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Legislação extravagante
Noção – diplomas legais avulsos (isto é, de leis) – como vimos a
propósito da Colecção das Leis Extravagantes de Duarte Nunes do
Lião – que foram sendo aprovados e promulgados depois das
Ordenações Filipinas e que alteravam ou complementavam esta
colectânea oficial.
Conceito de lei – Nessa época, tinha um sentido muito mais
amplo do que no direito moderno, uma vez que não havia
separação de poderes (legislativo, executivo e judicial): lei era
toda e qualquer manifestação da vontade soberana destinada a
introduzir alterações na ordem jurídica estabelecida (sem
necessidade dos requisitos da generalidade e da permanência).
Época das Ordenações
Publicação da lei
Nas Ordenações Afonsinas não há uma norma expressa sobre o
sistema de publicação das leis, nem mesmo ao disciplinar-se o
cargo de chanceler-mor (embora essa uma das suas
atribuições).
As Ordenações Manuelinas (Liv. I, Tít. II, § 9) disciplinaram
directamente a matéria e atribuíram ao chanceler-mor tanto a
publicação das leis na chancelaria da Corte como o envio dos
traslados respectivos aos corregedores das comarcas.
As Ordenações Filipinas (Liv. I, Tít. II, § 10) limitaram-se a repetir
o que as Ordenações Manuelinas haviam determinado.
Época das Ordenações
Estilos da Corte
A inclusão dos estilos da Corte no elenco das fontes do direito
pátrio pelas sucessivas Ordenações (a par da lei e do costume).
Os estilos da Corte e o costume eram fontes de natureza não
legislativa, baseadas no uso (ainda que em planos diferentes),
havendo divergências quanto à distinção entre os estilos da
Corte e o costume:
Segundo uns – o costume resultava de uma conduta dos
membros da comunidade (em geral), enquanto os estilos da
Corte eram introduzidos por actos de entidades públicas,
sobretudo por certos tribunais; [Continua]
Época das Ordenações
As Ordenações Filipinas (Liv. III, Tít. LXIV, pr.) mantiveram o disposto nas
Ordenações anteriores, apenas com a modernização da linguagem.
Requisitos de validade do costume que a ciência jurídica da época
estabelecia (e para a qual remetiam as Ordenações Manuelinas e
Filipinas), a respeito dos quais haviam muitas divergências entre os
autores do direito comum (romano-canónico)
Como vimos, o fundamento da obrigatoriedade do costume, dotado da
mesma força da lei, geralmente reconhecida, resultava da harmonização
da sua génese – o consenso colectivo exteriorizado numa certa conduta
reiterada – com o princípio de que a vontade do monarca representava a
fonte básica ou única da criação do direito positivo; não sendo possível
fazer prova do conhecimento efectivo do costume pelo monarca,
sustentava-se que o costume correspondia à vontade tácita do rei.
Época das Ordenações