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Estudo Dirigido
ELEMENTOS DO DIREITO PENAL
Conteúdo da disciplina
Neste breve resumo, destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente
relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo
programático da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos,
consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é
apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de Aprendizagem completa (livro-
base, videoaulas e material vinculado) das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o
seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível.
Bons estudos!
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Sumário
1. PERSECUTIO CRIMINIS ......................................................................................................... 2
2. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL..................................................................... 3
3. A SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ........................................................ 5
4. INQUÉRITO POLICIAL ........................................................................................................... 7
5. INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS E A PRESERVAÇÃO DO LOCAL DO CRIME ............................... 9
6. PRISÃO EM FLAGRANTE .................................................................................................... 10
7. PRISÃO PREVENTIVA ......................................................................................................... 12
8. INTERROGATÓRIO E CONFISSÃO ...................................................................................... 14
9. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS ....................................................................... 14
10. ACAREAÇÃO ................................................................................................................... 15
11. AVERIGUAÇÃO DA VIDA PREGRESSA DO INDICIADO .................................................... 15
12. FOLHA DE ANTECEDENTES ............................................................................................ 16
13. TERMO CIRCUNSTANCIADO .......................................................................................... 16
14. CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA ............................................................................... 18
15. CRIME DE FALSIDADE MATERIAL DE ATESTADO OU CERTIDÃO ................................... 18
1. PERSECUTIO CRIMINIS
As provas ou os elementos de convicção, inocência ou responsabilização do
infrator são colhidos durante o que se chama persecutio criminis (“persecução
penal” em latim), que se inicia no momento da prática do crime.
A investigação tem duas fases. A fase inquisitiva ou pré-processual tem
início com o inquérito policial, instrumento utilizado pelo Estado para preparar,
investigar e reunir elementos que porventura responsabilizem o suspeito em
relação aos atos praticados ou que conduzam à ausência de elementos de
responsabilização. A fase acusatória ou processual, por sua vez, ocorre perante o
Poder Judiciário, quando se tem prova cabal de que ocorreu o delito e indícios
suficientes de que o suspeito é o responsável pela prática do crime.
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2. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
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2.3 Princípio do contraditório
Esse princípio está fundamentado no art.5º, inciso LV da CF/1988,
constituindo uma garantia que não pode ser ignorada em nenhum sistema. O
princípio do contraditório está associado com o princípio da ampla defesa,
preservando o equilíbrio, a igualdade de oportunidades e a isenção estatal na
condução do processo.
O princípio do audiatur et altera pars, preceito incluído no princípio do
contraditório, estabelece que a outra parte seja também ouvida (ou seja, ambas as
partes sejam ouvidas, acusação e defesa, nesta ordem); e, para haver
imparcialidade no julgamento, deve-se ouvir a defesa somente depois da acusação,
para que aquela possa se defender especificamente do que lhe é imputado pela
acusação.
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de perigo; preservar a ordem pública, impedindo o cometimento de crimes; e
garantir a paz social e a lei.
O Estado estruturou a segurança no Brasil em dois níveis: federal e estadual.
A esfera federal tem seus órgãos subordinados à presidência da República, e a
esfera estadual tem seus órgãos subordinados aos respectivos governadores.
São órgãos federais da Segurança Pública brasileira apenas a Polícia Federal,
a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Ferroviária Federal.
São órgãos estaduais da Segurança Pública brasileira apenas a Polícia Civil, a
Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar.
4. INQUÉRITO POLICIAL
O Inquérito Policial (IP) no Brasil remonta a 1871. O IP estava previsto no
Decreto imperial nº 4.824/1871, com basicamente a mesma função dos dias atuais.
Na redação original da época, o ato legal assim previa:
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penal. Se o MP constatar que já há elementos que o habilitem a promover a ação
penal, deverá dispensar o IP e oferecer denúncia no prazo de 15 dias.
Acerca dos prazos no inquérito policial em âmbito estadual, quando o
investigado estiver em liberdade, o prazo para conclusão é de 30 dias, podendo ser
prorrogado por prazo estipulado pelo juiz. Mas, se o investigado estiver preso, o
prazo para conclusão é de apenas 10 dias, improrrogáveis.
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Como vimos acima, o IP pode ser iniciado por meios diversos, dependendo
da espécie de ação penal relativa ao crime (pública ou privada).
Na ação penal pública incondicionada, o autor da ação penal pública
incondicionada é o MP, não o ofendido. O ofendido não tem poder em tal ação para
determinar o futuro do acusado, mas nada o impede de se manifestar. Já na ação
penal privada, o inquérito policial terá início mediante requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la, ou seja, o inquérito policial inicia-se mediante
requerimento do ofendido, de seu representante legal ou de quaisquer dos
legitimados indicados no CPP.
Sabemos que não é possível que uma investigação policial perdure
indefinidamente no tempo, tampouco que acabe sem a apresentação de um
relatório circunstanciado sobre os principais atos investigativos e elementos de
convicção coletados. Via de regra, há prazos estipulados em lei para o término das
investigações, os quais podem variar conforme o delito investigado. Outrossim,
exige-se a apresentação de um relatório final, elaborado pela autoridade policial, no
qual devem estar registrados os fatos investigados, as principais diligências
realizadas, os elementos informativos colhidos e, ao final, as conclusões do
delegado de polícia quanto à materialidade do delito e aos indícios de autoria.
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Fonte: Universidade Federal do Espírito Santo, em http://www.ufes.br/conteudo/pesquisadores-demonstram-novas-
tecnologias-que-podem-auxiliar-trabalho-policial, acesso em 27 mar. 2018.
6. PRISÃO EM FLAGRANTE
Quando ocorre uma prisão em flagrante, segue-se um procedimento para a
lavratura do auto de prisão. O procedimento ocorre da seguinte forma: primeiro,
ouve-se o condutor (aquele que deu a voz de prisão ao agente criminoso). Depois,
são ouvidas as testemunhas da conduta delituosa, e logo depois ocorrerá a oitiva da
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O perito é a pessoa dotada de conhecimentos técnicos sobre determinado assunto, chamada a prestar
esclarecimentos sobre sua especialidade, com o objetivo de orientar a investigação e o julgamento da
infração penal. Pode ser oficial ou não oficial, mas deve ser nomeado para a função. Entretanto, a regra geral
é que seja perito oficial.
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vítima, quando possível. Essa prisão é a modalidade de prisão cautelar, de natureza
administrativa, realizada no instante em que se desenvolve ou termina de se
concluir a infração penal, ou seja, quando o flagrado é surpreendido no decorrer da
prática da infração ou momentos depois. Sua autorização está expressa na CF/1988,
em seu art. 5º, inciso XI.
É um ato administrativo que dispensa autorização judicial e se converte em
ato judicial no momento em que ocorre sua comunicação ao Poder Judiciário, a fim
de se analisar a legalidade da detenção e adotar as providências legais de acordo
com o art. 310 do CPP. A prisão em flagrante é uma exceção à regra da necessidade
de existência de ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária para a
detenção de alguém, motivo pelo qual é necessário o cumprimento dos requisitos
formais para a lavratura do auto, pois ele substitui o mandado de prisão expedido
pelo juiz.
Conforme previsto no art. 307 do CPP, o auto de prisão em flagrante deverá
ser lavrado pela autoridade policial, porém excepcionalmente a autoridade judicial
(o juiz) poderá lavrar o auto de prisão em flagrante, quando o delito for praticado
em sua presença e durante o exercício de suas funções.
Vejamos os tipos de flagrante:
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de forma legal, visa a flagrar um crime praticado pelo agente, mas
autuá-lo por outro crime.
7. PRISÃO PREVENTIVA
É uma modalidade de
segregação provisória,
decretada judicialmente.
Trata-se de uma medida
cautelar de constrição à
liberdade do indiciado ou
réu, por razões de
necessidade, respeitados os
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Fonte: Pacific Standard Magazine, em https://psmag.com/economics/since-
the-19th-century, acesso em 27 mar. 2018.
pressupostos que a autorizam.
A prisão preventiva é admitida nas seguintes hipóteses: (a) nos casos de crimes
dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos; (b) aos
réus reincidentes em crimes dolosos e com sentença transitada em julgado (desde
que entre a condenação anterior e o crime atual não tenham decorrido 5 anos,
conforme art. 64, inciso I, do Código Penal); (c) diante de violência doméstica e
familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, se o intuito for garantir a execução das medidas protetivas de urgência.
Outra hipótese dessa modalidade de prisão está prevista no parágrafo único
do art. 313 do CPP, e ocorre se presente dúvida quanto à identidade civil do
suspeito ou quando não houver elementos suficientes que a esclareçam. Este
dispositivo prevê que, depois de identificada, a pessoa deverá ser colocada em
liberdade se não houver outro motivo para manter a prisão.
Há pelo menos três requisitos que devem estar conjuntamente presentes
para decretação da prisão preventiva:
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8. INTERROGATÓRIO E CONFISSÃO
O interrogatório do acusado é oral e, quando houver mais de um indiciado,
deverá ser realizado separadamente, como determina o art. 191 do CPP. Ele é
constituído, didaticamente, de duas partes: interrogatório de qualificação e
interrogatório de mérito.3
No interrogatório de qualificação, o conduzido é indagado sobre seu nome,
filiação, estado civil, naturalidade. No interrogatório de mérito, pergunta-se ao
conduzido se é verdadeira a imputação e demais perguntas sobre o fato ou fatos
imputados.
No interrogatório pode haver confissão, e deve-se saber que a confissão
pelo acusado não tem, sozinho, valor probatório. Seja no IP, seja no processo, a
confissão precisa ser reforçada com outros meios de prova; em outras palavras, não
se pode condenar uma pessoa somente por sua confissão, por mais clara e
inequívoca que seja.
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Não significa que haja dois momentos, mas apenas para efeito de entendimento do interrogatório, isto é,
para fins didáticos, divide-se-o dessa forma.
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Trocando em miúdos: como primeiro passo do reconhecimento, a pessoa
que fará o reconhecimento deverá descrever o indivíduo a ser reconhecido. Depois,
se possível, coloca-se a pessoa que se pretende reconhecer ao lado de outras
semelhantes a ela, para que o reconhecedor a aponte. Se houver risco de
atemorização do reconhecedor pela mera presença do indivíduo, pode-se
providenciar uma barreira visual para que o reconhecedor veja o suspeito, mas o
suspeito não possa vê-la.
O processo de reconhecimento também pode ser realizado por fotografia.
Esse ato, se positivo por reconhecer o acusado como real praticante do crime, pode
legitimar o convencimento do juiz para a condenação, e o contrário também é
verdadeiro — a certeza do reconhecedor de dizer que não é aquela pessoa pode
fundamentar a absolvição.
10.ACAREAÇÃO
A acareação refere-se à diligência que permite à autoridade colocar, frente
a frente, duas ou mais pessoas que, no curso da investigação ou do processo,
tenham apresentado versões conflitantes sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Ela pode ser realizada entre os acusados; entre acusados e testemunhas; entre
acusados ou testemunhas e a pessoa ofendida; entre as vítimas ou, ainda, entre as
testemunhas. As pessoas acareadas são colocadas uma em frente da outra,
permanecendo a autoridade perto delas. A finalidade da acareação é explicar os
pontos em desarmonia sobre os fatos.
12.FOLHA DE ANTECEDENTES
Quando a notitia criminis chega ao conhecimento do delegado, ele deve
ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
juntar aos autos sua folha de antecedentes.
A folha de antecedentes não se apaga. Se por engano a pessoa é indiciada,
sua folha de antecedentes receberá a informação do indiciamento, ainda que o
inquérito policial venha a ser arquivado ao se constatar o erro de indiciar a pessoa
errada. Entretanto, essa informação que constará em sua folha de antecedentes
não poderá desaboná-la caso venha a ter de ser exposta, por exemplo, por ocasião
de aprovação em concurso público, mas ficará registrada.
13.TERMO CIRCUNSTANCIADO
Quando a autoridade policial tomar conhecimento de um fato criminoso
cuja pena estabelecida em lei seja de até, no máximo, 2 (dois) anos, deverá
encaminhar o autor do fato e o ofendido ao juizado para a lavratura do termo
circunstanciado (art. 69 da Lei nº 9.099/1995). Nesse contexto, não há a
necessidade de inquérito policial.
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O termo circunstanciado é uma peça semelhante a um boletim de
ocorrência policial, devendo conter a qualificação dos envolvidos na prática do fato
criminoso e um relatório sumário, com todos os dados considerados fundamentais
para a individualização dos fatos e a indicação do rol de testemunhas. Portanto, o
termo circunstanciado tem por objeto a descrição da infração e suas circunstâncias,
a qualificação das testemunhas e a indicação das requisições de exames necessários
à prova da materialidade da infração.
A autoridade policial competente para a lavratura será aquela que for
comunicada sobre a ocorrência da infração. O termo circunstanciado é um ato
administrativo e deve, para ser válido, apresentar cinco elementos essenciais:
objeto lícito; forma legal; competência da autoridade; motivo, e finalidade.
O motivo refere-se à existência suficientemente caracterizada de uma
infração penal qualificada como de pequeno potencial ofensivo. Já a finalidade é de
propor elementos, somados à prova técnica requisitada, a fim de elucidar a
formação da opinio delicti do MP para a propositura da ação penal ou de outra ação
descrita em lei especial. Assim como no IP para as demais infrações penais, o termo
circunstanciado deve conter os elementos suficientes para sustentar a acusação e as
providências penais, na proporção exigida pela natureza da infração, sendo
indispensável para estabelecer a justa causa da persecução penal.
Se a ação penal indevida e sem justa causa é uma coação ilegal que pode ser
trancada por meio de habeas corpus, assim também o inquérito policial e o termo
circunstanciado que não tenham justa causa podem ser trancados por meio de
habeas corpus. Com a lavratura do flagrante ou do termo circunstanciado, a
autoridade assume a coação processual, tornando-se coatora responsável por ser a
impetrada do habeas corpus. Conforme disposto no art. 144, § 4º da CF/1988, a
única autoridade que pode lavrar o auto circunstanciado é o delegado de polícia de
carreira da Polícia Civil.
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14.CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA
A falsidade ideológica é um crime tipificado no art. 299 do Código Penal:
“Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que
dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.”
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Os tipos penais são a previsão legal de crimes e sua punição. Teoricamente,
todos os tipos penais existem para proteger algum valor individual ou social, o que
significa dizer que o legislador cria leis penais para proteger valores. Dessa maneira,
o valor protegido pela punição legal do crime de certidão ou atestado
ideologicamente falso conforme previsto no art. 301, caput, do Código Penal é a
crença na veracidade e na autenticidade dos atestados ou certidões emitidas por
órgãos públicos, destinados a habilitar pessoas a obterem cargos públicos, a isentá-
las de ônus ou serviço público, ou qualquer outra vantagem. Nesse tipo de crime há
violação à administração pública.
Percebemos portanto que, na falsidade material, a própria forma do
documento, no todo ou em parte, é alterada ou, ainda, o agente pode forjar um
documento, criando um documento novo. Já na falsidade ideológica, a forma do
documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso: a ideia ou declaração que o
documento contém não corresponde à verdade.
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