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Quanto ao 2º requisito, quanto ao edictum do pretor urbano apresentava várias das quais
estudaremos as seguintes:
• Erro (ob errorem): era concedida a quem tivesse cometido um erro essencial em
matéria negocial (celebração negócio jurídico) ou processual – figura do erro como
vício da vontade. O vicio da vontade é uma anomalia pela qual uma pessoa manifesta
a sua vontade num sentido que se não fosse essa anomalia não manifestaria ou
manifestaria de forma diferente.
O erro é um dos possíveis vícios da vontade e consiste na ignorância ou falsa ideia
sobre alguma circunstância que foi decisiva na manifestação da vontade.
Constituía um restitutio ob errorem para que o negócio celebrado deixasse de
produzir efeitos.
• Coação (ob metum): era concedida a quem tivesse manifestado a sua vontade por ter
sido gravemente ameaçado, ou seja, só devido a essa ameaça praticou um
determinado ato jurídico. Surge-nos aqui a ideia de “medo ou coação” que era outro
vício da vontade traduzido na ameaça de um mal grave feita contra uma pessoa, seu
património ou familiar para que manifeste uma determinada vontade.
Deve tratar-se de uma ameaça injusta (contrária ao direito), grave (suscetível de
impressionar um homem firme) e atual (é preciso haver uma efetiva ameaça e não
uma mera suspeita). Não havendo ameaça, se alguém se limita a avisar que usará os
meios jurídicos, não pratica coação o credor que ameace o devedor com os meios
executivos que tem à sua disposição.
→Em várias situações, por exemplo, nos negócios, o ius civile não dava relevo à
coação e dessas situações o pretor podia conceder uma restitutio in integrum ob
metum àquele que tivesse sofrido coação não reconhecendo efeitos jurídicos aos atos
que por isso tivessem sido praticados.
• Dolo (ob dolum): era outorgada a quem praticou um ato jurídico em consequência de
um engano que viciou a sua vontade. Temos aqui a figura do dolo mau que era outro
vicio da vontade e que consistia numa falácia ou maquinação utilizada para
iludir/enganar alguém.
Dolo bom (dolus bónus): não se confunde com o dolo mau que não é mais do que a
mera habilidade que traduz o comportamento normal de quem participa no tráfico
comercial e que tenta apresentar de modo mais favorável possível aquilo que lhe
interessa.
• Fraude a credores (ob fraudem creditorum): era concedida a credores prejudicados
por atos que o devedor praticou com a intenção de fraudulentamente criar ou
amentar a sua insolvência, ou seja, a possibilidade de cumprir as suas obrigações.
→Missio in possessionem
Noção: expediente através do qual o magistrado autorizava uma pessoa a apoderar-se dos
bens de outra pessoa. Era um expediente que funcionava como um meio provisório de
apreensão de bens conseguido para diferentes situações e que podia recair sobre bens certos
e determinados ou até sobre a totalidade de um património.
➔ Como meio de coação: visava constranger uma pessoa a fazer ou não fazer algo.
→Interdictum
Noção: era uma ordem sumária de natureza administrativa que um magistrado, especialmente
o pretor, dirigia a uma pessoa para fazer ou não fazer uma determinada coisa. Na época
clássica, o interdictum estava perfeitamente separado das ações e nele o pretor procurava
resolver rapidamente um conflito. A sua principal função era a de evitar perturbações da
ordem social ainda que com isso se protegessem interesses dos particulares. O interdictum
concedido pelo pretor dava assim origem a uma decisão provisória e que não prejudicava a
eventual decisão definitiva que viesse a ser proferida no processo.
Uma área da vida social em que o interdictum teve enorme importância foi a defesa da posse
A posse é o comportamento de facto de alguém como se fosse o proprietário de uma res e que
tem a intenção de se comportar como proprietário.
A tutela da posse era feita pelo interdictum. Assim, para a defesa da situação possessória,
eram concedidos os seguintes interditos:
2º Interdictum de retenção da posse: visava a conservação de uma posse que estava a ser
perturbada
PRÁTICA (31/10/2022)
- ius civile: direito dos cidadãos romanos. Quando aludimos a fontes de direito, são modos
formação e de revelação de normas jurídicas.
À medida que o Imperador foi ganhando poderes, criando leis e tendo todo o poder
concentrado nele. Uma forma dos juristas (pretor urbano) controlarem os poderes do
Imperador, foi utilizando o costume (mero conceito jurídico), ou seja, contra as leis criadas
contrárias ao costume. O costume poderia afastar a lei injusta do imperador (por ser mais
antigo). Contudo, Constantino, acabou com isto.
SUMA:
• Costume era entendido como uma herança dos antepassados, confundido com as
noções religiosas.
• Na época pós-clássica, passou a ser entendido como um conceito meramente jurídico.
• O surgimento de fontes novas, não afastou as anteriores, tendo apenas menos
importância prática
Como se elaborava uma lei? (LEX ROGATA ≠ lex dada: assembleias do povo delegavam poder
nos magistrados para eles atuarem segundo orientações dessa assembleia para atuarem no
caso concreto)
1-Promulgatio: consistia na afixação do projeto da lei num espaço público para esse ser
projeto ser conhecido e discutido pelos cidadãos. Esta afixação tinha a duração de 3 semanas
(trinundinum). O projeto de lei era feito por magistrados e também era vinculativo, ou seja,
não era possível fazer quaisquer alterações. Nesse caso, teria de ser feito um novo.
2-Conciones: Esta fase ocorria ao mesmo tempo da primeira. Discussão do projeto lei desde a
afixação do projeto até à convocação das assembleias para votação.
4- Votação: Inicialmente, era oral. A partir de 131 a.C, a votação passou a ser escrito e secreto.
Se o projeto fosse aprovado, o Senado teria de dizer que sim (que leva à 5ª fase)
5- Aprovação do Senado- Este concedia a sua auctoritas patrum (autoridade dos chefes) para
que a lei pudesse vigorar.
6- Afixação da lei: Havia uma preocupação dos romanos em dar conhecimento do projeto
inicial da lei e aquando da sua outorgação (fim do processo). --> art.6º CC → Forma de os
cidadãos conhecerem as normas
A partir de 339 a.C., aprovação do Senado passou a ser feita antes da votação do projeto pela
assembleia →Época Arcaica
As leis não eram uma fonte de grande relevância na prática devido à sua ligação ao direito
público
PRÁTICA (7/11/2022)
Corpus Ius Civilis: coletânea de textos, ordenada pelo Imperador Justiniano, em 530.
A partir de 1593 é que obteve este nome. NÃO É NENHUM CÓDIGO EM SENTIDO MODERNO- é
apenas uma coletânia de textos dispersos reunidos num livro.
Divide-se em 4 partes:
Parágrafo 1º do corpus era na verdade o 2º. Contava-se apenas a partir do 2º, que seria o
primeiro.
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Inicialmente, o pretor apenas aplicava o direito civil (direito dos cidadãos romanos).
No direito civil, primeiro vêm o ius (direito) e depois as actiones (ações-para efetivar o direito).
Nem só o pretor criava direito. O ius pretorium é apenas uma categoria de um campo mais
amplo- ius honorarium (compreende o direito criado por todos os magistrados)
➔ Ações do pretor
➔ Ações edilícias
Ação real: defesa de direito meu sobre uma coisa. Pode ser intentada a qualquer pessoa.
Qualquer pessoa pode perturbar o meu direito de propriedade.
→Ação de reivindicação: ação que serve para devolver alguma coisa que é minha.
Ação pessoal: defesa/tutela dos direitos de crédito. Só posso exigir a uma pessoa determinada
quantia pois foi a ele a quem emprestei dinheiro.
Ação de direito estrito: decorrem de negócios jurídicos de direito estrito. É necessário apenas
ter em conta as clausulas do contrato.
Ação de boa Fé: além de se verificar o cumprimento das cláusulas, é necessário verificar se foi
cumprido o bonus paterfamilias (homem culto, honesto, leal)
SISTEMA EXTRA-PROCESSUAL
- Restitutio in integrum: situação protegida pelo direito civil, mas não é justo que o seja. O
pretor anulava/extinguia esse negócio, resultante de um negócio jurídico, embora válido à luz
do ius civile, mas não era justo por ter sido feito por coação
Pressupostos: negócio valido à luz do direito civil, causar prejuízo a uma das partes e não haver
outros meios para resolver esta situação
Causas justificativas para extinguir o negócio: COAÇÃO, DOLO (intenção de prejudicar o outro
para benefício próprio), ERRO (compra do pardieiro em vez do palacete), IDADE, FRAUDE A
CREDORES (devo dinheiro a alguém, vendo os meus bens a outro, o credor quando vier pedir o
que lhe é devido, o devedor não tem nada)
IMPUGNAÇÃO PAULIANA-
- Missio in prossessionem: meio de proteção jurídica que consistia numa ordem que o pretor
dava para que alguém se apoderasse temporariamente de bens de outra pessoa para coagir a
pessoa a cumprir o negócio.
- Interdictum: ordem sumária do pretor a alguém para esse alguém fazer ou não fazer alguma
coisa. Concedido naqueles casos que não se pode esperar- rapidez e sintética. (parecido com a
figura da providencia cautelar)- resolução temporária de uma questão.
TIPOS: 1.Exibitórios: ordens para alguém exibir alguma coisa
2.Proibitorios
3.Restitutórios: ordens sumarias do pretor para restituir/ devolver OU colocar uma coisa no
estado que estava inicialmente
➔ A propriedade era um direito, protegida pelo ius civile. A posse não era protegida pelo
ius civile, então o pretor protegia esse direito através de: interdi
➔ Retimendae possesion- conservar a posse -2 tipos- uti posidemis – bens moveis/utrubi
– bens móveis
➔ Interdito