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➔ Senatusconsultum Silanianum: com força de lei feito pelo senado que tratava de direito
substantivo ( que no 4 a.C., dos Senatus Consultum já tinha emitido a lei , uma verdadeira
lei). Trata do seu conteúdo um direito subjetivo, normas de funcionamento, não cria direito
novas ou obrigações novas. Direito processual.
Manumissio - eram escravos libertos, ou seja, deixam de ser escravos. Está lei fecha testamentos, não
podia ser aberto quem soubesse quem tinha sido o criminoso, e isso frustrava qualquer resultado
favorável aos escravos, pois eles ficavam sem poder saber se o testamento fechava ou não. Todos os
escravos teriam sido mortos e torturados , enquanto não se sabe quem é o assassino. Trata-se de
direito substantivo, direito penal.
➔ Senado Claudianum – 52 d.C– é uma lei do senado sobre um problema que afetava Roma,
que era o excesso de mulheres livres que se uniram sexualmente a escravos e de quem muitas
vezes tinham filhos. Se isto acontecesse e caso o dono do escravo notificava a senhora para se
separar do escravo, podia fazer isso até 3 vezes, se a 3 vez a senhora ainda estivesse ligada ao
escravo ela ficava escravo e caso existisse filhos eles eram tornados escravos do dono do
mesmo.
➔ Senado Valleianum – 58 d.C– Tinha objetivo dar resposta a um problema, que era a
Intercessio Feminina, era o ato jurídico pela qual a pessoa se assume como devedor num
negócio jurídico que não é seu, era só proibido às mulheres. As mulheres não podem
interceder num negócio jurídico por crédulo. A mulher estava proibida de realizar este ato
jurídico - intercessio ( interceder em favor de uma outra pessoa ).
Intercessio:
1. Cumulativa – o novo devedor assume de forma solidária a dívida. obrigação Correal,
conjuntamente com o devedor original. Passam a existir mais sujeitos passivos. Negócio
jurídico de obrigação natural onde existem pelo menos 2 sujeitos passivos, para responder
pela dívida. Exemplo: A é o credor , B é o devedor, e aparece C que é um novo devedor.
Correal ou seja “ com " tanto pode ser um como outra ( tanto o devedor B como o devedor
C). O que interessa é que A seja realizado. - DIREITO DE CRÉDITO.
2. Privativa – Onde o sujeito passivo é apenas 1, a dívida que tem a A. O devedor original
é substituído por outra pessoa. Ou seja, o devedor original passa a ser o C. Isto
acontecia, pois o novo devedor garantia o pagamento da dívida.
Obrigação Correal:
➔ Garantias reais – Vem de Rés que significa coisa, garantias oferecidas pelo intercedente
para convencer o credor que não fica a perder. Oferta de uma coisa móvel ou imóvel para
responder pela dívida caso ela não seja paga. Podem ser 3 tipos:
- Fidúcia: Uma pessoa oferece uma coisa móvel ou imóvel para garantir um
financiamento, o bem oferecido era transmitido a propriedade e a posse. Implicava a
transmissão da posse e inclusivamente da propriedade, obriga a que se celebrasse
uma mancipatium (transmissão de propriedade) que se extingue quando o contrato
for cumprido.
- Penhor: Implica a transmissão da posse, mas não a transmissão da propriedade
durante a vigência do contrato original. Só seria o proprietário no fim do contrato.
Tinha prazo.
- Hipotética: o bem serve como garantia, mas a posse nem a propriedade.
➔ Garantias pessoais: pessoa física ou todo o patrimônio pessoal para a garantia da dívida.
Constituições imperiais:
Decisões de caráter jurídico proferidas diretamente pelo Imperador. Inicialmente não eram
leis, mas como eram escritas pelo Imperador tornava-se difícil não respeitá-las, ou seja, a partir do
séc. II passam a ter valor de lei, contudo não eram leis do ponto de vista formal. A partir do séc. IV
são as únicas fontes de Direito, ou seja, as constituições e as leis são sinónimos.
- Decreta- Decisões judiciais pronunciadas pelo Imperador, naqueles pleitos submetidos à sua
apreciação; Não têm carácter geral;
- Rescripta- Decisões do Imperador dadas por escrito às perguntas ou aos pedidos que os
magistrados (subscriptio) e os particulares (epistola) lhe faziam;
- Mandata- Ordens ou instruções dadas pelo Imperador aos governantes das províncias,
funcionários, etc. Caráter meramente administrativo.
- Rescripta- São leis especiais, com igual sentido do período anterior, ou seja, são respostas
dadas pelo Imperador às consultas a ele dirigidas.
- Adnotationes- Forma nova com que o Imperador dá despacho às “preces” que lhe são
dirigidas, substituem as subscriptiones. Constituem num rescrito, colocado no próprio pedido
do particular, concedendo favores;
- Decreta- Diminuem muito, pois o Imperador, agora pessoalmente, resolve poucos casos.
Tem o seu tribunal oficial e a ele devem dirigir-se os interessados;
- Pragmaticae sanctiones- É também um novo tipo de constituição imperial deste período.
Eram um tipo de constituições com um carácter regional.
Iurisprudentia: A ciência do Direito
➔ Fatores de laicização da Iurisprudentia:
1. Lei das XII Tábuas;
2. Publicação, no fim do séc. IV a.C., Pneuplávio, que era escrito de um sacerdote
pontífice cego e aproveitou-se, de algumas normas de processo judicial;
3. 1º Escola Pública do Direito, Tibério Conimcrania, com objetivo de formar pessoas
em Direito (séc. III a.C.).
- Agere, era a função de assistir às partes no processo, ou seja, acompanhavam uma pessoa
que queria ir a Tribunal defender se (semelhante aos advogados do dia de hoje);
- O direito dos magistrados é essencialmente o direito feito pelo pretor. O direito do pretor
é que perdurou.
➔ 367 a.C., tem o poder de Imperium (poder de soberania, ou seja, dava ordens, chefiava
exércitos e convocava comícios), contudo não tem o poder jurisdicional de criar Direito, é
apenas intérprete do Direito.
➔ Originalmente era uma espécie de chefe militar, depois é que passa a pretor (em 367 a.C.), e
assim passa a organizar o processo judicial (medidas/fases que o litígio tem que passar desde
o momento em que passa no tribunal ate á sentença), tinha duas fases:
- Era a fase pela qual o pretor era responsável; Recebia os cidadãos Romanos que
tinham litígios entre si, ouvia-os e ia verificar se os factos que estavam a dizer eram
abrangidos pela lei Romana ( os casos em que não eram abrangidos, não passavam
para a segunda fase), isto fazia o Direito Romano evoluir ao longo do tempo; Da
primeira fase para a segunda dá-se o nome de conceder ‘’1 actio’’- Fase in iure
- Fase apud indicen – era garantida pelo juiz, era o índex; Por vezes, estes juízes não
percebiam, nem sequer tinham estudado nada do direito, e julgavam com base no
bom censo, ouviam e apenas decidiam, ou seja, basicamente aplicava o direito
enunciado pelo pretor na primeira fase;
Fórmula processual:
- Intentio (Intenção) - descrevia o objeto do processo.
- Condenatio (Condenação) – ordem dada diretamente ao juiz, manda-se que se se provar
que A deve a B, A restitua o que deve. Verifique se A cometeu o que é acusado, se cometeu é
condenado (que já vai citada) se não cometeu seja absolvido. O Juiz apenas verifica a versão
das partes, ouvir as testemunhas e concluir condenando ou absolvendo. Esta é a forma de
como o pretor agiu de 367
a.C. até o fim do século III d.C.
➔ Edicto - Sempre que mudava de pretor ele publicava um edicto. Era o plano do magistrado
publicado no início do ano. O pretor antes de iniciar funções publicava o edicto, era a lista de
situações que o pretor anunciava que ia dar actio e situações às quais negava actio. Chamava-
se Edicto Anual.
➔ Edicto Nova - Por vezes tinha situações novas previstas pelo pretor acrescentadas pelo
pretor.
➔ Edicto Repentinue – Não era anual, nele se continham situações que não estavam previstas
no início do ano, mas o pretor acreditava que deveriam ser acrescentadas.
O imperador Adriano (117 – 138 d.C.) – Reuniu todos os edictos anteriores e publicou apenas
um último edicto – Edicto Perpétuo. Os pretores já não podiam fazer editos próprios.
1. Stipulationes praetoriae (Estipulações do pretor) - Stipulatio era imposta pelo pretor a fim
de proteger uma situação social não prevista pelo Ius Civile e que merecia proteção. Estipulações do
Pretor, é uma forma do pretor agir para corrigir uma injustiça do Ius Civile, uma situação que deveria
ser protegida pelo Ius Civile, mas não era previsto. Era um negócio jurídico solene – era realizado na
presença de Deuses. Gera obrigações. É abstrato. É formal. É verbal.
Ex: Quando duas pessoas fazem uma stipulacio e uma das partes engana-se a responder, como
um dos critérios é a formalidade, o negócio jurídico não fica válido. A parte que ficou injustiçada vai
ao pretor e explica a situação, a partir do séc. III o pretor começa a impor se e chama as duas partes
para repetirem o negócio jurídico.
2. Restitutiones in integrum (Restituições por inteiro): Restituição na
íntegra/recomposição integral da situação anterior ao negócio jurídico anulado pelo pretor.
É um expediente do pretor, baseado no seu poder de Imperium, pelo qual ele causa o efeito
contrário ao das stipulationes praetoriae: retira, por decreto baseado naquele poder, a proteção
jurídica de uma situação injusta, mas que a tinha, e que deixa de ter a partir daí, passando a ser
inexistente para o direito.
Os negócios jurídicos, aqui, têm proteção do lus Civile, mas não a deveriam ter, porque
foram realizados sob o efeito de vícios graves, que o lus Civile não reconhece, mas que são
importantes para desvirtuar a vontade real de uma das partes.
Vejamos exemplos:
Na época justinianeia (530-565 d:C.), estes expedientes fundem-se num só: na Ação
Pauliana, que hoje está consagrada no nosso Código Civil, nos artigos 610° a
618°.
3. Missiones in possessiones (embargos de bem): É um meio de coação, justa, que o pretor
tem ao seu dispor. É uma ordem dada pelo pretor no seu imperium, autorizando alguém a apoderar-se,
durante um certo tempo, dos bens de outrem, com poderes de administração e de fruição.
- Espécies:
- In Ren – quando essa ordem atingia apenas um bem.
- In Bona – ordens para embargar todo o património da pessoa.
- Modalidades:
➔ Missio in possessionem rei servandae gratia
Conservação preventiva de um bem ou bens durante um x número de tempo, ou seja, a pessoa
não pode mexer nos seus bens. Ex: Alguém tem 20 casas e fica impedido de as vender de modo a
garantir os seus bens para este cumprir o negócio jurídico.
4. Interdicta (interditos):
Ordem sumária, dada pelo pretor para resolver uma situação que tem que protegê-la pelo menos
uma aparência jurídica, contudo essa ordem fica condicionada a uma possível apreciação ulterior.
Poder “Iurisdictio”: Prevê determinadas situações que não estão previstas na lei, ou estão mal
previstas, por isso aplica o direito do pretor de modo a que a situação seja bem resolvida.
Agere per formulis: Ações processuais passam a ser diferentes das outras. É um documento escrito
pelo pretor que dia ao juiz qual a situação política que ele devia aplicar baseado nos factos.
4. Actiones Ficticiae: Quando o pretor, para aplicar a justiça, finge como existente uma coisa
ou um facto que se sabe que não existe, ou finge como não existente um facto ou até um
negócio que sabe que existe. É a imposição de uma irrealidade ou de uma inexatidão
5. Actiones utiles: Se o pretor aplica, por analogia, actiones civiles a casos diferentes, mas
semelhantes, dos que o ius civile protege.
Obras Jurídicas
1. Código Gregoriano (291- 292 d.C.):
Denominado em virtude do seu autor, Gregoriano, elaborado no Oriente, é uma coletânea
privada de rescritos imperiais, desde Adriano até Diocleciano. Está dividido em 15 livros, com
rescritos imperiais que são respostas dadas pelo Imperador a perguntas feitas por magistrados ou por
particulares. Não são mandadas fazer pelo Estado Romano, ou seja, são de carácter particular.
São designados como coletâneas. Estas coletâneas reuniam apenas o direito imperial, que era
essencialmente direito público, o direito privado está nas obras jurídicas de ius Romanum.
Lei das Citações (426) ou tribunal dos mortos, era uma lei que mandava o juiz proferir
as suas sentenças exclusivamente através de livros de juristas que já tinham falecido. Os juízes já só vão
poder aplicar nas sentenças as obras de 5 juristas, que eram: o Modestino, o Ulpiano, Papiniano, Gaio,
Paulo. Esta lei serviu para diminuir a insegurança da aplicação do Direito, ou seja, para estabelecer uma
ordem na aplicação do Direito Jurisprudencial.
Nota:
Havia o direito antigo (Ius) e o direito imperial (Leges) (Século IV). Até ao século IV
era considerado direito antigo (Ius- Ius vetus) e depois do mesmo era direito imperial (Leges – Ius
novum).
O que era direito antigo era a doutrina feita no tempo clássico, o trabalho dos grandes juristas a
interpretar o direito feito ao longo do tempo pelos imperadores. O trabalho dos juristas era interpretar as
fontes de direito existentes.
Muitos juristas clássicos tinham recebido ao longo da sua vida uma distinção pelas suas
obras, que era Ius Respondendi, ex auctoritate principis.
Corpus iuris civile
É uma obra jurídica fundamental, publicada a partir do ano de 533 d.C. por determinação do
imperador bizantino Justiniano I (que assumiu o trono em 527 d.C.). Ele, dentro de seu projeto de
unificar e expandir o Império Bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação congruente e
que tivesse capacidade de atender às demandas e litígios vivenciados à época.
A expressão Corpus Juris Civilis não é justinianeia e sua difusão se deve à edição publicada em
1583 por Dionísio Godofredo. Atualmente, entende-se que o que se convencionou chamar de Corpus
Iuris Civilis compreende quatro partes: Institutas, Digesto, Código e Novelas.
Conjunto de livros mandados fazer por Flávio Justiniano (subiu ao poder em 587), que contém
Ius (fragmentos de obras de juristas clássicos) e de leges (excertos de Constituições importantes). É
considerado o maior monumento jurídico de todos os tempos e foi a obra que imortalizou o Imperador
Justiniano.
Durante o seu tempo no poder teve uma revolta contra ele devido à escassez, à pobreza e aos
elevados impostos. O Imperados tentou reconstruir o Império, contudo nunca conseguiu reconstruir na
totalidade.
Em 527 atualizou o código Teodosiano, com a ajuda de uma comissão que nomeou que tinha
como chefe o juiz Tribunianum.
529- Tribunianum, conhecido como Codex Vetus entrega uma obra intitulada por Codex, que
era a primeira obra legislativa feita por Justiniano. Era composto por 12 livros, que continham
conteúdo antigo só que atualizado.
530- São publicadas leis, Quinquaginta decisiones (50 decisões), sendo que o objetivo dessas
leis era dar mais segurança a todo o Direito em vigor. Neste ano Justiniano fez mais uma coletânea de
Direito Clássico, pegaram em 35 obras de 36 juristas, em 533 surge o Digesto que eram leis adaptadas
de Direito Privado, ou seja, sobre a família, casa, bens, etc. São no total 50 livros que continham todas
as leis de Direito Privado Romano (Digesto também podia ser aplicado em Tribunal).
533- Fez a obra Institutiones que servia para ensinar nas escolas, era 4 livros, que eram uma
síntese do Digesto, ou seja, eram livros que explicavam o Direito Privado.
534- Surge a 2ª edição do Codex, Codex repetitae praelectionis, onde já tinha leis imperiais de
Justiniano, com isto o Codex deixa de estar em vigor.
Há uma obra dividida em 4 livros chamada “Institutiones'', também de criação jurisprudencial
que era um resumo do Digestos e tinha como finalidade principal de serem manuais de ensino nas
escolas de direito Romano, mas também poderia ser usado em tribunal como código de leis.
Em 565 morre Justiniano.
Em 1583, Dionísio Godofredo deu o nome de Corpus Iuris Civiles, composto pelo Códex de
534, pelo Digeto e pelas Iustitutiones.
A segunda edição do Codex Justinianeus (534) não paralisou a atividade legiferante de
Justiniano, que continuou a editar outras constituições importantes (em número de 177, da data da
promulgação do Código Novo, em 535, até sua morte, em 565), introduzindo um grande número de
modificações na legislação. Essas novas constituições são conhecidas por "Novas Leis", "Novelas"
(Novellae), Autênticas ou Plácida.