Você está na página 1de 11

CONCEITO DE DIREITO: é o conjunto de normas de conduta coativa impostas

pelo Estado, se traduz em princípios de conduta social tendentes a realizar Justiça,


assegurando a sua existência e a coexistência pacífica dos indivíduos em
sociedade. O Direito para fins didáticos é dividido inicialmente em ramos.
Consoante a sua destinação, pode ser interno, internacional, público ou privado.

O Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público Interno. Conceito


Direito Administrativo: sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos
que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

As fontes do Direito Administrativo são

a) lei: é a norma posta pelo Estado;

b) doutrina: é a lição dos mestres e estudiosos do direito, formando o sistema


teórico de princípios aplicáveis ao direito positivo;

c) jurisprudência: traduz a reiteração dos julgamentos dos órgãos do judiciário


num mesmo sentido;

d) costumes: são práticas habituais, tidas como obrigatórias, que o juiz pode
aplicar na falta de lei sobre determinado assunto. Também denominado direito
consuetudinário;

e) princípios gerais do direito: são critérios maiores, às vezes até não escritos,
percebidos pela lógica ou po

a “lei” é a principal fonte do Direito Administrativo. Em sentido amplo, a “lei” abrange


desde a Constituição até os regulamentos executivos.
Portanto, nesse conceito, podemos encontrar a Constituição os atos normativos primários
– aqueles que decorrem diretamente da Constituição e inovam na ordem jurídica (leis
ordinárias, leis complementares, medidas provisórias, leis delegadas, etc.) – e as ações
normativas infralegais (decretos regulamentares, portarias, etc.).

Nesse contexto a primeira fonte escrita do Direito Administrativo. Mas, segundo Hely
Lopes Meirelles, apenas a Constituição e a lei em sentido estrito são fontes primárias do
Direito Administrativo, enquanto as demais ações normativas expedidas pelo Poder
Público são apenas fontes secundárias.

Jurisprudência

É assimilado como o conjunto de decisões de mesmo teor em relação à determinada matéria


registrada pelos tribunais. Tratando-se, de decisões reiteradas, repetitivas, sobre determinado
assunto. Não é apenas uma decisão, mas um conjunto de decisões no mesmo sentido e sobre
o mesmo assunto. A jurisprudência representa a interpretação das normas jurídicas dos
tribunais quando tomam decisão sobre determinado assunto, possuindo grande potencial de
influenciar o Direito Administrativo.

A jurisprudência não se limita às decisões do Poder Judiciário, pois os tribunais


administrativos, como os Tribunais de Contas, também podem sistematizar os seus
entendimentos. Assim, podemos observar que vários entendimentos do Tribunal de Contas da
União sobre licitações e contratos exercem influenciam nas decisões dos gestores públicos e
na elaboração de atos normativos. Em geral jurisprudência não tem força vinculante nem para
a Administração Pública nem tampouco para o próprio Poder Judiciário.

É assimilado como o conjunto de decisões de mesmo teor em relação à determinada matéria


registrada pelos tribunais. Tratando-se, de decisões reiteradas, repetitivas, sobre determinado
assunto. Não é apenas uma decisão, mas um conjunto de decisões no mesmo sentido e sobre
o mesmo assunto. A jurisprudência representa a interpretação das normas jurídicas dos
tribunais quando tomam decisão sobre determinado assunto, possuindo grande potencial de
influenciar o Direito Administrativo.
A jurisprudência não se limita às decisões do Poder Judiciário, pois os tribunais
administrativos, como os Tribunais de Contas, também podem sistematizar os seus
entendimentos. Assim, podemos observar que vários entendimentos do Tribunal de Contas da
União sobre licitações e contratos exercem influenciam nas decisões dos gestores públicos e
na elaboração de atos normativos. Em geral jurisprudência não tem força vinculante nem para
a Administração Pública nem tampouco para o próprio Poder Judiciário.

Assim, mesmo existindo entendimento sobre determinada matéria, isso pode não impedir que
a Administração decida de forma distinta. Nessa perspectiva, Marcelo Alexandrino e Vicente
Paulo destacam que as decisões judiciais com efeitos vinculantes ou com eficácia, não são
consideradas fontes secundárias do Direito Administrativo. As fontes principais, uma vez
que alteram o ordenamento jurídico positivo, estabelecendo condutas de observância
obrigatória para toda a Administração Pública (e para o próprio Poder Judiciário).

Doutrina

Representando as construções e reflexões dos teóricos do Direito, a Doutrina constitui fonte


secundária ou subsidiária do Direito Administrativo. Os estudos são muitos importantes pois
são levado em consideração tanto na elaboração das normas, pelo Poder Legislativo, quanto
em sua interpretação, pelo Poder Judiciário no julgamento de litígios provindo da aplicação
de suas disposições.

Costume

O costume é o conjunto de regras informais observadas de forma uniforme e constante pela


consciência de sua obrigatoriedade. Apesar de ainda constar no rol das fontes do Direito
Administrativo, os costumes perderam consideravelmente a sua influência e no princípio da
legalidade. Assim, a aplicação dos princípios ocorre, normalmente, na ausência de lei sobre o
assunto.

Os costumes, quando não contrariam a lei, são fontes secundárias, indiretas, inorganizadas,
não escritas ou subsidiárias do Direito Administrativo. Percebe-se, pois, que o costume não
pode ser aplicado quando for contrário a lei. Deve existir uma consciência de
obrigatoriedade, ou seja, os agentes públicos e os cidadãos devem ter, em sua consciência, o
entendimento de que o princípio reveste-se de obrigatoriedade. Dessa forma, o costume só é
aplicável como fonte do Direito Administrativo sendo eles: For aplicado durante longo
período de tempo; Não for contrário à lei; Existir uma consciência de sua obrigatoriedade.

QUESTOES CONSTITUCIONAIS

A. O que é uma Constituição?

A Constituição é a lei fundamental de um determinado Estado. Pois, aí estão consagrados e


protegidos os direitos e garantias fundamentais do cidadão. Também estão estabelecidas as
regras de organização e funcionamento dos órgãos estatuais bem como princípios
fundamentais válidos nesse Estado. B. Princípios fundamentais A Constituição da República
de Moçambique estabelece alguns princípios que regem no nosso país. Os mais importantes
são: o princípio do Estado de Direito e o princípio de Democracia. Além desses é para
destacar que o nosso Estado é laico.

Artigo 3 da Constituição da República de Moçambique (Estado de Direito Democrático) A


República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado no pluralismo de expressão, na
organização política democrática, no respeito e garantia dos direitos e liberdades
fundamentais do homem.

1. Estado de Direito

O princípio de Estado de Direito trata do conteúdo, extensão e modo, como o Estado


deve proceder com as suas actividades. O princípio de Estado de Direito conforma as
estruturas do poder político e a organização da sociedade segundo a medida do
direito. O direito estabelece regras e medidas, prescreve formas e procedimentos, e
cria instituições. As características mais importantes do Estado de Direito são:

• Império da lei como expressão da vontade geral; todos os actos do Estado são
limitados pela lei;
• Divisão dos poderes: legislativo, executivo e judicial;
• Direitos e liberdades fundamentais
• Garantia jurídica formal e efectiva realização
No entanto, a Constituição da República de Moçambique consagra um vasto conjunto
de requisitos do Estado de Direito.

Queremos salientar artigo 2:


Artigo 2 (Soberania e Legalidade) 3. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se
na legalidade.

Neste artigo está consagrado que todos os actos do Estado devem cumprir com a Constituição
da República bem coma as leis.

2. Democracia

A República de Moçambique é uma democracia. Isto quer dizer que, é dirigido pelo
povo. É uma democracia representativa, significa que o povo exerce o seu poder
através de representantes eleitos por ele. A democracia como princípio fundamental
da República de Moçambique explicámos intensivamente na nossa outra brochura
sobre: “Estrutura do Estado e democracia em Moçambique”.

3. Estado Laico Em Moçambique,

a religião é separada do Estado. Há uma divisão total, em que a religião não tem nada
a ver com o Estado. A constituição reconhece a liberdade de se praticar a religião
assim como desenvolver actividades de interesse social, mas sempre em observância
com as leis do Estado.

Artigo 12
(Estado laico)

1. A República de Moçambique é um Estado laico.


2. A laicidade assenta na separação entre o Estado e as confissões religiosas.
3. As confissões religiosas são livres na sua organização e no exercício das suas
funções de culto e devem conformar-se com as leis do Estado.
4. O Estado reconhece e valoriza as actividades das confissões religiosas visando
promover um clima de entendimento, tolerância, paz e o reforço da unidade nacional,
o bem estar espiritual e material dos cidadãos e desenvolvimento económico e social.

B. Direitos e liberdades fundamentais

Além de abordar acerca da estrutura do Estado e os seus princípios fundamentais, a


Constituição da República de Moçambique consagra direitos e liberdades
fundamentais. Esses se referem a todos os cidadãos. Os mais importantes
apresentaremos nesta brochura, tais como, o princípio de igualdade, a liberdade de
expressão, liberdade de imprensa, liberdade de associação, direito de propriedade etc.

1. Direito à vida
Artigo 40
1. Todo o cidadão tem direito à vida e à integridade física e moral e não pode ser
sujeito à tortura ou tratamento cruéis ou desumanos. 2. Na República de
Moçambique não há pena de morte.

Exemplo 1: Bernardo é membro da comunidade Goba no distrito de


Murrupula. Ele é cidadão moçambicano como outros tantos. Ele, só pelo facto
de ser pessoa goza de certos direitos como o direito de viver bem e de gozar a
sua vida livremente segundo os limites estabelecidos pela Constituição da
República de Moçambique. Em princípio, ele não pode e não deve ser
ameaçado e nem violentado pelo Estado, porque o direito à vida é um direito
inerente à pessoa humana.

Perguntas para reflexão:

No ambiente em que vivemos há respeito pela vida?

Em que factos se baseia?


2. Princípio de igualdade

Exemplo 2:

Cecília pede um título de direito de uso e aproveitamento da terra acerca dum


terreno num município em Moçambique. Cecília nasceu no Distrito de
Ribaué, Província de Nampula. Os pais dela são camponeses. Eles nunca têm
celebrado casamento. Cecília é membro do partido PIMO. Acontece, que o
pedido não tinha sucesso. Depois, ela soube que o direito não foi concedido,
porque ela é mulher, filha de pais camponeses que além disso não são casados
oficialmente, nasceu num distrito, pertence à tribo Macua, é negra, é da
religião islâmica e membro do partido PIMO. Ela ficou muito admirada com
isto.

Exemplo 3:

Maria e Paula são estudantes e moram no bairro de Natikire. Acordaram às 4


horas de madrugada e foram ao Notariado do Registo Civil para reconhecer
fotocópias de B.I. Estava muito cheio e havia uma longa bicha. Tinham que
esperar duas horas. Joana, é filha do Director Provincial da Saúde, acordou às
9 horas e dirigiu-se ao Notariado do Registo Civil para, também, reconhecer
fotocópia do seu B.I. Ao chegar deparou-se com uma longa bicha mas, ela
entrou e foi logo atendida pelo funcionário público. Artigo 35 (Princípio da
universalidade e da igualdade) Todos os cidadãos são iguais perante a lei,
gozam dos mesmos direitos e estão sujeitas aos mesmos deveres,
independentemente da cor, raças, sexo, origem étnica, lugar de nascimento,
religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou
opção política.

Artigo 36 (Princípio da igualdade de género) O homem e a mulher são iguais


perante a lei em todos os domínios da vida política, económica, social e
cultura
A lei não distingue as pessoas quanto aos seus direitos de cidadão. Perante a
lei não há ministro nem camponês, nem branco nem negro, nem mulher nem
homem, nem macena nem 8 makonde, nem que este nasceu em Cabo Delgado
ou em Niassa, não há muçulmano nem católico, não há rico nem pobre, nem
doutor nem analfabeto. Não importa se os pais são casados pelo registo ou
não, se trabalham ou não, se são da PDD ou da FRELIMO. Todos cidadãos
são iguais perante a lei e gozam dos mesmos direitos.

Resposta do exemplo 2:

Todos os cidadãos têm os mesmos direitos e não devem ser descriminados. Se


a Cecília preencher os requisitos da Lei de Terra para o direito de uso e
aproveitamento da terra, deve ser concedido o título. A administração pública
não pode estabelecer mais precondições do que essas consagradas na lei.

Resposta do exemplo 3:

Este tipo de comportamento viola o princípio de igualdade de todos os


cidadãos, consagrado no art. 35 da Constituição da República de
Moçambique. A Constituição não distingue entre rico e pobre. O Notariado do
Registo Civil tem que obedecer à ordem em que as pessoas chegaram como
único característico sequência de servir os solicitantes.

Direitos e garantias dos administrados

Exemplo 14:

A Comunidade de Mwapanele é beneficiaria do Diploma 93/2005 (Diploma


dos 20%), porque na zona dela explorou uma empresa madereira. Ela já
constituiu um comité de gestão do Fundo Comunitário, abriu uma conta
bancária e entregou uma carta de solicitação do dinheiro aos Serviços
Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, quais são responsáveis para a
transferência das receitas. Os representantes do comité sempre procuram saber
acerca do andamento do processo, mas passando um meio ano ainda não tem
nenhuma informação acerta do processo dela. Um dia, o Director Provincial
de Agricultura diz que residentes de comunidades não podem preencher nos
Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia. A comunidade pergunta se
isso é mesmo assim.

Artigo 249

(Princípios fundamentais)

1. A Administração Pública serve o interesse público e na sua actuação


respeita os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos. 2. Os órgãos da
Administração Pública obedecem à Constituição e à lei e actuam com
respeito pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da
justiça.

Artigo 250

(Estrutura)

1. A Administração Pública estrutura-se com base no princípio de


descentralização e desconcentração, promovendo a modernização e a
eficiência dos seus serviços, sem prejuízo da unidade de acção e dos
poderes de direcção do Governo. 2. A Administração Pública promove a
simplificação de procedimentos administrativos e a aproximação dos
serviços aos cidadãos.

Artigo 253
(Direitos e garantias dos administrados)
1. Os cidadãos têm o direito de serem informados pelos serviços
competentes da Administração Pública sempre que requeiram sobre o
andamento dos processos em que estejam directamente interessados nos
termos da lei.

2. Os actos administrativos são notificados aos interessados nos termos e


nos prazos da lei e são fundamentados quando afectam direitos ou
interesses dos cidadãos legalmente tutelados.

2. É assegurado aos cidadãos interessados o direito ao recurso contencioso


fundado em ilegalidade de actos administrativos, desde que prejudiquem
os seus direitos

A Administração Pública tem a tarefa de implementar as leis em todo o


país, da capital até ao nível das comunidades locais. Na sua função, serve
o interesse público e na sua actuação respeita os direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos.
Consoante art. 249º da Constituição da República de Moçambique, os
órgãos da Administração Pública obedecem à constituição e à lei. Eles
actuam com o respeito dos princípios da igualdade, da 24 imparcialidade,
da ética e da justiça (veja também a brochura sobre Estrutura do Estado
e Democracia, pag. 22 e 23)

Resposta do exemplo 14:

Os Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia pertencem à


Administração Pública e tem a tarefa de implementar a Lei de Florestas e
Fauna Bravia assim como as demais leis no âmbito de florestas e fauna
bravia. Parte desta legislação também é o Diploma dos 20%. Como parte
da Administração Pública, os Serviços de Florestas e Fauna Bravia devem
servir o interesse público e na sua actuação respeitar os direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos (art. 249º da Constituição da
República de Moçambique). Eles, consoante art. 250º da Constituição da
República de Moçambique, devem promover a modernização e a
eficiência, a simplificação de procedimentos administrativos e a
aproximação dos serviços aos cidadãos dos seus serviços. Por isso,
primeira coisa, eles tem que transferir as receitas às comunidades logo
depois da solicitação, quando a comunidade tiver um comité e uma conta
bancária. Não há nenhuma razão para reter o dinheiro que pertence à
comunidade. Segundo, os Serviços de Florestas e Fauna Bravia são a
única instituição que pode responder às perguntas das comunidades
referentes aos 20%. Consoante artigo 253º n.º 1 da Constituição da
República de Moçambique, eles sempre devem informar a comunidade
sobre o andamento do processo deles. Eles devem se aproximar aos
cidadãos, significa, têm que responder a cartas das comunidades na
mesma forma escrita e entregar este documento na comunidade.
Aproximar aos cidadãos não significa que os funcionários fiquem
sentados nos escritórios deles e, quando vierem cidadãos, recusarem a
resposta. Deste modo, os Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia
violaram art. 249, 250 e 253 da Constituição da República, não
transferindo as receitas, não respondendo às cartas da comunidade e até
expulsando a comunidade enquanto vinha fazer valer o seu direito
consagrado na lei.

Você também pode gostar