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ALUNA: MILENA XAVIER ALVES LUNA DIREITO – P2

PROFESSOR: RAMON
DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO DIREITO

RESUMO:
FATO JURÍDICO, FONTES DO DIREITO

ATIVIDADE:
CONSTANDO 9 QUESTÕES

JOÃO PESSOA – PB
2023
FATOS JURÍDICOS

Conceito

Fatos jurídicos são todos os acontecimentos (provindos da atividade natural ou humana)


capazes de influenciar na órbita do direito por criar, modificar ou extinguir relações jurídicas. O
instituto "fato jurídico" como um todo é chamado de "fato jurídico lato sensu".

Espécies

Fatos naturais (stricto sensu)

São os fatos que decorrem da ação da natureza. Exemplo: nascimento, morte, avulsão etc.
Podem ser classificados em:

- ordinários: como o nascimento e a morte, que constituem o termo inicial e final da


personalidade, bem como a maioridade, o decurso do tempo, todos de grande importância,
entre outros.

- extraordinários: enquadram-se, em geral, na categoria do caso fortuito e da força maior:


terremoto, raio, tempestade etc

Fatos humanos (jurígeno ou ato jurídico): são os atos que decorrem da atividade humana, isto
é, ações humanas que criam, modificam, transferem ou extinguem direitos. Exemplo:
casamento, contrato etc. Podem se subdividir em:

- lícitos: são aqueles em que o ordenamento jurídico permite que os efeitos almejados pelo
agente decorram de seu ato. Em outras palavras, por estar de acordo com o ordenamento
jurídico, o ato humano irá produzir efeitos na esfera jurídica.

- ilícitos: são aqueles que por lhe faltar licitude, produzem EFEITOS diversos dos almejados por
seu agente, ou seja, são atos contrários ao ordenamento jurídico (podendo ser aplicada a
responsabilidade civil - art. 186 a 188 c.c. art 927 do Código Civil).

Atos Jurídicos (fatos humanos):

Os atos jurídicos podem ser classificados em três diferentes espécies, a seguir:

- Ato jurídico strictu sensu: é a simples manifestação da vontade que determina a produção de
efeitos legalmente previstos. Não tem nenhum conteúdo negocial e tem como finalidade a
mera realização da vontade do titular de um determinado direito. Ex.: pagamento, fixação de
domicílio, reconhecimento de filho, entre outros.

- Negócio jurídico: trata-se de uma declaração expressa de vontade dirigida à provocação de


determinados efeitos jurídicos (com conteúdo negocial). Neste caso, temos a criação de um
instituto jurídico especializado para a composição do interesse das partes, cuja finalidade é
alcançar um objetivo aceito pela lei. O exemplo clássico dos negócios jurídicos são os
contratos.
- Ato-fato jurídico: "é o fato jurídico qualificado por uma atuação humana. No ato-fato jurídico
não importa a intenção da pessoa que realizou o ato, tendo relevância apenas os efeitos que o
ato produziu. Ex.: menor de idade comprando uma água", segundo preceitua André B. C.
Barros.

Prescrição extintiva: É a causa extintiva da pretensão de direito material (não processual,


portanto) em virtude do seu titular, no prazo previsto em lei.

A pretensão é o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o cumprimento de um dever


jurídico. De acordo com Nelson Nery: "Nasce a pretensão com a violação do direito e o titular
pode exigir uma prestação do devedor. Assim, as pretensões condenatórias de obrigação de
fazer ou de não fazer, de cobrança, de execução de honorários profissionais, de execução por
quantia certa contra devedor solvente, de abatimento do preço por vício redibitório (ação
quanti minoris) etc., todas essas sujeitam-se a prazos de exercício que são de prescrição"
(autor citado na obra de BARROS, p. 65).

O Código Civil disciplinou os prazos prescricionais nos artigos 205 e 206, sendo que o primeiro
se trata de um prazo geral de 10 anos e o segundo de casos específicos (prazos de 1 a 5 anos).
O primeiro só será usado caso não exista hipótese já traçada no segundo, ou seja, analisa-se se
é aplicável o artigo 206, se não, aplica-se o prazo do artigo 205 do Código Civil.

Decadência (caducidade): Há direitos subjetivos que não ensejam a formação de obrigações,


posto que são destituídos dos respectivos deveres. O direito potestativo é o poder que o
agente tem de influenciar no âmbito jurídico de outra pessoa, podendo constituir, modificar ou
extinguir uma situação subjetiva sem que esta possa fazer alguma coisa sem submeter-se. Um
exemplo de direito potestativo é a dispensa do empregado realizada pelo patrão (o patrão foi
capaz de influenciar na esfera jurídica do empregado, sendo que este foi obrigado sujeitar-se).

Conforme BARROS, a decadência é "a extinção do direito potestativo, pela falta de seu
exercício no prazo previsto em contrato ou na lei. Seguindo o critério científico proposto por
Agnelo Amorim Filho, a decadência está ligada, portanto, aos direitos potestativos e com as
ações que tenham por objeto a constituição ou desconstituição de relações jurídicas (Ex.: ações
anulatórias)" e complementa afirmando que direitos potestativos "são aqueles que conferem o
poder de influir ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem por ato unilateral, sem
que haja um direito correspondente, apenas uma sujeição".

Existem duas espécies de decadência:

- legal: é aquela que está previamente exposta na Lei. Por exemplo, o prazo de 1 ano para
anular a partilha emanada por vícios e/ou defeitos que invalidam, em geral, os negócios
jurídicos.

- convencional: são os prazos fixados espontaneamente pelas partes em contrato. Ex.: O prazo
de garantia dado pelo vendedor de um produto.

A renúncia só é permitida na decadência convencional. Não é possível a renúncia no caso de


decadência legal, pois trata-se de matéria de ordem pública. Conforme o artigo 210 do Código
Civil, o juiz deve conhecer de ofício a existência da decadência, mas este dispositivo só é
aplicável na espécie legal, sendo nula, portanto, a aplicação desse artigo na decadência
convencional. Os prazos de decadência estão espalhados no Código Civil, exceto aqueles que
tratam da prescrição (CC, art. 205 e 206). Para efeito ilustrativo, seguem alguns prazos:

- 3 e 60 dias (art. 516, CC);

- 30 dias (art. 445, CC);

- 180 dias (art. 1.560, inciso I, CC);

- 1 ano (art. 2.027, parágrafo único, CC);

- 5 anos (art. 1.859, CC);

- 15 anos (maior prazo de decadência no Código Civil) (art. 1.423, CC).

Quando o juiz extingue processo, reconhecendo a decadência ou a prescrição, estará extinto o


processo com resolução do mérito (art. 487, II do Código de Processo Civil).

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