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DAS PROVAS
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PROCESSO PENAL
DAS PROVAS
Leitura dos artigos: art. 155 ao 250
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Princípio da não autoincriminação (nemo tenetur se detegere): Trata-se de
princpioio que protege o acusado, hipótese em que eleo não poderá ser
obrigado a produzir provas contra si. Em face desse privilégio que lhe é
assegurado, não está o acusado, por exemplo, obrigado a responder as
perguntas que lhe forem formuladas por ocasião de seu interrogatório,
tampouco a fornecer padrões vocais ou letra de próprio punho visando a
subsidiar prova pericial requerida pelo Ministério Público.
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sistema no CPP: 1. Exame de corpo de delito quando diante de delito não-
transeunte; 2. Prova quanto ao estado das pessoas, que deve observar as
limitações do Código Civil.
OBS.: As provas sobre o estado civil, ainda que notório, dependem das
provas estabelecidas pelo Direito Civil (resquício de prova legal ou tarifada).
DA INIVIATIVA PROBATÓRIA:
- À acusação: A maioria da doutrina entende que a acusação tem que
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nexo causal e dolo ou culpa. Não se deve presumir o dolo, pois cabe ao
Ministério Público provar a prática do fato típico e ilícito.
PROVAS NÃO REPETÍVEIS: São aquelas que uma vez produzidas não têm
como serem novamente coletadas em razão do desaparecimento da fonte
probatória. Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase judicial.
Não dependem de autorização judicial, sendo que o contraditório será
diferido. Ex. alguns exames periciais (ex. exame de corpo de delito em um
caso de lesões corporais). Observa-se que alguns exames periciais podem
ser repetidos ( ex. laudo de avaliação nos crimes patrimoniais).
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testemunha que irá se ausentar (exterior) ou por enfermidade ou velhice.
(art. 225 CPP). É o chamado depoimento “ad perpetuam rei memorium”. A
prova antecipada é produzida perante o juiz antecipadamente para que
tenha o mesmo valor de uma prova produzida em juízo
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desenvolvimento, inclusive antes da deflagração da persecução penal,
mediante prova antecipada. Assim, não configura nulidade por
cerceamento de defesa o fato de o defensor e o acusado de crime sexual
praticado contra criança ou adolescente não estarem presentes na oitiva
da vítima devido à utilização do método de inquirição denominado
“depoimento sem dano”. STJ. 5ª Turma. RHC 45.589-MT, Rel. Min.Gurgel de
Faria, julgado em 24/2/2015 (Info 556). FONTE: Dizer o Direito.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Apesar das disposições acima, que devem ser observadas na fase objetiva.
Há grandes críticas sobre ambos os dispositivos, pois, sob a perspectiva do
sistema acusatório, o juiz deve permanecer inerte, sob pena de
comprometer a sua imparcialidade. Sendo assim, a doutrina defende que,
na fase investigatória o juiz não é dotado de iniciativa instrutória, podendo
agir apenas se provocado pelas partes. Assim, o art. 156, I do CPP, de
acordo com a doutrina moderna, é inconstitucional porque viola a
imparcialidade do juiz e, por conseguinte, o sistema acusatório. Na fase
processual o juiz tem certa iniciativa probatória a ser utilizada de maneira
residual/subsidiária a fim de buscar a verdade real ou material, o que
também é criticado pela doutrina garantista.
1. Quanto ao objeto:
prova.
2. Quanto ao valor:
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a) Provas plenas: são aquelas que permitem um juízo de certeza quanto ao
fato investigado, podendo ser utilizadas como elemento principal na
formação do convencimento do juízo acerca da responsabilidade penal do
acusado. Exemplos: prova documental, prova testemunhal, prova pericial
etc.
3. Quanto às pessoas:
2. O que se entende por provas típica e atípicas? Prova Típica é aquela cujo
procedimento probatório está regulamentado no texto da lei. Ex.
reconhecimento de pessoas e coisas. Já a Prova Atípica é aquela que não
tem procedimento probatório previsto em lei. Ex. reprodução simulada dos
fatos.
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PROVA EMPRESATADA NO PROCESSO PENAL
A grande novidade sobre o assunto é o novo CPC, o qual diz em seu art. 372
que “o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro
processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o
contraditório”. Estes dispositivo deixa claro que só há falar em prova
emprestada se ele foi produzido em outro processo, de maneira que não é
possível falar em prova emprestada relativa a elemento informativo colhido
em peça de informação.
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COMPARTILHAMENTO DE PROVAS EM RAZÃO DE ACORDO INTERNACIONAL DE
COOPERAÇÃO: Não há ilegalidade na utilização, em processo penal em
curso no Brasil, de informações compartilhadas por força de acordo
internacional de cooperação em matéria penal e oriundas de quebra de
sigilo bancário determinada por autoridade estrangeira, com respaldo no
ordenamento jurídico de seu país, para a apuração de outros fatos
criminosos lá ocorridos, ainda que não haja prévia decisão da justiça
brasileira autorizando a quebra do sigilo. Em outras palavras, o STJ julgou
válida a utilização, em processo penal no Brasil, de informações bancárias
sigilosas obtidas pela Justiça dos EUA e trazidas para o processo aqui por
força do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal (MLAT). STJ. 5ª
Turma. HC 231.633-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 25/11/2014 (Info 553).
PROVAS EM ESPÉCIE
1) EXAME DE CORPO DE DELITO – ART. 158 SS.
Quando a infração deixar vestígio, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
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lição de Tornaghi, citado por Tourinho Filho, quando refere que o exame indireto
não é propriamente exame, e sim o raciocínio e mesmo as experiências dos peritos
baseados no que dizem as testemunhas (e acrescentamos: ou qualquer outro
elemento de prova). (Lições de Norberto Avena).
exame.
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Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de
um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
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meio de prova e meio de defesa. No entanto, há prevalência por
caracterizá-lo como meio de prova e meio de defesa, pois tem o escopo de
formar a convicção do juiz e o fim de tutelar o direito de defesa do réu – STJ
HC 42.780/PR. O mecanismo do interrogatório, por mais que esteja
disciplinado como meio de prova, também se caracteriza meio de
autodefesa, seja ela positiva ou negativa (direito de permanecer calado),
do réu.
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O interrogatório antigamente era ato privativo do juiz e as partes não
participavam ativamente do interrogatório. Em 2003, o art. 188 passou a ter a
seguinte redação: Após interrogar o réu, o juiz irá indagar as partes se
desejam formular perguntas, ou seja, se restou algum fato a ser esclarecido.
Assim, atualmente, o interrogatório não é um ato privativo do juiz.
Vale ressaltar, por outro lado, que a condução coercitiva pode ser
determinada para a realização de um ato processual não protegido pelo
nemu tenetur se detegere. Ex. Pode ser feita condução coercitiva para o
reconhecimento de pessoas (esse ato não demanda nenhum
comportamento ativo do acusado e, portanto, não é protegido pelo direito
ao silêncio, cabendo, por conseguinte, condução coercitiva).
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(1) Razões de segurança pública, risco de fuga ou que o preso integre
organização criminosa;
3) CONFISSÃO
deve ser expressa, ser livre, voluntária e em plena saúde mental daquele
que confessou.
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VALOR DA CONFISSÃO: A confissão deverá ser confrontada com as demais
provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade
ou concordância. Ademais, não se pode jamais considerá-la exclusivamente
para efeito de uma condenação, sem confrontá-la com outros elementos,
que possam confirmá-la ou contraditá-la – STJ HC 50.304/RJ.
ESPÉCIES DE CONFISSÃO:
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A chamada confissão retratada ocorre quando o agente confessa a prática
do delito e, posteriormente, se retrata, negando a autoria. Ex: durante o
inquérito policial, João confessa o crime, mas em juízo volta atrás e se
retrata, negando a imputação e dizendo que foi torturado pelos policiais. O
agente confessa na fase do inquérito policial e, em juízo, se retrata, negando
a autoria. O juiz condena o réu fundamentando sua sentença, dentre outros
argumentos e provas, na confissão extrajudicial.
Entendido?
A confissão atenua a pena mesmo que já existissem nos autos outras provas
contra o réu? SIM, conforme STJ. REsp 1.183.157-SP, julgado em 16/10/2012.
No entanto, o próprio STJ diz que a confissão, para ser valorada, precisa
proporcionar efetiva colaboração com a investigação policial e com o
processo criminal nem fornecem informações eficazes para a descoberta da
trama delituosa, ele não terá direito ao benefício da delação premiada. STJ.
6ª Turma. HC 174.286-DF, julgado em 10/4/2012.
4) PERGUNTAS AO OFENDIDO
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No processo penal a vítima não é testemunha. No sistema americano todo
mundo presta compromisso de dizer a verdade. Já no Brasil o crime de falso
testemunho somente é imputado à testemunha, pois esta tem o
compromisso de dizer a verdade. A vítima não presta compromisso pelo
envolvimento emocional que tem para com a causa. Assim, a vítima nunca
responderá por crime de falso testemunho. Contudo, é perfeitamente
compreensível que a lei acautele-se contra eventuais prejuízos ao réu pelo
que lhe for imputado indevidamente, podendo caracterizar o crime de
DENÚNCIAÇÃO CALUNIOSA ou COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME.
5) PROVA TESTEMUNHAL:
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EXCEÇÃO 1: diante de réus surdos e mudos, desde que não tenha interprete,
pode ser utilizada a escrita na prova testemunhal, fugindo a regra da
oralidade.
Alguns países adotam o Testis Unos e Testis Nullus, ou seja, uma testemunha é
igual a nenhuma testemunha em virtude da fragilidade desta prova e, como
tal, não pode lastrear uma condenação. O Brasil , contudo, não adota a
teoria dos testis unos, testis nulos, hipótese em que a prova testemunhal,
independente da quantidade de testemunhas, serve para subsidiar a
condenação do réu, desde que seja hábil a formar a convicção do juiz.
- Análise do Art. 212 CPP: As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente
à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.
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presidencialista vige diante das perguntas feitas pelos jurados em sede de
Tribunal do Júri.
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dispensada ou desobrigada do dever de dizer a verdade, pois há imposição
normativa nesse sentido.
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“É possível que a autoridade policial realize a condução coercitiva do
investigado até a Delegacia de Polícia para que preste esclarecimentos.
STF. 1ª Turma. HC 107644/SP, em 6.9.2011.”
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provas. Assim, não é possível que o reconhecimento, por si só, seja
determinante para condenação, devendo ser examinado conjuntamente.
7) ACAREAÇÃO
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A acareação tem natureza jurídica de prova e, segundo doutrina
majoritária, também tem natureza jurídica de meio de defesa. A acareação
poderá ser realizada tanto na fase policial como na judicial, sempre
respeitando o direito do acusado de não participar do ato. A acareação
pode ocorrer entre testemunhas, vítimas, testemunhas e vítimas, réu e réu, ou
seja, todo mundo pode ser acareado com todo mundo, desde que haja
divergência e relevância nas informações prestadas para o processo.
8) DOS DOCUMENTOS
9) INDICIOS
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Ninguém pode ser condenado com base em uma prova semiplena. Porém,
tais provas são de fundamental importância para a decretação de medidas
cautelares. Ex: necessidade de indícios de autoria para decretação da
preventiva.
ART. 5º XI, CF/88 - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
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c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados
ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
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existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura. Em
caso de ausência de pessoas no interior da casa, esta deve ser arrombada e
forçada a entrada, devendo ser intimado vizinho, se houver, a fim de assistir
a diligência. Findas as diligências, os executores lavrarão auto
circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem
prejuízo da diligencia realizada na presença do vizinho.
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entrarem em seus distritos ou da legalidade dos mandados, poderão exigir as
provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.
2) Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por
meio da extração de dados e de conversas registradas no WhatsApp presentes
no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido
apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 6ª Turma. RHC 51.531-RO,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
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em si mesmos. Assim, se o juiz determinou a busca e apreensão de telefone
celular ou smartphone do investigado, é lícito que as autoridades tenham
acesso aos dados armazenados no aparelho apreendido, especialmente
quando a referida decisão tenha expressamente autorizado o acesso a esse
conteúdo. STJ. 5ª Turma. RHC 75.800-PR, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
15/9/2016 (Info 590).
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companheira e por ela entregue voluntariamente ao MP. Destaque-se, aliás,
que essa tese de que fora da esfera das instituições financeiras e
administração não há que se falar em sigilo violado quando a entrega e
realizada de maneira voluntária, recentemente foi deliberado no mesmo
sentido pela Corte no julgamento pela 6ª Turma do REsp 1.497.041-PR, Sexta
Turma, DJe 9/12/2015. RHC 34.799-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 17/3/2016, DJe 20/4/2016.
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