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13/02/2023 teórica
O Direito civil constitui parte do Direito Privado e abrange as relações entre privados, que se estabelecem com base na
igualdade ou paridade jurídica, na liberdade ou autonomia.
1. Natureza do interesses
3. Outros fatores
Existem diversos afloramentos de interesses públicos no D.Privado (Ex.: proteção da parte mais fraca)
Exemplo: autoestradas são propriedade pública mas existe uma empresa privada que realiza a sua manutenção (Direito
Público que visa a prossecução de interesses de uma entidade privada);
No entanto, entes públicos também agem no campo do D.Privado e entes privados no D.Público (Ex.: Direito
Eleitoral, Direito Processual Penal)
Teoria da sujeição
Modo de relacionamento correspondente a existência de posições de infra-ordenação ou, pelo contrário, de igualdade
ou paridade.
Mas, nem sempre se verifica, Ex.: relações jurídicas entre duas Regiões Autónomas ou, no Direito Privado no poder
paternal.
No polo público centra-se a vertente coletiva estatal, relativa à comunidade e ao bem comum e, no polo privado
centra-se a vertente pessoal, individual, relativa os seus interesses e relacionamento paritário.
Poder ou faculdade que resulta do direito objetivo para o indivíduo. Aos direitos subjetivos correspondem obrigações.
Direitos absolutos: direitos de domínio, direitos de personalidade e direitos familiares; têm efeitos erga omnes
e é acompanhado por uma obrigação universal de os respeitar.
Direitos relativos: só têm eficácia inter-partes. Só algumas pessoas determinadas é que têm uma obrigação.
Direitos potestativos: direitos subjetivos que conferem ao titular o poder de produzir unilateralmente efeitos
jurídicos, uma vez que a contraparte está numa situação de sujeição. Podem ser: constitutivos, modificativos
ou extintivos.
Medidas compulsivas: visam bloquear a exequibilidade de um direito, contra o qual são bloqueados.
15/02/2023 teórica
Realidades extrajudiciais e
2. Os bens são tudo aquilo que não são pessoas e visam a satisfação de interesse ou necessidade;
3. As ações são atuações das pessoas (ainda que nem todas se desenvolvam em ambiente jurídico).
Princípios Fundamentais
1. Personalismo ético
Assenta na consideração da pessoa humana como ser livre, autónomo, igual e irrepetível, dotado de dignidade
originária e própria, que não pode ser reduzida, alienada ou extinta, não diferenciável no estatuto social ou
económico, raça, sexo, nacionalidade, religião ou cultura. De raiz Kantiana (ainda que anterior) consubstancia
um princípio suprapositivo, não é uma “concessão” jurídica, mas anterior ao ordenamento jurídico
O personalismo ético representa o que é comum a todas as pessoas, sem distinção, no âmbito da humanitas
global. Representa o respeito pela dignidade
2. Princípio da autonomia
Liberdade de ação, autonomia privada. Corresponde ao espaço de liberdade de ação que cada pessoa tem na
sua vida perante os outros.
No âmbito do direito público, as entidades públicas apenas fazem aquilo que a lei permite e nos limites que a
lei permite.
Reconhecimento de que cada um de nós faz aquilo em que tem interesse dentro da nossa esfera de liberdade.
Não sendo o estado um órgão que decide o que é melhor para nós.
3. Princípio da responsabilidade
A liberdade e a autonomia da pessoas têm, como correspondente, a responsabilidade (civil, penal e outras).
a. Função punitiva
b. Skimming off (reverter para a vítima os proveitos decorrentes da violação dos seus direitos, mormente direitos
de personalidade) Pode assumir-se como exemplo o instituto do enriquecimento sem causa.
5. Princípio da boa fé
Em sentido objetivo: critério de atuação correta, honesta e honrada. Um padrão jurídico de comportamento
considerado aceitável (cujo conteúdo o Direito vai buscar à Ética), nas circunstâncias concretas.
17/02/2023 Prática
Pode ser sujeito de uma relação jurídica quem tem personalidade jurídica.
Objeto mediato: objeto do próprio direito (ex: nos direito reais o objeto mediato são as coisas, nos de crédito são as
prestações)
Facto (jurídico)
Todo o evento produtor de efeitos jurídicos. Efeitos jurídicos: constituição, modificação ou extinção de uma relação
jurídica.
Garantia
Conjunto de meios coercivos que assegura a posição dos sujeitos da relação jurídica.
Caso prático
A é dono do quadro X.
B, que não gosta de A, provoca, intencionalmente, um incêndio de forma a destruir o dito quadro. Em consequência, o
quadro fica reduzido a cinzas.
Resposta:
Sujeito ativo: A
Art.º. 483
As pessoas estão todas numa posição de igualdade. No entanto, certas situações podem introduzir desigualdades.
7. Princípio da equivalência
Nas relações entre dois sujeitos as prestações devem ser equivalentes. Só se aplica quando são criadas obrigações
para ambas as partes. Ex: compra e venda, o dinheiro pago corresponde ao valor do objeto.
8. Propriedade
Art.º62 CRP
Art.º36 CRP
As relações jurídicas têm quatro elementos fundamentais (nem sempre é possível encontrar todos os elementos):
1. Sujeitos: pessoa a quem são atribuídos os poderes jurídico; pessoa que fica adstrita à adoção de uma
conduta. Ativo: pessoa a quem são atribuídos os poderes jurídicos. Passivo: pessoa que fica adstrita à
adoção de uma conduta.
2. Objeto: mediato: coisa ou bem sobre o que recai o direito do sujeito ativo; imediato: binómio poder-
dever: o que cada um tem de fazer para que se desvincule satisfazendo o direito de outro.
3. Facto jurídico: para constituir uma relação jurídica é necessário um evento juridicamente relevante que lhe
dê origem. É com um fato jurídico que se dá origem uma relação jurídica.
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(O.T) 23/02/2023
Caso prático
Inicialmente
Art.º879
a) Efeitos reais
b) e c) são obrigacionais
A transferência da propriedade acontece quando se dá o acordo.
Depois da venda
crédito de prestar
Caso prático
Analise juridicamente a situação, utilizando, para tal , o modelo dogmático da relação jurídica.
Inicialmente
Posteriormente
Art.º1316
Há uma perda absoluta do direito. Deixa de existir um direito de propriedade sobre aquela coisa.
01/02/2023 teórica
Personalidade jurídica
Os sujeitos da relação jurídica são necessariamente e exclusivamente pessoas. Tendencialmente pessoas humanas ou
naturais, reconhecer que elas podem ser sujeito de qualquer relação jurídica. Para que possa ser sujeito de uma relação
jurídica , a ordem jurídica tem de reconhecer a personalidade jurídica. Art.º66
A personalidade jurídica é a suscetibilidade, reconhecida pelo direito ,de se ser titular de direitos e estar adstrito a
obrigações.
Significa que a pessoa não tem que ter os direitos ou estar adstrito a obrigações mas tem sempre de ser suscetível ser
titular de direitos e de estar adstrito a obrigações.
O nascimento é completo quando se verifica a separação do filho do corpo da mãe. O nascimento, para este efeito,
implica que esta separação se faça com um feto vivo. Ou seja, não pode ser um nado-morto.
06/03/2023
O dano morte
A proteção da vida- art.º70- implica o reconhecimento que a sua lesão é suscetível de gerar compensação.
10/03/2023
Caso prático
António vendeu a Bento um apartamento. Para pouparem nos custos inerentes ao contrato fizeram o contrato no
computador, imprimiram e assinaram.
a) Quinze dias depois, António vendeu aquele mesmo apartamento a Carlos, tendo, para tal, feito o contrato
monetário, através de escritura pública. Quem é o proprietário do imóvel?
Art.875º, o contrato de compra e venda só é válido se for celebrado por escritura pública ou documento particular
autenticado. Sendo assim, o contrato de compra e venda entre António e Bento é nulo (Art.220º, Art.286º, Art.289º),
por isso, o proprietário do imóvel é o Carlos.
b) António foi passar férias aos Açores. Sendo que desapareceu sem mais dar notícias. Seis meses depois,
Daniel, filho e único herdeiro de António, invocando o nº3 do Art.68 do CC vendeu aquele apartamento a
Francisco. A quem pertence o apartamento?
O direito de propriedade sobre o apartamento mantém-se na esfera jurídica de António, já que a maneira como
António desaparece não garante a sua morte, sendo assim a venda a Francisco é nula já que corresponde a uma venda
de bens alheios, Art.892º.
c) Suponha, agora, que António e Benedita, casados, viajavam de avião o qual se despenhou, não se tendo
encontrado sobreviventes nem os corpos. Discutem-se os seguintes pontos: Estará aberta a sucessão;
Havendo interesse por parte de alguns herdeiros determinar o momento da morte de cada um dos cônjuges, como é
que se resolverá juridicamente tal questão.
Segundo o Art.68/3º, quando o corpo não é encontrado e a circunstância não permite duvidar da morte, dá-se a
cessação da personalidade jurídica e, sendo assim, está aberta a sucessão (Art.2024º e seguintes).
Segundo o Art. 68º/2 (presunção de comoriência), presume-se que os dois morreram ao mesmo tempo, não sucedendo
uma á outra.
17/03/2023 (P)
Caso Prático
António, no dia em que perfez 17 anos de idade, doou um valioso anel, que tinha herdado, á sua namorada Benedita.
Um dia depois António deu conhecimento a Carlos, seu pai, da doação efetuada. Carlos ficou agradado com o ato do
filho tendo sido ele próprio a entregar o anel a Benedita.
Um mês após atingir a maioridade, António veio a descobrir que a Benedita mantinha com o seu melhor amigo.
Quid juris?
O Carlos, pai de António, e enquanto seu representante legal confirmou tacitamente a doação ao entregar o anel a
Benedita (217 e 288), no entanto, conforme preceitua o 125/”, a confirmação só será eficaz se Carlos, enquanto
representante legal, pudesse celebrar aquele contrato - a doação. Ora, por força do 249/”, os representantes legais não
podem fazer doações em nome e representação dos menores. Se não podem celebrar o negócio e representação,
também não o podem confirmar.
Após os 18 anos, 125/1 b), António pode anular a doação. Anulado o negócio, as pessoas retribuem as partes o que
tem para retribuir- Art. 289º- efeito retroativo da anulação. Caso o negócio fosse eficaz , a anulação era ineficaz.
22/03/2023 teórica
Capacidade jurídica: ao contrário da personalidade jurídica (Art.67º CC) corresponde á suscetibilidade em concreto de
estar(??)
A partir do momento em que é atribuída a personalidade jurídica é reconhecido que pode atuar na esfera jurídica.
Capacidade jurídica de gozo: suscetibilidade de ser titular de direitos e estar adstrito a deveres;
Capacidade jurídica de exercício: suscetibilidade de ser sujeito de uma relação jurídica, de forma pessoal e livre.
Em regra, até aos 18 anos não existe plena capacidade de exercício de direitos.
Art.127º
24/03/2023 Prática
Caso prático
António, menor, pretendia oferecer a Berta, sua namorada, um vestido de um famoso estilista. Berta sabia que António
dispunha da quantia necessária para a compra do vestido, 4000 euros, mas receava que , no estabelecimento
comercial, o vendedor questionasse António quanto á idade e se recusasse a vendê-lo a um menor. Para obstar a tal
situação, Berta subtraiu a aliança de casamento a seu pai e, sobre pretexto de se tratar de um símbolo de amor eterno,
ofereceu-a a António que a aceitou de imediato e passou a usá-la.
No dia em que perfazia 16 anos e 10 meses, António dirigiu-se ao estabelecimento comercial de Carlos com a
intenção de comprar o aludido vestido. Carlos, ao reparar na aliança que António ostentava, convenceu-se que se
tratava de uma pessoa casada e maior de idade.
a) Daniel, um mês antes de António atingir a maioridade, pretende invocar a anulabilidade do negócio de compra
do vestido. Quid juris?
Não pode porque passou mais de um ano desde que Daniel tomou conhecimento da compra. Art.125/1 a).
O negócio neste caso não seria anulável visto que o prazo previsto no artigo já tinha decorrido. Por outro lado, importa
referir que nesta situação não haveria a suscetibilidade de aplicar o Art.126 uma vez que não houve dolo do menor. O
menor não teve consciência e voluntariedade para enganar Carlos. O António também foi enganado não sabendo que
estava a enganar Carlos.
b) António, dois meses após atingir a maioridade, pretende anular a compra do vestido. Quid juris?
c) Pressuponha, agora, que António e Berta combinaram a utilização da aliança de forma a enganar Carlos. Neste
caso, como responderia ás duas alíneas anteriores?
Sempre que se aplique o 126 o direito a anulação fica paralisado aplicando-se esta ...... a todas as alíneas do 125
porque o direito de anulação é do menor e este deixa de merecer proteção.
Dolo: consciência e voluntariedade de enganar, significa que sei que estou a enganar e tenho intenção de enganar.
Art.253º
29/02/2023 teórica
Nos termos do Art.126º não pode ser invocada a anulabilidade- pelo menor, representante legal ou herdeiros- se o
menor praticar o ato fazendo-se passar por maior dolosamente.
Dolo (para o direito civil) é uma das formas de culpa. A culpa é o elemento normativo em que a norma jurídica faz
recair sobre o comportamento de alguém uma censura.
Se a culpa é um juízo de censura ela pode ser graduada de duas formas: dolo ou negligência.