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• EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA

FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA – DISTRITO FEDERAL

COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

FEDERAÇÃO DAS ENTIDADES DE ORNITOFÍLIA DO ESTADO DO RIO


GRANDE DO SUL - FEORS, entidade sem fins lucrativos inscrita no CNPJ sob nº
CNPJ: 33.023.935/0001-42-59, com sede à na Rua Itapema n.º 400, CEP: 94.950-
577, Cachoeirinha – Estado do Rio Grande do Sul, neste ato, representada por
seu Presidente, Sr. NELSON ARRUÉ , brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no
CPF sob nº e Carteira de Identidade nº SSP RS, residente e domiciliado na Rua
– bairro , na cidade de Porto Alegre, através de seus procuradores infra-
assinados (procuração anexa), respeitosamente vem à presença de Vossa
Excelência, interpor o presente

AÇÃO ORDINÁRIA
COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

em face do ato omissivo do Coordenador de Monitoramento do Uso da Fauna


– Ibama Sede –

PRESIDENTE DO IBAMA: RODRIGO ANTONIO DE AGOSTINHO


MENDONÇA - Ibama – SCEN trecho 2, Edifício Sede, Brasília/DF – CEP 70818-
900 mail- presidencia@ibama.gov.br Tel. (61) 3316-1001 3316-1002 Voip
80(60)1002

COORDENAÇÃO DE MONITORAMENTO DO USO DA FAUNA ( COFAP )


Coordenadora: MARIA IZABEL SOARES GOMES DA SILVA. SCEN Trecho 2,
Edifício Sede, Brasília/DF – CEP 70818-900 cofap.sede@ibama.gov.br Tel
(61) 3316-1058 Fax (61) 3316-1549 Voip- 80(60)1002. INTEGRANTE DO
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS RENOVÁVEIS
– IBAMA. Endereço SCE Trecho 2 - Edifício Sede – L4 Norte – CEP 70818-900
Brasília/DF, pelos fatos e fundamentos que seguem:

DOS FATOS

Inicialmente cumpre destacar que o Poder Judiciário pode aferir a


legalidade de atos administrativos, sejam eles discricionários ou vinculados,
nesse sentido é a jurisprudências, in verbis:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO


DISCIPLINAR. SÚMULA 7/STJ. POSSIBILIDADE DE CONTROLE JUDICIAL DA
LEGALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. NÃO INFRINGÊNCIA DO
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
ANÁLISE PREJUDICADA. 3. A jurisprudência do STJ entende que o
Poder Judiciário no exercício do controle jurisdicional dos atos
administrativos, além de aferir a legalidade dos aspectos formais do
procedimento, pode anular ou reformar sanções aplicáveis à conduta
do servidor quando contrárias aos princípios da proporcionalidade e
da razoabilidade. 5. Recurso Especial não provido. (STJ - REsp: 1762260
SP 2018/0159082-8, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de
Julgamento: 27/11/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação:
DJe 11/03/2019).

ADMINISTRATIVO. CÓDIGO DO CONSUMIDOR. MULTA. CONTROLE


JUDICIAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. REINCIDÊNCIA. 1. O regime
jurídico-administrativo vigente no Direito brasileiro admite o controle
judicial dos atos administrativos, quer sejam atos vinculados ou
discricionários, nos termos do inciso XXXV do art. 5º da Carta Política
de 1988. A reincidência em conduta lesiva ao consumidor está
comprovada pela existência de dois processos que versam sobre
multa não paga pela Caixa Econômica Federal ao PROCON/PR,
figurando na condição de fornecedora de serviços. (TRF 4 - AC:
50385254620124047000 PR 5038525- 46.2012.404.7000, Relator: MARGA
INGE BARTH TESSLER, Data de Julgamento: 23/10/2013, TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: D.E. 24/10/2013).

DA CRIAÇÃO DE PASSERIFORMES NO BRASIL

A criação de passeriformes no Brasil é regulamentada pela Instrução


Normativa

IN 10º, IBAMA, salvo os Estados que possuem legislação própria, através


da Lei Complementar 140 de 2011, como é o caso do RS, SC, PR, RJ, AL, dentre
outros, como meio de descentralização da atividade.
Aqueles que pretendem criar aves nativas, ou seja, pertencente a fauna
brasileira, devem se inscrever no Cadastro Técnico Federal e utilizar a
plataforma digital SISPASS, para controle de nascimentos, definição de sexo
dos filhotes, fugas, solicitação de anilhas, TRANSFÊRECIAS de pássaros dentre
outras utilidades públicas.

Ocorre que o IBAMA na data de 19/01/2023 por ato do Coordenador de


Monitoramento do Uso da Fauna – Ibama Sede, emitiu ``Avisos e Comunicado
SISPASS/IBAMA N.º 03/2023´´ informando que: Informamos que, até a
conclusão das investigações e com o conhecimento do Presidente do IBAMA,
após sua posse, o módulo de transferências permanecerá
desabilitado/indisponível por prazo indeterminado, sem esclarecimentos
claros e objetivos .

DOS DIREITOS INERENTES À PROPRIEDADE PRIVADA


Os criadores de passeriformes são mantenedores de seus pássaros
(semoventes) e não meros posseiros, assim, gozam de todas as garantias
inerentes à propriedade, fato transcrito em seu direito de propriedade,
conforme as atribuições de conceitos e regulares, conforme a LEI 9.605/98 em
conjunto do DECRETO 6514/08. Nele são atribuições que dispõe as infrações e
sanções administrativas ao meio ambiente e criação.

O direito de criação encontra amparo primeiramente na Instrução


Normativa n º 10/2011 e o direito de propriedade para todos aqueles que
tiverem a compra feita de seus pássaros com nota fiscal de um criadouro
comercial legalizado e autorizado pelo IBAMA e ESTADO.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXII - é garantido o direito de propriedade;

Também é previsto no Código Civil:


(...)

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da


coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenha.
O art. 1.228, caput, descreve de modo analítico os direitos do
proprietário, enfeixando-os em usar (utendi), gozar (fruendi),
dispor (abutendi) e reivindicar. Essas faculdades formam uma
unidade, permitindo ao proprietário tirar toda a utilidade e
proveito possível da coisa. A faculdade de dispor (ius abutendi)
envolve tanto a disposição material quanto jurídica da coisa.

A criação de passeriformes em ambiente doméstico cumpre sua


função social de acordo com a Política Nacional de Biodiversidade,
acordo firmado pelo Estado Brasileiro, onde, ficou assentado que se deve
estimular a criação em ambiente doméstico de espécies nativas e, é o
que os criadores estão fazendo, com a construção do Pacto Ambiental.

DECRETO Nº 4.339, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe


confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e

Considerando os compromissos assumidos pelo Brasil ao


assinar a Convenção sobre Diversidade Biológica, durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento - CNUMAD, em 1992, a qual foi aprovada
pelo Decreto Legislativo no 2, de 3 de fevereiro de 1994, e
promulgada pelo Decreto no 2.519, de 16 de março de 1998;

Considerando o disposto no art. 225 da Constituição, na


Leino 6.938,de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, na Declaração do Rio e
na Agenda 21, ambas assinadas pelo Brasil em 1992, durante a
CNUMAD, e nas demais normas vigentes relativas à
biodiversidade; e

Considerando que o desenvolvimento de estratégias,


políticas, planos e programas nacionais de biodiversidade é um
dos principais compromissos assumidos pelos
países membros da Convenção sobre Diversidade Biológica;

DECRETA:
Art. 1º Ficam instituídos, conforme o disposto no Anexo a
este Decreto, princípios e diretrizes para a implementação, na
forma da lei, da Política Nacional da Biodiversidade, com a
participação dos governos federal, distrital, estaduais e
municipais, e da sociedade civil.

(...)

9. A Política Nacional da Biodiversidade abrange os


seguintes Componentes: (...)
10. II - Componente 2 - Conservação da Biodiversidade:
11. engloba diretrizes destinadas à conservação in situ e ex
situ de variabilidade genética, de ecossistemas, incluindo os
serviços.

ambientais, e de espécies, particularmente daquelas


ameaçadas ou com potencial econômico, bem como diretrizes
para implementação de instrumentos econômicos e
tecnológicos em prol da conservação da biodiversidade.

PORTARIA Nº-444, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014 A MINISTRA DE


ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso de suas atribuições, e tendo
em vista o disposto na Lei no10.683, de 28 de maio de 2003, no
Decreto no6.101, de 26 de abril de 2007, e na Portaria Nº43, de
31 de janeiro de 2014, resolve:

Art. 1º Reconhecer como espécies da fauna brasileira


ameaçadas de extinção aquelas constantes da "Lista Nacional
Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção" - Lista,
conforme Anexo I da presente Portaria, em observância aos arts.
6ºe 7º, da Portaria Nº43, de 31 de janeiro de 2014. § 1º A presente
portaria trata de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e
invertebrados terrestres e indica o grau de risco de extinção de
cada espécie.

§ 2º Peixes e invertebrados aquáticos serão objeto de Portaria


específica.

Art. 2º- As espécies constantes da Lista, conforme Anexo I,


classificadas nas categorias Extintas na Natureza (EW),
Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU)
ficam protegidas de modo integral, incluindo, entre outras
medidas, a proibição de captura, transporte, armazenamento,
guarda, manejo, beneficiamento e comercialização.

§ 1º A captura, transporte, armazenamento, guarda e manejo


de exemplares das espécies de que trata caput somente
poderá ser permitida para fins de pesquisa ou para a
conservação da espécie, mediante autorização do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -Instituto
Chico Mendes.

§ 2º As restrições estabelecidas no caput não se aplicam a


exemplares reproduzidos em cativeiros devidamente
licenciados por órgão ambiental competente, em
conformidade com Planos de Ação Nacionais para
Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção-PAN,
quando existentes.

Art. 3º Os critérios utilizados e as avaliações técnico-científicas


do estado de conservação das espécies constantes da Lista
serão divulgados nos eletrônico do Ministério do Meio Ambiente
<www.mma.gov.br> e do Instituto Chico Mendes
<www.icmbio.gov.br>.

Art. 4º Poderão ser realizadas atualizações específicas na Lista a


partir de dados atualizados de monitoramento ou mediante o
aporte de conhecimento científico sobre o estado de
conservação da espécie, de acordo com o disposto no § 4o,
art. 6o, da Portaria no43, de 2014.

Art. 5º Reconhecer como espécies da fauna brasileira Extintas


(EX) aquelas constantes do Anexo II, nos termos do § 6o, art. 6o,
da Portaria Nº43, de 2014.

Art. 6º A não observância desta Portaria constitui infração sujeita


às penalidades previstas nas Leis nº 5.197, de 3 de janeiro de
1967, e 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, sem prejuízo dos
dispositivos previstos no Código Penal e demais leis vigentes,
com as penalidades nelas consideradas.

Art. 7º Os casos omissos ou que necessitem de tratamento


específico serão objeto de decisão e regulamentação por parte
deste Ministério. Art. 8oRevoga-se a Instrução Normativa nº 3, de
27 de maio de 2003.

Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

IZABELLA TEIXEIRA ANEXO....

Consideração de Resolução 394/07

( Todas as espécies que se encontram em extinção na natureza


é multiplicada em 100x na criação nacional em ambiente
doméstico, havendo em muitos estados a doação para a
reabilitação a soltura para a composição a natureza )

11.4. Quarta diretriz: Conservação ex situ de espécies.


Consolidação de ações de conservação ex situ de espécies e
de sua variabilidade genética, com ênfase nas espécies
ameaçadas e nas espécies com potencial de uso econômico,
em conformidade com os objetivos específicos estabelecidos
nas diretrizes do Componente 5.

11.4.10. Incentivar a participação do setor privado na


estratégia de conservação ex situ

da biodiversidade.

Conservação ex situ significa a conservação de espécies fora de


seu habitat natural, ou seja, em ambiente doméstico, particular etc.

Assim, o criador proprietário de seus passeriformes está cumprindo


com a função social da propriedade, pois, aumenta a variabilidade
genética de espécies, inclusive ameaçadas de extinção, além de
manter um banco genético com espécimes vivos para eventuais
introduções ou programas de reintroduções. Veja o caso da famosa
ararinha azul.

Todavia, o Coordenador de Monitoramento do Uso da Fauna do


IBAMA, por meio de aviso e comunicado, ato administrativo meramente
enunciativo, sem qualquer poder coercitivo, decide por sua conta,
suspender por tempo indeterminado a transferência de pássaros entre
os criadores amadores.

A autarquia federal, se assenhora da propriedade privada a


imobilizando ao nível nacional, atingindo mais de 450.000,00
(quatrocentos e cinquenta mil criadores de passeriformes ), devidamente
registrados, os impedindo de dispor de seus bens privados, inclusive dos
associados desta impetrante. E pior, por tempo indeterminado o Rio
Grande do Sul e os outros 25 estados não podem passar por esta
irregularidade do órgão ambiental IBAMA .

Ainda, sobre a natureza jurídica de mantenedores e propriedade


privada destes pássaros, citamos o entendimento do STJ:

ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. APREENSÃO DE PAPAGAIO.

ANIMAL ADAPTADO AO CONVÍVIO DOMÉSTICO. POSSIBILIDADE

DE MANUTENÇÃO DA POSSE DO RECORRIDO. REEXAME DO

CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS

AUTOS. SÚMULA 7/STJ. (...) 2. Ademais, a fauna silvestre,

constituída por animais "que vivem naturalmente fora do

cativeiro ", conforme expressão legal, é propriedade do Estado

(isto é, da União) e, portanto, bem público. In casu, o longo

período de vivência em cativeiro doméstico mitiga a sua

qualificação como silvestre. 4. Precedentes: AgRg no AREsp

333105/PB, Relatora Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA

TURMA, DJe 01/09/2014; AgRg no AREsp 345926/SC, Rel. Ministro

HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe 15/04/2014; REsp

1085045/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,

DJe 04/05/2011; e REsp 1.084.347/RS, Rel. Ministro HERMAN

BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe 30/9/2010. 5. Agravo.

Regimental não provido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos


os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os

Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A

Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo

regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-

Relator(a)." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell

Marques (Presidente), Assusete Magalhães e Humberto Martins

votaram com o Sr. Ministro Relator. (DECISÃO ORIGINÁRIA -

MANUTENÇÃO DE POSSE - REEXAME DO CONTEXTO FÁTICO-

PROBATÓRIO) STJ - AgRg no AREsp 333105-PB

(GUARDA DOMÉSTICA DE ANIMAL SILVESTRE - AUSÊNCIA DE

RISCO DE EXTINÇÃO - CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS -

APLICAÇÃO DA PENA EVENTUAL)

No caso deste precedente, até mesmo animais tirados da


natureza perdem a qualidade de silvestres. Já os criadores amadores
reproduzem animais nascidos em ambiente doméstico, devidamente
anilhados (a anilha é dispositivo que comprova a legalidade de
nascimento em cativeiro e é colocada no pé do pássaros até o 8º dia de
nascimento).

DO PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO

O sistema SISPASS é um serviço público disponibilizado aos


criadores amadores de passeriformes, e como tal, deve observar os
Princípios de Direito Público, tais como, o princípio da continuidade do
serviço público, como é de se depreender, significa que os serviços
públicos não devem ser interrompidos, dada a sua natureza e relevância,
pois são atividades materiais escolhidas e qualificadas pelo legislador
como tais em dado momento histórico, em razão das necessidades de
determinada coletividade. Não pode o Coordenador de Monitoramento
do Uso da Fauna do IBAMA interromper a prestação de um serviço
público sob o argumento de que estaria havendo fraudes, e ainda, por
tempo indeterminado.

Se existe fraude que fiscalizem os criadores, o sistema SISPASS é


um software que pode fornecer todas as informações necessárias aos
fiscais, não fazendo qualquer sentido interromper as transferências de
pássaros entre criadores ao nível nacional. Estes tem o direito líquido e
certo da continuidade da prestação de serviços públicos. Referido
serviço não pode ser interrompidos por tempo indeterminado.

E mais, o IBAMA vem autuando criadores no Brasil todo de ofício,


sem realizar a visita in loco, ou seja, apenas usando o banco de dados
do sistema SISPASS é possível apurar as fraudes, não sendo necessário a
interrupção do módulo de transferência ao nível nacional, pois, já possui
os mecanismos necessários para fiscalização.

DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Ao banir o módulo de transferência de passeriformes ao nível


nacional e contra todos os criadores, o Coordenador de Monitoramento
do Uso da Fauna do IBAMA faz presumir que são todos bandidos e agindo
na clandestinidade, não completando que todos pagam suas
anuidades ao órgão ambiental ( IBAMA ) que varia de $ 90,000, a 2.000,00
por ano.

O princípio da presunção de inocência está positivado no Art. 5º,


LVII, da Constituição Federal, cuja redação determina que “ninguém
será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória.”

Destarte quando se interrompe um serviço público por tempo


indeterminado sobre o fundamento de apurar fraudes e contra todos, a
autarquia federal, está presumindo que os criadores são fraudadores,
desrespeitando o Princípio Constitucional da Presunção de inocência,
sendo ignorando o direito privado e conceito quantitativo que todos
fraudadores do sistema e mais, não foi apresentado nenhuma prova ou
comunicação com provas ou alertas para todos terem a compressão do
que está acontecendo, insultado o direito a criação e igualando a todos
por um só..

Todos os dias existem vários ilícitos acontecendo no território


nacional, seja bancários, em jogos de azar, venda de veículos, corte de
madeira ilegal, criação de bois em terras de proteção permanente,
fazendeiros usando venenos em lavouras e matando milhares de
pássaros etc, e nem por isso os bancos fecham por tempo
indeterminado, a criação de gado é proibida por tempo indeterminado
e a plantação é proibido por causa dos venenos e agrotóxicos etc, a
questão é o lobby, já que criadores amadores de pássaros são pessoas
simples em sua grande maioria e não possuem representação
significativa no congresso nacional. A sociedade é dinâmica e dentro
deste dinamismo não há que se falar em ceifar um serviço público por
tempo indeterminado. Só o Poder Judiciário pode nos socorrer contra as
arbitrariedades do Poder Público.

Os criadores tem de seus animais e como já expusemos acima


possuem o direito líquido e certo de dispor dos mesmos.
Se há crimes sendo cometidos que o Presidente do IBAMA e o seu
Coordenador de Monitoramento do Uso da Fauna IBAMA acione a
Policia Federal que é polícia de Estado, para apurar as fraudes, assim
como vemos em matérias jornalísticas, mas não interromper o serviço de
transferência de propriedade privada por tempo indeterminado. Há
limites ao poder de polícia administrativo quando confronta direitos
fundamentais, como é o caso do direito de propriedade e o Princípio da
Presunção de Inocência.

DO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE

Ser razoável é uma exigência inerente ao exercício de qualquer


função pública. Sob a vigência do Estado de Direito não se pode admitir
a utilização de prerrogativas públicas sem moderação e racionalidade.
A própria noção de competência implica a existência de limites e
restrições sobre o modo como as tarefas públicas devem ser
desempenhadas. O princípio da razoabilidade tem origem no direito
processual norte-americano.

No Direito Administrativo, o princípio da razoabilidade impõe a


obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com
equilíbrio, coerência e bom senso. Não basta atender à finalidade
pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público
deve ser atendido. Trata-se de exigência implícita na legalidade.
Comportamentos imoderados , abusivos , irracionais, desequilibrados,
inadequados, desmedidos, incoerentes, desarrazoados ou inaceitáveis à
luz do bom senso não são compatíveis com o interesse público, pois
geram a possibilidade de invalidação judicial ou administrativa do ato
deles resultante.
Especialmente nos domínios da discricionariedade, dos atos
sancionatórios e do exercício do poder de polícia, o controle sobre a
razoabilidade das condutas administrativas merece diferenciada
atenção.

A possibilidade de revisão judicial de atos discricionários ilegítimos


por descumprimento da razoabilidade é admitida por Celso Antônio
Bandeira de Mello nos seguintes termos: “O fato de não se pode saber
qual seria a decisão ideal, cuja apreciação compete à esfera
administrativa, não significa, entretanto, que não se possa reconhecer
quando uma dada providência, seguramente, sobre não ser a melhor,
não é sequer comportada na lei em face de uma dada hipótese”

DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

Senhor(a) Juiz(a), mais de 450 mil criadores estão com suas


autorizações e propriedades privadas inamovível por um ato totalmente
arbitrário do Coordenador de Monitoramento do Uso da Fauna do
IBAMA.

A proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade voltado à


aferição da justa medida da reação administrativa diante da situação
concreta. Em outras palavras, constitui proibição de exageros no
exercício da função administrativa. Sua origem está ligada ao direito
público alemão.

Consoante excelente definição prevista no art. 2º, parágrafo


único, VI, da Lei
n. 9.784/99, a proporcionalidade consiste no dever de
“adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público”. A simples leitura do
dispositivo permite identificar a especial preocupação do legislador em
coibir excessos no campo do Direito Administrativo sancionador, seara
onde mais comumente são identificadas punições exageradas e
desproporcionais.

Além disso, pode ocorrer de a violação à proporcionalidade


manifestar-se no que respeita à extensão pessoal ou geográfica da
providência administrativa adotada, como é o caso destes autos, onde
o Coordenador de Monitoramento do Uso da Fauna do IBAMA suspende
por todo território nacional e por tempo indeterminado toda
transferência de pássaros pelos criadores. ``Não se usam canhões para
matar pardais´´. Totalmente desmedida a imposição do Coordenador
de Monitoramento do Uso da Fauna do IBAMA.

No julgamento do RE 466.343-1, o Supremo Tribunal Federal firmou


o entendimento de que a aferição de cumprimento do princípio da
proporcionalidade na aplicação de restrições a direitos fundamentais
deve ser realizada testando o conteúdo do instrumento restritivo à luz de
três subprincípios:
a) princípio da adequação ou idoneidade: avalia se o meio
empregado está apto a atingir os fins pretendidos. Exemplo: o Supremo
Tribunal Federal declarou inconstitucional a exigência de “atestado de
condição de capacidade” para o exercício da profissão de corretor de
imóveis por entender que o meio (atestado) não era capaz de atender
ao fim pretendido (RP 930/DF)38. No caso dos autos o IBAMA já possui o
acesso a todos os dados dos criadores no sistema SISPASS, é totalmente
inadequado o meio utilizado pela autarquia federal, deixar indisponvível
os bens privados por tempo indeterminado, a fiscalização pode ser feita
via sistema, aliás, como já vem sendo feita, o IBAMA está mandando via
correios multas de ofício aos criadores. Não pode toda uma classe ficar
privado de seus direitos em decorrência de uma minoria. O método que
o IBAMA resolveu utilizar não é idôneo, não pode uma classe de criadores
amadores ficar à mercê do autoritarismo pela não compreensão da
criação em ambiente doméstico, ou apurar o seu conceito próprio de
não simpatizar com pássaros em gaiolas sendo reproduzidos em
ambiente doméstico. Temos agentes do IBAMA que se tornou influencer
Digital nas redes, ( Roberto Cabral ) pregando ódio contra a criação em
ambiente domésticos e mostrando absurdos em imagens de caças de
outros países ilustrando acontecimentos que não se passam no Brasil,
levando a sociedade e simpatizantes do veganismo e se impulsionar
contra a criação.

Funcionário Influencer Digital, ROBERTO BORGES CABRAL, Analista


Ambiental, proprietário das redes INSTAGRAM: robertocabral.18
FACEBOOK: ROBERTO BORGES
b) princípio da necessidade ou exigibilidade: exige a inexistência
de outro meio menos gravoso, à luz dos direitos fundamentais,
igualmente capaz de atingir o mesmo resultado. Exemplo: a existência
do instituto da contribuição de melhoria como forma de absorver a
valorização em imóvel decorrente de obra pública, sem retirar a
propriedade privada, tornaria ilegítimo o instituto da desapropriação por
zona, que serve à mesma finalidade, mas de modo mais gravoso; O
IBAMA como possui total acesso ao sistema SISPASS pode realizar a
fiscalização de forma

eletrônica, assim, não é necessário que se torne indisponível e por


tempo indeterminado as transferências dos pássaros, cada CPF tem todas
as suas transferências, recebimentos, nascimentos, óbitos e outros dentro
do sistema, se houve realmente alguma fraude, deveria ter um processo
administrativo, com oficio, ou decreto ou instrução normativa interna
decretada, mas não, apenas uma imposição verbal sem o mínimo direito
construtivo, à não ser prejudicar a criação e as transferências entre
criadores para troca de genéticas, levando o caos ao meio ambiente
absoluto e equilibrado .

c) princípio da proporcionalidade stricto sensu: opera por meio


da ponderação entre a intensidade da medida empregada e os
fundamentos jurídicos que lhe servem de justificativa. Exemplo: o
Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional lei estadual que
exigia pesagem de botijões de gás e aplicação de desconto
proporcional no preço se houvesse eventual diferença diante do peso
declarado no recipiente. O argumento utilizado foi que, embora o
objetivo da lei seja bom (tutela do consumidor), o mecanismo
estabelecido para sua proteção é inviável e danoso, demandando
balanças pesadas e sujeitas a desregulações, de modo a criar um
esforço dos consumidores para sua verificação, inclusive o de “subir nos
caminhões” (ADIn 855)39. No caso destes autos a medida empregada
pelo Coordenador de Monitoramento do Uso da Fauna do IBAMA
(indisponibilidade dos bens por tempo indeterminado) é desmedida e
não há amparo jurídico.

Outros subprincípios:

*proibição de excesso (STJ, 2ª Turma, HC 104.410): proteção dos


cidadãos contra abusos por parte do Estado na limitação de
garantias fundamentais, estabelecendo uma “proteção
vertical” em favor do particular;

*meio legítimo: a providência estatal (instituto) utilizada precisa


ser avaliada à luz da ordem jurídica para aferição da
proporcionalidade. Assim, por exemplo seria ilegítimo a
Coordenação de fiscalização do Ibama tornar indisponível o
modulo de transferência de pássaros ao nível nacional sob a
argumentação de estar havendo fraudes, sendo que pelo
software é possível fiscalizar individualmente cada criador e em
tempo real.

Desta forma, o ato coator não atende aos princípios e


subprincípios estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal, fere direito
líquido e certo dos criadores de pássaros em poder dispor de seus bens
privados. A medida é desproporcional ao bem a ser alcançado.
DA INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 10 - IBAMA

A INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º10 – IBAMA em seu artigo n.º 10,


garante ao criador amador o direito líquido e de efetuar e receber a
transferência de até 35 (trinta e cinco) aves por ano.

IN10 – IBAMA Art. 10. O Criador Amador de Passeriformes poderá


efetuar e receber até 35 (trinta e cinco) TRANSFÊRENCIAS de
pássaros por período anual de autorização até a publicação da
lista de espécies nativas autorizadas para criação e
comercialização para animal de estimação conforme previsto
na Resolução Conama nº 394 de 06 de novembro de 2007 e a
adequação do sistema informatizado de gestão da criação de
Passeriformes (SisPass).

Portanto, o criador amador de passeriformes tem o direito líquido


e certo de efetuar e receber até 35 transferências de pássaros por ano.

Veja Excelência, estamos tratando do direito de transferência e


não venda de pássaros.

Não há na IN10-IBAMA, qualquer referência a interrupção do


serviço de transferência de aves por tempo indeterminado.

Novamente, o poder de polícia administrativo encontra seus


limites na legalidade, destarte, a proibição das transferências ao nível
nacional não tem respaldo legal. Trata-se de ato arbitrário que deve ser
revisto pelo Poder Judiciário.

NÃO HÁ NOVOS CRIADOUROS DE PAPAGAIOS, ARARAS E OUTROS


PÁSSAROS DE BICO TORTO, DESDE O ANO DE 2007, ENQUANTO ISTO O
TRAFÍCO IMPERÁ POR FALTA DE NOVOS EMPREENDIMENTOS E
QUALIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA PARA A ELABORAÇÃO DE UMA NOVA
GERAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA BIODIVERSIDADE AMBIENTAL.
Por tanto o criador de passeriforme tem o direito líquido e certo
com o total há receber ou transferir até 35 transferências de pássaros por
ano, que já é uma afronta para o desenvolvimento a biodiversidade. Até
o momento uma incapacidade de mais de 07 ( meses ) sem
transferências sem o direito formado pela constituição no seu ART 5º e na
mesma predominância configurado ao direito pela IN 10/2011, que
também traz a obrigação de pagamento anual de todo o criador ao
IBAMA e que vem sendo cumprido pelos criadores para obterem suas
atribuições da legalidade e do seu direito de cidadão.

Veja Excelência, estamos tratando do direito de transferência e


não de venda de pássaros.

Senhor(a) Juiz (a) os criadores possuem o direito fundamental


constitucional à criação em ambiente doméstico e outros de
propriedade privada, e de acordo com o código civil possuem o direito
líquido e certo de dispor desta propriedade, também possuem o direito
líquido e certo de acordo com o artigo n.º 10, da Instrução Normativa
n.10 do IBAMA de efetuar ou receber 35 transferências de pássaros por
ano, não de venda, mas de transferência.

A Coordenação de Fiscalização do Ibama não precisa utilizar o


meio extremamente gravoso de tornar indisponível ao nível nacional o
módulo de transferência de pássaros, atingindo mais de 450 mil criadores
em todo o Brasil, pois, pode, por meio da plataforma SISPASS fazer o
monitoramento dos criadores, que lá colocaram todos os seus dados e
acompanhar em tempo real toda a movimentação que aqueles
realizam dentro da plataforma.

Vale frisar novamente que o IBAMA está multando criadores de


ofício que estão recebendo multas via correio, o que significa que não
estão indo nas casas dos criadores fazer a fiscalização in loco, logo
podemos concluir que estão realizando as fiscalizações de modo remoto.

Em nenhum momento o IBAMA determinou o embargo por tempo


indeterminado de corte de arvores sob o argumento de que está
havendo fraudes e desmatamento na Amazônia Legal, também não
deixou por tempo indeterminado a criação de gado na mesma região
sob o argumento de que estão criando gado em áreas de preservação
permanente, reserva legal ou a proibição de agrotóxicos nas lavouras
etc.

Os criadores amadores de passeriformes estão sendo humilhados


pela autarquia federal, que não respeita sequer os Princípios
Constitucionais da Presunção da Inocência e da Isonomia. A
desqualificação de alguns servidores e fiscalizadores de confundir os
criadores com a comparação de traficantes, mesmo fazendo a vistoria
e fiscalização em apenas criadores registrados, e muito pouco em
caçadores que não são vistoriados ou fiscalizados por não terem registro
nos cadastros do IBAMA.

A autonomia de desqualificada do mérito ao confundir a criação


em ambiente doméstico com o tráfico de animais ou captura a natureza,
eleva a falta de compreensão já que no mercado da criação a alta
tecnologia hoje trás em lloco os mais adequados exames que estão no
mercado como: Sexagem de aves, comprovação de paternidade com
plataforma sanguínea e comprovação de genotipagem por gerações
com a comprovação de Registro geral, hoje acondicionado com
empresas qualificadas com porte de matérias primas de 1º mundo como
a empresa AMPLIGEM situada na cidade de Maringá PR.
Limitar o exercício de liberdades envolve uma atuação estatal
dotada de potencial antidemocrático. Por isso, o poder de polícia se
encontra sujeito aos princípios constitucionais e legais disciplinadores da
democracia republicana. A atividade de poder de polícia é
condicionada à promoção concreta e efetiva da realização de direitos
fundamentais e da democracia e não o contrário.

DO PEDIDO LIMINAR

A Lei 12.016/09, ao dispor sobre a tutela de urgência, previu


claramente o cabimento do pedido liminar ao dispor sobre a
possibilidade de suspensão do ato coator sempre que "houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia
da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o
ressarcimento à pessoa jurídica." (Art. 7º, inc. III).

No presente caso, referidos requisitos restam perfeitamente


demonstrados, vejamos:

FUNDAMENTO RELEVANTE: Como ficou perfeitamente


demonstrado, o direto da impetrante é caracterizado, uma vez que
estamos tratando do direito de transferência e não venda de pássaros,
portanto tal desídia da autarquia é totalmente infundada e irrazoável.

DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO: O criador


mantenedor de seus passeriformes está cumprindo com a função social
da propriedade, pois, aumenta a variabilidade genética de espécies,
inclusive ameaçadas de extinção, além de manter um banco genético
com espécimes vivos para eventuais introduções ou programas de
reintroduções.

Luiz Guilherme Marinoni ao lecionar sobre a tutela de evidência,


destaca:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há


racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da prova dos fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez
que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e
a demora inerente à prova dos fatos cuja prova
incumbe ao réu certamente o beneficia." (in Tutela
de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017.
p. 284)

Ademais, insta consignar sobre a REVERSIBILIDADE DA MEDIDA,


de forma que o seu deferimento não confere qualquer risco ou possua
algum reflexo irreversível.

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado


receio de dano irreparável, sendo imprescindível o deferimento para que
a autoridade coatora restabeleça o módulo de transferência de
passeriformes no sistema SISPASS no prazo de 48 HORAS úteis ou outro se
Vossa Excelência achar pertinente, sob a pena de multa diária, pois,
trata-se de obrigação de fazer.

O relator do processo 0002677-60.2009.4.01.3900, mencionou em


seu voto que a fiscalização do Ibama tem o poder e o dever de aplicar
o poder de polícia ambiental, no caso a vedação ao sistema DOF e a
outras licenças ambientais, conforme o art. 225, § 1º, inc. V, e § 3º, da
Constituição Federal, o art. 72, incisos VI, IX, XI e § 8º, da lei 9.605/1998
(sobre as sanções penais e administrativas para atividades lesivas ao
meio ambiente) e o art. 101 do decreto-lei 6.514/08 (estabelece o
processo administrativo federal).

Todavia, prosseguiu, a Administração não pode restringir ou limitar


injustificadamente o direito do particular de exercer sua atividade lícita,
mesmo agindo com base no princípio da precaução antes que a
autarquia emita resposta oficial apontando provas de ilegalidade e
motivação para aplicar a penalidade administrativa.

Segundo o desembargador, o TRF-1 já decidiu que "é inadmissível


a cominação sumária de penalidade administrativa, consistente no
bloqueio ao sistema de emissão de Documento de Origem Florestal
(DOF), suspendendo indevidamente o exercício de atividade
empresarial, sem observância do pertinente processo administrativo".

DO PEDIDO

Face ao exposto, requer:

a) LIMINARLMENTE, seja deferida a medida liminar pleiteada,


sendo imprescindível o deferimento para que a autoridade coatora
restabeleça o módulo de transferência de passeriformes no sistema
SISPASS no prazo de 48 HORAS úteis ou outro se Vossa Excelência achar
pertinente, sob a pena de multa diária, pois, trata-se de obrigação de
fazer;

b) A citação do Réu para responder, querendo,

A total procedência da ação para determinar que a autoridade


coatora restabeleça o módulo de transferência de passeriformes no
sistema SISPASS no prazo de 48 HORAS úteis ou outro se Vossa Excelência
achar pertinente, sob a pena de multa diária, pois, trata-se de obrigação
de fazer;

c) A produção de todas as provas admitidas em direito, em


especial a documental;

d) A condenação do réu ao pagamento de honorários


advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC;

Dá-se a causa o valor de R$ 12.705,00 (doze mil, setecentos e


cinco reais), valor de alçada.

Nestes termos, pede deferimento.

Gravataí, 28 de agosto de 2023.

FRANCIELLE THAUANY CONSONI

NELSON ARRUÉ.

CONSONI & ARRUE ADV ASSOCIADOS

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