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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

LEGISLAÇÃO DA COMUNICAÇÃO E DO
JORNALISMO

Prof. José Augusto Magni Dunck


1. Fonte do Direito

1.1 – O que é Direito?

A Filosofia do Direito, até os fins do século XVIII,


foi dominada pela doutrina do Direito Natural, ou
também conhecida como Jusnaturalista.

Admitia-se que os direitos vigentes nos


territórios dos diferentes povos eram sempre
resultantes de leis naturais (Direito Natural)
anteriores àqueles direitos criados pelos seres
humanos.
1. Fonte do Direito

Fontes do direito natural:

a) Antiguidade: natureza;
b) Idade média: a revelação divina;
c) Modernidade: a razão humana;
1. Fonte do Direito
O Direito Positivo:
A partir do século XIX, surge a Escola Histórica, para
qual o direito é encarado como produto da história e da
consciência coletiva.
Surgem várias teorias, muitos pensadores passam a
acreditar que o direito é fruto exclusivo do fato social, ou da
estrutura econômica.
Outros negam até mesmo a existência do Direito
Natural. Para esses, adeptos do Positivismo Jurídico, não se
justificaria a indagação das origens remotas das normas, mas
somente interessaria a investigação prática do Direito
Positivo, isto é, do direito existente criado pela sociedade e
Estado.
1. Fonte do Direito

Direito Natural (natural) x Direito Positivo (convenção)


Direito natural Direito positivo
Universalidade Particularidade
Imutável Mutável
Posto pela natureza Posto pela sociedade/Estado
Fonte é a razão natural Fonte é a declaração de vontade
alheia
Comportamento bom e mau Comportamento indiferente
Estabelece o que é bom Estabelece o que é útil
1. Fonte do Direito

SE QUISERMOS CONHECER AS NORMAS JURÍDICAS


ONDE DEVEMOS PROCURÁ-LAS?

Devemos procurá-la na lei, no costume, na


jurisprudência e na doutrina.
1. Fonte do Direito

A LEI: do latim ligare (ligar) aquilo que vincula, que obriga, ou legere (ler)
aquilo que se lê. Na lei consta a norma do dever ser, ou seja, o ideal de
conduta esperado pela sociedade que a cria.
A lei somente pode ser criado por órgãos dotados de competência para
gerar o direito, ou seja, por um Poder Legislativo.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 disciplina quais são os tipos de leis
que podem ser criadas (art. 59) e qual Poder Legislativo - Federal, Estadual
ou Municipal – é competente para tanto (arts. 23, 24 e 25).
Em sentido amplo, a própria constituição é uma lei, que se encontra acima
de todos os outros tipos de leis que, por sua vez, devem respeitar a
constituição, sob pena de inconstitucionalidade (pirâmide de hierarquia).
A lei é o texto escrito que contém normas jurídicas criadas por órgãos
dotados de competência para criá-las.
São características da lei: bilateralidade, generalidade, abstratividade,
imperatividade e coercibilidade.
1. Fonte do Direito

A pirâmide hierárquica das leis de Hans Kelsen:


1. Fonte do Direito

A LEI: do latim ligare (ligar) aquilo que vincula, que obriga, ou legere (ler)
aquilo que se lê. Na lei consta a norma do dever ser, ou seja, o ideal de
conduta esperado pela sociedade que a cria.
A lei somente pode ser criado por órgãos dotados de competência para
gerar o direito, ou seja, por um Poder Legislativo.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 disciplina quais são os tipos de leis
que podem ser criadas (art. 59) e qual Poder Legislativo - Federal, Estadual
ou Municipal – é competente para tanto (arts. 23, 24 e 25).
Em sentido amplo, a própria constituição é uma lei, que se encontra acima
de todos os outros tipos de leis que, por sua vez, devem respeitar a
constituição, sob pena de inconstitucionalidade (pirâmide de hierarquia).
A lei é o texto escrito que contém normas jurídicas criadas por órgãos
dotados de competência para criá-las.
São características da lei: bilateralidade, generalidade, abstratividade,
imperatividade e coercibilidade.
1. Fonte do Direito

O COSTUME: norma jurídica espontânea da vida


social, caracterizada por uso contínuo e geral,
considerada necessária pelos membros da sociedade.

Deve ser usado, somente quando a lei for omissa (art.


4º, LINDB). É mais presente no Direito Comercial,
diante da dinâmica evolução das relações comerciais.
Exemplo: cheque pré-datado ou pós-datado.
1. Fonte do Direito

JURISPRUDÊNCIA: é a reiterada orientação


interpretativa do direito firmada na esfera judicial em
vários casos semelhantes.

Por quê há tantas decisões judiciais diferentes em


casos semelhante?

Neutralidade x imparcialidade.
1. Fonte do Direito

DOUTRINA: é a opinião dos estudiosos do Direito e se


apresenta em livros e artigos.

Serve de subsídios para pesquisa e reflexão sobre


certo assunto jurídico.

Doutrina e jurisprudência não criam normas jurídicas,


mas é inegável sua influência no ânimo dos
legisladores e dos juízes.
1. Fonte do Direito

Noções de jurisdição, ação e processo:


Violado um direito, nasce para o seu titular a pretensão de
repará-lo por meio da jurisdição.
Jurisdição, do latim, juris (direito), dicere (dizer), ou seja,
dizer o direito. O Estado dita o direito por meio das leis, que se
violadas, caberá ao Poder Judiciário aplicá-lo após requerimento do
interessado por meio da ação.
Então, o Poder Judiciário tem a incumbência de aplicar o
direito aos casos concretos que lhe são submetidos, por meio do
processo.
Processo, do latim, procedere, significa método, maneira de
agir, ou seja, é o caminho sequencial de atos definidos em lei, com o
objetivo de julgar a pretensão jurídica requerida.
Em regra, as fases do processo são: postulatória, probatória,
decisória e executória.
1. Fonte do Direito
Fase postulatória: A parte interessada (Autora)
requererá ao juízo sua pretensão por meio da petição
inicial (civil), denúncia, queixa ou requerimento (penal)
e reclamação (trabalhista).
O juiz, se entender cabível a abertura do processo,
determinará a citação do Réu.
A citação é o ato processual por meio do qual se dá
conhecimento a uma pessoa de que uma ação foi
proposta contra ela.
Citado, o Réu poderá apresentar resposta, onde deverá
alegar todas as teses de defesa.
Com a manifestação do Autor e do Réu completa-se a
fase postulatória.
1. Fonte do Direito

Fase probatória: o juiz determina que as partes


digam, por escrito, quais provas pretendem produzir.

As partes podem produzir qualquer tipo de prova,


desde que não ilícita (documental, testemunhas,
pericial etc).

Realizadas as provas, completa-se a fase probatória.


1. Fonte do Direito

Fase decisória: depois de analisado o fato, o direito


e as provas, o juiz decide o processo com o
proferimento de sentença escrita.

A parte prejudicada, se quiser, poderá recorrer, por


meio de recurso previsto em lei, que será julgado
pela segunda instância (Tribunal) composta por um
colegiado de juízes, os de desembargadores.

Em segundo grau, a decisão chama-se acórdão. Caso


a parte não recorra, ou não caiba mais recurso, diz-
se que a decisão transitou em julgado, isto é, torna-
se definitiva. Encerra-se a fase decisória.
1. Fonte do Direito
Fase executória: cumpre-se o que ficou determinado na
decisão transitada em julgado.
Exemplos:
Réu condenado, na área criminal, a pena privativa de
liberdade, deve ser realizada sua prisão e encaminhado
a penitenciária para cumprimento da pena;
Réu condenado, na área civil, ao pagamento de
indenização, será obrigado a pagá-la, sob pena de
penhora e leilão de seus bens para pagamento do
credor.
Cumprida a decisão – sentença ou acórdão - o processo
é extinto e arquivado.
1. Fonte do Direito
Quem é quem no mundo jurídico?
Juiz de Direito/Juiz Substituto em Segundo Grau,
Desembargador/Ministros (magistratura): Arts. 92 a
126, CF;
Promotor de Justiça/Procurador de Justiça/ Procurador
Geral de Justiça - Procurador da República/ Procurador
Regional da República/Procurador Geral da União
(Ministério Público): art. 127, CF.
Advogado (Advocacia): art. 133, CF.
Defensor Público (Defensoria Pública): art. 134, CF.
Procurador da União (AGU), Estado (PGE) e Municípios
(PGM): art. 131, CF.
3. Pessoa física e pessoa jurídica

A pessoa natural/física como sujeito de direito:

Direito objetivo: é a norma posta (criada)


vigente;

Direito subjetivo: é a prerrogativa que para o


indivíduo decorre da norma objetiva;

- Consiste numa relação jurídica que se estabelece


entre um sujeito ativo e passivo;
3. Pessoa física e pessoa jurídica

Relação jurídica: relação humana que o direito


impõe força coercitiva.

- Assim, a relação jurídica se estabelece


entre indivíduos, porque o direito tem por escopo
regular interesses humanos, de maneira que o
sujeito da relação jurídica é sempre o ser humano.

Há exceção, as pessoas jurídicas também


são titulares de direitos, e elas são criadas para
melhor atingir os interesses humanos.
3. Pessoa física e pessoa jurídica

Se toda relação jurídica tem por titular a pessoa


humana, isso quer dizer que todo ser humano
tem capacidade para ser titular de direitos.

É o que proclama o artigo 1º do Código Civil (Lei


Federal nº 10.406/2002):

Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos


e deveres na ordem civil.

A circunstância de existir confere ao ser humano a


possibilidade de ser titular de direitos, que se
chama personalidade.
3. Pessoa física e pessoa jurídica

Personalidade da pessoa física/natural:

- Início: nascimento com vida (art. 2º do Código


Civil);

Art. 2o A personalidade civil da pessoa


começa do nascimento com vida; mas a lei
põe a salvo, desde a concepção, os direitos
do nascituro;

No Brasil, até 1890, exigia-se que nascesse com


vida e fosse viável. Em outras legislações se
requereria viabilidade e a forma humana (art. 30
do Código Civil Espanhol, revogado em 2011).
3. Pessoa física e pessoa jurídica

- Fim: morte (art. 6º do Código Civil);

Art. 6o A existência da pessoa natural


termina com a morte; presume-se esta,
quanto aos ausentes, nos casos em que a
lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva.

- morte real, civil e presumida;


3. Pessoa física e pessoa jurídica

Capacidade de direito e de exercício: todo ser


humano, desde seu nascimento até a morte, tem
capacidade para ser titular de direitos e
obrigações na ordem civil (direito), mas isso não
significa que todos possam exercer pessoalmente
tais direitos (exercício).

É titular de direitos (capacidade de direito), mas


não pode exercê-los pessoalmente, pois não tem
capacidade de exercício, ou seja, é incapaz;

Código Civil classifica as incapacidades em


absolutas e relativas.
3. Pessoa física e pessoa jurídica

Incapacidades:

- Absolutamente incapaz: aquele que não pode,


por si mesmo, praticar quaisquer atos jurídicos.
Pode ser representado por seu representante
legal.

Art. 3o São absolutamente incapazes de


exercer pessoalmente os atos da vida civil
os menores de 16 (dezesseis) anos;
3. Pessoa física e pessoa jurídica

- Relativamente incapaz: pode, por si mesmo,


praticar quaisquer atos jurídicos, desde que assistido
por seu representante legal.

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos


atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de 16 e menores de 18 anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em
tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua
vontade;
IV - os pródigos.
3. Pessoa física e pessoa jurídica
- EMANCIPAÇÃO: é a antecipação da capacidade civil antes
da idade legal (artigo 5º do Código Civil)

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos


completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de
todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a
incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
existência de relação de emprego, desde que, em
função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
3. Pessoa física e pessoa jurídica

- Direitos da personalidade: são direitos


inerentes à pessoa humana, como direito à vida, à
liberdade física ou intelectual, ao nome, corpo,
imagem, honra etc, são inalienáveis,
intransmissíveis, imprescritíveis e irrenunciáveis.

Art. 11. Com exceção dos casos previstos


em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
3. Pessoa física e pessoa jurídica
- PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE:

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os


direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária; (Código Civil)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
ASSISTA AO VÍDEO PENSANDO QUE VOCÊ É A
PESSOA ENTREVISTADA.

FORA DO HORÁRIO DAS AULAS, DISCUTA COM


SEUS COLEGAS O QUE ACHA DO CONTEÚDO E DA
PUBLICAÇÃO DO VÍDEO E PESQUISE NA REDE
MUNDIAL DE COMPUTADORES AS NOTÍCIAS
SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS PARA AS PESSOAS
ENVOLVIDAS.

OPORTUNAMENTO, DISCUTIREMOS SOBRE O


VÍDEO EM SALA DE AULA.
3. Pessoa jurídica

Conceito: são seres que atuam na vida jurídica,


com personalidade diversa da dos indivíduos que
os compõe, capazes de serem sujeitos de direitos e
obrigações na ordem civil.

Origem: a pessoa jurídica surge para atender as


necessidades humanas, pois ao estabelecer
sociedade com outros indivíduos, o ser humano
poderá alcançar o fim almejado.

A finalidade poderá ser econômica, recreativa,


caridade, assistência social, religião etc.
3. Pessoa jurídica

Natureza jurídica: há várias teorias; a) ficção legal; b)


realidade objetiva; c) realidade técnica; d)
institucionalista;

3.1. Classificação das pessoas jurídicas:

a) Pessoas jurídicas de direito público interno (art.


41, Código Civil):
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
3. Pessoa jurídica

b) São pessoas jurídicas de direito privado (art. 44,


Código Civil):
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos;
VI - as empresas individuais de responsabilidade
limitada;
3. Pessoa jurídica

Associações: agrupamento de indivíduos, sem fins


lucrativos. Exemplo: clubes recreativos, centros
culturais etc.
Sociedades: agrupamentos de indivíduos com fins
lucrativos. Existem vários tipos.
Fundações: destinam-se a algum fim determinado por
seu fundador. Exemplo: Fundação Roberto Marinho.
Organizações religiosas: agrupamento de pessoas
para prática de religião;
Partidos políticos: destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo e a defender os direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.
3. Pessoa jurídica

SOCIEDADE SIMPLES: É definida como a organização


que tenha como objetivo social o exercício de
profissão intelectual, de natureza cientifica, literária
ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, são os prestadores de serviços
(artigo 966 parágrafo único, Código Civil);

SOCIEDADE EMPRESÁRIA: É definida como sociedade


empresária aquela que tem como objetivo social a
atividade econômica organizada para produção ou
circulação de bens ou serviços (Artigos 966 e 982,
Código Civil)
3. Pessoa jurídica

Personalidade jurídica da pessoa jurídica:

Início: Começa a existência legal das pessoas jurídicas


de direito privado com a inscrição do ato constitutivo
no respectivo registro, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo. A partir da inscrição a
pessoa jurídica está apta a agir como sujeito de
direitos e obrigações na ordem civil.

Extinção: cancelamento da inscrição da pessoa


jurídica, após liquidação.
3. Pessoa jurídica

Personalidade jurídica:

Início: Começa a existência legal das pessoas jurídicas


de direito privado com a inscrição do ato constitutivo
no respectivo registro, precedida, quando necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo. A partir da inscrição a
pessoa jurídica está apta a agir como sujeito de
direitos e obrigações na ordem civil.

Extinção: cancelamento da inscrição da pessoa


jurídica, após liquidação.
3. Pessoa jurídica

Art. 46. O registro declarará:


I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de
duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores
ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa,
ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no
tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não,
subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica
e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
3. Pessoa jurídica

A pessoa jurídica tem direitos da personalidade?

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no


que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE RESCISÃO DE CONTRATO E
NULIDADE DE DÉBITO C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS. CDC. RELAÇÃO DE CONSUMO CONFIGURADA.
ÔNUS DA PROVA DO RÉU. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM
MANTIDO. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. VALOR MANTIDO.
TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. A
pessoa jurídica que adquire ou utiliza o produto como destinatário final,
não o incorporando em outro, nem o revendendo, faz jus à proteção do
CDC. 2. Conf. art. 333, inciso II, do CPC, o ônus da prova incumbe ao Réu,
quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do Autor, devendo, portanto, provar o eficiente funcionamento e
continuidade do serviço telefônico disponibilizado à Autora. 3. A pessoa
jurídica pode sofrer dano moral (Súmula 227 do colendo STJ). A
fixação do quantum indenizatório, a título de danos morais, deve
observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sopesando
a conduta do infrator e o dano sofrido pelo ofendido, devendo ser
mantido, caso não tenha sido arbitrado em valor irrisório, ou
exorbitante. 4. Devidamente comprovados os danos materiais, a
sentença deve ser mantida nesse ponto. 5. Juros de mora a partir da
data do evento danoso (Súmula 54 do colendo STJ). A correção
monetária sobre a indenização por danos morais é devida a partir do
arbitramento (INPC). Súmula 362 do c. STJ. APELAÇÕES CONHECIDAS E
DESPROVIDAS (art. 557, caput, do CPC). (TJGO, APELACAO CIVEL
75069-39.2012.8.09.0051, Rel. DES. OLAVO JUNQUEIRA DE ANDRADE,
5A CAMARA CIVEL, julgado em 21/01/2016, DJe 1959 de 29/01/2016)
3. Pessoa jurídica

Desconsideração da personalidade da pessoa


jurídica:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos
de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
4. Direito da Comunicação Social

4.1. Conceito: é um conjunto de normas gerais e


coercitivas que regulam a existência e a atuação
dos meios de comunicação.

O Direito da comunicação regula a existência dos


meios de comunicação, porque dispõe sobre o
modo de criação e atuação desses veículos e de
seus profissionais.
4. Direito da Comunicação Social

4.2. Normas que compõe o Direito da


Comunicação Social:

Não se encontram em um único texto, estão


espalhadas no ordenamento jurídico:

a) Constituição;
b) Leis específicas para área da
Comunicação Social;
c) Leis não específicas da área de
Comunicação Social;
4. Direito da Comunicação Social

a) Constituição: reúne as normas que definem


a estrutura do Estado, discrimina os poderes,
declara os direitos e deveres. É a lei máxima de
nosso ordenamento jurídico, alicerce de todo o
direito nacional e fornece as diretrizes básicas
que orientarão as demais leis, inclusive as de
Comunicação Social. Por exemplo, é na
Constituição Federal que se encontra a garantia
da liberdade de informação, a proibição do
anonimato, o regime das telecomunicações, o
reconhecimento do direito autoral, etc.
4. Direito da Comunicação Social

b) Leis específicas para área da Comunicação


Social: o objeto destas leis é especificamente
regular a criação e atuação dos veículos de
Comunicação Social.

c) Leis não específicas da área de Comunicação


Social: regulam outro ramo do direito, por
exemplo, direito civil, penal, eleitoral etc, mas são
aplicáveis a questões pertinentes ao Direito da
Comunicação.
4. Direito da Comunicação Social

4.3. Divisão interna do Direito da Comunicação


Social

Direito da Informação: compreendem as normas


jurídicas que regulam o conteúdo do processo
comunicacional. Exemplo: liberdade de imprensa,
direito de resposta etc.

Direito da Telecomunicação: regula a criação e


disciplina dos veículos de comunicação. Exemplo:
concessões, empresa jornalística etc.
4. Direito da Comunicação Social

4.4. Importância da Constituição Federal

4.4.1. Direitos e deveres individuais e coletivos:


estão enunciados nos setenta e oito incisos do
artigo 5º e representam garantias para todos.

Vejamos alguns incisos inerentes ao Direito da


Comunicação Social:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
4. Direito da Comunicação Social

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao


agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem; (Vide Lei Federal nº 13.188/2015)

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,


científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
4. Direito da Comunicação Social

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das


comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
4. Direito da Comunicação Social

XVII - é plena a liberdade de associação para fins


lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

Exemplo:

FENAJ = Federação Nacional dos Jornalistas;


ABERT = Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão;
ABRAJI = Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo;
4. Direito da Comunicação Social

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,


publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento
econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção
às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
do País;
4. Direito da Comunicação Social

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a


defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
4. Direito da Comunicação Social

XLI - a lei punirá qualquer discriminação


atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
LII - não será concedida extradição de
estrangeiro por crime político ou de
opinião; (defesa internacional da
liberdade de pensamento)
4. Direito da Comunicação Social

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos


processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não
se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania
4. Direito da Comunicação Social

§ 1º As normas definidoras dos direitos e


garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte

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