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Feito e organizado por especialistas em direito e em concursos, o Norte Legal é um material de Leis
Anotadas | Cejurnorte Concursos | projetado com o intuito de otimizar seu estudo, seja ele regular, seja
de reta final. O "NL" tem sido fundamental nos estudos de centenas de concurseiros, que, assim como
você, precisam recorrer a várias fontes de estudo na hora resolver questões e revisar temas específicos
do edital.

Como destacamos os dispositivos?


São atribuídos aos dispositivos o "negrito" e "CAIXA ALTA" para dar ênfase aos termos, trechos e prazos
que mais confundem candidatos. Outra "sacada" do "NL" é a atribuição de um caractere especial
"foguinho", que fica bem ao lado do dispositivo recorrente em provas de concursos públicos. Obs.:
FIZEMOS UM MINUCIOSO RAIO-X (últimos 10 ANOS).

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


▸Edição: 2023.1
▸Número de páginas: 243
▸Coordenação: Bruno Câmara e Lucas Epifanio
▸Diagramação: Lucas Epifanio
▸Revisão: André Epifanio e Márcia Pessoa

Este é um projeto do Cejurnorte Concursos, disponibilizado para venda APENAS no site


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NORTE LEGAL
LEGISLAÇÃO: CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
ABRANGÊNCIA: ART. 1 AO 23

PROCESSO PENAL - NOTAS INTRODUTÓRIAS

MODALIDADES DE SISTEMAS PROCESSUAIS

Busca-se examinar 03 pontos:

a) Interação entre o Juiz, o Promotor e a Defesa;


b) Papel que o Juiz exerce na produção da prova;
c) Exercício do direito de defesa do acusado.

Não há contraditório.

Juiz com ampla iniciativa probatória (chamada gestão de provas), na investigação e no processo.

SISTEMA Acusado é mero objeto do processo.


INQUISITORIAL
Princípio da verdade real (superado): magistrado deve buscar verdade, podendo, para tanto, utilizar provas
ilícitas (ex, tortura admitida).

Confissão do réu é a rainha das provas.

Clara distinção entre as atividades de acusar e julgar.

SISTEMA ACUSATÓRIO Iniciativa probatória exclusiva das partes e juiz como terceiro imparcial e passivo na coleta da prova. Vigora
o Princípio Dispositivo, por isso em nenhuma fase o juiz pode produzir prova de ofício.
(ADOTADO
Como exemplo do papel do juiz na produção de prova, temos o art. 212 do CPP (método de questionamento
EXPRESSAMENTE
das testemunhas) conhecido como exame direto e cruzado. Antes de 2008, cabia ao juiz a formulação de
NO BRASIL, NO perguntas. Atualmente, as perguntas são feitas diretamente pelas partes, cabendo ao magistrado a atuação
ART.3º-A DO CPP) residual.
Art. 3º-A. O processo Art. 212, CPP. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz
penal terá estrutura aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de
acusatória, vedadas a outra já respondida.
iniciativa do juiz na fase Acusado é sujeito de direitos.
de investigação e a
substituição da atuação Vigora a publicidade e oralidade do julgamento.
probatória do órgão de Presença de contraditório.
acusação. (Incluído
Na fase investigatória, juiz só intervém se for provocado.
pela Lei nº 13.964, de
2019) Princípio da busca da verdade (ou verdade processual) - prova deve ser produzida com contraditório.
Conforme seu art. 129, I, a CF adotou este sistema, outorgando ao MP a titularidade da ação penal pública.

Processo tem 2 fases:

1a fase: Inquisitorial, com instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem contraditório.

SISTEMA MISTO OU 2a fase: Acusatório. Acusador apresenta acusação, réu se defende e Juiz julga, vigorando, em regra, a
FRANCÊS publicidade e a oralidade.

Quando o CPP entrou em vigor, prevalecia que o sistema nele previsto era o misto. Porém, com o advento
da CF, que prevê de maneira expressa a separação das funções de acusar e defender, adotou-se o Sistema
Acusatório.
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E PROCESSUAIS CONSTITUCIONAIS

Previsto na CF e na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH).

CADH CF

Art. 8o, §2o: Toda pessoa acusada Art. 5o (...), LVII – ninguém será
de um delito tem direito a que se considerado culpado até o trânsito em
presuma sua inocência, enquanto julgado de sentença penal condenatória.
não for legalmente comprovada a
sua culpa.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA (DUDH) OU PRESUNÇÃO Aqui, aplica-se o princípio pro homine, segundo o qual havendo tratamento diferenciado na
DE NÃO CULPABILIDADE (CF) legislação internacional e na interna, deve prevalecer o que for mais benéfico ao acusado. Nesse
caso, será a CF.

No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54), afirmou que o cumprimento da pena
somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. Assim, é proibida a execução
provisória da pena.

Atenção: No que tange à execução provisória da pena no Tribunal do Júri, a 1a Turma do STF já
vinha decidindo no sentido de que a condenação a uma pena igual ou superior a 15 anos de
reclusão autorizava a execução provisória da pena. O Pacote Anticrime positivou esse
entendimento no art. 492, I, do CPP, o que, segundo a doutrina, é um dispositivo de
constitucionalidade questionada, uma vez que se admite a execução provisória de uma decisão
de um juiz de 1º grau.

Para este princípio, ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Veda- se a
autoincriminação.

Previsto no CADH (art. 8o, 2, g) e na CF (art. 5o, LXIII).

CADH CF

Artigo 8o - Garantias judiciais Art. 5o, LXIII - o preso será informado de seus
direitos, entre os quais o de permanecer
2. Toda pessoa acusada de um delito
calado, sendo-lhe assegurada a assistência
tem direito a que se presuma sua
da família e de advogado;
inocência, enquanto não for
legalmente comprovada sua culpa.
PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE Durante o processo, toda pessoa tem
DETEGERE direito, em plena igualdade, às
seguintes garantias mínimas:

g) direito de não ser obrigada a depor


contra si mesma, nem a confessar-
se culpada, entre os quais o
depermanecer calado;e

OBS1. Sabendo que o titular desse direito é o indivíduo


suspeito/investigado/indiciado/acusado, A TESTEMUNHA PODERÁ SE VALER DELE?
SIM, desde que, diante do caso concreto, o seu depoimento seja apto a produzir prova
contra si mesmo. Por exemplo, se falar o que sabe, acabará confessando um crime.
Todavia, na posição de pessoa que conhece fato sobre terceiro, a testemunha não
poderá invocar o princípio.

OBS2. ADVERTÊNCIA. Nos termos do art. 5o, LXIII da CF, o cidadão deve ser,
obrigatoriamente, informado do seu direito ao silêncio, sob pena de nulidade. Perceba
que a não observância de tal dever PODE acarretar a ilicitude das provas. Sobre o tema,
temos um julgado recente (11/05/2021) do STJ:

(...) 4. No que concerne à alegada nulidade do depoimento prestado perante a autoridade


policial, em virtude da ausência de informação a respeito do direito de permanecer em
silêncio, consigno que, no moderno processo penal, eventual alegação de nulidade deve
vir acompanhada da efetiva demonstração do prejuízo, o que não foi sequer indicado no
presente recurso. Nesse contexto, a simples alegação de que o recorrente não foi
alertado do seu direito ao silêncio, em nada repercute sobre a higidez processual. (...)
STJ. 5ª Turma. RHC 77.238/PR.

05 DESDOBRAMENTOS DO NEMO TENETUR SE DETEGERE

DIREITO AO Direito de não responder às perguntas formuladas pela autoridade,


SILÊNCIO funcionando como espécie de manifestação passiva da defesa.

PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE O direito ao silêncio é válido em qualquer juízo e em qualquer


DETEGERE procedimento. Portanto, pode ser exercido no tribunal do júri.

O art. 478 do CPP diz o seguinte:


DIREITO AO
SILÊNCIO NO Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de
TRIBUNAL DO nulidade, fazer referências:
JÚRI E A
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram
VEDAÇÃO DA SUA
admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como
UTILIZAÇÃO COMO
argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
ARGUMENTO DE
AUTORIDADE II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta
de requerimento, em seu prejuízo.

Alguns doutrinadores entendem que o acusado possui o direito de


mentir, por não existir o crime de perjúrio no ordenamento pátrio.
DIREITO DE
MENTIR E no caso de mentiras agressivas (incriminar terceiros inocentes)?
Haverá responsabilização (calúnia, denunciação caluniosa).

DIREITO DE NÃO Doutrina e jurisprudência têm adotado o entendimento de que não se


PRATICAR pode exigir um comportamento ativo do acusado.
QUALQUER Comportamento ativo: um “fazer” por parte do acusado. Exemplo:
COMPORTAMENTO fornecimento de material escrito para exame grafotécnico e do
ATIVO QUE POSSA exame de bafômetro.
INCRIMINÁ-LO

Prova invasiva, que implica na penetração do organismo humano e


na extração de uma parte dele.

Exemplo: coleta de sangue, soprar bafômetro.

OBS: Prova não invasiva, sem proteção do referido princípio, é aquela


DIREITO DE NÃO
em que não há penetração no organismo humano. Admite-se a
PRODUZIR
NENHUMA PROVA coleta, mas não deve ser retirada do corpo. Por exemplo, o fio de
INCRIMINADORA cabelo coletado de um pente, vale para a coleta de lixo descartado,
INVASIVA de placenta descartada.

OBS2: O STJ entende que o raio-x é prova não invasiva, de modo que
pode ser realizado mesmo contra a vontade do indivíduo. (HC
149.146/SP)

Nemo Tenutur e a prática de outros ilíticos:

1) Agente adultera a cena do crime (Caso Nardoni)? Responsabilização por fraude


processual. Não viola o princípio.

2) Agente, foragido, ao ser parado em uma blitz, apresenta identidade falsa?


Responsabilização pelo crime de falsa identidade. Não viola o princípio.

Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial


PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE
é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
DETEGERE

3) Crime do art. 305 do CTB (afastar-se do local do acidente)? Não viola o referido
princípio.

Art. 305, CTB. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: Penas - detenção, de seis
meses a um ano, ou multa.

Dever legal de interrupção imediata do interrogatório quando o imputado optar pelo exercício do
direito ao silêncio

Com o advento da Nova Lei de Abuso de Autoridade, passou a ser crime de abuso de autoridade
o prosseguimento de interrogatório, policial ou judicial, de imputado que decidiu exercer o seu
direito ao direito.

Art. 15. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;

Respaldado constitucionalmente pelo art. 5o, LV da CF, impõe que às partes (acusação e defesa)
devem ser dadas a possibilidade de influir no convencimento do magistrado, oportunizando-se
a participação e manifestação sobre os atos que constituem a evolução pessoal. O contraditório
abrange o direito de produzir prova, o direito de alegar, de se manifestar, de ser cientificado,
dentre outros.

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O princípio do contraditório é formado por dois elementos, quais sejam: direito à informação e
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO direito à participação. Vejamos:

DIREITO À INFORMAÇÃO DIREITO À PARTICIPAÇÃO

Atos de comunicação: intimação, citação e notificação. Possibilidade de contrariar.

Exemplo:

Súmula nº 707, STF - Constitui nulidade a falta de


intimação do denunciado para oferecer contrarrazões
ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a
suprindo a nomeação de defensor dativo.
ATENÇÃO: É entendimento majoritário de que não é exigível o direito ao contraditório no inquérito
policial, já que se trata de procedimento administrativo de caráter informativo.

Diferença entre o contraditório para a prova (real) e contraditório sobre a prova (diferido).

CONTRADITÓRIO PARA A PROVA CONTRADITÓRIO SOBRE A PROVA (DIFERIDO


(REAL) ou POSTERGADO).

Partes atuam na própria formação do Contraditório ocorre apenas após a formação


PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO elemento de prova, sendo da prova, dando-se oportunidade ao acusado e
indispensável que sua produção se dê a seu defensor de, no curso do processo,
na presença do órgão julgador e das contestar a providência cautelar, ou de
partes. combater a prova pericial feita no curso do
inquérito.
Exemplo: prova testemunhal colhida
em Juízo, em que não há qualquer Exemplo: interceptação telefônica
razão cautelar a justificar a não
intervenção das partes quando da sua
produção, sendo obrigatória, pois, a
observância do contraditório para a
realização da prova.

Deve ser assegurada a ampla possibilidade de defesa, lançando-se mão dos meios e recursos
disponíveis a ela inerentes (art. 5o, LV da CF/88).

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Desdobramento do princípio do devido processo legal.

Divide-se em:

DEFESA TÉCNICA AUTODEFESA

Também chamada de defesa Também chamada de defesa material ou


processual. genérica.

Pontos de destaque: Pontos de destaque:

1) É realizada por profissional da 1) Autodefesa é aquela exercida pelo próprio


advocacia (defensor constituído ou acusado, em momentos cruciais do processo.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA defensor nomeado ou defensor Diferencia-se da defesa técnica porque,
público), regularmente inscrito nos embora não possa ser desprezada pelo juiz, é
quadros da OAB. renunciável, já que não há como se compelir o
acusado a exercer seu direito ao interrogatório
2) É obrigatória, nos termos do art. 261
nem tampouco a acompanhar os atos da
do CPP:
instrução processual.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que
2) Manifesta-se de várias formas: direito de
ausente ou foragido, será processado
audiência (interrogatório judicial), direito de
ou julgado sem defensor.
presença (direito de acompanhar os atos da
Parágrafo único. A defesa técnica, instrução, podendo ser por videoconferência) e
quando realizada por defensor público capacidade postulatória autônoma.
ou dativo, será sempre exercida
3) Direito a postular pessoalmente
através de manifestação
fundamentada Em alguns momentos específicos do processo
penal, confere-se ao acusado capacidade
OBS: Presença do advogado é
postulatória autônoma, independentemente da
obrigatório no processo criminal,
mesmo no âmbito dos Juizados
Especiais Criminais (em todos os presença de seu advogado, para realizar
momentos, seja na audiência determinados atos processuais, tais como:
preliminar (art. 72), na análise da
a) Interpor recursos contra decisões
proposta da transação penal (art. 76,
proferidas por juízes de 1º grau;
§3o), no curso do procedimento comum
sumaríssimo (art. 81), seja no b) Provocar incidentes na execução penal;
momento da proposta de suspensão
condicional do processo (art. 89, §1o).) c) Revisão criminal;

d) HC.
3) A falta de defesa técnica ou quando 4) A Nova Lei de Abuso de Autoridade passou
feita por profissional irregular gera a criminalizar a conduta de privar que o
nulidade absoluta. Nesse sentido: indivíduo se sente ao lado de seu defensor e de
Súmula nº 523, STF - No processo com ele comunicar-se durante a audiência.
penal, a falta da defesa técnica
constitui nulidade absoluta, mas a sua Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista
deficiência só o anulará se houver pessoal e reservada do preso com seu
prova de prejuízo para o réu. advogado:

4) Tem caráter irrenunciável. (Mesmo


Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
que o acusado não queira, juiz tem que
nomear um defensor).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
5) Direito de escolha do defensor: impede o preso, o réu solto ou o investigado de
direito do próprio acusado. O juiz não entrevistar-se pessoal e reservadamente com
pode se sobrepor à sua vontade. Isto é, seu advogado ou defensor, por prazo razoável,
quando o advogado constituído antes de audiência judicial, e de sentar-se ao
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA abandona o processo, não pode o juiz seu lado e com ele comunicar-se durante a
enviar os autos à Defensoria sem que audiência, salvo no curso de interrogatório ou
dê ciência ao acusado para que no caso de audiência realizada por
escolha outro advogado de sua videoconferência.
confiança. Apenas em caso de inércia,
após a intimação pessoal, é que o juiz
poderá remeter os autos à Defensoria.

6) Próprio acusado pode exercer sua


defesa técnica? Sim, desde que seja
profissional da advocacia habilitado.

7) Defesa técnica de 2 ou mais


acusados e um único defensor é
possível, desde que não ocorra
colidência de teses pessoais.

8) No IPL, a defesa técnica é limitada. A


doutrina aduz que a defesa técnica na
fase pré- processual tem uma atuação
essencialmente exógena, através do
exercício do HC e do MS, que, em
última análise, corporificam o exercício
do direito de defesa fora do IPL. Dentro
do IPL basicamente só existe a
possibilidade de solicitar diligências,
nos limites do art. 14 do CPP. Contudo,
é errado dizer que não existe direito de
defesa no IPL. Existir, existe, desde
1941, ainda que não tenha a eficácia que
a Constituição exija.
Ampla defesa no PAD: A Súmula Vinculante no 5 não se aplica ao PAD promovido para averiguar
o cometimento de falta grave no curso da execução penal, tendo em vista estar em jogo a
liberdade de ir e vir. É necessária a presença de defesa técnica.

Súmula vinculante no 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo


disciplinar não ofende a constituição”

Assim, quando o Juízo das Execuções decretar a regressão de regime sem que o condenado
seja assistido por defensor durante PAD instaurado para apurar falta grave, há de se reconhecer
a nulidade do feito, haja vista a violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

Ampla defesa e execução penal: A ampla defesa deve ser assegurada no processo de execução
penal, conforme entendimento sumulado do STJ.

Súmula nº 533 do STJ: “Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da


execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do
estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado
constituído ou defensor público nomeado”.

Cuidado: No caso de transferência de presos para presídios federais (Lei 11.671/2008), em regra,
será necessário observar a ampla defesa. Contudo, em situações excepcionais, devidamente
fundamentadas pelo magistrado, o contraditório poderá ser diferido.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA

Súmula nº 639 do STJ: “ Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida
prévia da defesa, determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento
penitenciário federal.

Julgado Novo (Info 720, STJ) – 26/11/2021: Se a defesa técnica teve pleno acesso aos autos da
ação penal, anexos e mídias eletrônicas, a negativa de ingresso de notebook na unidade prisional
para que o custodiado visualize as peças eletrônicas não configura violação do princípio da ampla
defesa.

Entenda o julgado: A garantia constitucional à ampla defesa, prevista no art. 5º, LV, da CF, envolve
a defesa em sentido técnico (defesa técnica), realizada pelo advogado, e a defesa em sentido
material (autodefesa), por meio de qualquer atividade defensiva desenvolvida pelo próprio
acusado, em especial durante seu interrogatório. Contudo, no caso, a restrição ao ingresso de
notebook na unidade prisional justificava-se pelo risco de ofensa à segregação prisional.

Ademais, tal restrição não representava obstáculo à ampla defesa, pois as peças processuais
relevantes ou de interesse poderiam ter sido impressas e levadas ao preso. Frise-se que,
embora o custodiado tenha formação jurídica, sua defesa técnica está sendo patrocinada por
advogados habilitados nos autos, os quais tiveram pleno acesso aos autos da ação penal, anexos
e mídias eletrônicas. Portanto, assegurado à defesa técnica amplo acesso à integralidade dos
elementos probatórios encartados nos autos, já estando o custodiado ciente das imputações
descritas na denúncia, não há falar em nulidade processual.

É o direito que o acusado possui de conhecer antecipadamente o juiz que irá julgar eventual
crime praticado. Está ligado à imparcialidade.

Impede a criação casuística de tribunais após-fato, para apreciar determinado caso. Ou seja, o
magistrado encarregado de colher a prova deve ser o mesmo que julgará, uma vez que teve
contato direto com as partes e testemunhas.

PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL Previsão legal: art. 5o, XXXVII e LIII, ambos da CF.

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Descontaminação do julgado: Encontra-se prevista no art. 157, §5o do CPP, incluído pelo Pacote
Anticrime. Vejamos:
Art. 157, § 5o O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá
proferir a sentença ou acórdão. (Incluído pela Lei no 13.964, de 2019) (Eficácia Suspensa)

Lei modificadora da competência e sua possível aplicação imediata aos processos em


andamento. Segundo os Tribunais Superiores, lei que altera competência deve ser aplicada
imediatamente, salvo se já houver sentença de mérito. Exemplos:

1) Crimes dolosos contra a vida praticados por militares, ainda que em serviço, contra
civis. Todos os processos que estivessem em 1ª instância deviam ser remetidos ao
Júri, salvo se já houver sentença de mérito, caso em que o processo deve permanecer
na justiça de origem;

2) Tráfico internacional de drogas cometido em comarca em que não há vara federal. Pelo
art. 27, da revogada Lei 6.368/76, a competência era da justiça estadual comum, quando
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
no local não houvesse vara da JF. Contudo, a nova Lei de Drogas determinou que a
competência será da JF, mesmo que não haja vara federal na cidade, os autos devem
ser remetidos para a comarca mais próxima. Os processos em andamento foram
remetidos à JF.

Convocação de Juízes de 1o grau para substituir Desembargadores. É possível, desde que se


utilize critérios objetivos para a escolha.

Julgamento por turma ou câmara composta por maioria de desembargadores convocados. É


possível, possuindo o juiz convocado as mesmas competências de um desembargador.

Especialização para julgamento de crimes de lavagem de capitais. Atualmente, é comum a


especialização de varas, a exemplo do que ocorre nos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, no tráfico de drogas, nos crimes de trânsito e de lavagem de capitais.

Segundo o entendimento dominante, a especialização de varas NÃO viola a CF, tendo em vista
que se trata de desdobramento do poder de auto-organização do Poder Judiciário.
A publicidade dos atos processuais é a regra, o sigilo pode ser admissível quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem, sem prejuízo do interesse público à informação
(artigos 5o, LX e 93, IX da CF/88) ou se dá publicidade do ato puder ocorrer escândalo,
inconveniente grave ou perturbação da ordem (artigo 792, §1o do CPP).

Em relação ao inquérito policial, por se tratar de fase pré-processual, é regido pelo princípio da
sigilação. Contudo, assegura-se ao advogado a consulta aos autos correspondentes (súmula
vinculante 14 do STF).

Diferença entre publicidade ampla (plena) e publicidade restrita (segredo de justiça)

PUBLICIDADE AMPLA (PLENA) PUBLICIDADE RESTRITA (SEGREDO DE


JUSTIÇA)

É a regra no processo. Há casos em que se faz necessária a proteção


da intimidade ou que envolvem questões de
O processo é aberto, ou seja, TODOS
interesse social, por isso, a própria CF autoriza
podem ter acesso, sejam partes,
a restrição da publicidade.
advogados ou o público em geral.
Admite-se restrição ao público em geral, a
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Extraem-se três direitos da
exemplo dos processos de crimes sexuais, nos
publicidade ampla:
termos do art. 234-B do CP.
• Direito de acompanhar os atos
Além disso, a restrição pode ser dirigida às
processuais;
partes. Por exemplo, quando o acusado é
• Direito de narração dos atos retirado da sala de audiência.
processuais;

• Direito de consulta dos autos.

DERIVAÇÕES DO PRINCÍPIO DO FAVOR REI

(Predominância do direito de liberdade do acusado quando em confronto com o direito de punir


do estado)

▪ Interpretação a favor do réu, quando lei não for clara.

▪ Ônus da prova para a acusação.

▪ Liberdade Provisória.

▪ Recursos exclusivos da defesa (Revisão Criminal e Embargos Infringentes).

▪ Proibição de Reformatio in Pejus.


JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA

Crime é contra a sociedade. Crime contra sociedade, vítima e próprio autor.

Predomínio da Prisão Privativa de Liberdade. Marco no BR: Lei dos Juizados Criminais.

Responsabilidade individual do agente Responsabilidade Social do agente

Penas cruéis Foco na reparação do dano

Foco no infrator Asssistência à vítima

Processo formais e rígidos Processo informal e flexível

✎ ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES:


CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941)

LIVRO I - DO PROCESSO EM GERAL CRIMES DE CRIMES DE


RESPONSABILIDADE EM RESPONSABILIDADE
SENTIDO AMPLO EM SENTIDO ESTRITO
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
▪ Qualidade de funcionário ▪ Só podem ser praticados
o
Art. 1 O processo penal reger-se-á, em todo o território público funciona como por determinados agentes
brasileiro (Princípio da Territorialidade), por este Código, elementar do crime. políticos.
RESSALVADOS:
▪ Crimes praticados por FP ▪ Não tem natureza
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; jurídica de crime, mas sim
contra Administração
Pública (Arts. 312 a 326 do de Infração Político-
CP). Administrativa, passível de
Chefes de governo estrangeiro ou sanções político-
de Estado estrangeiro, suas famílias administrativas.
e membros das comitivas, ▪ São Crimes Comuns.
embaixadores e suas famílias, AMPLO: PPL, PRD... ESTRITO: IMPEACHMENT
funcionários estrangeiros do corpo
diplomático e suas famílias, assim
III - os processos da competência da Justiça Militar;
como funcionários de organizações
internacionais em serviço (ONU,
IV - os processos da competência do tribunal especial;
OEA etc.) gozam de imunidade
diplomática, que consiste na
prerrogativa de responder no seu inciso IV não é mais válido.
país de origem pelo delito praticado
AUTORIDADES QUE no Brasil. V - os processos por crimes de imprensa.
NÃO PODEM SER
PRESAS NEM Inciso V não foi recepcionado.
JULGADAS NO Cuidado: O Cônsul só goza de
BRASIL imunidade em crimes funcionais. Ao
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos
apreciar HC referente a crime de
(IMUNIDADE processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que
pedofilia praticado por Cônsul, o STF
DIPLOMÁTICA) os regulam não dispuserem de modo diverso.
posicionou-se pela inexistência de
obstáculo à prisão preventiva, pois
os fatos imputados não guardavam
pertinência com o desempenho das LEI PENAL NO ESPAÇO
funções consulares. DIREITO PENAL PROCESSO PENAL

Princípios: Princípio da Territorialidade


▪ Territorialidade; (Lex Fori).
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República,
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do ▪ Extraterritorialidade, que
Presidente da República, e dos ministros do STF, nos CRIMES DE pode ser incondicionada ou ▪ Motivo óbvio: atividade
RESPONSABILIDADE (CF, arts. 50, § 2o; 52, I, parágrafo único; 85; condicionada. jurisdicional é ato de
86, § 1o, II; e 102, I, b) soberania, não podendo ser
exercida além das
✎ ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES: fronteiras.

▪ Exceção: submissão ao
Tribunal Penal Internacional.
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á DESDE LOGO, sem for o caso,
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei decretar prisão
anterior. preventiva, nos
termos do
LEI PROCESSUAL NO TEMPO disposto no art.
312. (Norma
Trata-se do Princípio da APLICAÇÃO IMEDIATA (DESDE processual
LOGO) ou sistema de ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS híbrida, não pode
No processo penal, não vigora o princípio da retroatividade retroagir)
benéfica ou irretroatividade, como no direito penal.
Lei Processual Penal (benéfica ou maléfica) é aplicada de NÃO CONFUNDA OS INSTITUTOS
pronto, exceto se norma for HÍBRIDA ou HETEROTÓPICA
(prevalece o aspecto penal). Para que uma lei processual penal entre em
vigor, basta que seja aprovada pelo
▪ Esse artigo (DESDE LOGO) é aplicado a depender da espécie Congresso Nacional, sancionada pelo
de norma processual. NÃO CONFUNDA!!! VIGÊNCIA Presidente da República, publicada no Diário
Oficial. Superado eventual período de vacatio
NORMA NORMA NORMAS
legis, inicia-se sua vigência
GENUINAMENTE PROCESSUAL PROCESSUAIS
PROCESSUAL MISTA ou HETEROTÓPICAS Compatibilidade com a CF e com as
HÍBRIDA Convenções Internacionais sobre Direitos
VALIDADE
Cuida de DUPLA NATUREZA Humanos.
procedimentos, NATUREZA – ÚNICA (penal ou
atos, técnicas do uma parte penal processual), e
processo. e outra parte não dupla. Tópico ENUNCIADO I DA I JORNADA DE DIREITO E PROCESSO
processual. vem de “lugar”. PENAL (10 a 15 de agosto de 2020)
Hétero de
Aplicada
“trocado”.
imediatamente. Admite a A norma puramente processual tem eficácia a partir da data
retroatividade, se de sua vigência, conservando-se os efeitos dos atos já
benéfica ao réu. É quando a praticados. Entende-se por norma puramente processual
Lei nova não
“norma está no aquela que regulamente procedimento sem interferir na
retroage nem
diploma errado”. pretensão punitiva do Estado. A norma procedimental que
mesmo para Exemplo: art. 366
Normas penais modifica a pretensão punitiva do Estado deve ser considerada
beneficiar o réu. do CPP que foi
no CPP, ou norma de direito material, que pode retroagir se for mais
alterado pela Lei
normas benéfica ao acusado.
9.271/96, não
Exemplo: extinção processuais no
tendo aplicação
do processo por CP. Art. 3o A lei processual penal ADMITIRÁ INTERPRETAÇÃO
retroativa.
novo júri trazido EXTENSIVA e APLICAÇÃO ANALÓGICA, bem como o suplemento
pela Lei dos PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.
Admite-se a
11.689/2008. Art. 366 Se o
retroatividade se
acusado, citado
benéfica ao réu. LEI PROCESSUAL PENAL ADMITE
por edital, não
comparecer,
nem constituir Intérprete amplia o conteúdo da lei.
advogado,
ficarão
suspensos o Ex1: Suspeição do Juiz se aplica aos
processo e o INTERPRETAÇÃO Jurados.
curso do prazo EXTENSIVA Ex2: Hipóteses de RESE.
prescricional,
podendo o juiz
Entenda: a norma existe. Só que o
determinar a
Legislador disse menos do que deveria e
produção
deixou de contemplar situações
antecipada das
semelhantes.
provas
consideradas
urgentes e, se
Autointegração da lei para suprir Art. 3º-A. O processo penal terá ESTRUTURA ACUSATÓRIA,
lacunas. Não é método de interpretação. vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a
substituição da atuação probatória do órgão de acusação.

Possível, pois não são normas


# AGORAESTÁPREVISTO
incriminadoras.

Perceba que, com o advento da Lei Anticrime, adotou-se


No processo penal, admite-se a analogia expressamente o sistema acusatório.
tanto in malam partem, quanto in
nonnam partem. Remete-se o leitor para a tabela situada nas “notas
APLICAÇÃO introdutórias” que trata sobre as “modalidades de sistemas
ANALÓGICA processuais”.
Ex1: Aplicação ao processo pela das
(ANALOGIA)
normas relativas à Produção antecipada
de Provas do CPC. Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável pelo CONTROLE
DA LEGALIDADE DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL e pela
SALVAGUARDA DOS DIREITOS INDIVIDUAIS cuja franquia tenha
Ex2: Aplicação do art. 397 do CPC: "É
sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário,
lícito às partes, em qualquer tempo,
COMPETINDO-LHE ESPECIALMENTE (ROL EXEMPLIFICATIVO):
juntar aos autos documentos novos,
(Dispositivo acrescentado com a Lei 13.964/2019)
quando destinados a fazer prova de
fatos ocorridos depois dos articulados
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do
ou para contrapô-los aos que foram
inciso LXII do caput do Art. 5º da CF;
produzidos nos autos"

II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da


Entenda: a norma não existe. Legislador legalidade da prisão, observado o disposto no Art. 310 deste
esqueceu de regulamentar. É o caso da Código;
aplicação subsidiária do CPC.

III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo


Cuidado: A analogia (método de
determinar que este seja conduzido à sua presença, a
integração) não se confunde com a
QUALQUER TEMPO;
interpretação analógica (método de
interpretação), consiste em uma forma
IV - ser informado sobre a instauração de QUALQUER
casuística seguida de uma forma
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL;
genérica, tendo em vista que não é
possível prever todas as hipóteses, a
exemplo da expressão “outro motivo Não está restrito apenas ao IPL. Qualquer início de
torpe” no art. 121, §2o, I do CP. investigação, a exemplo de uma portaria e do procedimento
investigatório presidido pelo MP, deve ser informada ao juiz
SUPLEMENTO Premissas éticas (Liberdade, igualdade) das garantias, que irá verificar sua legalidade.
dos PRINCÍPIOS que fundamentam o sistema.
GERAIS DE V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra
DIREITO medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo;

VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem


Diferentemente do que vimos acima no processo penal, no como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no PRIMEIRO
direito penal predomina que não se admite interpretação CASO, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na
extensiva em prejuízo do réu. forma do disposto neste Código ou em legislação especial
pertinente;
E, ainda, no direito penal, é possível o emprego da analogia
desde que seja in bonnan partem (em favor do réu). O princípio Depreende-se da leitura desse dispositivo que a
da legalidade proíbe a analogia in mallan partem (contra o obrigatoriedade de contraditório, com audiência pública e oral,
réu). está presente apenas no caso de prorrogação da prisão
provisória ou outra medida cautelar. Assim, no caso de
Já no que tange à interpretação analógica, tanto o direito substituição ou revogação, não há necessidade de audiência.
processual penal, quanto o direito penal, admitem.
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos
provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o termos do Art. 399 deste Código;
contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;
Houve uma impropriedade na redação, o recebimento da
ATENÇÃO: Embora esteja com sua eficácia suspensa, o inciso denúncia deveria ser nos termos do art. 396 do CPP.
VII deve ser interpretado restritivamente, aplicando-se
apenas à prova antecipada, uma vez que as provas XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o
irrepetíveis não dependem de autorização judicial. direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a
todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o da investigação criminal, SALVO no que concerne, estritamente,
investigado preso, em vista das razões apresentadas pela às diligências em andamento;
autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para
acompanhar a produção da perícia;

IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução
houver fundamento razoável para sua instauração ou penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados
prosseguimento; durante a investigação;

X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de


#Jurisprudência Correlata
polícia sobre o andamento da investigação;
Caso adaptado: a Procuradoria da República no Paraná, com
XI - decidir sobre os requerimentos de: base na colaboração premiada celebrada por Bruno,
instaurou Procedimento Investigatório Criminal (PIC) com o
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em fim de investigar o possível cometimento de crimes de
sistemas de informática e telemática ou de outras formas corrupção, de lavagem de capitais e de fraude à licitação
de comunicação; relacionados a contratos celebrados entre a Petrobras.
Maurício, um dos investigados no Procedimento aberto,
#Jurisprudência Correlata impetrou habeas corpus alegando que os fatos tratados neste
PIC são idênticos aos que foram investigados no Inquérito
São lícitas as sucessivas renovações de interceptação 4.978, que tramitou no STF em razão do suposto envolvimento
telefônica, desde que, verificados os requisitos do art. 2º da Lei de Deputados Federais.
nº 9.296/96 e demonstrada a necessidade da medida diante de
elementos concretos e a complexidade da investigação, a A defesa de Maurício argumentou que Min. Edson Fachin,
decisão judicial inicial e as prorrogações sejam devidamente relator do Inquérito 4.978 no STF, após a realização de
motivadas, com justificativa legítima, ainda que sucinta, a diversos atos de investigação, teria determinado o
embasar a continuidade das investigações. arquivamento do inquérito com relação a todos os
investigados, entre os quais o próprio Maurício, por não estar
São ilegais as motivações padronizadas ou reproduções de demonstrada a materialidade das infrações penais.
modelos genéricos sem relação com o caso concreto (Info
1047, STF, 05/2021). Logo, para a defesa, seria ilegal a instauração do
procedimento de investigação pelo Ministério Público.
Além disso, a defesa argumentou que o PIC foi instaurado com
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e
base nas declarações prestadas pelo colaborador no STF,
telefônico;
sendo esse documento sigiloso.
c) busca e apreensão domiciliar; O STJ concordou com a defesa. É ilegal a utilização, por parte
do Ministério Público, de peça sigilosa obtida em
d) acesso a informações sigilosas; procedimento em curso no Supremo Tribunal Federal para
abertura de procedimento investigatório criminal autônomo
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos com objetivo de apuração dos mesmos fatos já investigados
fundamentais do investigado; naquela Corte (Info 726, STJ 02/2022), .

XII – JULGAR o HC impetrado ANTES do OFERECIMENTO DA XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas
DENÚNCIA; no caput deste artigo.

XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão
mental; provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no
prazo de 24 HORAS, momento em que se realizará audiência com Ministério Público, PRORROGAR, uma ÚNICA VEZ, a DURAÇÃO
a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de DO INQUÉRITO por ATÉ 15 DIAS, após o que, se ainda assim a
advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência. investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.
# Jurisprudência Correlata
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as
infrações penais, EXCETO as de MENOR POTENCIAL OFENSIVO,
A audiência de custódia, no caso de mandado de prisão e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do
preventiva cumprido fora do âmbito territorial da jurisdição Art. 399 deste Código.
do Juízo que a determinou, deve ser efetivada por meio da
condução do preso à autoridade judicial competente na
localidade em que ocorreu a prisão. Não se admite, por ABRANGÊNCIA DA Todas as infrações penais,
ausência de previsão legal, a sua realização por meio de COMPETÊNCIA DO JG EXCETO as IMPO.
videoconferência, ainda que pelo Juízo que decretou a Com o RECEBIMENTO DA
custódia cautelar. (Info 663, STJ, 2019). DENÚNCIA/QUEIXA.
CESSAÇÃO DA
COMPETÊNCIA DO JG Após, até mesmo eventuais
OBS1: após esse julgado, o CNJ aprovou resolução proibindo
questões pendentes serão
a realização de audiência de custódia por videoconferência.
decididas pelo juiz da instrução e
Segundo o Min. Dias Toffoli, “audiência de custódia por
julgamento.
videoconferência não é audiência de custódia e não se
equiparará ao padrão de apresentação imediata de um preso
a um juiz, em momento consecutivo a sua prisão, estandarte, § 1º RECEBIDA a DENÚNCIA ou QUEIXA, as QUESTÕES
por sinal, bem definido por esse próprio CNJ quando fez PENDENTES serão decididas pelo JUIZ DA INSTRUÇÃO E
aplicar em todo o país as disposições do Pacto de São José JULGAMENTO.
da Costa Rica.”
JUIZ DAS Atua a partir da instauração de
GARANTIAS investigação criminal até o
OBS2: considerando a pandemia mundial (Covid-19), o CNJ
recebimento da peça acusatória.
aprovou a Resolução 357/2020, permitindo a audiência de
custódia por videoconferência quando não for possível a
realização, em 24 horas, de forma presencial. Além disso, JUIZ DA Atua a partir do recebimento da peça
também prevê a possibilidade de o MP propor acordo de não INSTRUÇÃO E acusatória.
persecução penal (ANPP) nas hipóteses previstas no artigo JULGAMENTO
28-A do CPP.

OBS3: no dia 28/06/2021, o Min. Nunes Marques concedeu SOBRE O JUIZ DAS GARANTIAS
parcialmente liminar na ADI 6841 (liminar essa que foi
referendada por maioria do STF, no dia 1-7-2021), Nova espécie de competência
suspendendo os efeitos da expressão "vedado o emprego de funcional (distribuída de acordo
NATUREZA JURÍDICA
videoconferência", prevista no art. 3-B, § 1º, do CPP, inserido com a função ou com a matéria
pelo Pacote Anticrime, de modo a permitir a realização das apreciada pelo órgão) por fase do
audiências de custódia por videoconferência, enquanto processo.
perdurar a pandemia de Covid-19, conforme art. 19, da
Resolução n. 329/2020, CNJ, na redação que lhe foi dada pela Imparcialidade do magistrado,
Resolução n. 357/2020, CNJ, na forma do art. 10, § 3°, Lei n. princípio supremo do processo,
9.868/99, bem como no art. 21, V, do RISTF. segundo o qual o juiz não pode ter
FUNDAMENTO interesse (direito ou indireto) no
OBS4: Recentemente, no dia 10/11/2021, o STJ (Info 714) resultado do processo.
entendeu que não se mostra razoável, para a realização da
audiência de custódia, determinar o retorno de investigado à AFINAL, COM O
localidade em que ocorreu a prisão quando este já tenha sido ADVENTO DO PACOTE
transferido para a comarca em que se realizou a busca e ANTICRIME, O QUE O
apreensão. Para aprofundamento nesse julgado, remetemos JUIZ PODERÁ FAZER NADA! Só pode agir mediante
o leitor ao art. 310 do presente projeto. DE OFÍCIO NA FASE provocação.
INVESTIGATÓRIA?

§ 2º Se o investigado estiver PRESO, o juiz das garantias poderá,


mediante representação da autoridade policial e ouvido o
Atenção: NÃO existe a figura do MP das garantias, tendo em
vista que o MP é parte, podendo atuar em todas as fases. Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades
deverão disciplinar, em 180 DIAS, o modo pelo qual as
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso
o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da serão, de modo padronizado e respeitada a programação
denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à
medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 DIAS. imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o
direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.

Perceba que esse reexame das medidas cautelares em curso


determinadas pelo JG ocorrerá pelo JIJ, de ofício, # Jurisprudência Correlata
independentemente de qualquer provocação da acusação ou
defesa.
O ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF, suspendeu a
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz implementação do juiz das garantias até que a decisão seja
referendada no Plenário da Corte. A decisão também abarcou
das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à
três pontos:
disposição do Ministério Público e da defesa, e NÃO SERÃO
APENSADOS aos autos do processo enviados ao juiz da 1) Suspendeu a obrigatoriedade de apresentar o preso a
instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às audiências de custódia em até 24 horas;
provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de
antecipação de provas, que deverão ser remetidos para 2) Suspendeu a aplicação do artigo 28 do CPP (arquivamento do
apensamento EM APARTADO. IPL);

3) Estabeleceu regras para o arquivamento de IPL`s.


ATENÇÃO: No sistema anterior à Lei 13.964/2019, o IPL era
apensado ao processo, fazendo com que o juiz tivesse
contato. Com a inclusão do §3o do art. 3o-C, prevalece que não Com a norma, o MP deveria comunicar a vítima, o investigado e a
houve nenhuma alteração. O IPL continuará integrando o polícia no caso de arquivamento do inquérito, além de
encaminhar os "autos para a instância de revisão ministerial
processo judicial, nos termos do art. 12 e art. 155 do CPP.
para fins de homologação, na forma da lei". Para Fux, a medida
Sustentam que deve ser feita uma interpretação restritiva do desconsiderou os impactos financeiros no âmbito do MP em todo
§3o do art. 3o-C, CPP, pois a lei prevê que os “autos” citados o país.
no dispositivo não abrangem os autos do inquérito policial,
pois não tramitam perante o juiz das garantias. No último ponto, o ministro entendeu que também deve ser
suspensa a regra que definiu que o juiz do caso não pode proferir
a sentença se declarar uma das provas inadmissíveis. Segundo
§ 4º Fica assegurado às partes o AMPLO ACESSO AOS AUTOS o ministro, a norma é "extremamente vaga" e pode "gerar
ACAUTELADOS na secretaria do juízo das garantias. inúmeras dúvidas" sobre sua aplicação.

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, PRATICAR


QUALQUER ATO incluído nas competência
dos arts. 4º e 5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO DE FUNCIONAR
NO PROCESSO.

Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um


juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a
fim de atender às disposições deste Capítulo.

Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as


normas de organização judiciária da União, dos Estados e do
Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento


das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou
ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para
explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e penal.
INQUÉRITO POLICIAL – NOTAS INTRODUTÓRIAS

Procedimento administrativo inquisitorial e preparatório, presidido por um Delegado de Polícia,


visando identificar fontes de prova e colher elementos de informação para apuração da Infração
CONCEITO
penal (materialidade) e sua autoria, a fim de fornecer elementos de informação para o titular da
ação penal ingressar em juízo.

NATUREZA JURÍDICA Procedimento de NATUREZA ADMINISTRATIVA (não é processo)

FINALIDADE 1. Colher ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO (e não provas)

2. Identificar FONTES DE PROVA

VALOR PROBATÓRIO RELATIVO

POLÍCIA JUDICIÁRIA

PREPARATÓRIA: fornece elementos de informação para que o titular da ação penal possa
ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam desaparecer com o decurso
FUNÇÕES
do tempo.

PRESERVADORA: a existência prévia de um IPL inibe a instauração de um processo penal


infundado, temerário, resguardando a liberdade do inocente e evitando custos desnecessários
para o Estado.

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Liberdade de atuação dentro dos limites da lei.

PROCEDIMENTO Não há rigor procedimental.


DISCRICIONÁRIO
CPP enumera as diligências (Art. 6º), mas sem ordem certa. Será feito de acordo com o caso
concreto.

PROCEDIMENTO Existem outros procedimentos investigatórios.


DISPENSÁVEL
Exs: PIC, CPI.

PROCEDIMENTO Fornecer elementos de informação para o titular da ação penal ingressar em juízo. É o objetivo
PREPARATÓRIO final do IPL, consagrando a justa causa, nos termos do art. 395, III do CPP.

PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL Instaurado o IPL, Delegado não pode arquivar. Só o Juiz pode, a pedido do MP (Arquivamento pelo
MP está temporariamente suspenso).

Todas as peças do IPL serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste
caso, rubricadas pela autoridade.
PROCEDIMENTO ESCRITO
OBS: Pode-se usar um sistema audiovisual, nos termos no art. 405, 1o, CPP e da Lei nº 11.719/08. No
entanto, o investigado precisa ter ciência que está sendo gravado.

PROCEDIMENTO SIGILOSO Em regra, é sigiloso. Ressalva ao Advogado abaixo.

Traz a ideia de que não é obrigatória a observância do contraditório e nem da ampla defesa.
Contraditório é diferido.
O Estatuto da OAB (art. 7, XXI) prevê nulidade absoluta para os casos em que o interrogatório ou
depoimento é feito sem a presença do advogado. Para Renato Brasileiro, não se trata de nulidade
(sanção aplicada a atos processuais defeituosos), mas sim de ilegalidade.

 O STF entende que essa previsão não impõe ao Delegado um dever de intimar previamente o
PROCEDIMENTO INQUISITÓRIO advogado constituído para os atos de investigação. Embora constitua prerrogativa do advogado
apresentar razões e quesitos no curso de investigação criminal, daí não se pode extrair direito
subjetivo de que se intime a defesa previamente e com a necessária antecedência quanto ao
calendário de inquirições a ser definido pelo Delegado. Ademais, ainda que o direito não tenha
sido observado, para o reconhecimento da suposta “nulidade” é necessário comprovar o
prejuízo.

 Todavia, uma vez presente o advogado, esse possui o direito de acompanhar o seu cliente.

 O fato de o advogado ter acompanhado o depoimento de testemunha no IPL não transforma o


elemento de informação em prova. Prova é aquilo produzido em contraditório judicial.

PROCEDIMENTO TEMPORÁRIO PRESO: 10 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por mais 15 dias, nos termos do art. 3o-B,
§2o do CPP (eficácia suspensa).

SOLTO: 30 dias, podendo ser sucessivamente prorrogado por 30 dias.

PROCEDIMENTO OFICIAL Só o Delegado pode instaurar.

PROCEDIMENTO OFICIOSO Tomou conhecimento do fato? Delegado é obrigado a agir de ofício.

TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O ACESSO DO ADVOGADO AOS AUTOS DO IPL.

COTEJANDO A SÚMULA VINCULANTE Nº 14 COM O ART. 7º, XIV DO ESTATUTO DA OAB, À LUZ DO ENTENDIMENTO DO STF

Súmula Vinculante no 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova (informação)
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária (atribuições
investigatórias – Autoridade Policial, MP), digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Art. 7o, XIV do Estatuto da OAB - Art. 7º São direitos do advogado: [...] examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;

▪ Advogado pode examinar autos em qualquer instituição responsável por conduzir investigações (Autoridade Policial ou MP).

▪ Acesso contempla apenas as informações já documentadas (a exemplo de um termo de depoimento de testemunha já ouvida), mas
não as diligências em andamento (a exemplo de uma escuta telefônica, que, caso ele tivesse acesso, perderia a eficácia).

▪ Advogado NÃO precisa de PROCURAÇÃO para ter acesso ao IPL, salvo os casos de segredo de justiça (a exemplo dos crimes sexuais).

▪ Mesmo que investigação criminal tramite em segredo de justiça, investigado pode ter acesso amplo aos autos, inclusive a eventual
relatório de inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se negue o acesso a peças que digam respeito a dados de
terceiros protegidos pelo segredo de justiça. Essa restrição parcial NÃO VIOLA a SV 14, pois é excessivo o acesso de um dos
investigados a informações, de caráter privado de diversas pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele. (Info 964, STF).

▪ O MP pode escolher quais elementos obtidos na busca e apreensão serão utilizados pela acusação; no entanto, o material restante
deve permanecer à livre consulta do acusado, para o exercício de suas faculdades defensivas. Realizada a busca e apreensão, apesar
de o relatório sobre o resultado da diligência ficar adstrito aos elementos relacionados com os fatos sob apuração, deve ser assegurado
à defesa acesso à integra dos dados obtidos no cumprimento do mandado judicial. É a aplicação do Princípio da comunhão da prova.
Essa é a ratio essendi da SV 14. O MP juntou aos autos apenas aquilo que entendeu necessário para a imputação ministerial. Logo, é
evidente que o acusado tem o direito de saber se, no restante do material apreendido, existe mais algum elemento que interesse à sua
defesa. O órgão responsável pela acusação não pode ter a prerrogativa de escolher o material que irá ser disponibilizado ao réu, como
se a ele pertencesse a prova. Na verdade, as fontes e o resultado da prova são de interesse comum de ambas as partes e do juiz. (Info
692, STJ. 2021)

▪ Terceiros que tenham sido mencionados pelos colaboradores podem obter acesso integral aos termos dos colaboradores para
viabilizar, de forma plena e adequada, sua defesa, invocando a SV 14? SIM, desde que estejam presentes os requisitos positivo e
negativo.

a) REQUISITO POSITIVO: o acesso deve abranger somente documentos em que o requerente é de fato mencionado como tendo
praticado crime (o ato de colaboração deve apontar a responsabilidade criminal do requerente); e

b) REQUISITO NEGATIVO: o ato de colaboração não se deve referir a diligência em andamento (devem ser excluídos os atos
investigativos e diligências que ainda se encontram em andamento e não foram consubstanciados e relatados no inquérito ou na ação
penal em tramitação). (Info 978, STF).

▪ Na delação premiada, o delatado possui o direito de ter acesso às declarações prestadas pelos colaboradores que o incriminem,
desde que já documentadas e que não se refiram à diligência em andamento que possa ser prejudicada. (Info 965, STF)

▪ Não há violação da SV 14 (direito do defensor de ter amplo acesso aos elementos de prova já documentados) se os elementos de
prova estão disponíveis nos autos para partes (áudios interceptados foram juntados ao IPL e sempre estiveram disponíveis para as
partes, inclusive na forma digitalizada).

▪ Advogado NÃO precisa de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL para acesso ao IP.

Exceção: Na Lei de Organizações Criminosas, o juiz pode decretar o sigilo da investigação, só permitindo o acesso com sua prévia
autorização.

CONSEQUÊNCIAS DA NEGATIVA DE ACESSO AO ADVOGADO

▪ RECLAMAÇÃO (Violação da Súmula Vinculante 14)

▪ MANDADO DE SEGURANÇA

▪ HABEAS CORPUS (preso ou solto)

▪ Configuração do crime de ABUSO DE AUTORIDADE pela Autoridade policial. (Art. 32 da Lei 13.869/2019)

SOBRE A AUTORIDADE POLICIAL

▪ Alguns doutrinadores sustentam que o §4o, do art. 2o, da Lei 12.830/2013 (Lei da investigação criminal conduzida pelo delegado de
polícia) consagra o princípio do delegado natural:

§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado (chamar para si) ou redistribuído
(manda para outro delegado) por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

▪ O delegado de polícia não é dotado de inamovibilidade (garantia do Juiz, Promotor, Defensor), podendo, portanto, ser removido com
a devida fundamentação. (§5o do art. 2o, da Lei 12.830/2013)

§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.


DELEGADO TEM (OU NÃO) ATRIBUIÇÃO PARA INVESTIGAR?

CRIME MILITAR DE
COMPETÊNCIA DA NÃO. É o que ocorre dentro das forças armadas e do exército brasileiro. A investigação se dá por meio do
JUSTIÇA MILITAR DA chamado IPM (inquérito policial militar).
UNIÃO

CRIME MILITAR NÃO. É o que ocorre dentro do quartel da PM, por exemplo. Quem vai investigá-lo é a própria polícia
ESTADUAL militar/corpo de bombeiros, o comandante vai designar um encarregado.

CRIME ELEITORAL A atribuição é, em tese, da polícia federal. Todavia, o TSE entende que as investigações poderão ser feitas pela
polícia civil, quando não houver delegacia da PF na cidade.

CRIME FEDERAL NÃO. Polícia Federal investiga.

SIM, salvo se o crime for dotado de repercussão interestadual ou internacional e houver previsão legal,
situação em que a investigação será feita pela PF.
CRIME COMUM
Cuidado: As atribuições da PF são mais amplas que a competência criminal da Justiça Federal.

MAIS SOBRE O INQUÉRITO POLICIAL

O princípio da RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO SE APLICA ao IPL. Mesmo sendo impróprio (réu solto), o prazo não pode ser prorrogado
ad eternum.
OBS: A Nova Lei de Abuso de Autoridade criminalizou a conduta de estender injustificadamente a investigação (art. 31).

Vícios do IPL são ENDOPROCEDIMENTAL (Endo de DENTRO do PROCEDIMENTO. Não contaminam a ação penal).

Não se pode opor suspeição à Delta, mas ele DEVE se declarar suspeito (de ofício), se ocorrer motivo legal.

Elementos de informação, isoladamente considerados, não podem fundamentar uma sentença. Mas, não devem ser desprezados durante fase
judicial, podendo se somar à prova produzida em juízo para auxiliar na formação da convicção do Juiz.

Trancamento do IPL: Medida de natureza excepcional, que será determinada pelo juiz das garantias (art. 3o-B, IX do CPP - ainda com eficácia
suspensa) somente sendo possível quando:

1) Não houver qualquer dúvida sobre a atipicidade (formal/material) da conduta.

2) Presença de causa extintiva da punibilidade.

3) Ausência de justa causa.

4) Ausência de manifestação da vontade da vítima nos crimes de ação privada ou pública condicionada.

Meio adequado para o trancamento do IPL:

1) HC: há risco à liberdade de locomoção;


2) MS: nos casos de pessoa jurídica, em que não há risco à liberdade de locomoção.

INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR PROCESSO JUDICIAL

VÍCIOS NULIDADES

Eventuais ilegalidades ocorridas no IPL não contaminam processo penal subsequente, SALVO em se tratando de prova ilícita.

Exemplo: uma prisão em flagrante que não é comunicada ao juiz, enseja o relaxamento, tendo em vista que se trata de ilegalidade.
Contudo, não irá contaminar o processo penal.
POLÍCIA OSTENSIVA (ADMINISTRATIVA) POLÍCIA JUDICIÁRIA

CARÁTER PREVENTIVO CARÁTER REPRESSIVO

Relacionada à segurança, visando impedir a prática de atos Visa auxiliar a Justiça. Por isso, o STF chama de “polícia judiciária”,
lesivos à sociedade. seja em auxílio ao Poder Judiciário fazendo cumprir suas ordens
ou investigando e apurando infrações penais.

É realizada pela Polícia Militar. É exercida pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.

Obs. Há casos em que a PM exerce função de polícia judiciária.


Cita-se, como exemplo, os casos de crime militar.

INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL CRIMES


OFENSIVO (JECRIM)

TCO IPL

ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO PROVAS

Em regra, produzido na fase judicial.

Há possibilidade de produção de provas na investigação, nos


casos de provas cautelares, não repetíveis e antecipadas que
Colhidos na fase investigativa.
poderão, ainda que produzidas na fase investigatória, serem
utilizadas exclusivamente para a formação do convencimento
do juiz.

Não é obrigatória a observância do contraditório e ampla defesa,


nem mesmo diante das mudanças produzidas pela Lei 13.245/2016.
É obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa.
Conforme já foi dito, para o STF, o delegado de polícia não tem a
obrigação de intimar o advogado para participar das inquirições.

O juiz deve intervir apenas quando necessário, e desde que seja A prova deve ser produzida na presença do juiz, física ou remota
provocado neste sentido. O juiz não é dotado de iniciativa acusatória, (vídeoconferência).
deve ficar distante, cabendo ao MP e à polícia a investigação.
Durante o curso do processo, o juiz não é mais dotado de
iniciativa probatória, nos termos do art. 3o-A do CPP (eficácia
suspensa ainda).

Finalidade: úteis na decretação das medidas cautelares e auxiliar na Finalidade: auxiliar na formação da convicção do juiz.
formação da opinio delicti.

OBS. Os elementos informativos, isoladamente considerados, não


podem fundamentar uma sentença. Porém, tais elementos não
devem ser desprezados durante a fase judicial, podendo se somar
à prova produzida em juízo para auxiliar na formação da convicção
do magistrado.
TUDO SOBRE O INDICIAMENTO

CONCEITO Atribuir a alguém provável autoria e participação em determinada infração penal, saindo de um juízo de
possibilidade para um de probabilidade. A grosso modo, é apontar para uma pessoa como provável
autora ou partícipe do delito.

PREVISÃO LEGAL ART. 2O, §6º DA LEI Nº 12.830/2013: O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e
suas circunstâncias.

REQUISITOS Prova da materialidade e


Indícios de autoria (Delegado não precisa ter certeza, e sim indícios)

MODALIDADES DIRETO Realizado na presença do investigado. É a regra.

INDIRETO Realizado na ausência do investigado. Ex: Foragido.

MOMENTO Desde a lavratura do auto da prisão em flagrante (APF) até o relatório final do IPL.

ATO VINCULADO Presentes os elementos informativos apontando na direção do investigado, não resta ao Delegado outra
opção senão seu indiciamento.

EXCLUSIVIDADE NA Ato exclusivo da fase investigatória. Iniciada a ação penal, não mais é possível indiciar.
INVESTIGAÇÃO

Ato privativo do Delegado de Polícia.

PRIVATIVIDADE Obs: não é possível que o juiz, o MP ou uma CPI requisitem ao delegado de polícia o indiciamento de
alguém. O que se pode requisitar é a instauração de um IPL.

NO TCO Não cabe indiciamento no Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

É a cassação de anterior indiciamento. Admitido pela jurisprudência, quando ausente qualquer elemento
de informação quanto ao envolvimento do agente no crime, ou se feito em momento extemporâneo (ex:
DESINDICIAMENTO após o recebimento da denúncia). Nesses casos, é cabível a impetração de HC a fim de sanar o
contrangimento ilegal.
Obs. Pelo princípio da simetria, entende-se que o Delegado também pode desincidiar (se retratar).

Regra: qualquer pessoa pode ser indiciada.


1a Exceção: Membros do MP (Lei Orgânica do MP)

LEGITIMIDADE PASSIVA 2a Exceção: Magistrados (Autos remetidos ao PR do TJ)

3a Exceção: Autoridades com Foro por Prerrogativa de Função não podem ser indiciadas sem prévia
autorização do ministro-relator ou desembargador relator, dependendo do caso concreto. (STF)

INCONSTITUCIONALIDADE Em 20/11/2020, o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 17-D da Lei de LD (Lei 9.613/1998) que
DO ARTIGO 17-D DA LEI DE determina o afastamento de servidores públicos de suas funções em caso de indiciamento por crimes
LAVAGEM DE DINHEIRO de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores. (ADI 4911)

EFEITOS ENDOPROCESSUAIS Base para o oferecimento da denúncia.

EXTRAPROCESSUAIS Traz o estigma social, sobretudo pela publicidade do ato dado pela mídia.
CÓGIGO DE PROCESSO PENAL - DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL


c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais profissão e residência.
no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a
apuração das infrações penais e da sua autoria. § 2o Do despacho QUE INDEFERIR O REQUERIMENTO DE
ABERTURA DE INQUÉRITO caberá RECURSO para o CHEFE DE
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá POLÍCIA.
a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a
mesma função. § 3o QUALQUER PESSOA DO POVO que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba AÇÃO PÚBLICA poderá,
VERBALMENTE ou POR ESCRITO, comunicá-la à autoridade
#Jurisprudência Correlata policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito.
▪É indispensável a existência de prévia autorização judicial para
a instauração de inquérito ou outro procedimento investigatório
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a AÇÃO PÚBLICA DEPENDER
em face de autoridade com foro por prerrogativa de função em
DE REPRESENTAÇÃO, NÃO PODERÁ SEM ELA SER INICIADO.
Tribunal de Justiça (Info 1040, STF).
▪É constitucional norma estadual que prevê a possibilidade da § 5o Nos crimes de AÇÃO PRIVADA, a autoridade policial SOMENTE
lavratura de termos circunstanciados pela Polícia Militar e pelo PODERÁ PROCEDER A INQUÉRITO a REQUERIMENTO DE QUEM
Corpo de Bombeiros Militar. O art. 69 da Lei dos Juizados TENHA QUALIDADE PARA INTENTÁ-LA.
Especiais, ao dispor que “a autoridade policial que tomar
conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado”
não se refere exclusivamente à polícia judiciária, englobando FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IPL
também as demais autoridades legalmente reconhecidas. O
termo circunstanciado é o instrumento legal que se limita a
Delegado só pode instaurar o IPL a
constatar a ocorrência de crimes de menor potencial ofensivo,
requerimento do ofendido ou do seu RL.
motivo pelo qual não configura atividade investigativa e, por via AÇÃO PENAL De ofício, jamais.
de consequência, não se revela como função privativa de polícia PRIVADA
judiciária (Info 1046, STF, 03/2022). Não há necessidade de formalismo.
▪É aplicável a teoria do juízo aparente para ratificar medidas
cautelares no curso do inquérito policial quando autorizadas por
Delegado só pode instaurar IPL, se
juízo aparentemente competente (Info 733, STJ, 04/2022).
houver representação do ofendido ou
AÇÃO PENAL requisição do Ministro da Justiça.
o
Art. 5 Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: PÚBLICA
CONDICIONADA À Ex: Art. 171, §5o do CP (Estelionato. Há
I - de ofício; REPRESENTAÇÃO exceções).

Não há necessidade de formalismo.


II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo. Delegado pode instaurar IPL:

Parcela da doutrina entenda que a parte do inciso II que fala da ▪ De ofício (portaria);
requisição do magistrado não foi recepcionada, por violar o
sistema acusatório. ▪ Auto de prisão em flagrante (APF);

AÇÃO PENAL ▪ Por requisição do Juiz (ADPF 572


§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá SEMPRE QUE PÚBLICA MC/DF/2019) ou MP;
POSSÍVEL: (Não é obrigatório) INCONDICIONADA
▪ Por requerimento do ofendido ou RL;
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
▪ Notícia oferecida por qualquer do povo
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos (“delatio criminis”).
e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor
da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
sido conduzido pela PF considerando que a situação não se
NOTITIA CRIMINIS enquadrava no art. 1º da Lei 10.446/2002. O fato de os crimes de
competência da Justiça Estadual terem sido investigados pela
PF não geram nulidade. Isso porque esse procedimento foi
CONCEITO: Conhecimento da autoridade, espontâneo ou
supervisionado pelo Juízo estadual (juízo competente) e por
provocado de um fato delituoso.
membro do MPE (que tinha a atribuição para a causa). (Info 964,
STF)
Delegado conhece fato em suas
ATIVIDADES ROTINEIRAS. (Instaura ▪ Denúncias anônimas não podem embasar, por si sós,
COGNIÇÃO IPL por Portaria). medidas invasivas como interceptações telefônicas, buscas e
DIRETA|IMEDIATAESPO apreensões, e devem ser complementadas por diligências
NTÂNEA Ex: Jornal (matéria jornalística1), investigativas posteriores. Se há notícia anônima de comércio
informação da PM. de drogas ilícitas numa determinada casa, a polícia deve, antes
(DE OFÍCIO)
de representar pela expedição de mandado de busca e
Atenção: STJ entendeu que é
apreensão, proceder a diligências para reunir outras
possível a deflagração de
evidências que confirmem, indiciariamente, a notícia. (Info 976,
investigação criminal com base em
STF)
matéria jornalística (2019).

Art. 6o LOGO que tiver CONHECIMENTO da prática da infração


Delegado conhece fato por meio de penal, a AUTORIDADE POLICIAL DEVERÁ:
EXPEDIENTE ESCRITO por I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
COGNIÇÃO TERCEIROS. estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
INDIRETA|MEDIATA
criminais;
PROVOCADA Ex: Requisição do MP, requerimento
da vítima, notícia por qualquer do
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
povo (por escrito).
liberados pelos peritos criminais;

COGNIÇÃO Delegado toma conhecimento do III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do
COERCITIVA fato pela apresentação do preso em fato e suas circunstâncias;
flagrante.

#Jurisprudência Correlata
É a denúncia anônima.
TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE: Quando a acusação não
DELATIO CRIMINIS Por si só, não serve para instaurar produzir todas as provas possíveis e essenciais para a
ANÔNIMA OU IPL. Antes, Delegado deve verificar elucidação dos fatos, capazes de, em tese, levar à absolvição do
INQUALIFICADA a procedência das infos. réu ou confirmar a narrativa acusatória caso produzidas, a
condenação será inviável, não podendo o magistrado condenar
com fundamento nas provas remanescentes. (STJ, 5ª turma,
DELATIO CRIMINIS Qualquer do povo comunica o julgado em 14/12/2021).
SIMPLES crime. Ex: BO.

IV - ouvir o ofendido;
DELATIO CRIMINIS Representante nos crimes de ação
POSTULATÓRIA penal pública condicionada à V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
representação. disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o
respectivo termo ser assinado por 2 TESTEMUNHAS que Ihe
tenham ouvido a leitura;

# Jurisprudência Correlata VI - proceder a RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS e a


ACAREAÇÕES;

▪ É constitucional a Portaria GP 69/2019, por meio da qual o VII - determinar, se for caso, que se proceda a EXAME DE CORPO
Presidente do STF determinou a instauração do Inquérito nº DE DELITO e a QUAISQUER OUTRAS PERÍCIAS;
4781, para apurar a existência de fake news denunciações
caluniosas, ameaças e atos que podem configurar crimes VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo
contra a honra e atingir a honorabilidade e a segurança do STF, datiloscópico, SE POSSÍVEL, e fazer juntar aos autos sua folha de
de seus membros e familiares. (Info 982, STF) antecedentes;

▪ Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de


elementos informativos colhidos em IPL que não deveria ter
Promotores de Justiça e magistrados não podem ser Art. 9o TODAS as peças do IPL serão, num só processado,
identificados criminalmente. As respectivas leis orgânicas reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
(LOMP e a LOMAN) proíbem o indiciamento deles. autoridade.

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista Art. 10. O IPL deverá terminar no prazo de 10 DIAS, se o indiciado
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente,
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu a ordem de prisão, ou no prazo de 30 DIAS, quando estiver solto,
temperamento e caráter. mediante fiança ou sem ela.

X - colher INFORMAÇÕES SOBRE a EXISTÊNCIA DE FILHOS, PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO IPL


respectivas IDADES e se possuem alguma DEFICIÊNCIA e o NOME
e o CONTATO de eventual RESPONSÁVEL pelos cuidados dos 10 DIAS. Até o advento do Pacote
filhos, indicado pela pessoa presa. Anticrime, esse prazo era
improrrogável. O art. 3o-B, §2o do
Quando for o caso, o Delegado deverá (e não poderá) proceder CPP (ainda com a eficácia suspensa)
ao reconhecimento de pessoas e coisas, fazer acareações, passou a prever que o prazo poderá
determinar a realização de exame de corpo de delito e outras ser prorrogado por 15 dias, uma
perícias. Não se trata de mera possibilidade, mas de dever única vez, pelo juiz das garantias.
legal. Não precisa de autorização judicial para nenhumas RÉU PRESO
dessas diligências.
PRAZO É PENAL: dia do início é
o computado.
Art. 7 Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial PODERÁ Início do Prazo: ordem de prisão for
proceder à REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS, desde que esta executada (quer decorra de prisão
NÃO contrarie a MORALIDADE ou a ORDEM PÚBLICA. em fragrante ou preventiva).

REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS (RECONSTITUIÇÃO DO


▪ 30 DIAS, prorrogável.
CRIME)

Prova TÍPICA (prevista no CPP), mas INOMINADA (não tem seu


procedimento delineado no CPP). ▪ PRAZO É PROCESSUAL PENAL: dia
do início não é computado.
Acusado NÃO é obrigado a participar dela, pois não se pode
RÉU SOLTO
exigir comportamento ativo. O investigado sequer pode ser
obrigado a ir ao local da reprodução. (STF). Início do Prazo:

Cuidado: Há quem entenda que ele está obrigado a pelo menos ▪ Expedição da portaria (na
a ir ao local. instauração de ofício).
▪ Recebimento dos docs pelo
Delegado NÃO precisa de autorização judicial.
Delegado (na instauração por
Requisito: não contrariar a moralidade ou ordem pública. requisição).

#MNEMÔNICO: “ACUSADO/INVESTIGADO/SUSPEITO NÃO É CUIDADO: Prazo da prisão (temporária, por exemplo) não se
OBRIGADO A COMPARECER NO ‘BARE’” (Não cabe condução confunde com prazo para conclusão do IP.
coercitiva)

B Bafômetro ✎ ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES:

A Acareação

R Reprodução simulada dos fatos

E Exame datiloscópioco.

Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto


no Capítulo II do Título IX deste Livro.
DOS AUTOS, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
#INTERDISCIPLINARIEDADE #ASSIMFICAFÁCIL
PRAZO MARCADO pelo juiz.
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO IPL
Delegado não pode pedir a devolução dos autos se o indiciado
DIPLOMA PRESO SOLTO estiver preso.
CPP 10 DIAS (+15*) 30 DIAS (+30)
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que
JF 15 DIAS (+15) 30 DIAS (+30)
interessarem à prova, acompanharão os autos do IPL.
LEI 11.343/06 30 DIAS (+30) 90 DIAS (+90)
(DROGAS) Art. 12. O Inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa,
LEI 1.521/51 10 DIAS 10 DIAS sempre que servir de base a uma ou outra. (E não em todos os
(ECONOMIA casos)
POPULAR)
PRISÃO TEMPORÁRIA #Jurisprudência Correlata
em CRIMES 30 + 30 DIAS NÃO SE APLICA
HEDIONDOS A denúncia anônima acerca da ocorrência de tráfico de drogas
JUSTIÇA MILITAR 20 DIAS 40 DIAS (+ 20) acompanhada das diligências para a constatação da veracidade
das informações prévias podem caracterizar as fundadas
*Eficácia suspensa.
razões para o ingresso dos policiais na residência do
investigado (Info 734, STJ, 04/2022).

#Jurisprudência Correlata (2022)


Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
Há excesso de prazo para conclusão de IP, quando, a despeito
do investigado se encontrar solto, a investigação perdura por I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias
longo período sem que haja complexidade que justifique. (Info à instrução e julgamento dos processos;
747, STJ, 08/2022) II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo MP;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado judiciárias;
e enviará autos ao JUIZ COMPETENTE. IV - representar acerca da prisão preventiva.

§ 2o No relatório poderá (e não deverá) a autoridade indicar Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar Art. 158 e 159 do Código Penal e no Art. 239 do ECA, o membro do
onde possam ser encontradas. MINISTÉRIO PÚBLICO ou o DELEGADO DE POLÍCIA poderá
requisitar, de QUAISQUER ÓRGÃOS do PODER PÚBLICO ou de
EMPRESAS DA INICIATIVA PRIVADA, DADOS E INFORMAÇÕES
# Comentários
CADASTRAIS da VÍTIMA ou de SUSPEITOS.

▪ Relatório não é uma peça obrigatória para oferecimento de


Esse dispositivo trata dos crimes de “PRIVAÇÃO DE
denúncia. É uma peça essencialmente descritiva. Não é
LIBERDADE”. SÃO ELES:
necessário que o Delegado faça juízo de valor (quem faz é o MP).
O IPL é uma peça descritiva. ▪ Sequestro e cárcere privado

Exceção: Na Lei de Drogas (Art. 52, I), o Delegado é obrigado a ▪ Condição análoga à de escravo
explicar as razões que o levaram a classificação do delito,
quantidade e indícios que classifiquem o indiciado como usuário ▪ Extorsão mediante Sequestro
ou traficante.
▪ Sequestro relâmpago

▪ A autoridade policial sempre deverá indicar o tipo penal em ▪ Tráfico de Pessoas


que acha incurso o investigado. Isso se denomina juízo de
subsunção precária. O juízo de subsunção próprio cabe ao MP, ▪ Envio de criança ou adolescente para exterior
por ocasião da denúncia.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24
▪ Os autos do IPL devem ser encaminhados ao juízo HORAS, conterá:
competente, e não diretamente ao MP.
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do IPL; e
§ 3o Quando o fato for de DIFÍCIL ELUCIDAÇÃO, e o indiciado III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela
estiver SOLTO, a autoridade poderá requerer ao juiz a DEVOLUÇÃO investigação.
profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
relacionados ao TRÁFICO DE PESSOAS, o membro do MINISTÉRIO dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir
PÚBLICO ou o DELEGADO DE POLÍCIA poderão REQUISITAR, defensor. (2019)
mediante AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, às empresas prestadoras de
serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório,
informações e outros – que permitam a LOCALIZAÇÃO DA VÍTIMA podendo constituir defensor no prazo de até 48 HORAS a contar do
OU DOS SUSPEITOS do delito em curso. recebimento da citação.

§ 1o Para os efeitos deste artigo, SINAL significa POSICIONAMENTO § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência
DA ESTAÇÃO DE COBERTURA, SETORIZAÇÃO E INTENSIDADE DE de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade
RADIOFREQUÊNCIA. responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que
estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos,
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o SINAL: para que essa, no prazo de 48 HORAS, indique defensor para a
representação do investigado.
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer
natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do
disposto em lei; § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria
Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular a Unidade da Federação correspondente à respectiva competência
por período não superior a 30 DIAS, renovável por uma única vez, territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar
por igual período; profissional para acompanhamento e realização de todos os atos
relacionados à defesa administrativa do investigado.
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será
necessária a apresentação de ordem judicial. § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo
deverá ser precedida de manifestação de que não existe defensor
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o INQUÉRITO POLICIAL público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com
DEVERÁ SER INSTAURADO no prazo máximo de 72 HORAS, atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado
contado do registro da respectiva ocorrência policial. profissional que não integre os quadros próprios da Administração.

§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 HORAS, a § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos
autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de com o patrocínio dos interesses dos investigados nos
serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou época da ocorrência dos fatos investigados.
dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao
juiz. § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos
servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142
da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam
ENUNCIADO I DA I JORNADA DE DIREITO E PROCESSO
respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
PENAL (10 a 15 de agosto de 2020)

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela


Nos crimes submetidos à jurisdição brasileira, os provedores
autoridade policial.
de conexão e de aplicações de internet que prestam serviços
no Brasil devem fornecer o conteúdo de comunicações
Dispositivo não recepcionado.
armazenadas em seu poder, não lhes sendo lícito, sob pena de
sanções processuais, invocar legislação estrangeira para
eximir-se do dever de cumprir a decisão judicial. Art. 16. O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODERÁ requerer a
DEVOLUÇÃO DO INQUÉRITO À AUTORIDADE POLICIAL, senão para
NOVAS DILIGÊNCIAS, IMPRESCINDÍVEIS ao OFERECIMENTO DA
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
DENÚNCIA.
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.
Requerimento pode ser feito diretamente ao Delta.
Juiz não pode indeferir o pedido de diligências, porque não cabe
ao juiz à análise desses elementos neste momento, aqui ele
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições
estaria realizando um ato tumultuário, pois interferindo no
dispostas no Art. 144 da Constituição Federal figurarem como
desenvolvimento da convicção do MP, titular da ação penal.
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e
Caso o juiz indefira o pedido de devolução dos autos à
demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação
autoridade policial, caberá Correição Parcial.
de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício
Súmula 524, STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a
de inquérito. ação penal ser iniciada, sem novas provas.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a inquérito (ação penal privada) serão remetidos ao juízo
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, SE de competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
outras provas tiver notícia. representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir,
mediante traslado.

MOTIVO DO ARQUIVAMENTO É POSSÍVEL DESARQUIVAR?


Crime é de AÇÃO PENAL Crime é de AÇÃO PENAL
PÚBLICA PRIVADA
Insuficiência de provas SIM
Autos são remetidos ao Autos ficam em cartório
(Súmula 524, STF) MP aguardando a iniciativa da
vítima.

Ausência de pressuposto SIM


Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
processual ou de condição da
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
ação penal
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem
Falta de justa causa para a solicitados, a autoridade policial NÃO poderá mencionar
ação penal (não há indícios de QUAISQUER ANOTAÇÕES referentes a instauração de inquérito
autoria ou prova da SIM policial contra os requerentes.
materialidade)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de
despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse
Atipicidade (fato não é crime) NÃO da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de 3 dias,


Existência manifesta de causa STJ: NÃO (REsp 791471/RJ)
será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a
excludente de ilicitude
STF: SIM (HC 125101/SP) requerimento da autoridade policial, ou do órgão do MP, respeitado,
em qualquer hipótese, o disposto no Art. 89, inciso III, do Estatuto
da OAB.
Existência manifesta de causa NÃO (doutrina)
excludente de culpabilidade
A doutrina majoritária entende que essa incomunicabilidade
não foi recepcionada pela CF.
Existência manifesta de causa NÃO
extintiva da punibilidade Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de
(STJ HC 307.562/RS) (STF uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma
Pet 3943) Exceção: certidão delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
de óbito falsa. diligências em circunscrição de outra, independentemente de
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que
compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que
Cuidado: Desarquivamento não é sinônimo de oferecimento de
ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
denúncia. Desarquivar é reabrir as investigações e, para tanto,
basta a notícia de provas novas. Por outro lado, para o
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz
oferecimento da denúncia (início da ação penal), não bastará a
competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de
notícia. Precisará efetivamente de prova nova (inovadora, capaz
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando
de produzir uma alteração no contexto probatório).
o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à
* Tabela extraída do site dizerodireito.com.br infração penal e à pessoa do indiciado.
O que achou do conteúdo?

A partir de hoje, você não precisará recorrer a várias fontes de estudo na hora de estudar,
resolver questões e revisar temas específicos.

O Norte Legal, como se nota, além de destacar os dispositivos mais importantes para
concursos, torna evidente (ao bater os olhos) prazos, termos mais cobrados, pegadinhas e,
melhor de tudo, explica detalhes que não têm na letra fria da lei. E

Em resumo, aluno Cejurnorte Concursos caminha "ano-luz" à frente do concorrente.

Confira no plataformacejurnorte.com.br/cursos/norte-legal
tudo que tem disponível e aproveite para baixar outros
arquivos como este.
O cenário do estudo para concursos caminha para máxima
competitividade entre os candidatos, e a leitura da lei, sem
dúvida, é um "calo" para muitos - são tantas informações e
detalhes quase que impossíveis de serem gravadas - , é aí
que surge a necessidade de se utilizar de materiais didáticos
estratégicos.

O Norte Legal - Leis Anotadas do Cejurnorte


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