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História do Direito Português

 15/02/2023 teórica

Livros:

 Livro do Professor Mário Júlio de Almeida Costa, História do Direito Português, 5ª edição.

 Bloco de notas de história do direito português.

Tema 1: Introdução

O que é a história do direito português?


A história do d.português é uma disciplina universitária que estuda o direito do passado para facilitar a compreensão
do direito do presente.

História narrativa: aquela que é narrada como um texto, crónica.

História pragmática: história que visa extrair acontecimentos do passado para melhor entender o presente;

História genética: procura as causas. Causas determinam-se para justificar os seus efeitos;

História geral: compreende várias épocas;

História especial: história de uma entidade.

Ciência que estuda o direito na perspetiva do passado porque, se procurarmos a história que estuda o direito do
presente esta é dogmática, se for do futuro é filosofia do direito.

Objetos da história do direito português:

1. Fontes do direito: quem criou o direito do passado (fontes existendi), de que modo se criou o direito (fontes
manifestandi);

2. Pensamento jurídico:obras produzidas por jurisconsultos (literatura);

3. Instituições: família, propriedade, estado, etc.

Com que método se estuda:

1. Método cronológico:divisão geral de cada época, cada etapa; (o que vamos usar)

2. Método monográfico: evolução até aos nossos dias.

Necessidade de distinguir a história do direito português da história da história do direito português.

História da história do direito português

Várias fases:
1. Fase da fundação: início do estudo desta unidade curricular nas faculdades, no século XVIII (estatutos
pombalinos da universidade portuguesa, Marquês de Pombal manda estudar a história do direito português, no
reinado de D.José I. A primeira pessoa a dar esta cadeira foi Pascoal José de Melo Freire dos Reis na
Universidade de Coimbra)

2. Fase da consolidação (Séc. XIX): fortaleceu-se devido à influência do positivismo jurídico. Maior figura desta
fase: Alexandre Herculano, porque abandonou uma certa maneira de fazer história (crónicas de reis),
adicionou uma base científica, procurou os documentos e fez uma compilação de fontes/documentos.

3. Fase da individualização (Séc.XX): afirma-se como ciência do direito. Maior figura desta fase: Professor
Gama Barros.

4. Fase de renovação (Séc.XXI): caracteriza-se pelo destaque dado às escolas. Foram criads escolas para estudar
a história do Direito Português (Lisboa e Coimbra). Em coimbra destacamos Paulo Merêa (direito público).
Em Lisboa temos Marcelo Caetano (direito privado).

História do direito português

Várias fases:

1. Direito Peninsular: estudo de direito de povos que habitaram a nossa península antes da formação de Portugal
(5 de outubro de 1143, tratado de Zamora). O direto que vinha de trás passou a fazer parte do direito
português, mas não é só um direito porque vários povos estiveram cá. Vários períodos: direito
primitivo:povos celtas, iberos, celtiberos, cartagineses, lusitanos que habitaram a península antes da formação
de Portugal.(direito é uma manifestação cultural que todas as sociedades têm)

Direito vulgar

Tema 2: Direito peninsular

Período primitivo:

Ano 218 a.C até ao ano 19 a.C

Invasão dos romanos á península

 22/02/2023 teórica

Direito muçulmano

Ano 711: poderoso exército árabe entrou em Espanha e invadiu a península ibérica.

Os muçulmanos apoderaram-se da península ibérica.

Período da reconquista cristã

Propriedade: Art.º1305 CC
Perguntas Individualização do Direito Português

1. Porquê esta expressão para assinalar a primeira época da HDP?

Com a independência de Portugal não existiu, logo, uma autonomização imediata do campo do direito. Verificou-se a
manutenção do sistema jurídico herdado do estado leonês. Só pouco a pouco foram surgindo fontes tipicamente
portuguesas. Apresenta este nome porque apresenta o processo de criação de fontes tipicamente portuguesas,
afastando-se do direito herdado pelo estado de Leão e, criando assim o direito português.

2. Localização temporal? Porquê?

Data de início: independência do reino de Portugal (séc. XII) Porque só em meados deste seculo é que surge a ciência
jurídica em Portugal. Assim, temos um Direito rudimentar, imperfeito porque não tem rigor nem precisão.

Data de fim: reinado de D.Afonso III (1248-1279), no qual se iniciou a receção do direito comum (romano-canónico)
em Portugal.Aquele Direito imperfeito e rudimentar individualiza-se e torna-se no Direito Português.

3. Caracterização do Direito?

É um direito rudimentar, imperfeito porque não tem rigor nem precisão.

4. Que fontes provêm do Reino de Leão?

O nosso país surgiu de um desmembramento do Reino de Leão, e não admira que as fontes de direito leonês tenham
vigorado também em Portugal nos primórdios da sua independência.

Fontes de direito do Reino de Leão que se mantiveram em vigor:

a)Código Visigótico – permanece como fonte de direito no território português ainda durante todo o século XII. As
alusões ao Código Visigótico, tanto podem significar meras reminiscências eruditas ou fórmulas rotineiras dos juízes e
dos tabeliães, que não traduziam uma verdadeira aplicação prática daquela fonte, como serem testemunhos de
vigência efetiva dos seus preceitos. Constituía o único corpo de legislação capaz de, ao tempo, servir de base jurídica
comum ou ponto de referência dos povos peninsulares, inclusive para efeitos supletivos.

b) Leis dimanadas de Cúrias ou Concílios reunidos em Leão, Coiança e Oviedo – foram as leis gerais saídas de
algumas Cúrias ou Concílios que se realizaram antes da fundação da nacionalidade (como fundamentais as leis que
surgiram de Leão, Coiança e Oviedo).

- Cúria: era um órgão auxiliar do Rei que tinha um caráter eminentemente político. Das reuniões extraordinárias ou
plenárias da Cúria resultou a instituição das Cortes (a de Leão).

- Concílios: caraterizavam-se pela sua natureza eclesiástica (as de Coiança e de Oviedo). Para conseguir
distinguir as duas basta ter em noção: à entidade convocante; às matérias versadas e à sanção canónica ou régia das
decisões que se tomam.

c) Forais de terras portuguesas anteriores à independência – em primeiro lugar podemos dizer que um foral ou uma
carta de foral é o diploma concedido pelo rei, ou senhorio laico ou eclesiástico, a determinada terra, contendo
normas que disciplinam as relações dos povoadores ou habitantes, entre si, e destes com a entidade outorgante. O foral
é uma espécie mais significativa das chamadas cartas de privilégio. Os seus preceitos disciplinam as seguintes
matérias: liberdades e garantias das pessoas e dos bens dos povoadores; impostos e tributos; composições e multas
devidas pelos diversos delitos; imunidades coletivas; serviço militar; encargos e privilégios dos cavaleiros vilãos; ónus
e forma das provas judiciais, citações, arrestos e fianças; aproveitamento dos terrenos comuns. Incluem-se,
portanto, normas de direito público. O que acontecia muito frequentemente era que quando se concedia o foral a
determinada terra, tomava-se por modelo um outro anterior, que se reproduzia integralmente ou com modificações.
d) Costume – é o modo de formação e revelação de normas jurídicas que se traduz na prática constante e reiterada de
uma certa conduta, acompanhada pela convicção da sua obrigatoriedade. Mas nesta época utilizava-se o conceito
de costume num sentido amplo ou residual: abrange todas as fontes de direito tradicionais que não tenham
caráter legislativo.

5. E a partir da nossa independência?

a)Leis gerais dos primeiros monarcas –nos primórdios da nacionalidade, não houve tempo para que os monarcas
conseguissem preocupar-se com a criação de leis/ de direito. Daí que existem muitas poucas leis criadas por monarcas
neste período. Temos a noção da existência de algumas leis: uma de Afonso Henriques que se reporta ao ano de 1210;
Afonso II convocou uma reunião extraordinária da Cúria em Coimbra, no ano de 1211, donde saíram várias leis, com
influência do direito romano das compilações justinianeias, e tratou-se de um conjunto de preceitos legislativos que
assume relevo na garantia das liberdades individuais, na defesa das classes populares contra as prepotências dos
poderosos. Nestas leis foi proibido aos grandes adquirir géneros abaixo do valor justo, permite-se que todo o homem
livre sirva a quem deseja e não se encontre submetido a casamentos forçados, e veda-se aos cavaleiros tomar bens aos
vilãos. Já o reinado de Sancho II, não houve qualquer criação de atos legislativos.

b)Forais – foram uma das mais importantes fontes do país até ao reinado de D. Afonso III, uma vez que havia
necessidade de povoar terras ermas e preocupações de conquista.

c)Concórdias e Concordatas –consistem em acordos efetuados entre o rei e as autoridades eclesiásticas,


comprometendo-se a reconhecer direitos e obrigações relativos ao Estado e à Igreja. Entende-se por concórdias o
acordo efetuado entre o rei e as autoridades eclesiásticas. Já as concordatas é o acordo entre o rei e o Papa/
Santa Sé. Ambas reconhecendo direitos e deveres às duas partes.

 15/03/2023 teórica

Quem é que fundou a universidade em Portugal? D. Dinis, o Labrador.

Quando? Entre 12 de novembro de 1288 e 1 de março de 1290.

A data de 1 de março está nos estatutos da universidade de Coimbra como o dia em que esta foi fundada por D.Dinis.

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