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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos


 Licenciatura em Direito 1º Ano, Laboral, 1˚ Semestre

Cadeira: IED I
Trabalho do 5˚Grupo
LEI COMO FONTE DO DIREITO
 

Estudantes
Alexandre José Guido
Aurora da esperança domingos jassitasse
Lucinídea Amelia Luciano
Shelton domingos
Maida cristina cuinca

Docente
MSC.Alfredo coelho
Lei como fonte do direito
 Conceito
 Quando falamos de Fontes do Direito queremos referir-nos às nascentes, aos mananciais do
Direito. Ou seja, Fontes de Direito são os meios pelos quais se formam ou se revelam as
normas jurídicas.

 Lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É acto do Poder Legislativo, que
estabelece normas de acordo com os interesses sociais. Não constitui, como outrora, a
expressão de uma vontade individual (L’État c’est moi), pois traduz as aspirações colectivas.
Apesar de uma elaboração intelectual que exige técnica específica, não tem por base os
artifícios da razão, pois se estrutura na realidade social. A sua fonte material é representada
pelos próprios fatos e valores que a sociedade oferece
 Lei é uma regra geral, que, emanando de autoridade (estadual) competente, é imposta,
coactivamente, à obediência de todos". Com efeito, ela caracteriza-se por ser um conjunto
de normas dotadas de generalidade, isto é, que se dirigem a todos os membros da
colectividade, sem exclusão de ninguém. A lei é ainda provida de coacção, com o objectivo
tornar induzir os indivíduos a não violar os seus preceitos. Regra jurídica sem coacção, disse
Jhering, é uma contradição em si, um fogo que não queima, uma luz que não ilumina.
Lei formal
A lei, dentro dos limites definidos como lei material, vai desde a constituição até aos regulamentos,
passando por formas intermédias. Em todos estes casos há uma lei, amplamente entendida, e essa lei diz-
se material, material porque, embora varie o órgão que a faz e a forma porque a faz, permanece idêntica a
matéria, o conteúdo é sempre o mesmo: uma regra jurídica enunciada pelo Estado
Mas a palava “lei” pode tornar-se também em sentido formal, e então designa aquilo que se chama
actividade legislativa propriamente dita, ou seja, a actividade exercida por determinado ou determinados
órgãos especialmente qualificados e segundo forma solene estabelecida na Constituição. Esses órgãos
constituem o que se chama o poder legislativo, e, à face da Constituição que nos rege, são três: a
Assembleia da República, o Governo, e as Assembleias Legislativas Regionais, que actuam como poder
legislativo quando procedem segundo certas formas que estão previstas na Constituição e a que se dá o
nome de leis: leis pura e simplesmente, se se trata da Assembleia da República, decretos-leis, se se trata
do Governo, e decretos legislativos regionais, se se trata da Assembleias dos Açores ou da Madeira

Pensamos que, segundo a melhor interpretação da Constituição, as leis formais devem ser ao mesmo tempo
materiais, e por tanto a lei formal aparecerá apenas como uma zona ou sector da lei material. É a lei
material emanada da assembleia da república ou do Governo ou das Assembleias Legislativas Regionais sob
aquela forma, com aquele aparato, com aqueles trâmites a que a Constituição dá o nome de lei ou decreto-
lei ou decreto legislativo regional.
As leis ordinárias
 A lei pode ser, segundo outro critério, constitucional ou ordinária. Há leis constitucionais e leis ordinárias.
 A Constituição representa o estatuto fundamental de um país, carta orgânica, o diploma onde se contêm as
normas e os princípios supremos a que obedece a estrutura e a actividade do Estado. O Estado implica
organização; as bases desta organização contam deste texto ou diploma, que reveste força e autoridade
especiais.
 A Constituição do Estado Moçambicano, embora com algumas especialidades, integra-se no número das
chamadas constituições rígidas, porque a sua modificação obedece a um processo legislativo diverso do
adoptado para o comum das leis. A Constituição é modificada mais dificilmente do que qualquer outra lei. Em
princípio só pode ser revista cinco anos depois da entrada em vigor da última lei de revisão, as alterações têm
de ser votadas por dois terços dos deputados e estão sujeitas a certo número de limites (o primeiro dos quais é
o respeito pela independência nacional e pela unidade do Estado) (arts. 300.˚ a 303.˚) e entre outros
processos.
cont
 É da Assembleia da República e do Governo que promanam as leis ordinárias, em contraste
com as constitucionais, que apenas a Assembleia pode fazer, revestida da qualidade de
órgão ou poder constituinte.
 A lei, sem mais qualificativos, é o acto legislativo emanado da Assembleia após debate
público realizados nos termos constitucionalmente previstos.
 Decreto-lei é o acto legislativo emanado do Governo.
 Tanto as leis como os decretos-leis são leis ordinárias e têm, em princípio, o mesmo valor, a
mesma forca obrigatória.
Leis publicas e leslativas privadas
 Existem tanto leis públicas como leis privadas. As leis públicas são aquelas que pertencem ao governo da
Cidade e que visam o bem comum
 A lei de ordem pública, ao contrário das que integram a ordem privada, reúne preceitos de importância
fundamental ao equilíbrio e à segurança da sociedade, pois disciplina os fatos de maior relevo ao bem-
estar da coletividade. Por tutelar os interesses fundamentais da sociedade, prevalece
independentemente da vontade das pessoas. É cogente e se sobreleva à opinião de todos, inclusive à
daqueles a quem beneficia.
 Constituem leis de ordem pública as que dispõem sobre a família, direitos personalíssimos, capacidade
das pessoas, prescrição, nulidade de actos, normas constitucionais, administrativas, penais, processuais,
as pertinentes à segurança e à organização judiciária. São igualmente as que garantem o trabalho e
dispõem sobre previdência e acidente do trabalho. Para o reconhecimento dessas leis, tem sido
importante o papel da jurisprudência.

 As leis privadas, por seu turno, não devem ser confundidas com os privilégios. As primeiras intervêm nos
domínios em que o legislador se absteve de tornar executivas as leis públicas imperativas. Os privilégios,
pelo contrário, materializam-se em verdadeiras isenções em proveito deste ou daquele cidadão ou grupo
de cidadãos, formando como que uma excepção à aplicação ordinária e comum das leis públicas
A elaboração da lei
 Convém dizer alguma coisa para se ter uma ideia, ainda que não exaustiva, acerca da forma como a lei é
elaborada. Temos aqui em vista, em princípio, a lei no sentido restrito da palavra, ou seja a lei da
Assembleia da República
 Naquela elaboração seguem-se trâmites um tanto ou quanto semelhantes nos vários países. Depois da
introdução do constitucionalismo podem distinguir-se quatro fases ou momentos fundamentais:
 Formação da Lei;
 Promulgação;
 Publicação;
 Entrada em Vigor.
Formação da lei
 A lei começa por um projeto ou proposta à Assembleia da República pelos deputados, grupos
parlamentares, às comissões da Assembleia da República, comissões da Assembleia da República ou ao
Governo. Na verdade, é aos deputados, grupos parlamentares comissões da Assembleia da República,
comissões da Assembleia da República e Governo que compete, em princípio, a iniciativa legislativa
(art.º 182.˚, n.˚1 da CRM).
 . A discussão das propostas e os projetos de lei e de referendo é submetido a debate na generalidade e
na especialidade, e a votação compreende uma votação na generalidade, uma votação na especialidade
e uma votação final global (art.º 183.˚, n.˚1 e 2 da CRM).
 É assim que nos termos da nossa Constituição nasce a lei, suposto o projeto (“lato sensu”) seja
aprovado.
 Acha-se então concluído o ciclo da formação da lei. Mas esta, que materialmente já existe, não tem
ainda vida jurídica. Está-se na presença apenas dum projeto aprovado, e para que esse projeto
aprovado se torne lei, obrigando os cidadãos, é ainda necessário aquela outra formalidade que
igualmente enunciámos, a promulgação.
pormulagacao
 Dá-se o nome de promulgação ao acto pelo qual o Presidente da República atesta solenemente a existência da
lei e ordena que ela se execute, no pressuposto de que está regulamente aprovada nos termos constitucionais
(art.º 162 da CRM). As leis são promulgadas até trinta dias após a sua recepção, ou após a notificação do acórdão
do Conselho Constitucional que se pronuncia pela não inconstitucionalidade de qualquer norma delas constantes
(art.º 162, n.˚2).
 A lei destina-se a ter eficácia obrigatória, espera obediência de todos os cidadãos e dos próprios órgãos do
Estado, que deverão cumpri-la. Há por isso conveniência em que se afirme externa e solenemente a sua
existência para lhe dar executoriedade
 A promulgação, a que deve acrescer a referenda do Governo, segue-se a publicação
Publicação
 A publicação é o meio de levar a lei ao conhecimento geral dos indivíduos.
 O modo de publicação tem variado pelos tempos: não só o modo como, até certo ponto, a finalidade.
Antigamente, através da publicação procurava-se divulgar materialmente o texto da lei, difundir o seu
conhecimento na massa da população. A publicação era como um anúncio ou reclame da lei para que ela
se tornasse efetivamente conhecida. Havia aqui como que uma função didática da parte do legislador,
que não se limitava friamente a comandar, mas queria paternalmente que as suas ordens fossem
conhecidas. E, assim, faziam-se afixações públicas, fazia-se a leitura das leis nas assembleias, nas
igrejas, nos mercados.
cont
 A lei, antes de publicada, já tem existência jurídica: já existe juridicamente, uma vez processada a atividade
mais ou menos complexa que ficou descrita; mas ainda não tem valor prático, porque não entra logo em vigor.
A sua eficácia depende de dupla condição: primeiro, ser publicada no jornal oficial; depois, decorrer sobre
essa publicação lapso de tempo necessário para que possa ser conhecida e estudada. Dá-se a este período o
nome de “vacatio legis
Entrada em vigor
 A falta de publicidade das leis implica apenas a sua ineficácia jurídica. Quer dizer, hoje, a lei antes
ainda de publicada, já é juridicamente existente e valida, já está concluída como acto; simplesmente
não produz nem pode produzir (como não os produz antes de decorrida a “vacatio legis” que é o
período entre a publicação e a entrada em vigor).
 A “vacatio legis” acha-se hoje definida na Lei n.˚ 7/98, de 11 de Novembro. Diz-se aí: que a eficácia
jurídica de qualquer diploma depende da sua publicação no “Diário da República” que é o Jornal
Oficial de Portugal; que a sua data é a da publicação; que aquela eficácia ou vigência começa no dia
fixado no próprio diploma (que não poderá ser o da publicação) ou, na falta de fixação, no prazo de
cinco dias quanto ao Continente, quinze dias quanto aos Açores e Madeira, e trinta dias quanto a Macau
e ao Estrangeiro. Esses prazos correm a partir da publicação, não se contando o próprio dia desta, ou
seja, a partir do dia seguinte (arts. 1.˚ e 2.˚ da Lei n.˚ 74/98).
 Assim, sucede às vezes, quando há grande urgência na entrada em vigor de determinada lei, que esta
declara entrar em vigor dentro de prazo mais curto do que o legalmente previsto.
 No Estado Moçambicano “as leis aprovadas pela Assembleia da República e todos os demais diplomas
legais, entram em vigor quinze dias após a sua publicação em Boletim da República (Jornal Oficial de
Moçambique), salvo se neles se fixarem outra data (art.º 1, n.˚ da Lei n.˚ 6/2003). Após decorrida a
“vacatio legis” a lei começa a produzir efeitos.
Revogação da lei
 A promulgação e a publicação da lei frequentemente faz-se acompanharem da revogação de uma outra
lei anterior que regulava o mesmo tipo de questões.
 De um modo geral, a revogação de uma lei anterior opera-se de forma expressa: a nova lei determina de
modo claro que as disposições antigas devem ser tidas por revogadas, no todo ou em parte, e fixa
mesmo a data a partir da qual a revogação produz efeitos jurídicos.
 A revogação tácita, por último, pode resultar de uma simples adição de leis destinadas a reger esta ou
aquela situação. A nova lei vem sobrepor-se à lei antiga, sendo por vezes difícil para o intérprete,
mesmo o mais autorizado, decidir em que medida essa sobreposição não tornará caduca parcialmente a
lei anterior. Neste segundo caso a lei nova, que se mostra incompatível com a antiga, prevalece sobre
ela e revoga-a. Neste ca a revogação diz-se tácita porque não há uma expressa vontade revogatória
Revogação parcial ou tacita
 A revogação pode ser total ou parcial: total se atinge todo conteúdo da lei revogada;
parcial se atinge só parte desse conteúdo, deixando vigorar alguma ou algumas
Conclusão
 Contudo chegou-se a conclusão que, a Lei é a fonte imediata do Direito porque a lei é a
forma moderna de produção do Direito Positivo.
 A lei é acto do Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os interesses
sociais. Não constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual pois traduz
as aspirações colectivas.
 Em sentido estrito a lei é o preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo,
no âmbito de sua competência.
cont

obrigado pela atenção dispensada


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