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OS RAMOS DE DIREITO

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

As normas que regulam as diversas matérias e abrangem as diferentes áreas


institucionalizadas da vida social tendem a formar diversos subconjuntos
normativos organizados em tornos de certos princípios comuns que, por um
lado, estruturam e, por outro, os diferenciam de outros grupos de normas.
Surgem assim os diversos ramos do Direito.

A primeira e mais importante divisão é aquela que distingue Direito Público e


Direito Privado.

Vários critérios têm sido propostos uma vez que esta distinção não é pacífica.
No entanto, o critério que se baseia na (posição dos sujeitos da relação
jurídica) parece ter a maior aceitação na doutrina.

Segundo este critério, o Direito Público disciplina as relações entre Estados (ou
outros entes públicos como as Autarquias Locais) e os particulares, intervindo o
Estado numa posição de supremacia, isto é, como entidade dotada de poder
soberano. As normas de Direito Privado regulam as relações sociais entre
particulares ou em que intervenha o Estado (ou outros entes públicos)
desprovidos do seu poder soberano, isto é, os sujeitos da relação jurídica que
estão numa relação de igualdade.

RAMOS DO DIREITO PÚBLICO

Direito Constitucional: é o conjunto de normas jurídicas que representam a lei


fundamental de um país, determina a própria existência do Estado.

O Direito Constitucional determina a própria existência do Estado. Define a


função dos órgãos estatais, estabelecendo as garantias fundamentais das
pessoas; além disso, limita a acção do Estado. Trata de três problemas básicos:

 A forma do Estado e seu regime político;


 A organização dos poderes do Estado e sua respectiva competência
 A declaração e garantias individuais e sociais;

Direito Administrativo: é o conjunto de normas que têm por objecto disciplinar a


actividade desenvolvida quer nos órgãos da administração central e local com
vista à satisfação das necessidades e interesses colectivos.

Neste sentido o Direito Administrativo regula:

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 O modo de funcionamento do serviço público, nomeadamente os seus
órgãos;
 O estatuto dos agentes e funcionários administrativos;
 Os poderes da administração;
 A definição e regulamentação do acto administrativo e contratos
administrativos;
 Os órgãos de jurisdição administrativa e respectivas competências;
 As formas de processo de contencioso administrativo;

Quanto às suas características fundamentais podemos destacar as seguintes:

 A administração goza do privilégio de execução prévio (ou execução


imediata);
 A administração é independente do poder judicial;
 A administração encontra-se organizada hierarquicamente.

Direito Fiscal: é o conjunto de normas jurídicas que têm por objecto a


regulamentação do imposto nas suas diversas fase: incidência, lançamento,
liquidação e cobrança.

O imposto é uma prestação pecuniária, coactiva, unilateral, estabelecida por


lei a favor do Estado ou de qualquer ente público.

Direito Penal: é o conjunto de normas jurídicas que procuram qualificar


determinados factos como crimes e fixam os pressupostos das sanções criminais
correspondentes (penas e medidas de segurança), ou seja, determinam as
sanções que devem corresponder os factos qualificados como crime.

O crime é o elemento central deste ramo do Direito, uma vez que reduz sempre
uma violação de algum dos direitos fundamentais do indivíduo ou do Estado, à
qual corresponde uma sanção de um tipo particular (pena ou medida de
segurança).

Quanto à execução de penas, o juiz que aplica a pena tem de determinar


qual a medida da pena que cabe ao arguido, já que a lei apenas define os
limites da sua aplicação.

Direito Processual: é o sistema de normas jurídicas que regem o processo, isto é,


o conjunto de formalidades que devem ser desenvolvidas em tribunal para a
resolução de litígios. Pode ser civil, criminal, administrativo, fiscal e do trabalho.

É um ramo do Direito que regula o funcionamento dos Tribunais e disciplina o


exercício da função judicial. Assim, Direito Processual, seja ele Civil, Criminal,
Administrativo ou Fiscal, tem como objectivo aplicar aos casos concretos da
vida real o Direito Civil, criminal, Administrativo e Fiscal.

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RAMOS DO DIREITO PRIVADO

Direito Civil

Direito Civil é considerado como o núcleo do Direito privado e um direito


subsidiário, na medida em se deve recorrer às suas normas sempre que a
situação não se encontra prevista noutros ramos do Direito privado.

O fundamentalmente, o Direito Privado comum assenta em três ideias mestras:

 A pessoa
 A família
 O património

Entre as várias as várias classificações, as mais utilizadas são a que inclui os


seguintes sub-ramos:

Direito das Obrigações regulam o tipo particular da relação jurídica dominada


obrigação, ou seja, veículo pelo qual o devedor fica com um dever ou
obrigação e o credor com um direito de crédito.

Direitos Reais: é o conjunto de normas jurídicas que regulam os direitos de


atribuição das coisas.

Direito das Coisas (ou Direitos Reais) - regulamenta a atribuição das Cóias aos
sujeitos. O mais importante destes direitos é a propriedade.

Direito da Família - regula a constituição da família as relações que dentro dela


se estabelecem. Estas derivam do casamento, da procriação e da adopção.
Constituindo a família o órgão fundamental da sociedade, o direito protege-a,
regulando o próprio casamento, as relações patrimoniais e pessoais entre os
cônjuges, as relações entre pais e filhos, a interrupção e dissolução do vínculo
conjugal.

Direito Sucessório: conjunto de normas jurídicas que regulam as relações


inerentes a sucessões mortis causa, ou seja disciplina a sucessão por morte,
mortis causa. Esta pode ser:

Testamentária: por testamento

Legitimária: forçosa, prevalecendo contra a vontade do sucessor;

Legítima: com carácter supletivo, para o caso do autor da sucessão morrer


sem testamento.

O Direito Civil contém os princípios e disposições gerais aplicáveis a todos os


ramos de Direito, encontrando-se inseridos no Código Civil.

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Direito Comercial: é o ramo especial do Direito civil, dele se destacando o
resultado do extraordinário desenvolvimento do comércio. Este facto fez com
que se verificasse a existência de leis menos rígidas e mais apropriadas para a
actividade comercial, do que aquelas que o Direito Civil previa.

O Direito Comercial surge para facilitar e agilizar os actos de comércio,


definindo esses actos, a qualidade de comerciante, a regulamentação das
sociedades comerciais, os processos de falência, os contratos comerciais, os
títulos de crédito e operações bancárias, etc.

Nesse sentido podemos definir Direito Comercial como o conjunto de normas


jurídicas que regulam a situação jurídica do comerciante e as relações que
têm por objecto actos de comércio.

Direito do Trabalho

Podemos definir o Direito do trabalho como conjunto de normas jurídicas que


regulam as relações de trabalho por conta de outrem e aplica-se, em princípio,
aos trabalhadores das empresas privadas, se bem que se manifeste hoje a
tendência para o alargar ao sector público da economia.

Direito Internacional e Direito Interno

A primeira classificação a ter em conta é a que distingue entre relações inter-


estaduais.

Assim, Direito Internacional é o ramo do direito que regula as relações inter-


estaduais, isto é, entre Estados e ou outras entidades equiparadas a Estados no
plano do direito internacional, como são o caso das Organizações
internacionais, a ONU tendo este vigência automática no direito interno
nacional.

Já o Direito Interno é o ramo do direito que regula as relações intra-estaduais,


isto é, dentro de um Estado. Exemplo o Direito Angolano.

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