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RAMOS DO DIREITO
Entende-se por Ramos de Direito todo o sector normativo dotado de autonomia científica
por possuir princípios gerais próprios que permitam um tratamento técnico e sistemático
peculiar.
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO
Direito Constitucional ou Político:
Este é o direito que caracteriza o Estado, encarregando-se da sua organização e também
da dos entes públicos menores, dos órgãos da soberania e da repartição dos poderes entre
eles, estabelecendo os direitos fundamentais dos cidadãos. A Constituição é, pois, a Lei
Fundamental.
A Constituição: o 1.º capítulo diz sempre respeito aos direitos, Liberdades e Garantias
dos cidadãos, seguindo-se o poder político e a organização económica (modelo ocidental)
ou vice-versa (modelo soviético).
Direito Administrativo
É o conjunto de normas que regulam a organização e a actividade da Administração
Pública, tutelando as relações que esta disciplina.
Direito Criminal/Penal
Este é o direito que regula os crimes, as penas e as medidas de segurança aplicadas a
infractores. Materialmente são crimes as condutas que violam normas básicas da
convivência social, que lesam bens ou valores fundamentais.
Direito Internacional Público
É o conjunto de normas que regula as relações entre Estados, e entre estes e outras
entidades soberanas (Ex.: Santa Sé).
Direito Financeiro ou Tributário
Fazem parte deste direito as normas que regulam a recolha, a gestão e a aplicação ou
dispêndio dos meios financeiros públicos, provenientes dos impostos e taxas, das receitas
patrimoniais e dos empréstimos públicos.
Direito Fiscal
Regula as relações de natureza tributária que se estabelece entre os sujeitos activos da
relação tributária (ex.: Estado) e os agentes económicos em geral.
Direito processual ou Direito Adjectivo
Entende-se por direito processual o conjunto de normas que regulam as acções dos
tribunais e dos particulares que perante eles actuam ou litigam durante o processo
jurisdicional.
Note-se que o direito processual pode ser civil, criminal ou penal, administrativo, fiscal,
do trabalho, entre outros. O direito processual é, ainda, o direito que permite determinar
o tribunal competente para uma determinada acção jurisdicional.
RAMOS DO DIREITO PRIVADO
Dentro do direito privado é costume distinguir o direito civil, o direito comercial e o
direito internacional privado.
Direito Civil
Este é o direito privado comum ou geral que abrange todas as relações de direito privado,
excepto aquelas que se podem tornar objecto de um direito especial. O direito civil
subdivide-se em:
Direito das obrigações: regula as relações jurídicas que têm o contrato como
instituição fundamental.
Direito das coisas ou direitos reais: regula as relações que se estabelecem entre as
pessoas e as coisas, em que a propriedade aparece como instituição central.
Direito da família: regula a constituição da família e as relações que se estabelecem
no seio desta.
Direito das sucessões: regula a sucessão por morte nos bens do defunto. Esta
sucessão, consoante o título de vocação sucessória dos herdeiros, pode ser:
Testementária: deferida por testamento.
Legitimária: forçosa, prevalecendo contra a vontade do autor da sucessão.
Legítima: com carácter supletivo, pela hipótese de o autor da sucessão ter morrido
sem testamento.
Direito Internacional Privado:
É o direito que resolve os conflitos de leis de direito privado no espaço ou regula situações
da vida privada internacional. Consideram-se relações da vida privada internacional
quando os sujeitos estão em contacto com mais de um ordenamento jurídico.
Direito Comercial
É aquele que rege os actos de comércio, sejam ou não comerciantes as pessoas que nele
intervêm. É um direito historicamente elaborado para desembaraçar o tráfico mercantil
das peias do formalismo do direito civil, que tem por base a necessidade de celeridade do
tráfico económico e a do reforço do crédito.
NOVOS RAMOS DE DIREITO
Direito do Trabalho
Este direito estuda as normas jurídicas que regem as relações de trabalho: os direitos e
obrigações dos trabalhadores face à entidade patronal e de ambos face ao Estado.
Note-se que o direito do trabalho regula apenas relações de trabalho subordinado, isto é,
as situações daqueles que trabalham sob a direcção e por conta de outrem.
Ao longo dos tempos, certos complexos normativos assumem uma cada vez maior
autonomia. É o caso do:
NB: “Apesar de todo o esforço e cuidado postos na sua elaboração, este guia é
susceptível de conter possíveis falhas, pelo que apelo para a compreensão e costumada
benevolência do estudante, neste sentido aconselho os colegas a confrontarem com
outros livros”.