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AULA 3, BLOCO 3

==Na Persecução Penal:==


==Na fase investigatória passará a existir um Juiz de Garantias, que atuará até o
recebimento dadenúncia.==
==Conceito: A outorga a um determinado juiz para atuar na fase investigatória,
ficando impedido para atuar na fase processual.==
==Natureza Jurídica: espécie de competência funcional, por fase, da persecução
penal.==

1) constitucionalidade formal ou material do juiz das garantias:

A) Inconstitucionalidade formal quanto a inciativa legal sobre o juiz das


garantias, já que a matéria versa sobre alterar a organização da divisão
judiciária.

B) Inconstitucionalidade material por violação à regra da autonomia financia e


administrativa do Judiciário, além da ausência da dotação orçamentária.

C) Inconstitucionalidade formal do art, 3º-d, parágrafo único. Novamente viola-se


a constituição, pois uma lei federal pretende tratar da organização Judiciária.

Há controvérsias, quanto as alegações supratranscritas, pois a constituição


permite que lei federal trate de competência.

FUNDAMENTO DO JUIZ FA GARANTIA:

A) Garantia da imparcialidade: Seria um princípio supremo do processo, há um


alheamento dos interesses de disputas. O mínimo que se espera é a imparcialidade do
terceiro que julgará a demanda. Trata-se de desdobramento do devido processo legal,
previsto na constituição, o mesmo faz, a Convenção Interamericana de direitos
humanos.

imparcialidade subjetiva: analisada no íntimo da convicção do magistrado. Aqui


entram as causas de impedimento e suspeição do julgador.
imparcialidade objetiva: Alguns doutrinadores chamam de teoria da aparência, não
basta parecer honesto, deve ser honesto. "A mulher de César não basta ser honesta,
deve parecer honesta” Júlio César.

BLOCO 4

Teoria da dissonância cognitiva: Originada de Leon Festinger, a teoria é ligada a


psicologia segundo a qual o ser humano que toma uma decisão fará tudo para
sustentar essa decisão futuramente. O ser humano não gosta de entrar em uma zona de
desconforto. Essa teoria causa desdobramentos, o primeiro é a desvalorização de
elementos dissonantes (efeito inércia). A segunda é busca involuntária por
informações consoantes com a cognição pré-existes. A terceira é a evitação ativa do
aumento de elementos cognitivos dissonantes, que lhe causem desconforto.
Bernard SCHUNEMANN associou essa pesquisa ao processo penal. Antes o juiz que
atuava no inquérito, por exemplo, determinando uma interceptação telefônica era o
mesmo que julgaria o processo, dado o princípio da prevenção.

O pesquisador chegou aos dados que de 90 prisões preventivas resultaram futuramente


na condenação.

DA POSIÇÃO DO JUIZ DAS GARANTIA DIANTE DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR.

O Magistrado, em questão, não pode atuar de ofício, tampouco deter iniciativa


acusatória; só pode agir se necessária.
Competências criminais dos juízes da garantias. O art. 3º B, cria um rol
exemplificativo da atuação criminal do Juiz das Garantias.

receber a comunicação imediata da prisão.


receber o auto de prisão em flagrante para controle de legalidade da prisão.
zelar pela observância dos direitos do preso, a qualquer momento.
ser informado sobre a existência de qualquer investigação.
decidir sobre requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar. Veda-se a
videoconferência; o réu deve estar acompanhada de defensor ou advogado constituído.
prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou
revoga-las, assegurado no primeiro caso, uma audiência pública e oral, garantido o
contraditório e a ampla defesa.
decidir sobre o requerimento de provas urgentes, em audiência pública.
prorrogar a duração do inquérito de réu preso, em vista dos argumentos da
autoridade policial.
decidir sobre outras medidas cautelares.
julgar habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia.
determinar incidente de insanidade mental.
decidir sobre o recebimento sobre a denúncia ou queixa.
assegurar prontamente, quando necessário, o direito do investigado ao defensor e
provas.
deferir admissão de assistente técnica, em caso de perícia.
decidir sobre o acordo de não-persecução e colaboração quando realizadas na fase
investigatória.

Bloco V

ABRANGÊNCIA DO JUIZ DAS GARANTIAS E SUA COMPETÊNCIA:

Art. 3º-C, o juiz das garantias abrange todas infrações penais, exceto as de menor
potencial ofensivo.

Infrações de menor potencial ofensivo: consta expressamente do art. 3º C, caput.


Isso se dá porque nesse caso, o inquérito é um termo circunstanciado, semelhante a
um boletim de ocorrência, o que afasta o juiz das garantias.

Juiz das garantia nos tribunais: O ministro Tofolli entendeu que a colegialidade
supre a necessidade do Juiz das Garantias, por resguardar a imparcialidade. Data
máxima vênia, a doutrina diverge do Ministro. O juiz das garantia deve ser aplicado
nos processos nos tribunais.

Juiz das garantias do Tribunal do Juri: Novamente o Ministro tofolli entendeu que o
veredicto fica a cargo de um órgão coletivo, o que garante a imparcialidade, ou
seja, é desnecessário o juiz das garantias.
Todavia, novamente, a doutrina entende que aplica-se o juiz das garantias.

Juiz das garantia na Justiça Militar: aplica-se, a semelhança do CPP.

Juiz da garantia na Justiça Eleitoral: Há quem defenda, que a competência da


justiça eleitoral deve ser tratada por lei complementar, o que afasta o juiz das
garantias nesse tocante.

Juiz das garantias no contexto da violência doméstica e familiar contra mulher: O


Ministro Toffoli compreende que o juiz da fase investigatória deve levar seu
conhecimento à fase processual, afastando o Juiz das Garantias, o que não é
encampado pela doutrina.
Juiz das Garantias colegiado: Existem duas espécies de juízes colegiados.
Sobre o assunto há controversa, a Lei 12.694/12, é expressa ao dizer que os crimes
de organizações criminosas não ao possui juiz das garantias.
Todavia, voz dissonante, compreende que o juiz de garantias, também, deve ser
aplicada às hipóteses.

Ministério Público das Garantias: Não existe, o melhor promotor para atuar na fase
judicial, é aquele que atuou na fase investigatória.

Cessação da competência do juiz das garantias: O juiz das garantias realiza o


recebimento da peça acusatória, oportunidade que cessa sua competência.

Recebimento da peça acusatória e apreciação das questões pendentes pelo juiz da


instrução e julgamento: O recebimento ainda é competência do juiz das garantias,
após as questões pendentes serão decididas pelo juiz do processo, por exemplo,
questões cautelares em curso.

Desvinculação do juiz do processo em relação as decisões do juiz das garantias e


desnecessidade de reexame das cautelares em curso:
As decisões dos juiz das garantias não vinculam o juiz do processo. Sobre as
cautelares, em curso, o juiz do processo deve as reavaliar.

Não apensamento dos autos que compões as matérias de comp. Do juiz das garantias,
aos autos do processo enviados ao juiz de instrução e julgamento: O inquérito ainda
fará parte do processo? A teor da lei do juiz das garantias, o inquérito devem
ficar acautelados não serão apensados aos juiz do processo, salvo provas
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de sua antecipação. O inquérito
ficará de posse do juiz das garantias, à disposição do MP e da defesa.

1 a corrente: defende a aplicação do texto legal.

2 a corrente: prevalece na doutrina, a desnecessidade de desapensamento do


inquérito.

Impedimento para a atuação do juiz das garantias: Além das causas de impedimentos
normais, aplica-se o art. 3º - B.

Insubsistência da prevenção como critério residual de fixação de incompetência: A


prevenção deixa de funcionar como critério de fixação de competência. Deixa de ser
uma causa de fixação e passa a ser causa de exclusão de competência.

Criação de rodízio dos juizes: Ofende a inamovibilidade dos magistrados.

Vedação da exposição da imagem do preso como instrumento a garantia a imagem e a


integridade moral do mesmo.

‘Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o
tratamento dos presos, **impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com
órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e penal.**

Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em


180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da
prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a
programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa,
assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade
da pessoa submetida à prisão.’”

Trata-se de perk walk, ou seja, o desfile e exposição de acusados, expondo-o, à


mídia e ao público.

AULA IV BLOCO 1

AÇÃO PENAL

Direito de ação penal: Basicamente deve-se raciocinar com a jurisdição, que é uma
função do estado, de dizer o jurisdição de forma exclusiva. Por isso, o Estado
criou a ação penal para que as partes exerçam o seu direito.

É o direito que a parte que acusa tem de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do


direito penal objetivo ao caso concreto por meio do devido processo legal, bem como
da defesa exercer ser direito máximo ao contraditório e a ampla defesa. (Art. 5º,
XXXV, CF)

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a


direito;

Não confundir o direito de ação com a ação propriamente dita. A ação é um ato
jurídico, ou seja, a iniciativa de buscar seu direito no Judiciário. Além disso, da
inicio ao processo penal.

De igual modo, não se pode confundir com o mérito propriamente dito, ou seja, com o
direito material que se afirma ter quando exercido o direito de ação. O direito de
ação é abstrato, pois independe do conteúdo que se afirma perante a jurisdição.

O Direito de ação é tratado, tanto pelo CP, quanto pelo CPP, isso repercute no
direito intertemporal. Se faz relevante, no sentido que as leis processuais são
prontamente aplicadas, enquanto a lei penal mais gravosa não retroage.

Ex: Ação penal no crime de estelionato: Anteriormente era um crime de ação penal
pública incondicionada, contudo o pacote anti-crime tornou a ação penal pública
condicionada a representação, sujeita ao prazo decadencial de 6 meses. A decadência
é causa extintiva da punibilidade. Aplica-se, in caso, a retroatividade da lex
mellius.

Condições da Ação Penal.

As condições da ação é uma categoria criada pela TGP com o objetivo de identificar
determinada espécie de questão submetida a congnição judicial. Funciona como uma
questão relacionada a um dos elementos da ação - partes, pedido, causa de pedir -
que estaria em uma zona intermediária entres questões de mérito e de
admissibilidade.

1) Novo CPC aboliu essa categoria? Se houve, ela é valida no CPP?

Para uma primeira corrente as condições da ação foram abolidas pelo novo CPC. De
todo modo, o órgão jurisdicional ainda tem de examinar a legitimidade, o interesse
de agir e a possibilidade jurídica do pedido. Tais questões devem ser examinadas ou
como questões de mérito (possibilidade e legitimação ordinária) ou como
pressupostos processuais de validade - a legitimidade ad causam é requisito de
admissibilidade subjetivo relacionado às partes, ao passo que o interesse de agir é
requisito objetivo extrínseco positivo. (Fred Diddier Jr)

A segunda corrente (Gajardoni) defende que não houve a extinção das condições da
ação, elas continuam a ser apreciadas pelo juiz como condição autônoma a ser
apreciada pelo Magistrado.

E no processo penal? Essa categoria continuar válida, uma vez que, o CPP é
explícito em relação a matéria, como se v6e em seu art. 395.

BLOCO 2

ESPÉCIES DE CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL

1) GENÉRICAS: Deveram estar presentes em toda ação penal. São elas, legitimidade ad
causam, interesse de agir, a possibilidade jurídica do pedido* e a justa causa*.
Quanto as duas últimas há controvérsias.

2) ESPECÍFICAS: São exigidas em apenas em algumas ações. Condição de


procedibilidade. Exemplos, representação do ofendido, requisição do Ministro da
Justiça, nos crimes contra honra do Presidente da República, exigência do trânsito
em julgado (art 355, CP), a autorização da Câmara dos Deputados, nos processos
contra o Presidente, seu Vice e os Ministros de Estado.

CONSEQUÊNCIA DA AUSÊNCIA DE UMA CONDIÇÃO DA AÇÃO

Depende do momento em que foi detectada.

A) por ocasião do juízo da admissibilidade: A peça acusatória será rejeitada. Pode


ser uma condição genérica ou específica.
B) verificada no curso do processo: Há duas possíveis soluções. A primeira é pedir
ao Magistrado do processo (art. 564 CPP); Já uma segunda corrente compreende que o
Juiz não resolverá o mérito, podendo conhecer a nulidade de ofício em qualquer
tempo ou grau de jurisdição, antes do trânsito em julgado. Extingue-se o processo,
sem apreciação do mérito.

1) POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: O pedido deve se referir a uma providência


admitida, em tese, pelo direito objetivo. No processo civil cita-se A COBRANÇA da
dívida de jogo. No processo penal, a imputação deve versar fato típico,
antijurídico e culpável, não abrangido por eventual causa extensiva da
punibilidade. Ex: processo penal instaurado contra menor de idade, legalmente
inimputável. Nesse caso, o magistrado deverá extinguir o processo, sem apreciar o
mérito.

BLOCO 3

Diante do Novo CPC, a possibilidade jurídica deixou de trata-lá como condição ação.
A doutrina defende que a possibilidade jurídica confunde-se com o próprio mérito. O
Magistrado deve enfrenta-lá como improcedência liminar do pedido, já que as mesmas
não taxativas (art. 332, do CPC).

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de


Justiça;

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de


Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,


desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do art. 241 .

§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.

§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a


citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

A improcedência liminar do pedido, antes da citação do demandado, é uma sentença de


mérito. Não há prejuízo à defesa, pois sai vencedora.

O novo CPC, exige que a questão se amolde àquelas citadas e que dispense fase
instrutória.

O Juiz pode julgar improcedente liminar o pedido, em situações não-taxativas, em


nome da boa-fé, da eficiência e da razoável duração do processo.

No processo penal temos como exemplo a insignificância, caso de atipicidade


material. Tratado com impossibilidade jurídica do pedido, a questão confunde-se com
o mérito. (Art.397, CPP)
Conclui-se, portanto, que o juiz deve absolver o réu sumariamente, depois do
recebimento da denúncia, citação do acusado e apresentação da defesa.
A doutrina, no entanto, sugere que se deve trazer à baila o CPC, ou seja, o
magistrado deve absolver o acusado antes da oferta da defesa.

LEGITIMIDADE DE AGIR

Conceito: é a pertinência subjetiva da ação, ou seja, quem pode propor e contra


quem a demanda deve ser proposta.

Legitimidade ativa no processo penal. Em regra, não ações penais públicas compete
ao MP, titular da ação penal, propor a causa, todavia, na ação penal privada caberá
à vítima, ou, pelos cônjuges, ascendentes, descendentes e irmãos. Não se pode
olvidar da ação penal privada subsidiária da pública dada a desídia do órgão
ministerial.

Ação penal privada: a legitimidade é do ofendido ou de seu


representante, eventualmente em caso de morte e ausência poderão propor a causa os
cônjuges, ascendentes, descendentes e irmãos.
Há uma celeuma quanto a legitimidade ativa do companheiro, contudo, não
se aplica por ser tratar de analogia in mallan parten.

Exemplos: a) queixa-crime proposta pela prática de calunia durante a


propaganda eleitoral: a calúnia durante a campanha eleitoral passa a ser crime
eleitoral, e portanto, de ação penal pública, a ser proposta pelo MP.

B) crime de injuria racial cometido em agosto de 2009, com peça


acusatória proposta em outubro do mesmo ano: Esse crime sofreu alteração legal que
entrou em vigor em setembro de 2009, tornando pública a ação penal, que antes era
privada. Agora, a ação demanda representação. Nesse interim, tem legitimidade para
propor ação o ofendido, por ser mais benéfico ao réu. A LEI MAIS BENÉFICA RETROAGE
PARA FAVORECER O ACUSADO.

- Legitimidade ad causam passiva no processo penal: contra quem o


processo penal pode ser instaurado? Em face do suposto autor do delito com 18 anos
completos ou mais.
- Distinção entre ilegitimidade passiva e mérito: A ilegitimidade
passiva deverá ser reconhecido com constatada de plano, independente da instrução
probatória. Nesse caso, o Juiz exintinguirá o processo sem julgamento de mérito.
- Legitimidade ativa e passiva da pessoa jurídica e teoria da dupla
imputação: A pessoa jurídica pode ser vítima de crime de ação penal privada, como
ocorre a difamação. Além da possibilidade da ação penal privada subsidiária da
pública.
A pessoa jurídica admite-se a imputação em casos de crimes ambientais.

Surge, então, a teoria da dupla imputação. Atualmente, os tribunais


superiores entendem que a denúncia pode ser oferecida apenas contra a pessoa
jurídica, anteriormente exigia-se que a denúncia indica-se a pessoa física e
jurídica.

STF: a primeira turma concluiu ser perfeitamente possível a condenação


da pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as pessoas
físicas ocupantes de cargos de presidência ou diretória do órgão responsável pelo
delito.

INTERESSE DE AGIR

Composto pela necessidade, adequação e utilidade.

-Necessidade: é preciso demonstrar que não haveria outro meio de


resguardar o bem da vida, sem a intervenção do judiciário. Contudo, no CPP essa
necessidade é presumida, já que não há pena sem processo. nullum crimen nulla poena
sine processum.
Faz-se necessário o devido processo penal para condenação do suposto
réu.

- Adequação: a doutrina diz que essa adequação nada mais é que o


ajustamento da providência pleiteada ao pedido. Parte da doutrina defende que não
tem relevância no processo penal condenatório, já que não há diferentes espécies de
ações penais condenatórias. Aplicar-se-á aos processos penais não condenatórios,
como exemplo, ocorre no Habeas Corpus, proposto em face de crime cuja a pena é
apenas a aplicação de multa, sem perigo a liberdade de locomoção.

Bloco V

Utilidade - é necessário demonstrar a eficácia da atividade


jurisdicional para resguardar o interesse do autor.
Um dos temas em debate é a prescrição em perspectiva, ou virtual,
hipotética, etc. A prescrição em perspectiva é quando se olha para o futuro e
percebe antecipadamente que ocorrerá prescrição.

Exemplo: furto simples cometido por menor de 21 anos em outubro de


2005, com abertura de vistas do inquérito ao MP, em maio de 2008. Ainda não ocorreu
a prescrição da pretensão punitiva abstrata. Contudo, no caso concreto e diante das
circunstâncias, pode-se dizer que o réu será apegado com a pena mínima. Portanto, a
prescrição em perspectiva pode se aplicar.

Os tribunais defendem que essa espécie de prescrição não se aplica:

Súmula 438 STJ: é inadimissivel a extinção da punibilidade pela


prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética,
independentemente da existência ou sorte do processo penal.

Entendem as cortes, que ao presumir a condenação do réu, viola-se a


presunção de inocência.
- JUSTA CAUSA: previsto expressamente no inciso III, do art. 395, do
CPC, sendo causa de rejeição da denúncia. A justa causa é um suporte probatório
mínimo a justificar a ação penal. Também conhecida como fumos comissi delict. Isso
ocorre para se evitar processos inadequados.

Conceito: é o lastro probatório mínimo indispensável para a instauração


de um processo penal. Deve a acusação ser portadora de elementos de informação que
justifiquem a admissão da acusação e o custo que representa o processo penal.
Funciona, pois, como uma condição de garantia contra o uso abusivo do direito de
acusar, evitando, assim, a propositura de processos temerários.

Natureza jurídica da justa causa:

primeira corrente: trata-se de uma condição genérica da ação, é


criticada por não encontrar correspondência entre os elementos da ação.

segunda corrente: cuida-se de um pressuposto de validade.

Justa causa duplicada: Foi cunhada em relação ao crime de lavagem de capitais, no


caso deve se demonstrar a lavagem de capitais e a infração antecedente.

Condição de prosseguibilidade e condição de procedibilidade.

- Condição de prosseguibilidade: parte da doutrina denominam de condição


superveniente da ação. Ocorre quando o processo já está em andamento e esta
condição deve ser implementada para que o processo tenha seu curso normal.
- Condição de preocedibilidade: Para maioria da doutrina trata-se de sinônimo de
condição da ação. Funciona como condição necessária para o início do processo.

Temos como exemplo da lei de juizados criminais, que passou a exigir representação
para o crime de lesão corporal leve.

Aula V, Bloco I

- Classificação das ações penais condenatórias:

1) ação penal pública.

2) ação penal de iniciativa privada.

Ação penal pública

Titularidade: Ministério Público, art.129, I, da CP.


Obs: Ação penal privada subsidiária da pública.
- A peça acusatória é chamada de denúncia.
- A ação penal pública subdividi-se em 3:
1) pública incondicionada: a atuação do MP independe da vontade da vítima. Essa é a
regra, salvo disposição em contrário. Em alguns crimes à exceção consta das
disposições gerais do capítulo.

2) pública condicionada à representação ou requisição: Nesse caso a ação penal - a


titularidade continua sendo do MP - é necessário a representação do ofendido ou
requisição do Ministro da Justiça, nos crimes contra honra ao Presidente da
República.
3) ação penal pública subsidiária da pública. Não há consenso, mas nessa espécie
diante da inércia de um órgão estatal e por conta disso surgiria para outro órgão a
legitimidade para propor a ação. Por exemplo, no DL 201/1967 que prevê, que diante
da inércia do MP estadual, o MP federal passa a ser competente, porém a doutrina
entende que esse dispositivo não foi recepcionado pela CF/88. Em um segundo
exemplo, no Código Eleitoral consta que se o órgão do Ministério Público Eleitoral
quedar-se inerte, o Procurador Regional nomeará novo promotor. Por fim, o art. 109,
V-A, da CF, que cuida do IDC, quando crimes contra os direitos humanos, ante a
inércia do MP estadual, o MP Federal passa ser parte legitima para propor a
denúncia.

- Ação penal de iniciativa privada. Será titular o ofendido ou seu representante


legal, em caso de morte passam a ser legitimados o cônjuge, os ascendentes, os
descendentes e os irmão. A peça acusatória é chamada de queixa-crime. São três as
espécies.

- 1) Personalíssima: só pode ser ofertada pelo ofendido por meio de seu advogado.
Não haverá sucessão processual. Seu direito não será estendido a seus sucessores.
Atualmente há apenas uma hipótese: Art. 236, CP - induzimento a erro essencial e
ocultação de impedimento.
- 2) exclusivamente privada: Essa espécie é a regra em sede de ação penal privada;
nessa hipótese há sucessão processual.
- 3) ação penal subsidiária da pública.

PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL

1) princípios comuns: aplicáveis as ações penais públicas e as privadas.

a) ==ne proceda iudex ex officio==: ao Juiz não é permitido dar início a um


processo condenatória de ofício, ou seja, sem ser provocado. Primeiro porque isso
violaria a imparcialidade e o sistema acusatório. O processo penal instaurado de
ofício é chamado de processo judicialiforme.
Obs: quando se tratar de processo penal não-condenatório, o juiz pode agir de
ofício. Temos como exemplo, o Habeas Corpus.

B) ==ne bis in idem processual==, ou, inadmissibilidade da persecução penal


múltipla: Ninguém pode ser processado duas ou mais vezes pela mesma imputação. Esse
princípio guarda relação com a segurança jurídica. Esse princípio encontra-se no
Pacto San José da Costa Rica. Contudo, se a imputação for diversa, novo processo
poderá ser instaurado.

C) princípio da intranscendência: Esse princípio guarda relação com a pessoalidade


da pena. Nenhuma pena poderá passar da pessoa do condenado. Esse mesmo raciocínio
pode ser transportado para o processo penal, ou seja, nenhum processo penal poderá
ser instaurado senão contra o autor de delitos.

- Esses são os princípios comuns.

Bloco 3

- princípios específicos:

AÇÃO PENAL PÚBLICA.

A) princípio da obrigatoriedade: quando presentes as condições da ação e a justa


causa, a propositura da ação penal é obrigatória. Esse princípio conta com alguns
mecanismos de controle, o primeiro deles cuida do chamado do princípio da
devolução, o segundo é a ação penal privada subsidiária da pública, fruto da
inércia do parquet. A obrigatoriedade não impede que o MP, ao final do processo,
pedir a absolvição do réu.
Diante do princípio absolutório, o juiz é obrigado a absolver o réu? O juiz poderá
proferir decisão condenatória, a teor do art. 385 do CPP. Sobre isso, há uma
corrente que diz que esse princípio viola o sistema acusatório, Contudo, uma
segunda corrente, majoritária, defende que não inconstitucionalidade nesse
princípio.
O princípio da obrigatoriedade não possui amparo constitucional, mas sim no art. 24
do CPP, portanto, o princípio possui status de lei ordinária. Nos últimos anos,
leis ordinárias vêm excepcionando esse princípio.
==As exceções são:==
- a transação penal.
- acordo de leniência.
- parcelamento do crédito tributário.
- termo de ajustamento de conduta em crimes ambientais: Nesse caso há duas
correntes, a primeira entende que o termo não repercute no âmbito penal, já a
segunda corrente compreende que o incentivo ao indivíduo a celebrar o termo está,
justamente, na suspensão da persecução penal.
- colaboração premiada na lei das organizações criminosas.
- acordo de não persecução penal, art, 28-A, do CPP.

B) princípio da indisponibilidade: o MP não pode desistir do processo em andamento.


Art. 42, do CPP. Existem exceção: a suspensão condicional do processo.

C) princípio da divisibilidade: Uma primeira corrente entende que na ação penal


pública vigora a indivisibilidade, ou seja, o processo de um, obriga a denúncia de
todos.
A segunda corrente, majoritária, compreende que na ação penal pública vigora a
divisibilidade, segundo o qual o MP pode denunciar alguns, sem prejuízo do
prosseguimento das investigações quanto aos demais.

Princípios específicos da Ação Penal Privada:

A) princípio da oportunidade/conveniencia: o ofendido escolhe se oferecerá queixa-


crime ou não. Esse princípio não é válido não apenas para ação penal privada, mas
também para representação do ofendido.
Opções do ofendido:
- decadência: é a perda de direito que não foi exercido dentro do prazo legal;
- renúncia.

B) princípio da disponibilidade: o querelante pode dispor do processo em andamento.


Não se confunde com o princípio da oportunidade que se dá antes da propositura da
queixa-crime.
Esse exercício se concretiza, ==através do perdão do ofendido, a perempção, ou
seja, da desídia do querelante, e, da conciliação.==

C) Princípio da indivisibilidade: o processo de um obriga ao processo de todos. Não


se pode escolher quem dentre todos que irá se processar (art. 48, CPP). Esse
controle é realizado pelo parquet, conforme o artigo citado.

Obs: a fiscalização da indivisibilidade se dá quando a uma omissão voluntária do


ofendido, o MP não pode aditar a queixa para incluir os demais acusados; deverá
pedir a intimação do querelante para que se manifeste sobre a omissão voluntária, o
que configuraria renúncia contra os demais investigados. A renúncia para um, vale
para todos.
Quanto a omissão for involuntária, o MP solicitará a intimação do querelante, para
que o mesmo proceda o aditamento da queixa-crime; se ele permanecer inércia dar-se-
á a renúncia, em relação a todos.
**STJ: (...) o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa exige a
demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou participes na queixa-
crime se deu de forma deliberada pelo querelante.**

Bloco 5

Representação do ofendido: é a manifestação do ofendido ou de seu representante


legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do fato delituoso.
Dispensa-se formalismo para realização da representação.

==STJ: (...) É firme o entendimento desta Corte, nas hipóteses de crimes sexuais,
que a representação da ofendida ou de seu representante legal prescinde de rigor
formal, sendo suficiente a demonstração inequívoca da parte interessada de que seja
apurada e processada. In caso, tal como anotado no parecer ministerial, a narração
da violência sexual efetuada pela vítima à autoridade policial e reproduzida em
juízo, ostentando riqueza de detalhes, bem se presta a substituir a reclamada
representação, que deve ter aqui relevada sua indispensabilidade.==

- necessidade de vítima: para que haja a representação indispensável é, a


existência de vítima.
- natureza jurídica: em regra, condição de procedibilidade, excepcionalmente é
condição de prosseguibilidade.

RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO: Admite-se até o oferecimento da denúncia, na forma do


art. 25 do CPP. A exceção é a lei maria da penha admite-se à renúncia a
representação perante o juiz, em audiência para isso designada, ouvido o parquet.
Ma verdade, não se trata de renúncia, mas sim retratação, admitida até o
recebimento da denúncia.

EFICÁCIA OBJETIVA DA RETRATAÇÃO: feita a representação sobre um fato delituoso, ela


se comunica a todos os co-autores do delito.

REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA: tal providência não é sinônimo de ordem; ainda


que haja requisição, o parquet continua sendo o titular da ação penal.

RETRATAÇÃO DA REQUISIÇÃO: uma primeira corrente entende não ser cabível, mas a
doutrina majoritária compreende ser cabível até o oferecimento da denúncia, à
semelhança da representação.

- Inexistência de prazo decadencial: A requisição do Ministro da Justiça não


sujeita-se a decadência. Porém, o crime está sujeito a prescrição.

AULA 9

CONEXÃO E CONTINÊNCIA: causas modificativas da competência relativa. Isso não se vê


na competência absoluta.

Conexão: pode ser compreendida como o nexo, a dependência recíproca que dois ou
mais fatos delituosos guardam entre si, recomendando a união de todos eles em um
mesmo processo penal, perante o mesmo órgão jurisdicional, a fim de que este tenha
uma perfeita visão das provas.

Previsão legal. Art. 76 do CPP.


-ESPÉCIES:
A) conexão intersubjetiva: várias pessoas e vários crimes.
A.1) por simultaneidade: prevista no art. 76, inciso I, CPP. Duas ou mais infrações
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas. A reunião das pessoas é
ocasional. Há doutrinadores usam o exemplo da Rixa, o que não é o melhor
entendimento, pois a rixa é, apenas, um crime.
A.2) por concurso: Haverá concurso de agentes ainda que em tempo e local diversos.
A.3) por reciprocidade: ocorrendo duas ou mais infrações cometidas por várias
pessoas umas contra as outras.
B) lógica, material ou teleológica: se no mesmo caso uma infração foi praticada
para facilitar ou ocultar outros crimes;
C) INSTRUMENTAL, PROBATÓRIA; quando a prova de um crime influencia na prova do
outro.

CONTINÊNCIA: Quando uma demanda esta inserida na outra, em face de seus elementos,
partes, pedido e causa de pedir.

A) subjetiva: duas ou mais pessoas foram acusadas pela mesma infração; o delito é
único.
B) objetiva/por cumulação: se aplica nos casos de concurso formal de crimes,
aberratio ictus, aberratio delict.

EFEITOS DA CONEXÃO E DA CONTINÊNCIA:

1) processo e julgamento único (Simultaneus processus), salvo algumas hipóteses.


2) um foro ou juízo exercerá força atrativa.
3) se não houver conexão ou continência e dois processos forem instaurados, o foro
competente avocará o processo, salvo se houver sentença definitiva. A palavra
sentença definitiva é entendida pela doutrina como sentença recorrível, ou seja,
não há necessidade do trânsito em julgado.
4) foro prevalente:
A) competência prevalência do tribunal do júri (força atrativa universal), salvo em
se tratando de crimes militares ou eleitores.
B) jurisdições distintas.
C) jurisdições superior ou inferior; prevalece a competência do tribunal de maior
graduação. É facultativa a separação.
D) jurisdições da mesma categoria: prevalece a competência do juízo onde se
praticou o delito mais grave. Se as penas forem de igual gravidade será o local
onde foram cometidos o maior número de infrações. Não havendo uma dessas hipóteses
aplica-se a prevenção.

AULA 10 - PROVAS

1) princípio da inadmissibilidade das prova obtidas por meios ilícitos.


Obs; o direito à prova não é absoluto.
- Esse princípio visa dissuadir a adoção de práticas probatórias ilegais.
- como todo e qualquer direito fundamental o direito a prova esta sujeito à
limitação, pois coexiste com outros direito, também, fundamentais.
- art. 5º, LVI, da CF, veda as provas admitidas por meio ilícito.

2) distinção de provas por meios ilícitos e por meios ilegítimos (Pietro novolone)

- Prova ilícitas: é aquela produzida medias-te violação de norma de direito


material. Ex: tortura para se obter prova. Produzida antes ou concomitante ao
processo, geralmente realizada fora do produzido. Há parte de doutrina que sustenta
que essa espécie de prova também pode ser produzida no processo. A consequência da
prova ilícitas surge para as partes o direito de exclusão.

- Prova ilegítima: é aquela que viola uma norma de direito processual. É produzida
dentro do processo. Trata-se de fenômeno endoprocessual.

Ex: Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a
exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima
de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. **CPP** Trata-se de
nulidade absoluta.
Obs: Parte da doutrina defende que a prova ilegítima pode ser produzida fora do
processo, como no exame de corpo de delito. Sua consequência é a nulidade absoluta
ou relativa. A depender do caso pode vislumbrar-se uma mera irregularidade.

BLOCO 2

- a PROVA ILEGÍTIMA será resolvida pela teoria geral da nulidade.


- A prova ilícitas gera aos envolvidos o direito à sua exclusão do processo.

Obs:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites


típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)

==§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível,


esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o
incidente.== (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

- O próprio CPP diz que se a prova ilícita for juntada ao o processo, futuramente o
magistrado decidirá no sentindo de desentranha-lá. Que espécie de decisão é esta?
Quanto antes o juiz conhecer da prova ilícitas, deverá interlocutoriamente sua
exclusão dos autos, sob pena de nulidade dos atos processuais praticados após sua
juntada.
- Obs: Caberá RESE contra a decisão que anular o processo em parte ou
integralmente.
- Obs: Cabe apelação quando se questione, apenas, a parte da decisão que trata da
prova reconhecidamente nula.
- Obs: E se o juiz negar o desentranhamento? Nesse cabe a impetração de Habeas
Corpus.
- ==O parágrafo 3º do art. Deixa claro que se não houver mais prazo para recurso da
decisão de desentranhamento, haverá a destruição das provas a ser acompanhada pelas
partes.==

- A inutilização é a regra. Mas a doutrina traz duas exceções:


A) quando a prova ilícita constituir um objeto lícito pertencente a alguém;

B) quando a prova ilícita constituir o corpo de delito de outra infração penal.

Obs: A nova lei de abuso de autoridade também passou a tutelar as provas ilícitas.
Não trata da prova ilegítima e deve ser afastada sob pena de analogia in mallem
partem. Aplica-se a parte investigatória, bem como na judicial. Figura-se crime.

Obs: o art. 157, caput, faz menção à prova ilícita, entendo àquelas que violam
normas constitucionais e legais.

1a) corrente: o caput deve ser aplicado extensivamente abrangendo normas de direito
material, bem como normas de direito processual. Trata-se de corrente minoritária.
2a corrente) POR HORA MAJORITÁRIA, defende que p dispositivo deve se aplicar apenas
as normas de direito material.

DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO ( OU DESENTRANHAMENTO DO JUIZ)

- Essa ideia nasceu no parágrafo 4º do art. 157 do CPP, o que seria uma causa de
impedimento do juiz que teve contato com a prova ilícita. Contudo esse dispositivo
foi devidamente vetado, contudo o mesmo teor voltou no parágrafo 5º.

==§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá
proferir a sentença ou acórdão.== (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)

- a causar estranheza esse dispositivo não foi vetado. Contudo, o Ministro FUX
suspendeu sua eficácia. O ministro entendeu que o dispositivo traz violação ao juiz
natural, ou seja, não é dado a ninguém escolher o juiz que irá julga-lo. Esse
dispositivo permitiria a violação do juiz.

BLOCO 3

TEORIA DA PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO - TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA-
ILICITUDE DA PROVA POR REVERBERAÇÃO: vez por outra a ilicitude de uma prova
contamina as demais provas, havendo um nexo causal entre elas.
Conceito: são os meios probatórios que, não obstante produzidos validamente em
momento posterior, encontram-se afetados por vício da ilicitude originária, que a
elas transmite em virtude do nexo causal.

A TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA tem origem no direito americano no caso no
caso silverthorne Lumber co vs US. (1920)
Essa teoria vêm sendo usado pelo STF há muitos anos.
Positivou-se a teoria no parágrafo primeiro do art. 157, do CPP.

- Limitações da prova ilícita por derivação: são limitações e teorias de modo a


afastar essa ilicitude superveniente.

1) teoria da fonte independente: nesse caso não há nexo causal entre a prova
primária (ilícita) e a secundária.
Se o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos
elementos de informação a partir de uma prova autônoma de prova, que não guarde
qualquer relação de dependência, nem decorra da prova originalmente ilícita, com
esta mantendo vínculo causal, tais dados probatórios são admissíveis, porque não
contaminados pela mácula da ilicitude originária.
- Essa teoria tbm tem origem no direito norte-americano. Essa teoria passou a ser
adotada no art. 157, parágrafo primeiro, co CPP. Aos olhos da doutrina, além da
fonte independente, o legislador positivou a teoria da prova inevitável.

2) Teoria da descoberta inevitável: essa teoria trabalha num plano hipotético, ou


seja, se tudo tivesse caminhado como previsto a prova seria produzida.
- Caso Nixx vs Williams - Williams II (1984).
- Conceito: se restar demonstrado que a prova derivada da ilícita seria produzida
de qualquer modo, independentemente da prova ilícita originária, tal prova deve ser
considerada válida. São necessários dados concretos sobre a provável descoberta.
Obs: Precedentes do STF e do STJ sobre essa teoria.
Obs: segunda parte da doutrina, essa limitação da prova inevitável foi positivada
pelo CPP, especificamente do art. 157 e parágrafos.

BLOCO IV
3) LIMITAÇÃO DA MANCHA PURGADA/LIMITAÇÃO DA TINTA DILUÍDA: Como as outras possui
origem no direito norte-americano, Wong vs USA ( 1963), invasão ilegal do
domicílio, sem mandato.

- Conceito: não se aplica a teoria da prova ilícita por derivação se o nexo causal
entre a prova primária e a secundária for atenuada em virtude do decurso temporal,
de circunstâncias supervenientes na cadeia probatória, da menor relevância da
ilegalidade ou da vontade de um dos envolvidos em colaborar com a persecução penal.
Nesse caso, apesar de já ter havido a contaminação cd um determinado meio de prova
em face da ilicitude ou ilegalidade da situação que o gerou, um acontecimento
futuro expurga, afasta, elide esse vício, permitindo-se, assim, o aproveitamento da
prova inicialmente contaminada.

Obs: decurso do tempo, menor relevância da ilegalidade ou da vontade de um dos


envolvidos em cooperar com a persecução penal.
Obs: Para parte da doutrina, essa limitação foi positivada no CPP, especificamente
no parágrafo primeiro do art. 157, em sua segunda parte, por quebrar o nexo causal.

- Pelo menos, por hora, não existem precedentes.

4) Exceção da boa-fé ( Há precedentes do STJ): à luz dessa exceção pode ter se


produzida de forma ilícita, mas se feita de boa-fé, a prova não estaria
contaminada.

- Conceito: A limitação da boa-fé foi reconhecida pela Suprema Corte Norte-


Americana no caso US vs Leon (1984). Nesse julgamento, entendeu-se que, na medida
em que a vedação às provas ilícitas visa inibir, dissuadir e desestimular violações
aos direitos fundamentais, não seria possível dizer que a prova seria ilícita,
quando, com base em mandado de busca e apreensão ilegal expedido por um juiz neutro
e imparcial, mas posteriormente considerado como não fundado em indícios
necessários para sua expedição, o agente, desconhecendo tal ilicitude e havendo
motivos razoáveis para acreditar na sua validade, obtém provas decorrentes do
cumprimento do mandado, tendo convicção de que agia dentro da legalidade.

OBS: busca e apreensão em casa geminada e boa-fé dos policiais (precedente do STJ).
No cumprimento do mandado os policiais, de boa-fé, cumpriram o mandado
desconhecendo haver casas geminadas, não há nulidade.

5) Teoria do encontro fortuito de provas: é utilizada nos casos, no cumprimento de


uma diligência relativa a um delito, a autoridade competente casualmente encontra
provas relativas à outra infração, ou, outros investigados, que não estavam na
linha de desdobramento normal da investigação. Nesses casos, a validade aprova está
condicionada à forma como foi realizada a diligência; se houve desvio de
finalidade, abuso de autoridade, a prova não deve ser considerada válida; agora, se
encontro foi casual, ou, fortuito, a prova é válida.

Obs: A teor da Lei n. 9.296/96, não se admite a interceptação de comunicações em


crimes punidos com detenção.
- Exemplo comum: imagine que o juiz tenha determinado a interceptação em crime
punido com detenção, e, durante seu cumprimento descobre-se o cometimento de crimes
punidos com reclusão. Nesse caso, a prova pode ser validamente utilizada. Trabalha-
se com a terminologia: teoria da serendipidade, ou seja, sair a procura de algo e
encontrar outra.

- TEORIA DA SERENDIPIDADE: essa estranha palavra significa algo como sair em busca
de uma coisa e descobrir outra ou outras, às vezes até mais valiosas e relevantes.
Essa terminologia decorre do inglês "==serendipity==", onde tem o sentido de
descobrir coisas por acaso.
5) Teoria do encontro fortuito e a busca e apreensão em escritórios de advocacia
( o escritório é considerado casa; se o crime guardar relação com a advocacia, o
mandado deve ser acompanhado por representante da OAB), tudo isso encontra-se
presente no Estatuto da OAB.

- Diferente dos casos normais, nos escritórios de advocacia, não é possível a


aplicação da teoria supra. Portanto, o Estatuto da OAB mitiga essa teoria.

- Crime achado: aquele encontrado de modo casual. Segundo o STF, crime achado é a
infração penal desconhecida e não investigada até o momento em que se descobre o
delito.

BLOCO V

- ÔNUS DA PROVA.
- CONCEITO DE ÔNUS: Nada mais é que um imperativo do próprio interesse. Fala-se de
algo que lhe é permitido fazer, mas cujo o descumprimento não gera ilicitude, por
isso diferencia-se de um dever ou obrigação. O ônus é uma vantagem do ordenamento
jurídico.

==ÔNUS DA PROVA: é o encargo que as partes têm de provas as afirmações por elas
formuladas ao longo do processo. Resulta sua inatividade em uma situação de
desvantagem perante o direito.==

2. Espécies:

A) ônus objetivo: Esse ônus tem como destinatário o Juiz, sendo uma regra de
julgamento a ser aplicado em caso de dúvida razoável. Lembrando que o juiz não pode
se valer do "non liquet". Não se esquecer do in dúbio pro reo.

B) subjetivo: é aquele que recai sobre as partes de provar aquilo que ela afirmou,
sob pena de desvantagem.

- ==Distribuição do ônus da prova:==

1a corrente: no âmbito do processo penal, o ônus recai exclusivamente sobre a


acusação, dado a presunção de inocência. Essa posição é minoritária.

2a corrente: A majoritária compreende que é possível a distribuição do ônus da


prova entre acusação e defesa.

- ==ACUSAÇÃO==: Existência do fato típico; autoria/participação; nexo causal; dolo


ou culpa. Exige-se o juízo de certeza do magistrado.
- ==DEFESA==: Excludentes de: ilicitude, culpabilidade, punibilidade e álibi. Deve
gerar uma dúvida razoável. Isso basta para absolvição (art. 386, VI, do CPP).

==3) Inversão do ônus da prova e confisco alargado==: O confisco alargado é


novidade introduzida no CP pelo pacote anticrime (por hora suspenso). O confisco
alargado se aplica aos crimes de pena máxima superior a seis anos, condenando o réu
a perda de seus bens resultado do produto do crime, excluído os bens licitamente
obtidos pelo réu. Isso, segundo o parágrafo segundo, poderia ser combatido pelo
condenado, como se isso fosse sua obrigação, o que viola, mesmo que em tese, o ônus
da prova.

AULA XI
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA: relação entre a prova produzida em juízo e o
magistrado.

1) sistema da íntima convicção/certeza moral do Juiz: O magistrado é livre para


valorar qualquer meio de prova, porém não é obrigado a fundamentar seu
convencimento. Em tese, ele poderia usar a prova que não está encartada nos autos.
Não é adotado por nosso ordenamento jurídico, ao menos em regra, por violar a
constituição (art.93, IX). A exceção é a decisão do jurados, no âmbito do Tribunal
do Júri. A decisão dos jurados é sigilosa.

2) sistema da verdade legal/tarifário de provas/certeza moral do legislador:


determinados meios de prova têm seu valor probatório previamente fixado pelo
legislador, cabendo ao Juiz fazer um mero cálculo matemático. Esse sistema não é
adotado pelo nosso ordenamento jurídico, ao menos em regra. Primeiro exemplo de
exceção: crime material que deixa vestígios (homicídio culposo - art. 158 CPP);
Outro exemplo, é a prova quanto o estado das pessoas (art. 155, parágrafo único,
CPP- QUESTÕES ATINENTES AO ESTADO CIVIL DA PESSOA);

BLOCO 2

3) Sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional do juiz: Nesse


caso, o juiz é livre para valorar as provas, porém é obrigado a fundamentar seu
convencimento. Esse sistema é adotado pela CF. Essa é a regra no nosso ordenamento
jurídico, isso pq a própria Carta Maior o diz, bem como o CPP.
Obs: o juiz também pode se valer dos elementos informativos colhidos na
investigação, desde que não o faça de maneira exclusiva.
Obs: possibilidade de aplicação do art.155 do CPP às decisões do Tribunal do Júri?
A doutrina diz que isso é possível, ou seja, isso valeria tanto ao juiz presidente,
quanto aos jurados. Todavia, o STJ possui julgados em sentido contrário, na acepção
de que os jurados não podem se valer do elementos informativos, esse aferimento
poderia ser em grau de recurso, a exemplo da apelação interposta pois a decisão
seria contrária as provas dos autos.

==TERMINOLOGIA DA PROVA==

Distinção entre fontes/meio/meio de obtenção de prova:

- Fontes de prova são todas pessoas ou coisas que possuem algum conhecimento do
fato delituoso. Derivam do fato delituoso em si, independentemente da existência de
processo, sendo que sua introdução no feito se dá através dos meios de prova.
- meio de provas: atividade endoprocessual com a presença do juiz e das partes,
quando as fontes de prova serão introduzidas no processo.
- meio de obtenção de prova: cuida-se de procedimento investigatório, geralmente
realizado fora do processo, com o objetivo de identificar fontes de prova. São
procedimentos investigatórios realizados por autoridade, que não há do juiz. Ex:
busca domiciliar.
- Os meios de obtenção se subdividem, em meio ordinários e extraordinários:
Ordinários são aqueles que podem ser usadas para qualquer delito, já os
extraordinários, são utilizadas para crimes mais graves, se caracterizando pela
dissimulação e surpresa. Temos como exemplo, o agente infiltrado. Também são
conhecidas como técnicas especiais de investigações.

==INDÍCIOS==

A) SINÔNIMO DE PROVA INDIRETA: a teor do art. 239 do CPP, considera-se


indício/prova indireta, a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com
um fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
B) SINÔNIMO DE PROVA SEMIPLENA: é aquela prova de menor valor persuasivo, aquela
que não autoriza juízo de certeza, mas de mera probabilidade.Isso é extremamente
importante para decretação das medidas cautelares, como o fumus comissi delict.
Cita-se o art. 312, do CPP. Nesse caso, a palavra indício é sinônimo de prova
semiplena.

Obs: Pode-se condenar alguém com base em indícios? Quando usado como prova
semiplena não autoriza a condenação. A probabilidade por ela gerada não supera o in
dubio pro reo. Todavia, como prova indireta é possível a condenação, uma vez que os
indícios podem plurais, coesos e podem gerar um juízo de certeza.

- OBJETO DA PROVA: É a veracidade/falsidade de uma afirmação que interessa a


solução do processo. Trata-se de afirmação sobre um fato.
Obs: O que deve ser objeto de prova no processo penal? Deve-se provar a imputação
da peça acusatória; costumes ou direito consuetudinário; regulamentos e portarias,
salvo se funcionarem como complemento de uma norma penal em branco; direito
estrangeiro, estadual e municipal. Quanto aos estaduais e municipais, a prova é
exigida, apenas, do outro estado ou município de outra localidade daquela em que o
Juiz exerce sua atividade.
Também são objeto de prova os fatos não contestados ou incontroversos;
Obs: E no caso da revelia no processo penal? Não haverá a presunção da veracidade.
Vige, de igual modo, o in dubio pro rio. O munus de provar é do acusador.

Bloco IV

Obs: Não precisam ser objeto de prova no processo penal: os fatos notórios
(conhecimento público geral); os fatos axiomáticos e intuitivos (verdade evidente);
fatos inúteis ou irrelevantes; presunções legais, cujas espécies são as: a)
absolutas, que não admitem prova em sentido contrário, como a inimputabilidade dos
menores; b) presunção relativa/ iures tantum, é aquela que admite prova em sentido
contrário, produzindo uma forma de inversão do ônus da prova.

Obs: O magistrado pode indeferir a prova? A teor do parágrafo primeiro do art. 400,
do CPP, o Juiz poderá indeferir as provas consideradas irrelevantes, desde que o
fundamente.

- ==PROVA EMPRESTADA:==

Conceito: consiste na utilização em um processo de prova produzida em outro, sendo


que esse transporte da prova é feito por meio de uma certidão extraída daquele.
Vale lembrar, por exemplo, que uma prova testemunhal, mesmo trazido ao feito por
certidão, mantém seu valor testemunhal e não de prova documental.

Valor probatório: terá o mesmo valor que possuía no processo de origem.

Requisitos: A doutrina defende que se deve ter as mesmas partes, em ambos


processos. Ou seja, uma testemunha ouvida em um processo, para que se transporte,
deve ter sido colhido frente as mesmas partes e suas respectivas defesas (art. 372
CPP).
Já a jurisprudência decide no sentido de que a prova emprestada não pode se
restringir a processos com partes idênticas, mas exige-se a submissão ao
contraditório e a ampla defesa.
Renato Brasileiro, com as devidas vênias, entende que a chamada prova emprestada
pela jurisprudência deve ser tratada como prova documental, já que não foi
produzida perante todas as partes.
Exemplos:
a) interceptação telefônica e possibilidade de utilização dos elementos probatórios
por ela produzidos em eventual processo administrativo: Ab initio, a interceptação
só pode ser realizado no âmbito do processo penal, contudo, os elementos de prova
podem ser utilizados em processo administrativo, desde que haja autorização
judicial. Isso como prova emprestada.

STF: A jurisprudência desta Corte admite o uso de prova emprestada em processo


administrativo disciplinar, em especial a utilização de interceptações telefônicas
autorizadas judicialmente para investigação criminal. (Min. Roberto Barroso, RM
28.774/DF)

BLOCO
V

- Distinção entre prova nominada e inominada; prova típica e atípica; prova anômala
e prova irritual:

A) prova nominada é prova com previsão legal (Ex: reconhecimento de pessoas);


inominada, por consequência, não tem previsão legal. Os meios de prova inominadas
podem ser utilizadas, segundo o princípio da liberdade dos meios de prova, desde
que não seja ilícita ou imoral.

B) prova típica ou atípica: quando se fala em tipicidade ou atipicidade discute-se


a existência ou não de procedimento probatório. Se previsto em lei será típico.

C) prova anômala: é aquela utilizada para fins diversos daqueles que lhe são
próprios, ou seja, daqueles previstos em lei. Em outras palavras, existe o meio de
prova legalmente previsto para colheita de prova, contudo, deixa-se de lado esse
meio de prova para se valer de outro com finalidade diversa. Ex: Juiz que solicita
a substituição da oitava de testemunha, por uma declaração lavrada em cartório. O
que não se permite, já que a mera declaração, ainda que registrada, uma vez que
impede-se o contraditório e a ampla defesa.
A depender do caso, a produção de prova anômala pode gerar nulidade, seja absoluta,
seja relativa.

D) prova irritual: é aquela produzida sem a observância dos preceitos legais.


Viola-se o direito processual. Isso deve se resolver à luz da teoria das nulidades.
STJ (...) É inválido o reconhecimento pessoal realizado em desacordo com o modelo
do art. 226 do CPP, o que implica a impossibilidade de seu uso para lastrear juízo
de certeza da autoria do crime, mesmo que de forma suplementar.

- ==CRITÉRIOS DE DECISÃO (STANDARDS PROBATÓRIOS)==

CONCEITO: é o grau de convencimento que se exige do magistrado para prolação de uma


decisão. Os graus para condenar, para pronúncia, para o recebimento de denúncia,
são, obviamente, diversos.

==CADEIA DE CUSTÓDIA DAS PROVAS==

- Até o pacote anticrime esse conceito era trabalhado pela doutrina e eventuais
julgados.
- O pacote anticrime inseriu a cadeia de custódia no CPP.
- Conceito: funciona como a documentação formal de um procedimento destinado a
manter e documentar **a história cronológica de uma evidência**, evitando-se,
assim, eventuais interferências internas e externas capazes de colocar em dúvida o
resultado da atividade probatória. Fundamenta-se no princípio da autenticidade da
prova. Ex: É preciso ter certeza que a droga apreendida com o criminoso, é a mesma
guardada pela polícia.

STJ: No sentido de que a autenticação de uma prova é um dos métodos que assegura
ser o item apresentado aquilo que se afirma ele ser, denominado pela doutrina como
princípio da mesmidade.

- Início da cadeia de custódia: ocorre com a preservação do local do crime ou com


procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de
vestígio.

ETAPAS DO RASTREAMENTO DE VESTÍGIOS DA CADEIA DE CUSTÓDIA

1a fase externa: abrange o reconhecimento, o isolamento, a fixação, a coleta, o


acondicionamento, o transporte e o recebimento.

2a fase interna: processamento da perícia, o armazenamento do vestígio e o


descarte.

- Coleta dos vestígios: deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial.

- os recipientes deverão ser lacrados por lacres, para manter sua individualidade.
- centrais de custódia: institutos de criminalísticas.

Consequência da quebra da cadeia de custódia:

1a corrente: parte da doutrina defende que trata-se de prova ilícita;

2a corrente: trata-se de prova ilegítima a ser resolvida pela teoria das nulidades,
a serem sopesadas pelo Magistrado.

AULA XII - BLOCO 1

MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL:

1. TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO PENAL: A tutela cautelar é sempre uma medida de


natureza urgente, tendo como objetivo assegurar a eficácia do processo. No processo
penal, não há um processo cautelar autônomo.
2. ESPÉCIES DE MEDIDAS CAUTELARES:

A) MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PATRIMONIAL: são aquelas relacionadas à reparação


do dano e ao pedimento de bens como efeito da condenação. Podem recair sobre bens
imóveis e móveis;

B) MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PROBATÓRIA: são aquelas que visam evitar o


perecimento de uma fonte de prova, assim como resguardar a produção dos meios de
prova. Ex: prova antecipada (art. 225, do CPP).

C) MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL: são aquelas medidas restritivas ou


privativas da liberdade de locomoção adotadas contra o investigado/acusado.
Essas cautelares podem acarretar restrições, ou, privação da liberdade de locomoção
(100% de restrição - prisão), como exemplo a prisão preventiva. Há, também, as
cautelares diversas da prisão.

- Lei. 12.403/11 e o fim da bipolaridade das medidas cautelares de natureza


pessoal, previstas no CPP:
- a) prisão cautelar;
- b) liberdade provisória com ou sem fiança, cumulada ou não com medidas cautelares
diversas da prisão.
- c) anteriormente o sistema era bipolar, ou se dava liberdade provisória ou se
determinava a prisão cautelar.

BLOCO 2

==Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada


pela Lei nº 12.403, de 2011).==

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz,


para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por


circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou


necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o


investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica


ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de
infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com


violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos
do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica.

-------------------------

- POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO:

A) como instrumento de contracautelas, substituindo anterior prisão em flagrante,


preventiva ou temporária;

B) como instrumento cautelar para o acusado que estava em liberdade plena, quando
se revelar necessário;

- PODER GERAL DE CAUTELA NO PROCESSO PENAL: poder geral de cautela, previsto no


CPC, permite que o Juiz determine medidas cautelares inominadas/atípicas, quando
não houver nenhuma cautelar nominada, ou seja, expressamente prevista em lei. Visa
resguardar a eficácia do processo.
- É possível utiliza-lo em sede do Processo Penal? A primeira corrente defende que
não, sob o argumento de que isso violaria o princípio da legalidade e o devido
processo legal, essa doutrina possui um viés da defesa
- Uma segunda corrente, entende cabível, desde que, para fins de adoção de cautelar
menos gravosa do que as previstas na lei. Ou seja, de igual modo, essa corrente
visa privilegiar o acusado. Nesse caso, o princípio da legalidade estaria
resguarda, uma que, se pode aplicar-se o mais, é possível aplicar o menos. Trata-se
de posição mais acertada, segundo o próprio STJ.

PRESSUPOSTOS PARA APLICAÇÃO DAS CAUTELARES PESSOAIS: Por força da presunção de


inocência, uma cautelar jamais poderá ser decretada como consequência automática da
prática do delito. A consequência automática é inadmissível, ainda que tenha se
instaurado inquérito, ou, proposta a ação penal.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva:
(...)\
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de
antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação
criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

Obs: vale para as demais cautelares.

1) fumus comissi delict: a prova da existência do crime somada à indícios de


autoria. A plausibilidade do direito de punir.

2) periculum libertatis: o perigo da permanência do acusado solto, para


investigação, para aplicação da lei penal e da própria coletividade. Isso fica
evidente na prisão preventiva e seus requisitos: garantia da ordem pública,
garantia da ordem econômica, garantia da aplicação da lei penal e conveniência da
instrução criminal. No caso acima citado, não se exige que todas hipóteses estejam
presentes.

BLOCO 3

Obs: a prisão preventiva deve ser aplicada como ultima ratio. Art.282, parágrafo
sexto, do CPP:

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas
observando-se a:
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não
cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma
fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

Obs: Para declarar a preventiva é indispensável que antes se decrete cautelar


diversa? Não, desde que fundamentado pelo Magistrado.

3) prima ratio: quando necessária a tutela cautelar, dever-se-à optar pelas medidas
cautelares diversas das prisão. A cautelar é admitida em crimes apegados com pena
privativa de liberdade. (283, parágrafo primeiro, CPP)

Obs: para se decretar a prisão preventiva deve-se analisar as hipóteses do art.


313, do CPP.

- Requisitos adicionais exigidos para internação provisória: crimes praticados com


violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser o réu inimputável ou
semi-imputável, havendo risco de reiteração.
- as cautelares diversas da prisão serão decretados para resguardar a aplicação da
lei penal, para investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente
previstos, para evitar a prática de infrações penais. (Art. 282, I, CPP)

- certas medidas cautelares aparentam serem aplicadas apenas à certas finalidades.

4. ==Concessão antecipada dos benefícios da execução penal aos presos cautelares.==

Súmula 716 do STF: Admite-se a progressão de cumprimento da pena ou a aplicação


imediata do regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.

Súmula 717 do STF: Não impede a progressão do regime de execução da pena, fixada em
sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão
especial.

Obs; A doutrina exige, apenas, que a sentença tenha transitado em julgado para
acusação, à luz do princípio do non reformatio in perus.

PROCEDIMENTO PARA APLICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES.

- Observar os parágrafos dos art. 282, do CPP.


- Aplicação da cautelares de maneira isolada ou cumulativa, em regra. Exemplo:
cautelar que determina que o marido não se aproxime da mulher cumulada com o
monitoramento eletrônico.
- Quais cautelares que só podem ser aplicadas de maneira isolada? Apenas aquelas
que restringem 100% a liberdade de locomoção, como na prisão cautelar e na
internação provisória.

JURISDICIONALIDADE

- as cautelares pessoais diversas da prisão estão submetidas a cláusula de reserva


de jurisdição, como previsto na Constituição, em seu art. 5º, à exceção da prisão
em flagrante, transgressão ou crime propriamente militar.
- Exceções: a) concessão de fiança pela autoridade policial (art 322, CPP), desde
que a pena máxima não seja superior a 4 anos. Para que o delegado conceda fiança,
de igual modo, exige-se a prévia prisão em flagrante b) é possível que a polícia
determine o imediato afastamento do lar, do domicílio ou do local de convivência
com a vítima de violência doméstica e familiar contra mulher. Em regra, essa medida
deve ser determinada pela autoridade judicial, mas admite-se que o delegado a
determine, quando a cidade não for sede da comarca; quando não houver delegado,
policial poderá fazê-lo.

==Obs: O STF decidiu ser plenamente constitucional a atuação supletiva e


excepcional de delegados de polícia e de policiais a fim de afastar o agressor do
lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida, quando constatado risco
atual ou eminente à vida ou à integridade da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, ou de seus dependentes (...)==

C) o delegado de polícia, segundo parte da doutrina, entende que o mesmo pode


determinar a condução coercitiva. Outra corrente, compreende que só o juiz poderá
fazê-lo, uma vez que, ainda que temporariamente, a liberdade de locomoção é
restringida.

D) possibilidade de aplicação da teoria do juízo aparente para ratificar as medidas


cautelares no curso da fase investigatória, por juízo aparentemente competente:
A competência do magistrado deve ser analisada à luz dos dados então presentes, por
exemplo, um tráfico internacional de drogas de competência do juízo federal, que
após investigação conclui-se ser tráfico de drogas doméstico, de competência do
juízo estadual. Nesse caso, a decisão tomada pelo juiz federal mantém-se.

VEDAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR "EX LEGE" (DECORRENTE DA LEI): Essa espécie de prisão é
determinada pelo próprio legislador, independentemente da análise de sua
necessidade pelo juiz competente. Geralmente, isso ocorre a depender da gravidade
do delito. O CPP, no passado, dispunha nesse sentido.

A doutrina e as Cortes Superiores entendem que essa espécie de prisão viola a regra
de tratamento do princípio da presunção de inocência. Temos como exemplo o art. 44,
da lei de drogas, que veda a liberdade provisória com ou sem fiança, além de
sursis, graça, indulto e anistia. Ou seja, a manutenção da prisão em flagrante era
obrigatória.
PORÉM, o STF desde o HC 104.339, admite liberdade provisória sem fiança para crimes
hediondos ou equiparados, como tráfico de drogas.
CABE AO JUIZ DECIDIR SE A PRISÃO É OU NÃO NECESSÁRIA.

- ==É POSSÍVEL LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA, A CRIMES INAFIANÇAVEIS? ADMITE-SE,


DESDE QUE CUMULADA COM AS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO.==

Súmula 697 STF: A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes
hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.

TESE DE REPERCUSSÃO GERAL 959: É inconstitucional a expressão 'e liberdade


provisória", constante do caput do art. 44 da Lei n. 11.343-06 (lei de drogas).

BLOCO 5

Vedação à decretação de medidas cautelares de OFÍCIO do juiz na fase investigatória


ou processual:

- Desde a Lei 12.403/11, não é possível tal decretação na fase investigatória.


- O mesmo entendimento foi extendido para fase processual.
- O JUIZ deve ser provocado, para que então, decida sobre a decretação ou não.
- O decreto de ofício viola a imparcialidade do Juiz.
- OBS: ISSO NÃO SE APLICA AO STF, COMO OCORREU NO INQUÉRITO DAS FAKE NEWS.
- OBS: desde que o magistrado seja provocado, é possível a decretação de qualquer
medida cautelar, haja vista o princípio da fungibilidade que vigora entre elas.
Assim, se o MP requerer a prisão temporária do acusado, é plenamente possível a
aplicação de cautelar diversa da prisão ou vice-versa.

OBS: possibilidade de conversão de prisão em flagrante em preventiva ou temporária


de ofício pelo juiz na audiência de custódia: Uma primeira corrente diz que nesse
caso a conversão pode ser realizada ex officio. Essa posição é ultrapassada,
atualmente corrente dominante é contrária a conversão de ofício.

STJ: a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, no contexto da


audiência de custódia, somente se legitima se e quando houver, por parte do MP ou
da autoridade policial ou do querelante se for o caso, PEDIDO EXPRESSO e inequívoco
dirigido ao Juízo competente.

OBS: possibilidade de revogação de medidas cautelares de ofício e redecretação de


novas cautelares diante da superveniência de razões que a justifiquem.

- art. 282, parágrafo, do CPP: o dispositivo permite que o juiz de ofício permite
que o juiz poderá revogar ou substituir uma cautelar, ou ainda, redecreta-lá quando
presente motivos.
- a doutrina entende que quando a lei fala em atuação de ofício não se aplica a
nova aplicação de cautelar.

OBS: Ulterior manifestação ministerial pela revogação da cautelar anterior


decretada a pedido do parquet e possibilidade de indeferimento pela autoridade
judiciário.

- Há meu sentir, o Magistrado não esta aprisionado pela vontade do Ministério


Público, devendo decidir o pleito à luz do livre convencimento motivado.

OBS: possibilidade da decretação de medida cautelar de ofício, em casos de


violência doméstica, no âmbito da lei maria da penha.

- Com as alterações, o Magistrado já não pode agir ex officio.

OBS:a possibilidade de decretação de prisão no caso de decisão de pronúncia ou


sentença.

- Nesse caso, a medida pode ser decretada de ofício. Em sede de pronúncia e


sentença o magistrado já esta tornando pública sua opinião sobre o caso concreto.

AULA XIII

PRINCÍPIO TÁCITO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR.

- É valido não apenas a prisão cautelar, mas também as demais cautelares, ou seja,
a decisão que a decreta deve ser motivada e fundamentada, como exige a própria CF,
em seus artigos 5º e 93º. Analisar o art. 315 do CPP. A doutrina e o próprio CPP
adota o princípio da contemporaneidade, segundo o qual os motivos que justificam a
decisão deverão se contemporâneos a ela.

- ==A teor do parágrafo segundo, art. 315 do CPP, não considera como
fundamentamentada:==

==I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem


explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)==

==II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto


de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)==

==III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;


(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)==

==IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)==

==V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus


fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)==

==VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado


pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)==

- O rol supra é meramente exemplificativo e sua incidência conduz à nulidade da


decisão.

OBS: com a vigência do pacote anticrime, a fundamentação do magistrado deverá


abranger expressamente não apenas menção ao fumus comissi delicti, ao periculum
libertatis e as hipóteses de admissibilidade mas também:

A) justificativa expressa para inobservância do contraditório prévio: A regra é que


a parte contrária tenha ciência prévia, para impugnar os argumentos do parquet.
Contudo, essa exigência pode ser afastada quando esse contraditório prévio colocar
em risco a própria decretação da medida cautelar. A inobservância do contraditório
prévio deve ser expressamente fundamentada.

B) justificativa expressa para a não substituição da medida extrema por cautelar


diversa da prisão, lembrando que as diversas são prima ratio: O pacote anticrime
passou a exigir que o decreto de prisão cautelar deve indicar os motivos pelos
quais não se decrete cautelar diversa da prisão. Lembrando que se houver
pluralidade de agentes, a fundamentação deverá ser individualizada para cada
acusado.

C) justificativa expressa acerca da atualidade do periculum libertatis: Aplica-se


as decisões o princípio da contemporaneidade, ou seja, o motivos do decreto de
prisão devem ser contemporâneos a decisão.

OBS: fundamentação per relationem ou aliunde: ocorre qdo o juiz traz para si uma
decisão anterior ou uma manifestação das partes, para justificar/motivar seu
decisium. Evidente que essa espécie de relação gera a nulidade da decisão. Há outra
corrente, defende a possibilidade, desde que a manifestação usada como
justificativa pelo magistrado esteja fundamentada, o que é óbvio.

==Sobre isso o STJ decidiu que: É valida a utilização da técnica de fundamentação


per relacionem, em que o magistrado se utiliza de trechos de decisão anterior ou do
parecer ministerial como razão de decidir, desde que a matéria haja sido abordada
pelo órgão julgador, com a menção de argumentos próprios (...)==

BLOCO 2

LEGITIMIDADE PARA O REQUERIMENTO DA DECRETAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES.

- FASE INVESTIGATÓRIA:

1) representação da autoridade policial (Delegado); É necessário a oitava e a


concordância do MP diante da representação do delegado? Uma primeira corrente
compreende que não há necessidade de concordância do órgão ministerial, ainda que
seja ouvido sobre a representação. Uma segunda posição entende ser indispensável a
oitava e a concordância do MP, para o prosseguimento da representação. Havendo
discordância, dever-se-ia aplicar o art. 28 do CPP. Isso se justificaria pois o MP
é o titular da ação penal.

O STF concluiu que o delegado pode formalizar acordos de colaboração premiada, na


fase inquisitiva, respeitadas as prerrogativas do MP, que deverá se manifestar, SEM
CARÁTER VINCULANTE, previamente à decisão judicial.

2) requerimento do MP;
3) requerimento do ofendido/querelante nas ações penais privadas; O CPP fala de
querelante, o que pode conduzir ao entendimento segundo o qual o pedido só poderia
ser feito na fase processual, mas esse não é o entendimento da doutrina. O
querelante pode aportar requerimento na fase investigatória.
4) requerimento do acusado/defensor: Qual seria o interesse do acusado? Cita-se
como exemplo o pedido de cautelares diversas da prisão para substituir eventual
preventiva ou prisão em flagrante.

- FASE PROCESSUAL

1) requerimento do MP;
2) requerimento do querelante na ação penal privada;
3) requerimento do assistente da acusação (vítima que se habilita no processo, em
crime de ação penal pública);
4) requerimento do acusado/defensor.

OBS: ANTES DA LEI 12.403/11, NO CASO DAS CAUTELAR DIVERSAS DA PRISÃO O


CONTRADITÓRIO ERA DIFERIDO, OU SEJA, INAUDITA ALTERA PARS; COM O ADVENTO DA LEI,
POR HORA, O CONTRADITÓRIO DEVE SER PRÉVIO.
Contudo, o contraditório prévio, que é regra, pode ser afastado quando a ciência
prévia colocar em risco a eficácia da medida cautelar.

BLOCO 3

DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO DAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO:

- Nesse caso, o juiz, a requerimento do MP, do querelante ou de seu assistente,


poderá substituir a medida cautelar por uma mais gravosa, ou, cumula-lá com outra,
ou ainda a decretação da preventiva. Destaca-se que o juiz não pode agir de ofício.

Obs: Trata-se de sequencia obrigatória a ser seguida pelo Juiz? Não, o legislador
quis, in casu, ofertar opções diversas ao Magistrado.

Obs: O decreto preventivo, nos termos do parágrafo único do art. 312, o Magistrado
deve, segundo a primeira corrente, observar as hipóteses previstas no art. 313, que
trata as hipóteses que admitem a prisão preventiva. Outra corrente, entende que não
há necessidade. Cuida-se de corrente majoritária.

==STJ: a prisão preventiva decretada em razão de descumprimento de medida cautelar


anteriormente imposta ao paciente não está submetida às circunstancias e hipóteses
previstas no art 313 do CPP, de acordo com a sistemática das novas cautelares
pessoais.==

OBS: há crime de desobediência no caso do descumprimento de cautelares diversas da


prisão?
Em regra, não haverá crime de desobediência. O STJ entende que quando a lei já
destaca expressamente para determinado descumprimento de obrigação, importa dizer
que a própria lei já afasta o crime de desobediência.

Obs: INFORMATIVO N.544 DO STJ: O descumprimento de medida protetiva de urgência na


Lei Maria da Penha não configura crime de desobediência. De fato, a jurisprudência
do STJ firmou o entendimento de que, a configuração do crime de desobediência, não
basta apenas o não cumprimento de uma ordem judicial, sendo indispensável que
inexista a previsão de sanção específica em caso de descumprimento.

==OBS: a lei 11.340/06 introduziu crime expresso para o descumprimento de decisão


judicial que impôs medidas protetivas de urgência; tudo isso no âmbito da Lei Maria
da Penha.==

==REVOGABILIDADE OU SUBSTITUVIDADE DAS MEDIDAS CAUTELARES==: toda decisão que


decreta a medida cautelar se baseia na cláusula rebus sic stantibus. Mantidos os
pressupostos fáticos e jurídicos a decisão deverá ser mantido; o contrário tbm se
aplica. (Art. 282, parágrafo 5º, CF)
Se o juiz revogar a medida, mas sobrevierem os mesmos motivos, poderá decreta-lá
novamente.
No caso da revogação o magistrado poderá fazê-lo de ofício.

- A autoridade competente para revogar a cautelar será o próprio juiz que a


decretou.
- Art. 316, do CPP, revogação da preventiva.

BLOCO 4

Obrigatoriedade de revisão periódica da necessidade da manutenção da prisão


preventiva a cada 90 dias.

- Anteriormente, a preventiva não tinha prazo revisional. Porém, a doutrina e a


jurisprudência aplicavam a revisão anual, conforme resolução conjunta do CNJ e do
CNMP.
- Dentro desse contexto nasceu o pacote anticrime.
- Art. 316, parágrafo único, do CPP.
- A falta de revisão torna a prisão ilegal.

OBS: Levando-sem em consideração que o pacote anticrime entrou em vigor em 23 de


janeiro de 2020, o primeiro intervalo para revisão da preventiva de 90 dias
expirou-se em 21 de abril do mesmo ano;

Obs: É possível a utilização da argumentação per relationem.

Obs: Interpretação extensiva das cautelares diversas da prisão? A doutrina


compreende que essa revisão se aplica às cautelares diversas da prisão. Há parte da
jurisprudência que compreendem que esse prazo de 90 dias, é absurdo e sobrecarrega
os magistrados.

Obs: Possibilidade de reconhecimento da ilegalidade da prisão como consequência


automática de 90 dias sem a necessidade de manifestação do magistrado que a
determinou:

1a corrente: a consequência do final do prazo é automática. Da leitura do


dispositivo extrai-se que essa verificação deve ser feita de ofício.

2a corrente: No entanto, prevalece, a corrente que entende não ser consequência


automática, devendo ser discutida pelo os órgão colegiados. O STF entendeu que o
transcurso do prazo de 90 dias não acarreta automaticamente a revogação da
preventiva. A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da
prisão da preventiva aplica-se até o final dos processos de conhecimento. ADI
6.582/DF

Obs: Juízo competente para a revisão da necessidade de manutenção da preventiva,


sobretudo nas hipóteses envolvendo interposição de recursos perante a segunda
instância e Tribunais superiores.

- A doutrina trabalha com a ideia de que compete ao juízo onde tramita o processo.
Aplica-se, in casu, o esgotamento de instância.
- Doutra senda, a jurisprudência entende que essa exigência vale apenas até o fim
do processo do conhecimento.

OBS: A revisão da preventiva se aplica a réu foragido? Não, segundo o entendimento


jurisprudência. Vejamos:

STJ: (...) quando o acusado encontrar-se foragido, não há o dever de revisão ex


officio da prisão preventiva, a cada 90 dias, exigida pelo art. 316, parágrafo
único, do CPP.
- Há Doutrinadores que entendem que mesmo, no caso de réu foragido, aplica-se a
obrigatoriedade da revisão nonagesimal.

RECURSOS ADEQUADOS:

- Em caso de decretação ou revogação de preventiva, qual o recurso adequado?


- Em caso de revogação, a acusação poderá interpor RESE; os legitimados estão
previstos no art. 311, do CPP.
- No caso de indeferimento de cautelar diversa da prisão também caberá RESE.
- Vale dizer, que esse RESE não tem efeito suspensivo. O recurso correto é o Rese,
oposto concomitantemente com um mandando de segurança para atribuir efeito
suspensivo. Trata-se de interpretação a contrario sensu da lei do mandado de
segurança:

"ART. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:


II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;"

- Ou seja, caberá mandando de segurança para conceder efeito suspensivo ao RESE.


- Todavia, o STJ entende que:

Súmula n. 604 do STJ: O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito
suspensivo a recurso criminal interposto pelo MP.

EM FAVOR DA DEFESA:

- Se a prisão foi decretada, o instrumento adequando será a interposição do Habeas


Corpus.
- O habeas corpus poderá ser aplicado às cautelares diversas da prisão? Sim, pois,
em caso de descumprimento caberá a decretação da preventiva, portanto, a sua
liberdade de locomoção está em risco.

DETRAÇÃO E MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO.

- DETRAÇÃO: Descontar da pena privativa definitiva, o tempo de prisão provisória,


ou, internação.

Para uma primeira corrente, a detração não é possível por ausência de previsão
legal.

Uma segunda posição, defende sua possibilidade: a) quando houver semelhança entre a
cautelar e a pena definitiva, temos como exemplo o julgado do STJ:
- A Terceira Seção do STJ concluiu em recente julgado que é possível considerar o
tempo submetido à medida cautelar de recolhimento noturno, aos finais de semana e
dias não úteis, supervisionados por monitoramento eletrônico, com o tempo de pena
efetivamente cumprido, para detração da pena. HC 455.097.
- ==E quando não houver homogeneidade entre a cautelar e a pena definitiva:==
- Uma primeira corrente compreende que não é cabível.
- Outra corrente entende ser cabível, utilizando-se de legi ferenda de critério
semelhante a remição.

PRISÃO

Conceito: Trata-se da privação da liberdade de locomoção com recolhimento da pessoa


ao cárcere, seja em virtude de flagrante delito, ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, seja em face de transgressão militar ou crime
propriamente militar.
Espécies:

A) prisão civil; Alimentos.


B) depositário infiel. ( afastado pelo STF). Segundo a Convenção Americana de
Direitos Humanos.

Súmula Vinculante n. 25: É ilícita a prisão de depositário infiel, qualquer que


seja a modalidade de depósito.

C) Prisão militar: transgressão militar ou crime propriamente militar, mesmo sem


flagrante ou autorização judicial prévia. Assim, preserva-se a hierarquia e a
disciplina. Essa prisão é válida apenas ao militares.

- Os tribunais superiores entendem que não cabe HC em relação ao mérito da prisão


militar. Porém, caberá HC em relação da ilegalidade da punição disciplinar.

D) Prisão Penal: é aquela que resulta do trânsito em julgado de sentença


condenatória.
A prisão penal deveria ser a única existente, contudo na atual sociedade exige-se
as prisões temporárias. A regra, é a prisão penal, contudo excepcionalmente de modo
fundamentado, é possível determinar a prisão cautelar.

E) prisão cautelar (carcer ad custodiam):é aquela decretada no curso da persecução


penal para assegurar a eficácia.

- Espécies:
A) prisão em flagrante: há quem diga que ela é uma espécie de medida pré-cautelar,
dada sua conversão em preventiva;

B) prisão preventiva;

C) prisão temporária;

Obs: prisão decorrente de pronúncia e prisão decorrente de condenatória sem


trânsito em julgado: antes de 2008, eram espécies autônomas de prisão cautelar.
Atualmente, a doutrina entende que não são mais espécies autônomas de prisão. O que
há, hoje, é uma prisão preventiva com relação a pronúncia.

BLOCO VI

- audiência de custódia ou de apresentação: a ideia é permitir que tão logo o preso


seja preso, o mesmo seja levado a presença de um juiz,
- Consiste na realização de uma audiência sem demora após a prisão, permitindo o
contato imediato do custodiado com o juiz, com o Defensor e o MP.
- A primeira finalidade é evitar maus tratos e a tortura do preso. A segunda
finalidade é dar subsídios ao juiz para decidir sobre a conversão do flagrante em
preventiva ou a concessão de sua liberdade.
- Previsão normativa: antes do pacote anticrime, o CPP não dispunha sobre o assunto
de maneira expressa, mas os tribunais superiores entendiam que era possível a
aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. De igual modo, havia quem
entendia que a audiência encontrava-se prevista no rito do habeas corpus.

Obs: Legalidade dos provimentos da audiência de custódia. Uma primeira corrente


defendia que a audiência de custódia deveria estar prevista em lei, contudo
prevalecia o entendimento que os provimentos eram constitucionais e não violavam a
legalidade.
Obs: Após o pacote anticrime, a audiência de custódia foi inserida no CPP.

==Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24
(vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover
audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro
da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz
deverá, fundamentadamente:==

- Não se aplica apenas à prisão em flagrante, mas também a prisão em preventiva e


temporária.
- O STF passou a dizer que como a Convenção Americana não faz distinção, a
audiência de custódia deve ser aplicada em qualquer espécie de prisão, inclusive,
nas definitivas.

- Presidência da audiência de custódia: Uma primeira corrente defendia que a


audiência poderia ser presidida por um juiz ou delegado. Essa não é a melhor
orientação. A segunda corrente indica que apenas o juiz pode presidir a audiência
de custódia.

OBS: cumprimento de mandado de prisão executado em localidade diversa daquela em


que o magistrado exerce sua competência:
Em regra, a audiência de custódia deverá ser realizada onde o indivíduo foi
capturado. O juiz, nesse caso, se manifestar, apenas, sobre a legalidade da prisão.

OBS: Prazo para realização da audiência de custódia: A convenção americana usa o


termo "o quanto antes". O STF passou a entender que o prazo é de 24 horas após a
prisão.

OBS: A audiência pode ser realizada por videoconferência? Em regra, não é possível.
A ideia da audiência de custódia é a presença entre o preso e o juiz. Contudo, em
situações excepcionais isso seria possível, como no caso da pandemia do COVID.

OBS: possibilidade de conversão da audiência de custódia em audiência una de


instrução e julgamento? Há quem entenda que sim, seria na verdade uma celeridade ao
extremo. A melhor orientação defende sua impossibilidade, sob pena de violar os
direitos fundamentais do preso. O preso deve ter tempo suficiente para preparar sua
defesa, como consta na Convenção Americana de Dtos Humanos.

OBS: Consequência decorrentes da anão-realização da audiência de custódia sem


motivação idônea: Ensejará a ilegalidade da prisão a ser relaxada pelo juiz, sem
prejuízo do decreto preventivo. Esse dispositivo encontra-se suspenso pelo STF.

AULA XIV

MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL III.

Prisão em Flagrante/conceito: É uma medida de **autodefesa** da sociedade


caracterizada pela privação da liberdade de locomoção daquele que é surpreendido em
situação de flagrância, a ser executada independentemente de prévia autorização
judicial.

- autodefesa da sociedade: em regra, a autotutela é vedada pelo ordenamento


jurídico, mas existem exceções como a prisão em flagrante e desforço imediato,
previsto, o último no Código Civil.
- a prisão em flagrante dispensa autorização judicial e seu controle prévio. O
controle, in caso, o controle deferido.
- a prisão em flagrante independe de mandado

Obs: hipóteses realizadas sem a exibição imediata do mandado: art. 287 e 299 do
CPP, o mandado nessas hipóteses não precisam ser apresentado de imediata, basta que
o mandado já tenha sido expedido.
Outra hipótese é a captura do réu evadido.

Obs: não necessidade de ordem de prisão nas transgressões militares, nos crimes
propriamente militares, e ainda, nos casos de Estado de Defesa e Estado de Sítio.

==ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE:==

A) flagrante obrigatório ou coercitivo: é o flagrante da autoridade policial e de


seus agentes (Não abrange o MP e os Magistrados). Isso é válido durante as 24 horas
do dia. Trata-se de um dever legal (art. 301 CPP);

B) flagrante facultativo: é o flagrante que pode ser efetuado por qualquer pessoa
do povo; essas pessoas poderão efetuar a prisão, cuida-se de faculdade, concedida a
sociedade. Aquele que efetue a prisão em flagrante está protegido pelo exercício
regular de direito.

Obs: E os guardas civis? Os tribunais superiores entendem que a prisão em flagrante


por eles realizadas, é facultativa.

BLOCO II

C) FLAGRANTE PRÓPRIO/PERFEITO/REAL/VERDADEIRO: É o previsto nos incisos I e II do


art. 302 do CPP. Os incisos dispões que esta em fragrância quem esta cometendo a
infração penal ou acaba de comitê-la.

Obs: Iter crimini: 1) cogitação; 2) atos preparatórios, em regra não são puníveis,
salvo, por exemplo, a organização criminosa; 3) atos de execução, nessa fase o
direito penal passa a intervir. Nesse momento, há cometimento da infração penal; 4)
consumação do delito.

D) flagrante impróprio/irreal/imperfeito (art.302, III, CPP): nesse caso à


perseguição do criminoso LOGO APÓS, o cometimento do crime. Não pode haver a
interrupção da perseguição, o que extende o preso do flagrante para além de 24
horas.
Entende-se por perseguição do réu quando tendo sido avistado, for perseguido sem
interrupção, embora depois o tenha perdido de vista, bem como, quando se sabe, por
indícios ou informações fidedignas que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal
ou qual direção pelo lugar que o procure, for no seu encalço;

E) flagrante fico/assimilado (art. 302, IV, CPP): Considera-se em flagrante delito


quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas objetos ou papéis que façam
presumir ser ele o autor da infração. Nesse caso, não há perseguição.

F) Flagrante preparado/provocado (crime de ensaio ou delito putativo por obra do


agente provocador): Os requisitos são, a indução à prática do delito, pelo agente
provocador (autoridade policial ou qualquer do povo), além disso, deve-se adotar
precauções para que o delito não se consume. Por conta das precauções estamos
diante de crime impossível, dada impossibilidade do meio. Trata-se de exemplo de
prisão ilegal, devendo ser objeto de relaxamento.

SÚMULA n. 145 do STF: "Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível sua consumação"

- A súmula transcrita aplica-se não apenas a autoridade policial, mas também há


qualquer do povo.
G) flagrante esperado: Nessa espécie, não indução a prática do delito. Ocorre, in
casu, um trabalho policial que prevê a prática de crime futuro. Trata-se de prisão
legal.

- venda simulada de drogas: o agente policial disfarçado foi introduzido pelo


pacote anticrime. Cuida-se de técnica de investigação.

BLOCO III

H) Flagrante retardado/diferido/ação controlada: nada mais é que a possibilidade


que se retardar a ação policial para melhor colheita de provas.

I) Flagrante nas várias espécies de crimes, como nos permanentes que se prolongam
no tempo. (Art. 303 CPP); nos crimes habituais, que exigem uma prática reiterada do
crime. Nesse caso, uma corrente é contrária ao flagrante, pois não é possível
verificar a habitualidade, porém a corrente majoritária defende a possibilidade de
flagrância.

J) flagrante em crimes de ação privada: é cabível conquanto haja manifestação


favorável da vítima ou do seu representante.

L) crimes formais: são os crimes de consumação antecipada. É cabível o flagrante,


mas não poderá ocorrer no momento do exaurimento do delito.

________________ // ___________

FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE:

A) captura:
- emprego de força: é possível desde que o faça de maneira moderada usando os meios
necessários.

- instrumentos de menor potencial ofensivo: são instrumentos que não causam lesão
permanente, como o gás de pimenta.

- uso de algemas:
- ==Súmula Vinculante n. 11, STF: Só é lícito o uso de algemas em casos de
resistência e de fundado receio de fuga ou perigo à integridade física própria ou
alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se referem sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.==

B) CONDUÇÃO COERCITIVA: Após a prisão, o preso será encaminhado à uma delegacia de


policia. Há, contudo, casos que não importam o flagrante:

C) lavratura dos casos de prisão em flagrante: O réu poderá livrar-se solto quando
o delegado impor fiança quando a pena máxima for inferior a 4 anos.

NOTA DE CULPA: é o instrumento entregue ao preso que identifica os responsáveis e


os motivos de sua prisão, concretizando o disposto no art. 5º da CF.
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial;
==CONVALIDAÇÃO JUDICIAL DA PRISÃO EM FLAGRANTE==

- A convalidação ocorre na audiência de custódia, onde o juiz sopesará a


necessidade de manutenção da prisão. O juiz poderá relaxar a prisão ou transforma-
lá em preventiva, tudo isso fundamentadamente.

A) relaxamento do flagrante ilegal:


- quando não houver situação de fragrância ou quando as formalidades
constitucionais não forem observadas. Eventual relaxamento, não impede a decretação
de cautelares, inclusive a prisão preventiva, em momento futuro.

B) conversão da prisão flagrante em preventiva: A doutrina sugere que essa


conversão também pode se dar para temporário, desde que pressentes seus
pressupostos. Deve-se observar os artigos 312 (fummus comissi delict/periculum
libertatis) e 313, do CPP.

C) concessão de liberdade provisória com ou sem fiança, bem como cumulada ou não
com as cautelares diversas da prisão.

NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE:

Doutrina majoritária compreende que trata-se de medida pré-cautelar.

BLOCO IV

DISTINÇÃO ENTRE PRISÃO TEMPORÁRIA E A PREVENTIVA

- Ambas são espécies de prisão cautelar;


- A preventiva está prevista no CPP, enquanto que a temporária está prevista na Lei
n. 7960/89.
- Há quem diga que a lei citada decorre de medida provisória, e, portanto, seria
inconstitucional, já que questões processuais não podem ser tratadas por medida
provisória, contudo, esse não é o entendimento do STF (ADI 162).
- MOMENTO: A temporária é exclusiva da fase investigatória, enquanto a preventiva
pode ser decretada a qualquer momento. No caso da temporária, quando a denúncia é
ofertada, o MP deve pedir a conversão da temporária em preventiva. Se ela perdurar
na fase processual deverá ser revogada.

Parte da doutrina entende que não cabe preventiva na fase investigatória se o


delito admitir a prisão temporária. O prazo da prisão temporária é de 30 dias,
prorrogável por igual período.

- DECRETAÇÃO EX OFFICIO: como se trata de prisão aplicável apenas na fase


investigatória, a prisão temporária não pode ser decretada de ofício, o juiz deve
ser provocado, sob pena de se violar, os princípios da imparcialidade do
magistrado, do juízo natural e do sistema acusatório.
Quanto a preventiva, com a entrada em vigor do pacote anticrime, a mesma, de
igual forma, não pode ser decretada ex officio seja na fase processual, seja na
fase investigatória.

- HIPÓTESES DE ADMISSIBILIDADE:

A) TEMPORÁRIA: os crimes previstos taxativamente na lei n. 7960/89, conjugado com a


lei n. 8072/90, que cuida de crimes hediondos e equiparados;

B) PREVENTIVA: as hipóteses estão previstas no artigos 313 do CPP, vale dizer, que
não é necessário somar os incisos para decreta-lá:
==I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a
4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).==

==II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).==

==III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,


criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).==

==IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).


(Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).==

==§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.==

Vejam, que a lei fala em crime, ou seja, não cabe preventiva em contravenções.

Observe que o inciso segundo não fala do quantum de pena, ou seja, basta que o réu
seja reincidente específico em outro crime doloso.

O inciso III, trata da violência domestica e familiar, tratados nos artigos 5º e 7º


da Lei Maria da Penha. Essa prisão preventiva na subsume apenas as mulheres, mas
também as crianças, adolescentes, idosos (igual ou superior a 60 anos), enfermos ou
pessoas com deficiência.

O descumprimento isolado de uma medida protetiva autoriza a decretação da


preventiva? Não, as cortes superiores entendem que para além do descumprimento da
protetiva é necessário demonstrar uma das hipóteses do periculum libertatis
previstos no art. 312, do CPP.

A preventiva no paragrafo primeiro do art. 313, do CPP, também se aplica aos crimes
culposos, uma vez que é necessária a identificação do infrator.

BLOCO 5

- Caberá Prisão temporária nos crimes (rol taxativo de delitos):

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223,
caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado


pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em


qualquer de sua formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.

Obs: cabe, ainda que não previsto, como nos casos de estupro de vulneráveis, uma
vez que considerado crime hediondo.
Obs: no caso de crime hediondos e equiparados, o prazo da prisão é de 30 dias,
prorrogável.
Obs: deve-se demonstrar o fummus comissi delict e o preiculum libertatis.

==Prisão preventiva.==
- exige a presença do fummus comissi delict (plausibilidade do direito do punir) e
do periculum libertatis, como previsto no art. 312, CPP. Quanto a existência do
delito se faz um grau de maior de probabilidade.
- periculum libertatis: É o perigo que a permanência do acusado em liberdade
poderá causar a aplicação da lei, para investigação e instrução, bem como para
segurança da coletividade.

1) garantia da ordem pública: A primeira corrente diz que essa hipótese não tem
natureza cautelar, sendo quase inconstitucional, cuida-se de posição minoritária.
Uma corrente entende que a prisão preventiva existe para impedir a reiteração
delituosa, independentemente da primariedade, ou, bons antecedentes. Outra corrente
defende que garantia da ordem pública seria o risco de reincidência somado ao
clamor social. A posição que prevalece é a segunda.
STF: O clamor público, ainda que se trate de crime hediondo, não constitui fator de
legitimação da privação cautelar da liberdade.

OBS: a possibilidade in abstrato não autoriza a preventiva.

2) Garantia da ordem econômica: é o risco da reiteração delituosa, porém em relação


a crimes contra a ordem econômica financeira.

3) Garantia da aplicação da lei penal: quando na análise do caso concreto conclui-


se que o indivíduo pretende fugir.

- É possível a decretação da prisão nos casos de que a pessoa constantemente se


ausenta do domicílio? Não, a fuga não pode ser presumido, deve ser evidenciada
através de dados concretos .
- Geralmente é decretada depois da fuga?
- Ausência momentânea? Quando se trata de momentânea e não de fuga, a prisão
preventiva não se faz necessária.
- Prisão de estrangeiros não residentes no Brasil? Atualmente, é comum a celebração
de assistência judiciária, com outros países.

4) conveniência da instrução penal: o indivíduo em liberdade poderá colocar em


risco as fontes e os meios de prova. Entende-se que isso abrange a fase
investigatória.

--------------------

PRISÃO TEMPORÁRIA E SEUS PRESSUPOSTOS: O STF decidiu ser necessário a presença dos
seguintes requisitos cumulativos:

1) imprescindível para as investigações do inquérito policial (periculum


libertatis), constatada a partir de elementos concretos, e não meras conjecturas,
vedada a sua utilização como prisão para averiguação, em violação ao direito a não
autoincriminação, ou quando fundada no mero fato de o representado não possuir
residência fixa;

2) fundadas razoes de autoria ou participação do indiciado nos crimes previstos na


lei n. 7960/89 (fumus comissi delicti), vedada a analogia ou a interpretação
extensiva do rol previsto no dispositivo. O STF não faz menção aos crimes hediondos
ou equiparados, contudo, a doutrina entende que nesses casos também é cabível a
temporária.

3) Justificada em fatos novos ou contemporâneos que fundamentam a medida; princípio


da contemporaneidade;

4) Medida adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às


condições pessoais do indiciado;

5) Não ser suficiente as cautelares diversas da prisão.

- PRAZO DA PRISÃO TEMPORÁRIA: o prazo é pré-determinado, 5 dias prorrogados por


igual período; no caso dos crimes hediondos e equiparados, o prazo será de 30 dias,
também prorrogáveis. Expirado o prazo o réu deve ser solto, sem alvará de soltura.

- PRISÃO PREVENTIVA: Em regra, não tem prazo pré-determinado, contudo, havendo


excesso de prazo na formação da culpa, o réu deve ser livrar-se solto. A lei das
organizações criminosos prevê o prazo máximo de 120 dias, prorrogável por igual
período, por decisão fundamentada.

OBS:
- Súmula n. 21, STJ: Pronunciado o réu, fica superada a alegação do
constrangimento ilegal por excesso de prazo na instrução;
- Súmula n. 52, STJ: Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de
constrangimento por excesso de prazo;
- Súmula n. 64, STJ: Não constitui constrangimento ilegal por excesso de prazo na
instrução provocada pela defesa;

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AULA 6

Prisão temporária pressupostos:


1: fumus comissi delicti e periculum libertatis.
2:
- O STF, em 2022, decidiu que: deve ser imprescindível para as investigações do
inquérito ( periculum libertatis), constatada a partir de elementos concretos, e,
não meras conjecturas, vedada sua utilização como prisão para averiguação, em
violação ao direito a não autoincriminação, ou quando fundada no mero fato de o
representado não possuir residência fixa, ou seja, o inciso II por si só não
autoriza a prisão temporária.
- fundadas razoes de autoria ou participação do indiciado nos crimes previstos na
lei da prisão temporária (fumus comissi delict), vedada a analogia ou interpretação
extensiva do rol previsto no dispositivo.
Obs: mesmo que não conste na decisão, esse entendimento se aplica à lei dos crimes
hediondos e equiparados.
- Fatos novos ou contemporâneos, princípio da contemporaneidade.
- medida adequada à gravidade do crime;
- não ser suficiente às cautelares diversas.

- Prazo da temporária:
- 5 dias prorrogável por igual periodo;
- crimes hediondos ou equiparados, 30 dias, prorrogável por igual período;
- São prazos do direito penal.
- expirado o prazo, o réu deve ser solto, sendo desnecessário alvará de
soltura.

PRISÃO PREVENTIVA

- não há prazo pré-determinado.


- Obs: há excesso de prazo na formação da culpa, quando os prazo processuais se
prolongarem dessaroadamente.
- obs: na lei das organizações criminosas, o prazo máximo é de 120 dias, quando o
réu estiver preso.

OBS:
- Súmula n. 21, STJ: Pronunciado o réu, fica superada a alegação do
constrangimento ilegal por excesso de prazo na instrução;
- Súmula n. 52, STJ: Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de
constrangimento por excesso de prazo;
- Súmula n. 64, STJ: Não constitui constrangimento ilegal por excesso de prazo na
instrução provocada pela defesa;

Na visão dos Tribunais superiores as súmulas 21 e 52, não possuem natureza


absoluta, ou seja, mesmo após a pronúncia ou da instrução pode haver excesso de
prazo.

Quanto a súmula 64 do STJ, ela se justifica pelo princípio de que ninguém pode se
beneficiar da própria torpeza.

==PRISÃO DOMICILIAR==
- Já era prevista na Lei de Execução Penal, mas a partir de 2011, a prisão
domiciliar foi introduzida no CPP, mas as duas não se confundem. A primeira decorre
de sentença condenatória transitada em julgado. A segunda cuida-se de prisão
cautelar. Assim diz o CPP:

==ART. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em


sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.==

- Para os tribunais superiores, não basta a debilidade, mas também, que não haja
tratamento disponível no sistema carcerário.
- imprescíndivel aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 anos ou com
deficiência; Obs: é necessário comprovar o réu deve produzir prova idônea desses
requisitos.
- gestante;
OBS: STJ ... Tráfico ilícito de entorpecentes. Paciente em estágio avançado de
gravidez. Pedido de substituição da preventiva por domiciliar. Ausência de prévia
manifestação das instancias precedentes. Dupla supressão de instancia. Superação.
Preenchimento dos requisitos do art. 318 do CPP. Concessão da ordem (...)
- mulher com filho de até 12 anos incompletos;
- homem, caso seja o único, responsável pelos cuidados do filho com até 12 anos
incompletos

- Habeas Corpus Coletivo impetrado em favor de todas mulheres presas


preventivamente que ostentem a situação de gestante, de puérperas ou de mais de
crianças sob sua responsabilidade.

- A substituição é cabível no tráfico de drogas? A lei não veda, portanto, é


cabível, nos casos de mulheres, nas condições supratranscritas.
- A prisão domiciliar da LEP não se confunde com a do CPP.

AULA XV - BLOCO I

COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

O tópico ora estudado está intimamente ligado ao contraditório e a ampla defesa,


como no caso exemplificativo de ausência de citação.

==CITAÇÃO==: é o ato de comunicação processual por meio do qual o acusado toma


ciência do recebimento de uma denúncia ou queixa contra si, ao mesmo tempo que é
chamado para defender-se. Abrange a defesa técnica e a auto-defesa.

- Consequência decorrentes de vício na citação:


- nulidade absoluta;
- essa citação é chamada de circunduta;
- esse vício poderá ser convalidado/saneado, diante do comparecimento do
acusado.
- art. 564, inciso III, alínea "e", CPP.
- Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação
estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se,
embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a
suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá
prejudicar direito da parte.

- cuida-se do princípio da instrumentalidade das formas; a forma não é um fim em si


mesmo.

==FINALIDADE DA CITAÇÃO==

- apresentação da resposta a acusação. Isso se aplica à todos procedimentos penais.


- antes da reforma do 2008, o réu era citado para seu interrogatório. Com a
reforma, o interrogatório passou a se dar no fim da instrução.

==EFEITOS DA CITAÇÃO VÁLIDA==

- não confundir a sistemática do CPC com a do CPP.


- O processo terá completada sua formação com a citação do acusado.
- a citação válida não induz a litispendência; no CPP a litispendência
ocorre qdo uma nova peça acusatória for recebida pelo juiz contra o mesmo acusado,
versando sobre os mesmos fatos. Independe da citação.
- Prevenção: no CPP, a prevenção pode ocorrer na fase investigatória, desde
que o juízo tem praticado ==ato de caráter decisório.== Por exemplo: uma pessoa
sequestrada em lugares diversos, um dos juízes igualmente competente tenha
praticado um ato decisório.
- ==Interrupção da prescrição no CPP:==

- INTERROMPIDA COM O RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA. O recebimento só


interromperá a prescrição quando a acusatória for recebida por juiz competente.

Bloco 2

AULA 2

==ESPÉCIES DE CITAÇÃO: REAL OU PESSOAL/ FICTA OU PRESSUMIDO==

- a real é aquela feita pela pessoa do acusado, essa é a regra. Ela pode ser feita
por mandado, precatória, carta de ordem ou carta rogatória.
- ficta/pressumida: trabalha-se com uma presunção de que o acusado tomou
conhecimento da citação, o que ofende a segurança jurídica e põe em risco a ampla
defesa. Temos a citação por edital e a citação por hora certa.

- É possível utilizar meios eletrônicos para citação. A lei de processos


eletrônicos permite a COMUNICAÇÃO DE ATOS, onde não se enquadra a citação.
- OBS: STJ: É possível a utilização do WhatsApp para citação do acusado, desde que
sejam adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do número
telefônico, bem como a identidade do individuo destinatário do ato processual.

==CITAÇÃO PESSOAL==, feita na pessoa do acusado. Não pode ser realizada na pessoa
do representante legal ou do advogado. No caso da pessoa jurídica a citação poderá
ser feito na pessoa do representante.

- Citação imprópria: recai sobre pessoas que possuem doenças mentais, há quem
advogue que mesmo esse indivíduo deve ser citado pessoalmente. Outrossim, a segunda
corrente defende que se adote o CPC e cite o deficiente na pessoa do curador.

- Citação por mandado, se dá quando o citando residir na mesma comarca do juízo.


Seus requisitos são:
- ==requisitos intrínsecos==: a) nome do juiz, do querelante no caso de
queixa-crime, o nome do 'réu, ou, se for desconhecido pelos seus sinais
características, domicilio do réu, o fim da citação, a subscrição do escrivão e a
rubrica do juiz.
- ==requisitos extrínsecos==: a leitura do mandado e a entrega da contrafé;
declaração do oficial da entrega da contrafé e sua aceitação ou recusa.

==Restrições à citação==

A única restrição no processo penal diz respeito à inviolabilidade domiciliar.

Bloco 3

- Citação por precatória: ocorre quando o acusado reside em comarca diversa, fora
do território da jurisdição.
Os requisitos são os mesmos da citação por mandado.
- Carta precatória itinerante: é uma carta que fica circulando, em busca do
acusado. Se o oficial de justiça certificar que o réu se oculta para não ser
citado, adotar-se-á a ==citação por hora certa==.
- CITAÇÃO DOS MILITARES: para não prejudicar a hierarquia e a disciplina, a citação
se fará por intermédio do comando ou chefia do respectivo serviço, porém, ainda
assim, será citado pessoalmente, só que na presença única de seu comandante. O CPM,
acertadamente, reza que mediante requisição do comando ou da chefia, o militar é
chamado para receber a citação, dando-lhe a contrafé.
- CITAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO: É citado pessoalmente; se houver necessidade de
comparecimento em juízo, seu chefe deverá ser comunicado.

- CITAÇÃO DE ACUSADO PRESO: A lei n. 10.792/03, passou-se a prever ao preso, o


direito a citação pessoal, conforme art. 360 do CPP. A doutrina diverge da
jurisprudência, e, compreende que pouco importa a unidade prisional da federação em
que o réu está preso. Já a jurisprudência, insiste em adotar a súmula 351 do STF: É
nula a citação do edital do réu na mesma unidade da federação em que o juiz exerce
sua jurisdição.

- CITAÇÃO DO RÉU NO ESTRANGEIRO


- Se estiver em local incerto no estrangeiro, sua citação será feita será no
edital; se em local sabido será citado por carta rogatória. Essa espécie interrompe
a prescrição, mas não o processo.
- O art. 222-A CPP, diz que as cartas rogatórias só serão encaminhadas em
casos de imprenscidibilidade, é óbvio que isso não se aplica a citação por
rogatória.
- Não é cabível citação por edital nos editais no juizados, conforme previsto
legal. O edital é incompatível com a celeridade e economia processual dos juizados
criminais, a mesma lógica se aplica a carta rogatória.

- Citação em legações estrangeiras (embaixadas e consulados em território nacional)


- a citação, ainda que em território brasileiro, será feita por carta
rogatória.
- uma primeira corrente defende a suspensão da prescrição; a segunda, a seu
turno, entende que a prescrição não é suspensa, sob pena de analogia in mallan
parte.

CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM


- citação realizada entre uma instancia superior e outra inferior.

==BLOCO 4==

CITAÇÃO POR EDITAL.

- Trata-se de uma citação fícta ou presumida, em que se presume a citação do réu e


seu conhecimento do teor.
- requisitos, os mesmos do mandado. O prazo será contado do dia da publicação ou da
sua afixação. Cuida-se de prazo de dilação, aquele dentro do qual o edital fica
publicado, em regra o prazo é de 15 dias. Ao fim desse prazo, no dia útil
subsequente começasse a contar o prazo para apresentar defesa.
- na citação por edital seria necessário o acompanhamento de cópia da denúncia; no
entanto, a posição dominante entende que basta a indicação do fato delituoso.

Hipóteses que autorizam a citação por edital:

A) acusado em lugar inacessível: esta hipótese não esta prevista no CPP, a doutrina
entende que se aplica subsidiariamente o CPC, especificamente no seu art. 256.
Comunidade dominado pelo tráfico não pode ser considerada lugar inacessível, in
casu, o oficial de justiça deve requisitar apoio policial.

B) acusado em local incerto e não sabido. Antes devesse escutar a tentativa de


localização do acusado. A citação por edital é medida de ultima ratio. Aplica-se
por analogia o CPC.

C) acusado que se oculta para não ser citado.


OBS: Em 2008, os dois parágrafos do art. 366 do CPP, foram revogados, mas isso não
prejudica, tampouco revoga o caput.

OBS: direito intertemporal: se o réu não comparecer nem constituir advogado


suspendesse o processo e a prescrição, podendo o juiz produzir provas antecipadas e
urgentes, para evitar seu perecimento. A suspensão do processo é norma processual,
entretanto a suspensão da prescrição é normal penal prejudicial, onde se aplica a
irretroatividade da lex gravior. Assim, a doutrina criou o que chamou a teoria de
que a suspensão é uma norma processual mista, ou seja, a prescrição só pode ser
aplicado aos crimes posteriores a mudança legislativa.

OBS: os pressupostos para aplicação do art. 366 são: a) citação do réu por edital;
b) não apresentação de resposta à acusação;

OBS: CONSEQUÊNCIAS DA APLICAÇÃO DO ART. 366


- suspensão do processo e da prescrição;
- produção antecipada de provas urgentes, o que parece ilógico porque o
processo esta suspenso;
- possibilidade de decretação da prisão preventiva.

- Produção antecipada de provas urgentes:


- a prova testemunhal é considerada de per si, urgente. A segunda corrente
entende que a prova testemunhal isoladamente considerada não é prova urgente. É o
entendimento do STJ. SÚMULA 455 STJ: ==" A decisão que determina a produção
antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente
fundamentada, não a justificando unicamente o decurso do tempo."==

- a teor do art. 225 do CPP, a parte deve provar que a testemunha padece de
enfermidade greve ou velhice, com o receio que com o transcurso do tempo não
poderão ser ouvidas. Essa corrente é majoritária.

- Oitava de policiais: o STJ entende que a oitiva de policiais é considerada prova


urgente.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o
juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o
caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

- ==DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA:==


- a prisão preventiva não é consequência automática do réu citado por edital
que não o atende.
- nesse caso para decretar a prisão preventiva é necessário observar os Arts.
312 e 313 do CPP.

- Suspensão do processo e da prescrição: a regra em nosso sistema é a


imprescritibilidade, conquanto, a doutrina compreende que essa prescrição deve
observar o prazo da prescrição punitiva em abstrato. Entretanto, o processo
continua suspenso.
- TESE DE REPERCUSSÃO GERAL FIXADA NO TEMA N. 438: Em caso de inatividade
processual decorrente de citação por edital, ressalvados os crimes imprescritíveis
previstos na CF, é constitucional limitar o período do prazo prescricional ao tempo
de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito do processo
parmanecer suspenso.

- O art. 366 do CPP, não se aplica à lavagem de capitais, tampouco à justiça


militar, pois no CPM, o réu citado por edital, que não comparece, é considerado
revel.
CITAÇÃO POR HORA CERTA.

- Aquele que se oculta para não ser citado, o será por hora certa, na forma do CPC.
- O citado por hora certa não tem o benefício da suspensão do processo e da
prescrição, in casu, será nomeado defensor dativo.
- A citação por hora certa se dá na forma do art. 252, do CPC, e, os requisitos
são: o réu tenha sido procurado por duas vezes e houver suspeita de ocultação.
Nesse caso, o próprio oficial de justiça providenciará a citação por hora certa.
Prevalece na doutrina, que essa espécie de citação é constitucional.

==INTIMAÇÃO, NOTIFICAÇÃO E CONTAGEM DE PRAZO==

- a intimação diz respeito a um ato pretérito, e, a notificação sobre um ato


futuro.
- os prazo são contados, como diz o art 798, do CPP, de forma contínua e
peremptórios, não se interrompendo.

OBS: a regra do artigo citado trata do inicio do prazo, mas a contagem do prazo
obedece regra diversas, com efeito, quanto à contagem do prazo, há de se lembrar
que o dia do começo não é computado, incluindo-se, porém o do vencimento. Ademais,
o prazo que terminar em feriado ou domingo, considerar-se-á prorrogado até o dia
útil imediato.

OBS: Súmula 310 do STF: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a


publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá
início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso que começará
no primeiro dia útil que se seguir.

OBS: Súmula 710 STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação e
não da juntada aos autos do mandato ou da precatória.

- ocorre a suspensão dos processos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. A


prescrição continua fluindo.

- O MP deve ser citado pessoalmente.


- Tese de Recurso Especial repetitivo n. 959: O termo inicial da contagem do prazo
para impugnar decisão judicial é, paro o MINISTÉRIO PÚBLICO, a data da entrega dos
autos na repartição administrativa dos órgãos, sendo irrelevante a intimação
pessoal que tenha se dado em audiência, em cartório ou mandado.
- O mesmo se aplica ao defensor público e ao dativo.

Obs: intimação e notificação do dativo, do advogado constituído e dos advogados do


querelante ou do assistente. A intimação deles se da por publicação.

OBS: intimação e notificação por hora certa: é cabível, a teor do art. 370 CPP.

OBS: é cabível a intimação e notificação por meios eletrônicos, a lei só veda a


citação. Há intimação por portal eletrônico e diário eletrônico.

OBS: o magistrado é obrigado a conceder prazo para marcar a audiência: Súmula 431
STJ - É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instancia, sem previa
intimação, ou publicação da pauta, salvo em Habeas Corpus, a não ser que haja
pedido de sustentação oral.

Súmula 117 do STJ: a inobservância do prazo de 48 horas, entre a publicação da


pauta e o julgamento sem presença das partes, acarreta nulidade.
- No entanto, o novo CPC fala do prazo de 5 dias, o que foi adotado no âmbito
do processo penal.
RENATO BRASILEIRO - AULA XVI BLOCO I

PROCEDIMENTO COMUM.

1- PROCESSO E PROCEDIMENTO:

- PROCESSO: instrumento pelo meio do qual o estado exerce a jurisdição, o autor o


direito de ação e o acusado o direito de defesa, havendo entre os sujeitos uma
relação jurídica diversa da relação de direito material, qual seja, a processual,
impõe a todos deveres, direitos, ônus e sujeições.

- Procedimento: é o modo pelo qual os diversos atos se relacionam na série


constitutiva do processo, representando o modo do processo atuar em juízo.
- Obs: a doutrina entende que o procedimento divide-se nas seguintes fases.
- fase postulatória: abrange a acusação, bem como a defesa, em algumas
hipóteses, quando a defesa é ouvida antes do recibemento da denúncia. Não raro, que
na própria fase postulatória as partes juntem provas, elementos informativos, etc.
- fase instrutória: inicia-se na audiência una, pedido de diligências.
- fase decisória: faz parte desta fase as alegações orais, ou, os memorias
escritos; também faze parte a sentença.
- fase recursal: a convenção interamericana dos Direitos Humanos garante o
duplo grau de juridição.

- obs: apenas a fase recursal não experimentou musanças nos últimos tempos.

2. violação de regras procedimentais:

- a violação de uma regra procedimental, viola o devido processo legal,


tornando a nulidade absoluta.
- a violação caracteriza, apenas, uma nulidade relativa, por força do
princípio da instrusmentalidade das formas.

3. Persecução penal de crimes conexos/continentes, submetidos a procedimentos


diversos.

- obs: não é possível a combinação dos procedimentos.


- obs: se houver conexão contra crime doloso contra vida, com um delito
qualquer, salvo se militar e eleitoral, competirá ao tribunal do júri, aplicando-se
seu procedimento especial.
- obs: se ambos delitos forem da competencia do juiz singular deve-se segundo a
primeira corrente dever-se-á aplicar o procedimento da infração mais grave. A
antiga lei de drogas previa isso, mas não foi tratada pela nova lei. Esse critério
do delito mais grave sempre foi criticado, o procedimento mais grave ofende a
defesa ampla; já uma segunda corrente, compreende que o procedimento a ser adotado
é o mais amplo, entendo-se por aquele que propicia as partes o maior exercício de
duas faculdades;

Bloco 2

4. Classificação dos procedimentos penais:

a) procedimentos especiais: a depender do legislador, levando-se em


consideração a natureza do delito, a pessoa do acusado, etc. Como exemplo de
procedimento segundo a natureza do delito: procedimento do Tribunal do Júri. Os
procedimentos especiais podem estar previstos no CPP ou em lei especial.

b) procedimento comum: utilizado por exclusão, ou seja, quando não couber o


procedimento especial, se usará o procedimento comum.
b.1) procedimento comum ordinário; pena máxima igual ou superior a 4 anos
b.2) súmario: pena máxima inferior a quatro anos e seja privativa de
liberdade
b.3) sumarissímo: infrações penais de menor potencial ofensivo, como definido
em lei. São crimes e contravenções com pena máxima não superior a dois anos,
cumulados ou não com multa, ou, a procedimento especial, salvo no caso de violência
doméstica contra mulher;
Antes da lei 11.719/08: o legislador adotava o critério, com a espécie de
pena, se de reclusão ou de detenção.
Atualmente, o critério é o quantum de pena e não há sua espécie.

- Essa é a regra. Existem as seguintes exceções:


-
- Obs: concurso de crimes, qualificadoras, privilégios, causa de aumento ou
diminuição de pena, atenuantes e agravantes: Quando se tratar dessas espécies, as
mesmas devem ser levados em consideração. Tratando-se de causa de aumento aplica-se
o quantum que torna mais severa a pena.
- Havendo causa de diminuição aplica-se o quantum que menos diminui a pena.
- As agravantes e atenuantes não são levadas em consideração para definição
do procedimento.
- Isso pois, não há critério legislativo pré-determinado, além disso, elas
não precisam constar da peça acusatória.

Obs: infrações penais praticadas no contexto de violência familiar contra a


mulher. Nesse caso, não se aplica o procedimento dos juizados criminais.

Obs: crimes tipificados no estatuto do idoso, cuja pena máxima não seja
superior a 4 anos.
- Uma primeira corrente defendeu que houve a criação de um novo conceito de
infração de menor potencial ofensivo.
- a posição dominante, compreende que aplica-se o procedimento sumarissímo,
como colocou o próprio STF. A lógica é que o procedimento, em questão, é o mais
célere, ao menos em tese.
- quando a pena for superior a dois anos e inferior a 4 anos, competirá ao
juiz singular julgar, utilizando-se do procedimento dos juizados.
- quando a pena for superior a 4 anos, será competente o juiz singular,
aplicando-se o procedimento comum ordinário.
- crimes previstos na lei das organizações criminosas e os conexos: aplica-se
o procedimento ordinário, independentemente da pena.
- A lei das organizações criminosas não veda a aplicação da lei dos juizados.
Permitindo a aplicação de transação penal, suspensão condicional do processo.

Bloco 3

Análise do antigo procedimento comum ordinário.


a) oferecimento da denúncia;
b\0 recebimento ou não da acusação;
c) citação
d) interrogatório;
e) defesa prévia;
f) oitiva das testemunhas da acusação;
g) oitiva das testemunhas da defesa;
h)diligências;
i) alegações finais;
j) diligência ex officio pelo juiz;
k) sentença.

- ANÁLISE DO NOVO PROCEDIMENTO


- OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA: seja denúncia, seja queixa-crime, vide
requisitos do art. 41 do CPP.

*** ==Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol
das testemunhas.==***

- segue-se o juízo de admissibilidade do magistrado. Quando esse juízo é


realizado? Segundo o art. 396 do CPP, o momento seria após peça acusatória, nos
procedimentos sumário ou ordinário. O art. 399, usa novamente o termo " rebida a
denúncia ou queixa."
- o art. 396-A, trata da resposta à acusação, enquanto o art. 397, cuida da
absolvição sumária.
- a melhor orientação é do art. 396 do CPP.
- negada a absolvição súmaria, o juiz assinalará data de audiência com a citação
das partes.
- do juízo de admissibilidade pode resultar do recebimento ou não da acusatória.
- obs: o juiz não pode determinar diligências de ofício na fase investigatória, sob
pena de violar o sistema acusatório.

Rejeição da peça acusatória.

- causas de rejeição (395 CPP):


- a) manifestamente inepta;
- b) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
- c) faltar justa causa;

- inépcia da acusatória: nada mais é que a inobservância dos requisitos legais da


peça acusatória; inobservância do art. 41 do CPP. A inépcia deve ser arguiida até a
sentença, sob pena de preclusão, na visão dos Tribunais Superiores.

- ausência de pressupostos processuais ou das condições da ação.

- falta de justa causa: entende-se por justa causa, segunda a primeira corrente,
seria um lastro probatório mínimo para a instauração de processo penal. A segunda
corrente entende que por justa causa seria a soma de tipicidade, punibilidade e
viabilidade (fundados indícios de autoria). Essa segunda corrente é isolada;
- No processo penal não há espaço para acusações temerárias.

- Standards probatórios, necessários ao recebimento da denúncia vs necessários à


condenação?
- Para condenar o réu, é necessário que o standard probatório traga um juízo
de certeza.
- Para o recebimento da denúncia, basta uma verossimilhança
- STJ: Pelo menos nesse momento procedimental de admissibilidade da peça
acusatória, não há necessidade de um juízo de certeza em torno da materialidade e
autoria do fato criminoso.
- A certeza só necessário para uma condenação com base no in dúbio pro reo.

- Rejeição parcial da peça acusatória:


- Por exemplo: imagine uma denúncia que conste um crime de furto e um de
calúnia. O juiz pode receber um crime e rejeitar o outro, haja vista que a injúria
é crime de ação penal privada.

- Impossibilidade de rejeição da peça acusatória após seu recebimento?


- não óbice, é comum ocorrer após a resposta da acusação.
- Uma primeira corrente doutrinária diz não ser possível, pois teria havido
preclusão pro judicato. Assim, após o recebimento não é possível sua posterior
rejeição.
- Uma segunda corrente, que conta com julgados do STJ, dizendo que não há que
se falar em preclusão, por isso é possível.

BLOCO V

- Recurso cabível contra a rejeição da peça acusatória:


- antes de 2008, rejeição não se confundia com não recebimento, cabendo,
portanto, apelação ou RESE.
- Após 2008, passou a se entender que rejeição é sinônimo de não recebimento,
cabendo, assim, o RESE, ao menos, em regra. Art. 581, I, CPP.
- No Jecrim cabe Apelação, a ser julgada pela Turma Recursal.
- OBS: Súmula n. 707 STF: constitui nulidade a falta de intimação do
denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da
denúncia, nao a suprimindo defensor dativo.
- Ou seja, a remessa a segunda instancia depende da manifestação do
acusado, em respeito a mais ampla defesa, ainda que se trate de rejeição de
denúncia. Lembrando que, as contrarrazões, devem ser ofertadas pelo defensor
escolhido pelo acusado, em sua falta, nomear-se-á um defensor público ou dativo.

- Súmula n. 709 STF: salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão
que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, como seu
recebimento.

- O juiz rejeitou a denúncia, em razão disso, interpor-se o RESE, no


âmbito da segunda instancia, o Tribunal dá provimento ou não ao recurso. No caso do
provimento, o mesmo importará no recebimento da denúncia, já que a decisão que
julgou a apelação substitui a decisão de primeiro grau, in casu, de rejeição. Essa
é a regra. Todavia, vez por outra, o Tribunal pode dar provimento ao recurso, terá
como base alguma nulidade. Nesse caso, o processo será devolvido ao juiz de
primeira instancia, quando os autos retornarão a ele para decisão.
- Obs: a publicação do acórdão interrompe a prescrição.

- ==RECEBIMENTO DA ACUSATÓRIA.==
- juízo positivo de admissibilidade.
- para muitos esse momento significa o inicio do processo penal.

- O recebimento deve ser fundamentado?

- primeira corrente: há necessidade, em respeito ao contraditório e a ampla


defesa, a luz do art. 5º e 93º da CF.
- segunda corrente: dominante nos tribunais superiores, essa corrente entende
que a fundamentação é dispensável, salvo, nos procedimentos, em que há defesa
preliminar.

- Súmula 564 STF: A ausência de fundamentação do despacho de recebimento de


denúncia por crime falimentar enseja a nulidade processual, salvo se já houver
sentença condenatória.
- essa súmula está ultrapassada, pois a nova lei de falências não trata do
assunto.

- ==Consequências do recebimento da acusatória:==


-possível causa de fixação de competência, por prevenção, desde que outro
magistrado tenha, de alguma forma, decido algo durante a investigação. Obs: a
prevenção é um critério residual de fixação de competência.
- a denúncia recebida interrompe a prescrição, desde que não tenha sido
recebimento não tenha sido feita por juiz incompetente.
- Início do processo:
- primeira corrente: com o oferecimento da denúncia;
- segunda corrente: com o recebimento da denúncia; majoritária.

- Cabe recurso contra o recebimento da peça acusatória?


- Em regra, não, ante ausência de previsão legal. Excepcionalmente, os
Tribunais Superiores admitem o trancamento do processo. Faz-se isso através de HC,
quando houver perigo contra a liberdade de locomoção, ou, MS quando ofendido
direito líquido e certo.
- Possibilidade de trancamento do processo no Tribunal do Júri? Também se
permite, já que há uma filtragem para que ações temerárias não chegam ao Tribunal
do Júri.
- ==~~Tese de Repercussão Geral tema n. 154 - STF: Qualquer decisão do Poder
Judiciário que rejeite denúncia, que impronuncie ou absolva, sumariamente, os réus
ou, ainda, que ordene a extinção, em sede de HC, de procedimentos penais não
transgride o monopólio constitucional da ação penal pública, nem ofende os
postulados do juiz natural e da soberania do veredito do Júri. Ministro Marco
Aurélio.~~==

- Obs: consequência decorrente da superveniência de sentença penal condenatória em


relação a HC impetrado para fins de trancamento do processo em virtude da ausência
de justa causa:
- Imagine que entre o julgamento do HC, o juiz de primeira instancia condenou
o réu.
- o HC restará deserto já que o standart probatório é menor, em relação a
certeza da sentença condenatória.
- Súmula 648 STJ.

AULA XVII bloco I

- Citação do acusado
- Reação defensivo à peça acusatória:
- a extinta defesa prévia: existente antes de 2008, quando o acusado
era citado era, em síntese, arrolar testemunha.
- Defesa Preliminar: também chamada de resposta preliminar, ocorre no
momento procedimental anterior ao juízo de admissibilidade da peça acusatória. O
seu precípuo objetivo é convencer o juiz quanto a rejeição da peça acusatória,
apontando ao juiz causas que ensejem sua rejeição. Essa espécie de defesa não está
prevista no procedimento ordinário. O prazo varia, conforme o procedimento legal.
Encontra-se prevista em alguns procedimentos especiais, como: lei de drogas;
procedimento originário dos Tribunais; JECRIM (em audiência e oralmente); crimes de
responsabilidade de prefeitos e vereadores; art. 514 do CPP, nos crimes
afiançáveis. O artigo citado está inserido no capítulo que cuida do procedimento
dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, sendo aqueles
relacionados à função. Esse procedimento não se aplica ao particular. Atualmente,
não há crimes funcionais inafiancáveis;
OBS: são crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, são aqueles
previstos no art. 312 e 326 do CP. A entes delitos a doutrina vêm adicionando os
novos crimes de abuso de autoridade. Atualmente, ainda que o delito tenha pena
mínima superior a dois anos, é possível fiança. Depois da Lei 12.403, todos os
crimes funcionais passaram a ser afiançáveis.
O STJ entende que o procedimento especial do CPP, só se aplica aos crimes
funcionais típicos.
Não se aplica, de igual forma, se a denúncia atribui crime funcional e um crime
comum, ao acusado.

==Bloco 2==
- Desnecessidade de observância da defesa preliminar, quando a denúncia estiver
instruída por inquérito policial:

- STJ: Súmula n. 330 do STJ: É desnecessária a resposta preliminar de que


trata o art. 514 do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial.
- Para Corte, o funcionário público já teria tido a oportunidade de se
defender no inquérito policial, ou seja, não há surpresa a defesa.

- STF: Entende que a defesa preliminar do art. 514, é indispensável, mesmo quando a
denúncia vier instruída por inquérito policial.

Espécie de nulidade decorrentes da inobservância da defesa preliminar.

- A posição majoritária entende que se trata de nulidade relativa, ou seja, o


prejuízo deve ser demonstrado e ela deve ser argüida na primeira oportunidade.

Entre a defesa preliminar e o juízo de admissibilidade do magistrado, permite-se a


realização de instrução realizada pela defesa?
- Não é possível, na defesa preliminar a prova deve ser pré-constituída.

Defesa preliminar e desnecessidade ou não da apresentação da resposta da acusação a


posteriori.
- sobre essa discussão há duas correntes:
- primeira corrente há necessidade, nos termos do art. 394, paragrafo
4º do CPP.
- segunda corrente: creem que não há que se falar em resposta de
acusação nesses procedimentos especiais; o conteúdo da resposta pode ser tratado na
defesa preliminar, com base no princípio da eventualidade.
- STF: Por ocasião do recebimento da denúncia oferecida contra o
Senador AÉCIO NEVES pela prática dos crimes de corrupção passiva e tentativa de
obstrução à justiça, concluiu a primeira turma que, viabilizada a apresentação da
defesa preliminar, caberia ao denunciado, com base no princípio da eventualidade,
trazer todos os argumentos que dispunha de modo a se opor à imputação. Por isso,
negou provimento ao agravo regimental interposto de decisão que teria indeferido
pedidos de devolução do prazo de resposta para juntada de documentos complementares
pela defesa.
- princípio da eventualidade; significa a possibilidade (e
a recomendação) de o réu arguir toda a defesa possível caso uma ou alguma delas
seja rejeitada pelo magistrado. Concentra-se a defesa na eventualidade de alguma
alegação não vir a ser acolhida pelo Estado-juiz.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO ( procedimento comum ordinário)

- como regra funciona como regra nos procedimentos ordinários e ordinários.


- deve ser apresentada após o recebimento da peça acusatória e citação do acusado.
- seu objetivo precípuo é tentar convencer o juiz sobre a possibilidade de
absolvição sumária.
- a resposta à acusação, segundo primeiro corrente, pode ser apresentada pelo
defensor e pelo acusado, haja vista o princípio da defesa técnica. O ideal é dizer
que, apenas o advogado/defensor pode apresenta-lá.

Bloco 3

A teor do CPP:

==Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o


que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua
intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).==
==§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).==

==§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não


constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista
dos autos por 10 (dez) dias.==

Á luz do parágrafo segundo, ainda que o acusado citado, não responda, o juiz deverá
nomeará defensor dativo para fazê-lo.

==REVELIA==.

- deve se diferenciar o acusado citado pessoalmente ou por hora certa, daquele


citado por edital.
- O acusado citado por edital, que não se apresenta, gera a suspensão do processo e
da prescrição.
- Já o citado pessoalmente ou por hora certa, que não responde à acusação, será
considera do REVEL.
==Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado
pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no
caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.==

- Decretar-se-á a revelia, devendo-se nomear defensor dativo.


- São efeitos da revelia: desnecessidade de intimação do acusado para os demais
atos processuais, salvo, em se tratando de SENTENÇA CONDENATÓRIA OU ABSOLUTÓRIA
IMPRÓPRIA.
- ==OBS: A sentença penal absolutória imprópria é a sentença aplicada ao
inimputável em casos de doentes mentais, sua finalidade legal é absolver o
inimputável em razão da ausência de culpabilidade, e logo em seguida, de modo
preventivo e curativo, aplicar-lhe uma medida se segurança.==
- não há que se falar em presunção da veracidade dos fatos narrados na exordial
acusatória, haja vista o princípio do in dúbio pro reo. Cabe à acusação provar os
fatos alegados.
- o réu deve suportar o ônus de sua desídia. ==Porém, o defensor continuará a ser
intimado, apenas o acusado não será==; resolva-se nos casos de sentença
condenatória ou absolutória imprópria, nesses casos, ainda que revelia, o réu deve
ser intimado para exercer seu direito de recorrer.

POSSÍVEL OITIVA DO MP E DO QUERELANTE.

- primeira corrente, não necessidade, pois não há previsão legal;\


- segunda corrente: majoritária corrente defende que, o MP e o Querelante podem ser
ouvidos após a resposta à acusação, com base no contraditório amplo. Ainda, desde
que necessária para que a acusação se manifeste sobre provas novas, até então
desconhecidas pelo parquet ou pelo querelante. Faz-se isso, para evitar uma decisão
de absolvição sumária baseada em prova não debatida. Aplica-se por analogia o
procedimento do júri, especificamente no art. 409 do CPP.

==POSSÍVEL ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA==

- antes da alteração do CPP, a absolvição sumaria se restringia ao júri. No


entanto, atualmente ela é tratada como regra geral, inclusive, em procedimentos não
regulados pelo CPP. (Art.394, parágrafo 4º, CPP). Topograficamente, a absolvição
sumária encontra-se prevista no procedimento comum ordinário.
- A absolvição sumária é chamada por alguns de julgamento antecipado da lide, tal
como no CPC. A palavra lide não é bem-quista no âmbito processual penal. Lide é um
conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Não se aplica, pois
a resistência é obrigatória, alem do que, o MP pode requerer a absolvição do réu.

==Causas==:

1) a existência manifesta de excludente de ilicitude;


2) a existência manifesta de causa excludente de culpabilidade, salvo
inimputabilidade; o imputável não pode ser absolvido sumariamente, pois, se o
admitisse, o magistrado poderia sujeitá-lo a medida de segurança.
3) que o fato narrado não constitui crime (atipicidade); A atipicidade pode ser
formal/material.
4) extinta a punibilidade do agente; alvo de críticas por parte da doutrina, pois
decisão nesse sentido não tem natureza absolutória, mas meramente declaratória.

OBS: Qual o standard probatória para uma decisão de absolvição sumária? Há


necessidade de um juízo de certeza. Diferente da absolutória própria, quando, na
dúvida, aplica-se o in dubio pro reo.

OBS; não confundir com a absolvição sumária prevista no art. 415 do CPP, que trata
do procedimento do júri. Três aspectos as diferenciam:
1) momento procedimental: a do procedimento comum ocorre antes da instrução do
processo; já a do procedimento do júri ocorre ao final da primeira fase do júri, ou
seja, depois da instrução probatória, perante ao juiz sumariante.

2) quanto as causas: no procedimento comum estão previstas no 397; do júri


encontra-se prevista no art. 415 do CPP.

3) quanto a absolvição sumária imprópria: é a medida de segurança aplicada ao


inimputável. No procedimento comum não admite-se essa espécie de absolvição
sumária. Já no Júri, é possível essa causa de absolvição, e, desde que essa seja a
única causa defensiva. Se houverem duas ou mais teses defensivas, o juiz deverá
pronúncia-lo.

Obs: desnecessidade de motivação complexa. A jurisprudência entende que a motivação


sobre as teses devem ser sucintas para evitar um pré-julgamento.

- Quais são os recursos adequados contra a absolvição sumária do acusado? Concedida


a absolvição sumária caberá a apelação (art. 593, I, CPP). Se provido o recursos os
autos retornarão a primeira instancia. Negada a absolvição sumária, não previsão de
recurso, nada impede a impetração de um HC ou um MS.

- Possível proposta de suspensão condicional do processo: prevista na lei do


Jecrim, nos crimes com pena igual ou superior a um ano.
- Uma primeira corrente defende que isso se dá depois do recebimento da acusatória,
mas antes da absolvição sumária. Sob a ótica de acusado, esse posicionamento não
faz sentido, já que a proposta de suspensão vêm encartado na denúncia.
- Uma segunda corrente, defende que o momento é após acusatória, e, desde que o
réu não tenha sido absolvido sumariamente.

- ==DESIGNAÇÃO DA AUDIÊNCIA:==
- prazo pra designação: ordinário (60 dias); sumário (30 dias) ;
- esse é o prazo máximo, o mínimo seria, a teor do CPC, de 5 dias. Aplicação
analógica.

Bloco 5

- o CPP passa a adotar o princípio da oralidade: deve se dar preponderância a


palavra falada, sobre a escrita, sem que esta seja excluída. A audiência designada
servirá para instrução e o julgamento do feito. Esse princípio já existia no JECRIM
e no plenário o júri.
- subprincípios:

- princípio da concentração: reduzir a instrução e julgamento a uma única


audiência.
- princípio do imediatismo: significa a colheita direta de provas pelo Juiz;
contato imediato com a prova.
- princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: no curso da
audiência não há que se falar em recurso, ainda que absurdo o indeferimento, por
exemplo, de um questionamento.
- Salvo, se sujeita ao RESE, nesse caso não se aplica o princípio.
- Mesmo que a interlocutória seja irrecorrível, o tema pode ser trazido
em tese de preliminar, no caso, de futura apelação, arguindo nulidade.
- princípio da identidade física do juiz (art. 399 CPP): O juiz que
presidiu a instrução deve ser o mesmo a proferir sentença
- Esse princípio foi incluído no CPP, em 2008.
- Exceções: o CPP não contemplou exceções. Antes do revogado CPC,
o juiz convocado, licenciado, afastado, promovido ou aposentado, passava seus
processos a um sucessor. Contudo, isso não consta no novo CPC, tampouco traz o
princípio da identidade física do juiz. Essa mudança não revogou o art. 399,
parágrafo segundo, do CPP (IDENTIDADE FISÍCA).
- Possíveis soluções: ultratividade do antigo CPC; O juiz
afastado perderia, momentaneamente, a sua competência para julgar.

- A identidade física não impede a carta precatória, tampouco as


audiência por teleconferência.

- Magistrados instrutores: surgiram no STF para os processos de


sua competência ordinária. Os Ministros se resumem a "julgar" o feito.

AUDIÊNCIA UNA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

- A sequencia do atos probatórios são aqueles previstos no art. 400 do CPP:


- Oitava da vítima, inquirição de testemunhas arroladas pela acusação e pela
defesa, nessa ordem, bem como esclarecimento de peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas, por último, o acusado será ouvido.

INDEFERIMENTO DE PROVAS PELO JUIZ

- art. 400, parágrafo primeiro, do CPP. O juiz deverá indeferir as provas


irrelevantes, impertinentes e protelatórias.
- O juiz poderá indeferir tais provas, se souber o caráter das hipóteses, que
o autorizam. Ao juiz não é dado supor ou adivinhar as provas e seu caráter.

- STF: Prova. Pedido de diligencias. Oitava de testemunha.


Indeferimento fundamentado. Diligencia requerida. Pedido de caráter eminentemente
protelatório. Nulidade. Inocorrência (...)

==Bloco 6==

DEVEVR PROCESSUAL D E TUTELA DA INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA DA VÍTIMA E


TESTEMUNHAS PELAS PARTES E DEMAIS SUJEITOS PROCESSUAIS (LEI MARIANA FERRER)

- Mudanças no CPP e na Lei dos Juizados.


- Obs: vitimização primária e secundária, a primeira decorre do fato
delituoso, a segunda é o dano psicológico causado às vítimas e testemunhas pelos
agentes estatais na busca do esclarecimento do fato delituoso.
- Obs: condutas vedadas: manifestação sobre circunstâncias alheias aos fatos
discutidas nos autos. Utilização de linguagem, de informações ou material que
ofendam a dignidade da vítima ou de testemunhas.
- OBS: eventual infrator responderá pelo crime de abuso de autoridade.
- Obs: possibilidade de aplicação do novo regramento a outros crimes.
- Obs: procedimento aplicável às testemunhas, que, igualmente devem ser
protegidas.
- Obs: é possível utilizar esse regramento na fase investigatória ou no
processo militar? É plenamente possível, uma vez que se combate a violência
institucional.

FASE DE DILIGÊNCIAS:

Anteriormente eram feitas por escrito, agora, em regra, devem ser feitas oralmente,
após o interrogatório do acusado.

==Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o


querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.==

Obs: a diligência deve se referir a fato relativo a instrução.

- ==Alegações orais ou memoriais.==


- Trata-se da última oportunidade que as partes têm para convencer o juiz.
Consistem em um ato postulatório das partes que precede a sentença final, na qual o
MP, o querelante, o advogado do assistente e o defensor devem realizar minuciosa
análise dos autos (...) com o objetivo de influenciar no convencimento do
magistrado sobre a absolvição ou sobre a condenação do acusado.

- Em regra, são orais, não empecilho no entanto que sejam apresentadas por
escritos.

- ordem de apresentação dos memoriais no caso de colaboração premiada.


- Havendo um delator, este deve apresentar seus memoriais antes do delatado.
A ordem é, MP, DELATOR, DELATADO. Isso foi incorporado pelo pacote anticrime, no
art. 4º.

- Não apresentação de memoriais.\


- Querelante: em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, o
MP tomara o processo. Se o caso for de ação penal exclusivamente privada, ocorre a
perempção.
- Para o MP, os memoriais são de apresentação obrigatória.
- Caso a defesa técnica não apresente os memoriais, segundo corrente
majoritária, há nulidade absoluta por não apresentação da defesa. O acusado deve
ser intimado para constituir novo advogado para fazê-lo.

Obs: haverá aula específica sobre sentença.

AULA XVIII

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