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Ordenações Afonsinas
(Disponíveis em http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/afonsinas/)
Início da vigência
É difícil determinar da data da entrada em vigor das
Ordenações Afonsinas
Por um lado, não havia ainda regras sobre a forma de
dar publicidade aos diplomas legais e sobre a sua
entrada em vigor;
Por outro lado, ainda não tinha sido introduzida a
imprensa em Portugal, pelo a realização das cópias
manuscritas (que eram muito caras) necessárias à sua
difusão pelo território era muito demorada.
Época das Ordenações
Inquirições;
Costumes gerais e locais;
Estilos da Corte e dos tribunais superiores (ou seja,
jurisprudência, praxes ou costumes aí formados).
Outras fontes (antes utilizadas a título subsidiário):
Normas extraídas das Siete Partidas;
Preceitos de direito romano e de direito canónico,
designados, respetivamente, por leis imperiais ou direito
imperial e por santos cânones ou decretal, empregando-
se igualmente a expressão direito comum.
Época das Ordenações
Técnica legislativa
Empregou-se geralmente, o chamado estilo
compilatório, ou seja, transcreviam-se na íntegra as
fontes anteriores, declarando-se depois os termos em
que esses preceitos eram confirmados, alterados ou (até)
afastados.
Todavia, utilizou-se em quase todo o livro I o estilo
decretório, que consiste na formulação directa das
normas sem referência a eventuais fontes precedentes,
talvez por ser, em larga medida, matéria disciplinada pela
primeira vez (ou autoria de João Mendes).
Época das Ordenações
Sistematização e conteúdo
As Ordenações Afonsinas estão divididas em cinco livros;
estes estão subdividos em títulos, com rubricas indicativas do
seu conteúdo; e os títulos estão quase sempre divididos em
parágrafos.
Todos os livros são precedidos de um proémio, que no
primeiro é mais extenso:
O livro I contém 72 títulos e ocupa-se dos regimentos dos
diversos cargos públicos, tanto régios como municipais,
compreendendo o governo, a justiça, a fazenda e o exército;
[Continua]
Época das Ordenações
Importância da obra
As Ordenações Afonsinas assumem uma posição destacada na
história do direito português, porquanto:
Constituem a síntese do percurso que desde a fundação da
nacionalidade ou, mais aceleradamente, a partir de Afonso III,
afirmou e consolidou a autonomia do sistema jurídico nacional
no conjunto peninsular;
Além disso, representam o ponto de partida da evolução
posterior do direito português – as Ordenações Manuelinas e as
Ordenações Filipinas, no essencial, limitaram-se a actualizar o
conteúdo das Ordenações Afonsinas e a «modernizar» o seu
estilo e a sua linguagem. [Continua]
Época das Ordenações
Edição
As Ordenações Afonsinas não chegaram a ser
impressas durante a sua vigência.
Só nos fins do século XVIII (em 1792) a Universidade
de Coimbra promoveu a sua edição impressa (na
Colecção da Legislação Antiga e Moderna do Reino
de Portugal), feita com base em diversos
manuscritos, para servir de base ao estudo da
história do direito pátrio (introduzido pelos Estatutos
Novos da Universidade (de 1772).
Época das Ordenações
Ordenações Manuelinas
(Disponíveis em http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/manuelinas/)
Elaboração
O início da reforma das Ordenações Afonsinas logo em 1505, poucos
decénios após a sua aprovação e a sua entrada em vigor (+- 1550) – curta
vigência das Ordenações Afonsinas (atendendo à morosidade da sua
elaboração).
Naquele ano, D. Manuel encarregou três conceituados juristas da época,
Rui Boto (chanceler-mor), o licenciado Rui da Grã e João Cotrim
(corregedor dos feitos cíveis da Corte) de procederem à actualização das
Ordenações Afonsinas, alterando, suprimindo e acrescentando o que
entendessem necessário.
Época das Ordenações
Sistematização e conteúdo
Foi mantida a divisão em 5 livros, que vinha das Ordenações Afonsinas, assim como a sua
subdivisão em títulos e a destes em parágrafos.
Também foi conservada a distribuição das matérias por esses livros, embora as Ordenações
Manuelinas apresentem algumas diferenças significativas de conteúdo em relação Ordenações
Afonsinas (que, no entanto, não representaram uma alteração radical ou, sequer, substancial
do direito português), por exemplo:
Foram suprimidos os preceitos aplicáveis a Judeus e a Mouros – que, entretanto, tinham sido
forçados a converterem-se ao catolicismo ou tinham sido expulsos do País (por Lei de 5 de
Dezembro de 1496) – e os que, entretanto, tinham sido autonomizados nos Regimentos e
Ordenações da Fazenda (de 1516) [esses regimentos eram três: o Regimento dos Vedores da
Fazenda, o Regimento dos Contadores das Comarcas e o Regimento para os Almoxarifes e
Recebedores];
Verificou-se a inclusão nas Ordenações Manuelinas da disciplina da interpretação vinculativa
da lei, através dos assentos da Casa da Suplicação;
Registaram-se algumas alterações na disciplina do direito subsidiário (como veremos), apesar
de se ter mantido o seu enquadramento no livro II.
Época das Ordenações
Edições
Enquanto estiveram em vigor, as Ordenações Manuelinas foram
objecto de várias edições: a primeira ficou concluída em 11 de
Março de 1521;
Após a sua substituição pelas Ordenações Filipinas, em 1603, as
Ordenações Manuelinas ainda conheceram a edição universitária
de 1797, destinada a facilitar a investigação histórica (na qual se
inclui, por esse motivo, uma tabela de correspondência entre os
preceitos dessas Ordenações, os das Ordenações Manuelinas de
1514, os das Ordenações Afonsinas e os de leis extravagantes
sobre as matérias nelas disciplinadas, com indicação do lugar de
consulta).
Época das Ordenações
Edições
A edição de 1569 constitui a única realizada
durante a vigência da Colecção das Leis
Extravagantes de Duarte Nunes do Lião;
Mas teve outra no séc. XVIII (em 1796), da
iniciativa da Universidade de Coimbra, com
finalidade histórica.
Época das Ordenações
Ordenações Filipinas
(Disponíveis em http://
www1.ci.uc.pt/ihti/proj/filipinas/ordenacoes.htm)
Sistematização e conteúdo
Tal como as Ordenações que as antecederam, as Ordenações Filipinas estão
divididas em cinco livros, subdivididos em títulos e parágrafos.
O conteúdo de cada um dos livros não apresenta diferenças fundamentais em
relação às Ordenações Manuelinas, uma vez que se procurou realizar apenas a
revisão e actualização destas últimas;
A existência de normas de inspiração castelhana (como algumas provenientes das
Leis de Toro – Valladolid, 1505) – do tempo de Joana I, «A Louca» (filha dos Reis
Católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela e mãe do imperador Carlos
V e da rainha consorte D. Catarina, que casou com o nosso Rei D. João III) –, sobre
o direito de primogenitura, não retira carácter tipicamente português às
Ordenações Filipinas;
Em geral, apenas se procedeu à reunião num único corpo legislativo das
disposições das Ordenações Manuelinas e dos muitos diplomas legais avulsos
posteriores que se mantinham (aquelas e estes) em vigor.
Época das Ordenações
Edições
As Ordenações Filipinas tiveram múltiplas
edições, o que bem se compreende, dada a sua
longa vigência.
A primeira data de 1603 (Lisboa).
Outras: a de S. Vicente de Fora (1747); as da
Universidade de Coimbra (de 1789 a 1865); a
efectuada no Brasil em 1870 (da iniciativa de
Cândido Mendes de Almeida).