente. Entende-se por ação a conduta ativa, consubs-
tanciada em um ato único ou em uma série de atos, que viole direito alheio
e cause dano. As omissões são os atos que deveriam ser realizados diante de
um dever de agir, ocasionando também dano a terceiro. Incluem-se nessas
condutas os atos negligentes e imprudentes. A conduta deve ser voluntária,
ou seja, realizada pelo agente segundo a sua própria vontade.
Leituras recomendadas
ATOS ilícitos e abuso de direito. Anotações de Direito, 2016. Disponível em : <https://
m edium .com /anota% C3% A7% C3% B5es-de-direito/atos-il% C3% AD citos-e-abuso -
-de-direito-2c1768add4f5>. Acesso em : 15 m aio 2018.
LUNARDI, F. C. A teoria do abuso de direito no Direito Civil Constitucional: novos
para- digm as para os contratos. Disponível em :
<http://w w w.buscalegis.ufsc.br/revistas/ files/anexos/31284-34889-1-PB.pdf>.
Acesso em : 15 m aio 2018.
STJ m antém indenização para pais e criança por acidente em escola. Consultor Jurídico,
8 nov. 2004. Disp onível em : <https://w w w.conjur.com .br/2004-nov-08/stj_m an-
tem _indenizacao_pais_crianca_danos>. Acesso em : 15 m aio 2018.
TARTUCE, F. Manual de Direito Civil: volume único. 7. ed. São Paulo: Forense, 2017.