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AO JUÍZO DA ..., VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ...

MITRA DIOCESANA DE ITAPEMIRIM, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob o nº..., sedia na rua..., nº..., cidade..., bairro..., devidamente representada pelo seu
representante, NOME, brasileiro, estado civil..., profissão..., inscrito no CPF sob o nº...,
endereço eletrônico..., residente e domiciliado em..., vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, representada por seu procurador conforme instrumento particular de
procuração que segue em anexo, com escritório profissional localizado na Rua ..., sala ...,
bairro..., em Cidade/UF, endereço eletrônico..., com fundamento no artigo 102, inciso III,
alínea `a` da Constituição Federal e artigo 1.029 do Código de Processo Civil, interpor .

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Em face do respeitável acórdão proferido nas fls ..., que negou provimento ao
Mandado de Segurança em face do Recorrido.

Requer-se que seja recebido e processado o presente recurso, intimando-se a parte


Contraria para que ofereça, dentro do prazo legal, as contrarrazões e, após, seja o recurso
admitido e encaminhado com as inclusas razões ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Por fim, requer a juntada das custas de preparo e porte de remessa e retorno.

Nestes termos em que, pede deferimento.

Local..., e data...,

Advogado..., OAB nº...,


RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

RECORRENTE: MITRA DIOCESANA DE ITAPEMIRIM

RECORRIDO: 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA

PROCESSO Nº...,

Egrégio Supremo Tribunal Federal,

Colenda Turma,

Ínclitos Julgadores,

O Recorrente, não se conformando com o acórdão de fls. ..., que julgou o recurso de
apelação, vem, respeitosamente, apresentar as razões do presente recurso extraordinário

I. DA SÍNTESE DA DEMANDA

A recorrente, entidade sem fins lucrativos, faz o uso de imóveis de sua propriedade
para realizar cultos e atividades correlatas aos fins institucionais da igreja, em que mantém
centros pastorais de formação humano-religiosa, residência de padres e para arrecadar
fundos aluga um de seus imóveis.

Ocorre que, o município de Itapemirim, levando em conta o disposto no art. 150,


inciso VI alínea b da Constituição Federal, procedeu a cobrança de IPTU dos imóveis as que
não se destinam, especificamente, à celebração de cultos.

Ademais, a recorrente impetrou Mandado de Segurança, destinando à 2ª Vara da


Fazenda Pública daquele município, pretendendo desconstituir a cobrança de tributo.
Porém, o juiz de direito denegou a ordem, sobrevindo apelação que, à unanimidade, não foi
provida pela 20ª Câmara de Direito Público do Estado W. Houve a oposição de embargos
declaratórios, julgados ontem, explicitando a questão constitucional, que assim ficou
ementado:

EMBARGOS DECLARATÓRIOS. APELAÇÃO EM MANDADO DE


SEGURANÇA. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA DE TEMPLOS DE QUALQUER CULTO. SITUAÇÃO
NÃO EXTENSÍVEL A IMÓVEIS DE FINS SECUNDÁRIOS, QUE NÃO
SE PRESTAM AO CULTO, PROPRIAMENTE DITO. CENTROS
PASTORAIS E IMÓVEL LOCADO SOBRE OS QUAIS INCIDEM O
IPTU. CF, art. 150, VI, "b" e $ 4.°. INCONFORMISMO QUE DEVE SE
DAR NA VIA RECURSAL PRÓPRIA. SENTENÇA MANTIDA.

II. DA PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL

A Constituição Federal em seu § 3º do artigo 102, o recorrente demonstra, que há


repercussão geral nas questões constitucionais discutidas no presente caso, apta a ensejar a
admissibilidade do apelo extraordinário por este ao colendo Supremo Tribunal Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe:
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a
admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de
dois terços de seus membros.

De acordo com o § 1º do art. 1.035 do Código de Processo Civil:

“Para efeito da repercussão geral, será considerada a


existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista
econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo”.

Nesse diapasão, existem questões relevantes do ponto de vista social, jurídico e


econômico que ultrapassam os interesses subjetivos da causa, uma vez que foi violado a
imunidade tributária dos templos religiosos mesmo que alugados a terceiros conforme a
sumula 724 do STF.

Isto posto, comprova-se, fundamentadamente, que a causa preenche todos os


requisitos necessários para o seu recebimento e julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal.

III.DO CABIMENTO DO RECURSO

Há uma afronta aos direitos constitucionais, pois e assegura as instituições religiosas


imunidade tributárias a seus templos religiosos, ainda que o mesmo alugado a terceiro,
desde que este dinheiro recebido na locação seja utilizado em prol da entidade, que como
demonstrado no item fático e o que estar sendo feito.

IV.DO PREQUESTIONAMENTO

Vale ressaltar, o requisito básico do prequestionamento para fins da admissibilidade


do presente recurso, pela tratativa prévia do tema constitucional ventilado no tribunal a quo.
Conforme se verifica no teor do processo, o recorrente adotou a cautela de questionar com
antecedência e de modo expresso a matéria que se tornaria objeto deste recurso
extraordinário, superando a Súmula 282 do STF.

Súmula 282 do STF - “É inadmissível o recurso extraordinário,


quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal
suscitada.”

Diante do exposto, demonstra-se que não restam controvérsias deste recurso


questões de ordem constitucional que não tenham sido previamente suscitadas nas
instâncias inferiores prequestionadas merecendo ser reconhecido o presente Recurso
Extraordinário.

V.DO DIREITO

Constitui nítida ofensa aos preceitos legais jurisprudenciais que se amolda ao art. 150,
VI alínea “c” da Constituição Federal, pois é garantida na ordem constitucional a imunidade
de templos religiosos e o acórdão proferido pelo recorrido nos traz um entendimento
contrário ao texto constitucional. Diante o exposto, é necessário mencionar que o julgado
tomado como base diz que apenas é possível imunidade ao templo após o local ser alugado
a terceiro não constitui imunidade. No entanto o referido entendimento encontra-se
equivocado uma vez que a Súmula 724 do STF nos traz o seguinte esclarecimento.

Súmula 724 do STF

Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel


pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150 , VI , c , da
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tais entidades.

Assente, entendimento da jurisprudência pátria no seguinte sentido.

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. INSTITUIÇÃO


BENEFICENTE DE ENSINO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.
DESTINAÇÃO DE IMÓVEIS À FINALIDADE INSTITUCIONAL.
SÚMULA N. 724 DO STF. Segundo o entendimento do Supremo
Tribunal Federal, deve se efetuar uma interpretação teleológica da
norma constitucional imunizante de modo maximizar o potencial de
efetividade das referidas normas, com escopo de garantir o estímulo à
concretização de valores sociais, como a educação e a
cultura. Para tanto, o Supremo Tribunal Federal chegou a
sumular - enunciado n. 724 - o entendimento de que os
imóveis das instituições de ensino amparadas pela
imunidade tributária podem ser alugados a terceiros, sem
que tal circunstância enseje o afastamento da proteção
constitucional.

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. INSTITUIÇÃO


BENEFICENTE DE ENSINO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.
DESTINAÇÃO DE IMÓVEIS À FINALIDADE INSTITUCIONAL.
SÚMULA N. 724 DO STF. Segundo o entendimento do Supremo
Tribunal Federal, deve se efetuar uma interpretação teleológica da
norma constitucional imunizante de modo maximizar o potencial de
efetividade das referidas normas, com escopo de garantir o estímulo à
concretização de valores sociais, como a educação e a cultura. Para
tanto, o Supremo Tribunal Federal chegou a sumular -
enunciado n. 724 - o entendimento de que os imóveis das
instituições de ensino amparadas pela imunidade tributária
podem ser alugados a terceiros, sem que tal circunstância
enseje o afastamento da proteção constitucional.

Isto posto, não resta dúvidas que houve uma afronta constitucional e federal, assim
requer-se que o presente recurso seja conhecido e provido.

VI.DO PEDIDO

Por fim, o recorrente requer o conhecimento e o provimento do presente recurso


extraordinário, pois estão presentes todos os pressupostos de sua admissibilidade, anulando
a respeitável decisão recorrida de fls...,
Inversão do ônus da sucumbência, condenação da parte recorrida ao pagamento das custas
e honorários advocatícios, nos termos dos artigos 82, § 2º, 84 e 85 do Código de Processo
Civil.
Por derradeiro, requer a Notificação do Ministério Público.

Nestes Termos em que, Pede deferimento.

Local e data.

Advogado..., OAB nº...,

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