Você está na página 1de 16

INTRODUÇÃO À CIÊNCIA

DO DIREITO

SLIDE 7

RELAÇÃO JURÍDICA
RELAÇÕES SOCIAIS NORMATIZADAS – CRIAÇÃO DE NORMAS
SOBRE RELAÇÕES SOCIAIS – FAZEM COM QUE SE CRIE RELAÇÕES
JURÍDICAS HIPOTÉTICAS – OCORRENDO A HIPÓTESE PREVISTA
EM LEI, FORMA-SE UMA RELAÇÃO JURÍDICA CONCRETA

“A necessidade que o homem possui de suprir as suas várias


carências o induz à convivência. (...) São as relações
intersubjetivas que formam o suporte ou a matéria das relações
de direito. (...) Uma vez subordinadas ao império da lei, as
relações sociais ganham qualificativo jurídico.” (NADER, p. 299)
1) CONCEITO

“podemos definir a relação jurídica como o vínculo que une duas ou


mais pessoas, decorrente de um fato ou de um ato previsto em
norma jurídica, que produz efeitos jurídicos, ou, mais singelamente,
vínculo jurídico estabelecido entre pessoas, em que uma delas
pode exigir de outra determinada obrigação.” (GUSMÃO, p. 258)

Relação jurídica é o vínculo que se estabelece entre duas ou mais


pessoas. As relações jurídicas são relações sociais a que o
ordenamento jurídico dá importância tal que as qualifica de modo a
protegê-la e prever-lhe as conseqüências. 
2) ELEMENTOS

3.1. FATO TEMPORAL OU FATO JURÍDICO – ATO OU CONDUTA


Acontecimento, ocorrência que dá origem à relação jurídica. Faz surgir, começar sua
existência. Cria o direito subjetivo e o dever jurídico.

VÍNCULO DE ATRIBUTIVIDADE (Paulo Nader)

Nasce do fato ou ato que desencadeia a relação jurídica. Confere o poder de pretensão
(direito de exigir a prestação).

RELAÇÃO INTERSUBJETIVA

VÍNCULO ENTRE
PESSOAS
OBJETO

3.2. PRESTAÇÃO EVENTUALMENTE

Conduta cujo cumprimento pode 3.5. VIOLAÇÃO


ser exigido do sujeito passivo. Não cumprimento do dever
É o fim em si da relação jurídica [Objetivo] jurídico imposto pela norma.

Ex: contrato de compra e venda – entrega 3.6. SANÇÃO


da coisa e seu referido pagamento
Consequência jurídica imposta à
violação da norma pela não prestação.
SUJEITOS

3.3. SUJEITO ATIVO


Titular do direito subjetivo. Possui a pretensão de exigir, do sujeito passivo, a prestação.

PROTEÇÃO JURÍDICA: AUTORIZAÇÃO PARA COBRAR O DIREITO EM JUÍZO

3.4. SUJEITO PASSIVO


Titular do dever jurídico. É obrigado em relação ao titular do direito subjetivo.
3) CLASSIFICAÇÃO
a) PESSOAIS:

Relações entre pessoas. “se caracterizam pela inter-relação de condutas, em


que a conduta de uma parte depende da de outra, ou,
ainda, em que a conduta de um é o meio para
satisfazer interesse de outro (direito de família,
Exemplo: Direito de Família contratos, etc.)” (GUSMÃO, p. 259)

b) REAIS:

Sujeito ativo detém poder sobre coisa móvel ou imóvel.

SUJEITO ATIVO: TITULAR DOS PODERES E


FACULDADES SOBRE A COISA
Ex.: Direito de Propriedade
c) DE DIREITO PÚBLICO: e) SUBORDINAÇÃO:

Decorre de norma de direito público. Relação de superioridade e imperatividade do


Estado em relação às pessoas.

Ex: Multa de trânsito


Ex: Direito Tributário

d) DE DIREITO PRIVADO: f) COORDENAÇÃO:

Decorre de norma de direito privado. Partes teoricamente em relação de igualdade.

Ex: Contratos

Ex: Direito Empresarial, Direito Civil


g) FORMAIS (SOLENES): j) DURÁVEIS: Não determinação da
duração do vínculo
Exigem forma especial prevista em lei.
Ex: Casamento, Propriedade, etc.
Ex: Compra e Venda de imóvel exige escritura
pública

h) INFORMAIS (NÃO SOLENES): k) TEMPORÁRIAS: Vínculo intersubjetivo


por tempo determinado
Não exigem formalidade ou solenidade.
Ex: contrato de aluguel
Ex: comprar uma bala na banca de jornal; compras
de coisas móveis onde apenas se emite um recibo
l) EFÊMERAS Vínculo se exaure em
pouco tempo
i) EXIGEM PUBLICIDADE:
Ex: compra de produtos ou serviços em
Devem ter publicidade para a produção dos seus restaurantes, farmácias, livrarias,
efeitos jurídico perante as demais pessoas. supermercados, etc. (término da
relação jurídica com o recebimento e
Ex: Procuração para venda e doação de bens pagamento)
imóveis; representação em casamento, etc.
4) TUTELA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS

Proteção judicial das relações jurídicas e


dos direitos e sujeitos a elas vinculados.

Compete ao Estado, através do poder judiciário, oferecer a prestação jurisdicional.

PODER PÚBLICO

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

Constituição Federal, art. 5º, inciso XXXV - a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
5) INFLUÊNCIA DO TEMPO (PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA)

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

 EXTINÇÃO DO DIREITO DE AÇÃO (EXIGIR  EXTINÇÃO DE DIREITO NÃO EXERCIDO NO


JUDICIALMENTE A PRESTAÇÃO) PRAZO PREVISTO EM LEI
 INÍCIO DO PRAZO PRESCRICIONAL: APÓS O  O PRAZO DECADENCIAL É O PRAZO FATAL
VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO (NÃO TEM INÍCIO POR OUTRO VENCIMENTO)
(NASCE COM A VIOLAÇÃO DO DIREITO) (NASCE COM O DIREITO)
 ADMITE SUSPENSÃO OU INTERRUPÇÃO  NÃO ADMITE SUSPENSÃO OU INTERRUPÇÃO
NOS CASOS EM QUE A LEI AUTORIZA
EXEMPLO: PERDA DE PRAZO PROCESSUAL
EXEMPLO: COBRAR DÍVIDA NÃO PAGA PARA RECURSO
PONTUALMENTE

OBSERVAÇÃO 1: PRESCRIÇÃO AQUISITIVA – O DECURSO DO PRAZO GERA A AQUISIÇÃO DO


DIREITO. EX: USUCAPIÃO

OBSERVAÇÃO 2: EXISTEM DIREITOS IMPRESCRITÍVEIS. EX: DIREITO DE RECONHECIMENTO


DE PATERNIDADE
6) SUJEITOS DE DIREITO (conceitos fundamentais)

Aptidão para ser titular de direitos e obrigações na ordem civil. A


PERSONALIDADE possibilidade de alguém participar de relações jurídicas decorre de
uma qualidade que o torna titular de direitos e deveres. Essa
qualidade chama-se personalidade jurídica, e os que a têm, pessoas.

É o ser humano (pessoa natural) ou entidade (pessoa jurídica) que


PESSOA possui personalidade, portanto aptidão para ser titular de direitos e
obrigações.

É a união do sujeito com o direito. Não há sujeitos sem direitos, bem


TITULARIDADE
como não há direito sem o respectivo titular.
PESSOA JURÍDICA

Consiste num conjunto de pessoas ou de bens dotado


de uma personalidade jurídica própria e constituído na
forma da lei para a consecução de fins comuns.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

• PERSONALIDADE DIVERSA DOS INDIVÍDUOS QUE A COMPÕEM (Código Civil, artigos 50


e 1.024)

• DISTINÇÃO ENTRE O PATRIMÔNIO DA PESSOA JURÍDICA E O DE SEUS CRIADORES (Em


regra, os bens dos sócios não podem ser penhorados por dívidas da sociedade.)
(Pedro Lenza)
FORMAS DE EXTINÇÃO DA EXISTÊNCIA NATURAL

 MORTE REAL: DIAGNOSTICADA PELA PARALISAÇÃO DA ATIVIDADE ENCEFÁLICA

 MORTE PRESUMIDA: QUANDO NÃO SE ENCONTRA O CORPO, NEM A PESSOA


VIVA

Código Civil
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:


I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após
o término da guerra.
CAPACIDADE É a medida jurídica da personalidade. Todas as pessoas possuem
personalidade. Ninguém é mais ou menos pessoa, mas pode ser mais
ou menos capaz. A capacidade é atributo da personalidade.

Capacidade de Direito (ou de gozo)

Possibilidade de ser titular de direitos e deveres. Todas as pessoas a possuem.


Concretização da personalidade jurídica.
Código Civil, Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Capacidade de Fato
Capacidade para exercer por si mesmo os direitos e deveres na ordem civil.

Capacidade Plena

Com o fim da menoridade, aos 18 anos, quando a pessoa fica habilitada à prática de
todos os atos da vida civil. (Código Civil, artigo 5º)
A lei, tendo em vista a idade e saúde ou desenvolvimento intelectual
INCAPACIDADE de determinadas pessoas, e com o intuito de protegê-las, não lhes
permite o exercício pessoal de direito.
Classifica tais pessoas como incapazes. Portanto, incapacidade é o
reconhecimento de inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos
que a lei considera indispensáveis para o exercício dos direitos e
obrigações.

Incapacidade Absoluta Incapacidade Relativa

São absolutamente incapazes São relativamente incapazes aqueles que, para


aqueles que, por si mesmos, não praticar os atos jurídicos, necessitam, por lei, de
podem praticar quaisquer atos assistência. Estão referidos no artigo 4º do Código
jurídicos. Agem por meio de Civil.
representação. Estão referidos no
artigo 3º do Código Civil. Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos
ou à maneira de os exercer:
Art. 3o  São absolutamente I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito
incapazes de exercer anos;
pessoalmente os atos da vida civil II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
os menores de 16 (dezesseis) III - aqueles que, por causa transitória ou
anos. permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.

Você também pode gostar