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DIREITO PROCESSUAL PENAL

NULIDADES

Livro Eletrônico
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-


vado em 6º lugar no concurso realizado em
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração,
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado –
2012 e Oficial – 2017).

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Nulidades
Prof. Douglas Vargas

Introdução.................................................................................................4
Nulidades...................................................................................................4
Reconhecimento..........................................................................................5
Classificações..............................................................................................6
Espécies de Nulidades..................................................................................9
Nulidades Absolutas................................................................................... 18
Nulidades Relativas.................................................................................... 27
Arguição de Nulidades Absolutas................................................................. 29
Arguição de Nulidades Relativas.................................................................. 30
Convalidação de Nulidades Relativas............................................................ 31
Resumo.................................................................................................... 33
Questões de Concurso................................................................................ 39
Gabarito Comentado.................................................................................. 53

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Introdução
Querido(a) aluno(a), hoje vamos tratar de um assunto um pouco chato, mas
também importante para um bom entendimento da disciplina: as causas de nulida-
de no Direito Processual Penal.
Especificamente, vamos tratar dos seguintes assuntos:

Nulidades
Vamos começar, é claro, com o conceito doutrinário de nulidade, no âmbito do
Direito Processual Penal.
Segundo Guilherme Nucci, “nulidades são vícios que contaminam determinados
atos processuais, praticados sem observância da forma prevista em lei, podendo
levar à sua inutilidade e consequente renovação.”
Ao estudar a parte introdutória do Direito Processual Penal, o aluno aprende
que deve ser respeitado o devido processo legal: a ânsia de punir do Estado deve
ser submetida a diversos direitos e garantias, de modo a respeitar a disparidade de
poder entre o Estado e o indivíduo.

Nesse sentido, é importante verificar que a inobservância das previsões legais

sobre os atos processuais gera nulidades, que podem levar à invalidação do ato

praticado.

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Em palavras ainda mais simples: se o ato processual não respeitar as determi-

nações legais sobre sua execução, pode ser considerado inválido!

Essa informação já nos leva a três observações muito importantes sobre nuli-

dades:

Assim sendo, se for, por exemplo, produzida uma prova com a prática de algu-

ma nulidade no âmbito do IP, tal prova será desconsiderada, mas tal nulidade

não irá contaminar a ação penal subsequente.

Reconhecimento

Outro ponto importante que se relaciona com o fato de que as nulidades incidem

apenas sobre atos processuais é a premissa de que a nulidade só existe depois

de reconhecida judicialmente. Se não houver decisão judicial que reconheça a

existência da nulidade de um ato processual, portanto, a regra é que este continue

a produzir seus efeitos.

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Classificações

Você já sabe que as nulidades estão relacionadas a atos processuais. Por esse

motivo, para compreender bem as espécies de nulidades, primeiro precisamos co-

nhecer algumas espécies de atos processuais que apresentam vícios – pois cada

uma delas terá uma peculiaridade quanto à nulidade do ato.

Para bem estudar as nulidades, portanto, você precisa conhecer três tipos de

atos processuais:

Tais definições tem como base apenas um fator: A variação dos vícios relaciona-

dos ao ato. Ou seja, cada tipo de ato viciado (inexistente, irregular ou nulo) resul-

tará em um vício diferente, que é mais ou menos grave.

Comecemos pelos atos inexistentes.

Atos Inexistentes

Os atos inexistentes são aqueles em que falta um dos elementos exigidos pela

lei, de forma absoluta. Segundo a doutrina, seu vício é tão grave que sequer po-

dem ser considerados como verdadeiros atos processuais – daí a escolha da no-

menclatura atos inexistentes!

Dessa forma, a doutrina entende o ato inexistente como o chamado”não ato”.

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Dessa forma, não se fala em invalidação de um ato inexistente, pois a inexis-

tência ANTECEDE as considerações de validade!

São peculiaridades dos atos inexistentes:

“Professor, você pode dar um exemplo de ato inexistente?”

Com certeza. Imagine uma audiência judicial presidida por um Promotor de

Justiça (e não por um Juiz). Tal ato processual seria inexistente – e não meramente

nulo!

Outros exemplos relevantes para fins de prova são os entendimentos do STF de

que atos processuais praticados por indivíduo sem habilitação para advogar ou por

advogado SUSPENSO são INEXISTENTES.

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Atos Nulos

Os atos nulos, embora padeçam de vício grave, ao contrário do que acontece

com os atos inexistentes, chegam a existir. São, portanto, verdadeiros atos proces-

suais, porém, falta-lhes adequação à lei, o que pode levar – ou não – ao reconhe-

cimento de que não são aptos para produzir efeitos no mundo jurídico.

Os atos nulos, portanto, de acordo com a gravidade do desvio que causou a nu-

lidade, poderão ser considerados válidos ou não – a depender do caso.

Por esse motivo, dizemos que a nulidade possui duas espécies: nulidade abso-

luta e nulidade relativa.

Agora sim ficou claro o motivo pelo qual devemos conhecer as espécies de atos

processuais antes de estudar as nulidades propriamente ditas, haja vista que as

espécies de atos processuais vão influir na existência das nulidades que vamos es-

tudar!

Atos Irregulares

Por fim, temos os atos irregulares, que nada mais são do que as chamadas in-

frações superficiais, que, segundo a doutrina, não contaminam a legalidade do

ato – de modo que merecem a sua renovação.

Como a irregularidade é algo considerado leve, a doutrina defender que o ato ir-

regular é convalidado (corrigido) pelo mero prosseguimento do processo. Não

há necessidade, portanto, de convalidação expressa.

Assim sendo, temos o seguinte esquema:

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Uma vez que destrinchamos as espécies de atos viciados, já temos a base teó-

rica necessária para adentrar um dos tópicos mais importantes da aula de hoje: as

espécies de nulidades. Vamos a elas!

Espécies de Nulidades
Como já mencionamos ao estudar os atos nulos, a nulidade pode ser dividida

em duas espécies: absoluta e relativa.

Segundo a doutrina, são características básicas das espécies acima:

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O quadro acima possui características MUITO IMPORTANTES para que você pos-

sa diferenciar a nulidade absoluta da relativa. Leia, releia e domine BEM essa com-

paração – pois ela simplesmente despenca em prova.

Uma vez que você conhece a diferença entre nulidade relativa e absoluta, o

próximo passo, obviamente, é saber quais são as nulidades absolutas e quais

são as nulidades relativas previstas no CPP.

O Código de Processo Penal apresenta as nulidades em seu art. 564, o qual

transcrevemos abaixo:

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:


I – por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;

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II – por ilegitimidade de parte;


III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais,
a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto
no Art. 167;
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador
ao menor de 21 anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e
nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os
prazos concedidos à acusação e à defesa;
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de teste-
munhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei
não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos es-
tabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabi-
lidade;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
m) a sentença;
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despa-
chos de que caiba recurso;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quórum legal para o
julgamento;
IV – por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas
respostas, e contradição entre estas.

Artigo gigantesco e também muito importante. Embora eu seja um dos profes-

sores que mais recomenda a leitura da letra de lei, nesse caso, há um pequeno

problema: não é possível adivinhar quais são as nulidades relativas e quais são as

nulidades absolutas apenas lendo o art. 564 do CPP.

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Por esse motivo, vamos agora esquematizar o artigo acima, dividindo cada nu-

lidade prevista em sua respectiva categoria.

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Outra observação importantíssima sobre o art. 564 é a seguinte:

O rol do art. 564 é exemplificativo!

A previsão do art. 564 trata das chamadas nulidades típicas (nulidades pre-

vistas de forma expressa no ordenamento jurídico). No entanto, existem ainda as

chamadas nulidades atípicas (que não estão previstas de forma expressa). Por

esse motivo, não estamos diante de rol taxativo!

Assunto chato? Muito. Necessário? Também. Faz parte da vida de concurseiro.

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Seguindo em frente, vamos estudar pontualmente cada artigo do CPP sobre nu-

lidades que é digno de ser comentado, a começar pelo art. 563, que apresenta um

dos chamados princípios regentes das nulidades.

Art. 563 do CPP – Não há Nulidade sem Prejuízo

Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a
acusação ou para a defesa.

Esse princípio é quase autoexplicativo e tremendamente importante. Não há

nulidade sem prejuízo.

O objetivo é simples: privilegiar a celeridade e a economia processual. Porque

deveria o Poder Público anular um ato e ter de realizá-lo novamente se não houve

prejuízo? Apenas para cumprir uma mera formalidade? Não faz sentido e, felizmen-

te, não é o caso.

Nesse contexto, lembre-se da regra geral:

Dizemos que a nulidade absoluta, via de regra, tem o prejuízo presumido, pois

o STF já apresentou entendimento no sentido de que o prejuízo sempre deve ser

demonstrado para permitir o reconhecimento de qualquer nulidade.

Por esse motivo, embora a doutrina majoritária se posicione no sentido de que

a comprovação de prejuízo só é obrigatória nas nulidades relativas, se o examina-

dor perguntar qual o posicionamento do STF sobre o assunto, você já sabe:

a demonstração de prejuízo é requisito para ambos os casos.

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Art. 565 do CPP – Nulidades Provocadas pela Parte

Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para
que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária
interesse.

Outro princípio importante sobre o assunto de nulidades está previsto expres-

samente no primeiro trecho do art. 565 do CPP: não há nulidade provocada pela

parte.

Mas como assim não há nulidade provocada pela parte?

Não é que não seja possível que uma parte cause uma determinada nulidade.

Na verdade, esse princípio tem uma função um pouco mais específica: impedir que

uma parte, de má-fé, faça a arguição de uma nulidade que ela própria causou!

Dessa forma, visa-se proteger a ética na realização dos atos processuais, de

modo que não seja possível que uma parte provoque uma nulidade de forma pro-

posital, com o objetivo de utilizá-la em seu favor mais adiante.

Como consequência dessa premissa, temos o chamado princípio do interesse.

Chamamos de princípio do interesse a exigência de que a parte que alega

uma nulidade tenha interesse para tanto.

Art. 565 do CPP – Omissão de Formalidade

Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para
que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária
interesse.

Ainda sobre o artigo 565, mas em seu segundo trecho, temos o princípio de que

não há nulidade por omissão de formalidade que só interessa à parte contrária.

Esse é outro princípio ligado ao princípio do interesse, e que só se aplica às nu-

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lidades relativas, afinal de contas, ele deve ser arguido, enquanto que as nulidades

absolutas podem e devem ser reconhecidas a qualquer tempo.

Aqui temos uma vedação que visa impedir uma parte de arguir nulidade a partir

da inobservância de um procedimento que só afeta a parte contrária. Por exemplo:

Promotor que deseja arguir nulidade pois a defesa não foi intimada de uma carta

precatória para a oitiva de testemunhas, sendo que o defensor alega que seu clien-

te não sofreu prejuízo algum com tal omissão.

O exemplo acima é apresentado por Nucci, e concretiza bem o que estamos ex-

plicando: quem haveria de sofrer o prejuízo com a não intimação era a defesa (que

alega que não sofreu prejuízo algum). Como poderia então a outra parte alegar tal

nulidade?

Art. 566 do CPP – Atos Irrelevantes e Nulidade

Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na
apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

Não há motivo para atrapalhar o andamento do processo e onerar ainda mais

a máquina estatal devido a uma declaração de uma nulidade que sequer influiu na

decisão da causa. Não faria sentido, e, como já foi observado, seria mais uma pedra

no caminho da celeridade processual.

Por esse motivo, existe o princípio previsto no art. 566 do CPP, que rege que não

há nulidade de ato irrelevante para o deslinde da causa.

É um princípio que se relaciona com a demonstração de prejuízo e com a busca

da verdade real, evitando a repetição de atos que seriam verdadeiramente desne-

cessários para a decisão da causa.

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Vejamos um exemplo excelente trazido pelo mestre Leonardo Barreto:

Testemunha nascida no estrangeiro prestou depoimento em sua língua natal sem o

intermédio de um intérprete (como determina o art. 223 do CPP).

Se o depoimento colhido for irrelevante para a conclusão da causa, não há motivo

para decretar a nulidade do ato e realizar novamente a oitiva da testemunha seguin-

do o procedimento correto.

Art. 573, § 1º – Causalidade

§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente
dependam ou sejam consequência.

Temos ainda o chamado princípio da causalidade, segundo o qual uma vez que

a nulidade de um ato é declarada, causará a nulidade dos demais atos que

dependam diretamente ou que sejam consequência do ato anulado.

Deve, obviamente, ser demonstrado o nexo causal entre o ato cuja nulidade foi

reconhecida e os demais atos que terão sua nulidade decretada como consequên-

cia.

Como resultado desse princípio, o CPP prevê que o magistrado deverá sempre

declarar quais atos foram alcançados pela nulidade, indicando ainda os que deve-

rão ser retificados ou mesmo renovados:

§ 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.

Outro ponto relevante sobre o princípio da causalidade é que nem sempre a

invalidação dos atos subsequentes é automática, haja vista que o CPP prevê

apenas a anulação de atos diretamente dependentes ou que sejam consequ-

ência do ato cuja nulidade foi declarada.

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Princípios – Resumo

Resumindo, quando estamos falando em nulidades, devemos observar os se-

guintes princípios:

Nulidades Absolutas

Você já conheceu as características básicas das nulidades absolutas. Entretanto,

as nulidades absolutas também estão divididas em algumas espécies – as quais

passaremos a estudar neste capítulo.

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Incompetência

A primeira espécie de nulidade absoluta é a incompetência. Dessa forma, quan-

do há a violação de uma norma de competência absoluta, a nulidade também

será absoluta.

A inobservância de norma de competência RELATIVA gera apenas nulidade RELA-

TIVA, e não absoluta!

Princípio da Conservação dos Atos Processuais

Uma observação essencial relacionada com a diferença entre a incompetência

absoluta e relativa é a seguinte:

Tal previsão está no art. 567 do CPP, listado abaixo:

Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o pro-


cesso, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

O art. 567 prevê, portanto, o chamado princípio da conservação dos atos pro-

cessuais, ao preservar os atos instrutórios mesmo quando houver incompetência

no juízo. Note que, como acabamos de observar, tal regra só é aplicável se a in-

competência foi relativa.

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Denúncia Recebida por Juiz Incompetente

O que acontece se um juiz incompetente recebe uma denúncia? A resposta é

simples: o ato processual poderá ser ratificado no juízo competente!

Ou seja, se o Promotor de Justiça oferecer a denúncia e esta for recebida por

juízo incompetente, não importa se a incompetência é absoluta ou relativa: o juízo

competente poderá ratificar o ato de recebimento da denúncia e dar anda-

mento regular ao processo!

1) Impedimento

O impedimento do magistrado é uma das espécies de nulidade absoluta. Juiz

impedido não pode atuar no processo, e os atos praticados por ele serão, portanto,

viciados de forma absoluta.

As causas de suspeição, no entanto, são causa de nulidade relativa.

2) Suborno do juiz

Tal hipótese é chamada pela doutrina de motivo especial de suspeição, haja vis-

ta que está relacionada com atos de corrupção. Obviamente, é causa de nulidade

absoluta.

3) Ilegitimidade da parte

Se a parte foi ilegítima (tanto para a causa quanto para o processo), ocorrerá

também a nulidade absoluta do feito.

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Ilegitimidade do REPRESENTANTE da parte é causa de NULIDADE RELATIVA. Não

caia nessa pegadinha!

Ademais, cabe ressaltar o entendimento doutrinário de que é possível convalidar

atos praticados por um promotor ou procurador que não possuía atribuições para

atuar no processo, por meio de manifestação fundamentada do órgão do MP que

possuía legitimidade para oficiar naquele caso e de decisão fundamentada do juiz.

3) Ausência de exame de corpo de delito

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de


delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

O CPP determina que é obrigatória a realização do exame de corpo de de-

lito quando o crime deixar vestígios.

Dessa forma, caso o art. 158 não seja respeitado, haverá a nulidade absoluta

do feito.

Cabe lembrar que, por força do art. 167 do CPP, é possível a realização do exame

de corpo de delito de forma indireta (como, por exemplo, por meio de testemu-

nhas) se os vestígios tiverem desaparecido.

Em outro giro, se o exame de corpo de delito for realizado, porém, por um

número inadequado de peritos, a nulidade será meramente relativa.

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É o que pode ocorrer caso apenas um perito não oficial realize o exame de corpo

de delito (lembre-se que a lei exige um perito oficial ou dois peritos não ofi-

ciais). O exame efetivamente foi realizado, mas de forma inadequada.

4) Denúncia, Queixa e Representação

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa iden-
tificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

O art. 41 do CPP apresenta os requisitos que devem estar contidos na denúncia

ou queixa. A ausência de algum desses elementos pode impedir ou dificultar a

defesa do acusado, de modo que são possíveis as seguintes consequências:

5) Problemas na defesa do réu

Obviamente, todo acusado tem direito à sua defesa, que se divide em defesa

técnica (exercida pelo bacharel em Direito) e em autodefesa (exercida pelo pró-

prio acusado ao apresentar sua versão dos fatos).

Nesse sentido, a falta de defesa técnica é causa de NULIDADE ABSOLUTA

do feito. DEVE existir defesa técnica em todo processo penal, ou o prejuízo para o

acusado será inquestionável.

Observe, no entanto, que falta de defesa não se confunde com a fragilidade

de defesa.

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Segundo o STF, a fragilidade de defesa gera apenas nulidade RELATIVA.

É o que rege a Súmula n. 523 do STF:

Súmula n. 523 do STF


No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência
só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

6) Falta da decisão de Pronúncia

Primeiramente (para os que ainda não estudaram o procedimento do Tribunal

do Júri) a pronúncia é uma decisão interlocutória que remete os autos do processo

ao Tribunal do Júri, por estarem presentes todos os requisitos necessários para tal.

Diferentemente de uma denúncia comum, a denúncia relacionada aos crimes

contra a vida passa por esse procedimento especial, haja vista a severidade de se

submeter o réu ao Tribunal do Júri.

Uma vez que você já sabe o que é a pronúncia, é preciso saber que encami-

nhar o réu ao plenário do júri sem a decisão de pronúncia ou com uma de-

cisão de pronúncia incompleta é causa de NULIDADE ABSOLUTA.

Note, ainda, que a decisão de pronúncia se limita à materialidade do fato e à

existência de indícios suficientes de autoria. O magistrado não pode, portanto, in-

cluir na pronúncia qualquer argumentação que faça juízo de mérito ou que possa

influenciar a decisão do júri – se o fizer, a pronúncia estará eivada de vício.

7) Falta de citação

Outro ponto relevante é a falta de citação.

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A citação é o chamamento do réu a juízo – dando-lhe ciência do ajuizamento

de uma ação que lhe imputa a prática de uma infração penal. Em outras palavras,

a citação cuida de dar ciência a um indivíduo que ele está sendo acusado de uma

infração penal.

Se faltar a citação do acusado, portanto, causa nulidade absoluta do feito!

Excepcionalmente, no entanto, a falta de citação pode ser sanada, conforme

determina o artigo 570 do CPP:

Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada,


desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o
faz para o único fim de arguí-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento
do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.

A falta de ampla defesa e de contraditório também são causas de nulidade absolu-

ta, assim como a falta de citação.

Por fim, é interessante notar que, embora a falta de citação cause nulidade ab-

soluta, a presença do acusado é um direito deste. Dessa forma, a ausência do réu

solto no plenário do Tribunal do Júri, quando este foi devidamente intimado, não

terá o condão de causar nulidade do ato processual.

8) Falta de Quórum/Conselho de Sentença

Outro ponto relevante também trata do procedimento do Tribunal do Júri. Con-

forme prevê o art. 463 do CPP:

Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará


instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.

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Ou seja, são necessários 15 jurados para instalar os trabalhos do Tribunal do

Júri. Adivinha o que acontece se tal sessão for iniciada com menos do que isso?

Exatamente: nulidade absoluta.

Ainda sobre o Tribunal do Júri, temos a exigência de que o Conselho de Senten-

ça seja composto por 7 jurados, conforme preconiza o art. 447 do CPP:

Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por
25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais
constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.

Se porventura o Conselho de Sentença não for composto pelo número legal,

haverá também nulidade absoluta. O mesmo se aplica para o caso de violação

da incomunicabilidade dos jurados.

9) Quesitos

Outro ponto que também está relacionado ao Tribunal do Júri são os quesitos.

Os quesitos nada mais são do que perguntas, redigidas no formato de proposições

afirmativas, para que os jurados emitam seu juízo sobre o caso.

Nesse sentido, segundo a Súmula n. 156 do STF, se faltar quesito obrigatório

na votação do Tribunal do Júri, haverá nulidade absoluta!

Ainda sobre os quesitos, é importante verificar que respostas contraditórias

produzidas em razão de quesitos mal elaborados também podem gerar a nuli-

dade absoluta do feito.

10) Demais causas de nulidade absoluta

Temos ainda as seguintes causas de nulidade absoluta que são dignas de men-

ção, embora menos recorrentes em prova:

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Nulidades Relativas

Fique tranquilo(a), o pior já passou. As hipóteses de nulidades relativas que lis-

taremos agora são bem menos numerosas do que as de nulidades absolutas.

São espécies de nulidade relativa:

1) Falta de concessão de prazos à acusação e defesa

A falta de concessão de prazos para a acusação ou para a defesa são causa de

nulidade RELATIVA do feito – ou seja, dependerão da demonstração de prejuízo

para a parte prejudicada.

2) Falta de Intervenção do Ministério Público

Na ação penal privada, é sabido que o MP atua como fiscal da lei. Caso ele não

cumpra com essa atuação, temos uma causa de nulidade relativa.

A falta de intervenção do MP na Ação Penal Pública é causa de nulidade ABSOLUTA

do feito.

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3) Prevenção

As regras de prevenção são utilizadas para sanar conflitos de competência, e

são objeto de estudo aprofundado no tópico Jurisdição e Competência.

De todo modo, é importante notar que se as regras de prevenção forem desres-

peitadas, ocorre nulidade relativa, conforme preconiza a Súmula n. 706 do STF:

Súmula n. 706 do STF


É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.

4) Intimação de testemunhas

Outro tópico relacionado ao Tribunal do Júri. Caso as testemunhas arroladas

pelas partes não sejam intimadas e não compareçam ao julgamento, ocorre

a nulidade relativa do feito.

É importante notar que existe a chamada cláusula de imprescindibilidade, que

pode ser utilizada ao arrolar a testemunha.

Caso a testemunha tenha sido arrolada com tal cláusula, e, devidamente in-

timada, deixar de comparecer, não se pode realizar o julgamento, sob pena de

nulidade absoluta, e não relativa.

5) Intimação do réu

Também relacionado ao Tribunal do Júri, temos o caso da falta de intimação do

réu para participar da sessão de julgamento do Tribunal do Júri como causa de nu-

lidade relativa, nos casos em que a lei não permite o julgamento à revelia.

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Não confunda intimação com citação. Se o réu não for citado, é nulidade ABSOLUTA.
Uma vez citado, se ele não for comunicado da sessão de julgamento (intimação),
temos uma nulidade relativa.

Essa falha (ausência da intimação do réu) pode ser sanada com o seu compare-
cimento – mesmo sem ter sido intimado.

6) Desrespeito à FORMA LEGAL dos atos

Por fim, temos a questão da ausência da forma legal de determinados atos pro-
cessuais.
Se um ato for praticado desrespeitando a FORMA prevista, e sua prática não
atender à sua finalidade, estaremos diante de uma nulidade relativa.
Exemplo excelente é o utilizado por Leonardo Barreto:

Acusado é citado por meio de mandado que foi emitido sem o prazo para que ele
apresente sua defesa (10 dias).
Caso o acusado perca o prazo (que não lhe foi informado devido a um desrespeito
na FORMA legal da citação), haverá prejuízo, e, dessa forma, a nulidade do feito.
No entanto, caso o acusado apresente sua defesa no prazo, não haverá prejuízo, de
modo que também não haverá a nulidade.

Arguição de Nulidades Absolutas

Quando falamos de nulidades absolutas, você já sabe: a arguição pode ocorrer

a qualquer tempo, em qualquer instância e até mesmo após o trânsito em

julgado da decisão.

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A única observação cabível está na chamada revisão criminal pro societatis

(revisão criminal em favor da sociedade).

Caso um indivíduo seja condenado e já exista coisa julgada, não se admite a

arguição de nulidade absoluta que favoreça apenas a acusação. No entanto, se

tal nulidade absoluta interessar à defesa, aí sim será admissível por meio de revi-

são criminal.

Arguição de Nulidades Relativas

As nulidades relativas, por sua vez, possuem um momento apropriado para a sua

arguição. E quem disciplina essa matéria é o art. 571 do CPP, que merece ser lido:

Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:


I – as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se
refere o art. 406;
II – as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos pro-
cessos especiais, salvo os dos Capítulos V e VII do Título II do Livro II, nos prazos a que
se refere o art. 500;
III – as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se verificadas
depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
V – as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e
apregoadas as partes (art. 447);
VI – as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal Fede-
ral e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500;
VII – se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou logo
depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes;
VIII – as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo de-
pois de ocorrerem.

Como você pode notar, removemos o inciso IV da lista acima, haja vista que,

segundo a doutrina, tal inciso se encontra atualmente inaplicável.

“Professor, o que ocorre se a nulidade relativa não for arguida no prazo

legal?”

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Ocorre a chamada PRECLUSÃO (perda do direito de agir nos autos em face da


perda da oportunidade que só existia em um determinado prazo). É o famoso “Já era”.
Sobre esse assunto, temos ainda uma súmula bastante importante:

Súmula n. 160
É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso
da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.

Convalidação de Nulidades Relativas


Como não são absolutas, em alguns casos, as nulidades relativas podem ser
CONVALIDADAS, ou seja, o ato eivado de vício pode ser corrigido, e sua validade,
restabelecida.
Existem três casos em que as nulidades relativas podem ser convalidadas, por
expressa previsão legal:

Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, con-


siderar-se-ão sanadas:
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo
anterior;
II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.

Em primeiro lugar, note que a preclusão (perda do prazo) irá gerar a convali-
dação das nulidades relativas, por força do inciso I do art. 572.
Além disso, o inciso II preconiza que, o ato praticado em outra forma que
atingiu a sua finalidade também será convalidado. Esse inciso apresenta o cha-
mado princípio da instrumentalidade das formas, que busca privilegiar a finalidade
do ato, e não as formalidades legais.
Por fim, temos a aceitação da parte (mesmo que de forma tácita).

Consequências

Se o ato é convalidado, ótimo, afinal de contas, o vício foi sanado. Mas pode

ser que não seja possível corrigir ou sanar o vício, o que irá gerar duas possíveis

consequências legais para a decretação de nulidade:

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RESUMO
Habeas Corpus

• O habeas corpus é classificado como uma ação autônoma de impugnação.

Seu objetivo precípuo é o de proteger a liberdade de locomoção quando ame-

açada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder.

• O habeas corpus faz parte do art. 5º da CF/1988, de modo que é considerado

um direito fundamental.

Nulidade

• Nulidades são vícios que contaminam determinados atos processuais, prati-

cados sem observância da forma prevista em lei, podendo levar à sua inutili-

dade e consequente renovação.

• Nulidade é um tema que incide sobre atos PROCESSUAIS.

• As nulidades, portanto, NÃO incidem em atos praticados na fase de INQUÉ-

RITO POLICIAL.

• Consequentemente, vícios existentes durante o inquérito policial não conta-

minam a futura ação penal!

Reconhecimento

• A nulidade só existe depois de reconhecida judicialmente.

Classificações de Atos

• Atos Inexistentes

–– Os atos inexistentes são aqueles em que falta um dos elementos exigidos

pela lei, de forma absoluta.

–– Não se fala em invalidação de um ato inexistente, pois a inexistência AN-

TECEDE as considerações de validade!

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–– A doutrina entende o ato inexistente como o chamado “não ato”.

–– Atos inexistentes não podem ser convalidados.

–– Atos inexistentes não necessitam de decisão judicial para declarar sua in-

validade.

• Atos Nulos

–– São verdadeiros atos processuais, porém, falta-lhes adequação à lei, o que

pode levar, ou não, ao reconhecimento de que não são aptos para produzir

efeitos no mundo jurídico.

• Atos Irregulares

–– São as chamadas infrações superficiais, que, segundo a doutrina, não con-

taminam a legalidade do ato – de modo que merecem a sua renovação.

Espécies de Nulidades

• Nulidades Absolutas

–– É a categoria mais grave de nulidade.

–– Violam normas CONSTITUCIONAIS.

–– Podem ser decretadas de ofício pelo magistrado.

–– Podem também ser decretadas a partir de requerimento das partes.

–– O requerimento pode ser realizado em qualquer grau de jurisdição e a qual-

quer tempo.

–– Independem de prova de prejuízo para a parte, pois a presunção de prejuízo

é ABSOLUTA.

• Nulidades Relativas

–– É a categoria menos grave de nulidade.

–– Violam regras PROCESSUAIS.

–– Não podem ser decretadas de ofício pelo magistrado.

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–– Só podem ser arguidas em momento oportuno.

–– Dependem de prova de prejuízo para a parte.

Observações sobre as Nulidades

• Não há nulidade sem prejuízo.

• Nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

• A nulidade absoluta, via de regra, tem o prejuízo PRESUMIDO.

• A nulidade relativa depende de comprovação do prejuízo.

Nulidades Provocadas pela Parte

• Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para

que tenha concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só interes-

se à parte contrária.

Omissão de formalidade

• Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa,

ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só

à parte contrária interesse.

Atos Irrelevantes e Nulidade

• Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver

influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

Causalidade

• A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele dire-

tamente dependam ou sejam consequência.

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Espécies de Nulidades Absolutas

• Incompetência

–– Quando há a violação de uma norma de competência absoluta, a nulidade

também será absoluta.

–– Se a nulidade é absoluta, todos os atos processuais são inválidos

–– Se a nulidade é relativa, são nulos apenas os atos decisórios. Os atos ins-

trutórios, portanto, serão mantidos!

–– Denúncia recebida por juiz incompetente

–– O ato processual poderá ser ratificado no juízo competente!

• Impedimento

–– Juiz impedido não pode atuar no processo, e os atos praticados por ele se-

rão, portanto, viciados de forma absoluta.

–– As causas de suspeição, no entanto, são causa de nulidade relativa.

• Suborno do juiz

–– Tal hipótese é chamada pela doutrina de motivo especial de suspeição, haja

vista que está relacionada com atos de corrupção. Obviamente é causa de

nulidade absoluta.

• Ilegitimidade da parte

–– Se a parte foi ilegítima (tanto para a causa quanto para o processo), ocor-

rerá também a nulidade absoluta do feito.

• Ausência de exame de corpo de delito


–– Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.

• Denúncia, Queixa e Representação


–– Ausência de algum dos requisitos do art. 41 da denúncia ou queixa.

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–– Se impedir o exercício da defesa do acusado, gera nulidade absoluta.


–– Se apenas dificultar a defesa, irá gerar nulidade relativa.

• Problemas na defesa do réu


–– A falta de defesa técnica é causa de NULIDADE ABSOLUTA do feito.
–– A fragilidade de defesa gera apenas nulidade RELATIVA.

• Falta da decisão de Pronúncia


–– Encaminhar o réu ao plenário do júri sem a decisão de pronúncia ou com
uma decisão de pronúncia incompleta é causa de NULIDADE ABSOLUTA.

• Falta de citação
–– A citação cuida de dar ciência a um indivíduo que ele está sendo acusado
de uma infração penal.
–– Se faltar a citação do acusado, portanto, será causa de nulidade absoluta
do feito!

• Falta de Quórum/Conselho de Sentença


–– São necessários 15 jurados para instalar os trabalhos do Tribunal do Júri.
Não havendo o número correto, opera-se nulidade absoluta.
–– Se porventura o Conselho de Sentença não for composto pelo número le-
gal, haverá também nulidade absoluta.

• Quesitos

–– Segundo a Súmula n. 156 do STF, se faltar quesito obrigatório na votação

do Tribunal do Júri, haverá nulidade absoluta!

• Demais causas de nulidade absoluta

–– Falta de sentença ou de uma de suas partes.

–– Falta de Acusação e de Defesa.

–– Falta de intimação para recurso.

–– Ausência de processamento de recurso de ofício.

–– Falta de quórum para decisão colegiada.

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Nulidades Relativas

• Falta de concessão de prazos à acusação e defesa.

• Falta de Intervenção do Ministério Público.

• Desrespeito às normas de Prevenção.

• Não Intimação e comparecimento de Testemunhas arroladas no Tribunal do

Júri.

• Falta de Intimação do Réu para comparecimento à audiência no Tribunal do

Júri.

• Desrespeito à FORMA LEGAL dos atos.

Arguição de Nulidades

• A arguição de nulidades absolutas pode ocorrer a qualquer tempo, em qual-

quer instância, e até mesmo após o trânsito em julgado da decisão.

Arguição de Nulidades Relativas

• São regidas pelo art. 571 do CPP.

• Se a nulidade relativa não for arguida no prazo legal, ocorre a chamada PRE-

CLUSÃO.

Convalidação de Nulidades Relativas

• Existem três casos em que as nulidades relativas podem ser convalidadas:

–– se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no

artigo anterior;

–– se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;

–– se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (VUNESP/PREFEITURA-SP/PROCURADOR) É correto afirmar que

a) a nulidade ocorrerá por incompetência, suspeição, impedimento ou suborno do

juiz.

b) caberá apelação da decisão que anula o processo da instrução criminal, no todo

ou em parte.

c) a nulidade do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal,

poderá ser arguida logo depois que ocorrer ou por ocasião da interposição do re-

curso.

d) a incompetência do juízo anula os atos ordinatórios e decisórios, devendo o pro-

cesso, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

e) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo

sanada, mediante ratificação dos atos processuais.

Questão 2    (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere que determinado

juiz titular da justiça eleitoral de uma comarca do estado de Mato Grosso, regular-

mente investido na função, sem dolo, tenha prolatado sentença em processo de

competência do tribunal do júri. Nessa situação hipotética, o ato praticado pelo juiz

configura

a) nulidade relativa.

b) inexistência.

c) prorrogação de competência.

d) irregularidade.

e) nulidade absoluta.

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Questão 3    (FCC/MPE-RS/ASSESSOR – DIREITO) A nulidade relativa

a) pode ser reconhecida de ofício em prejuízo do réu.

b) é estabelecida para resguardar predominantemente o interesse das partes.

c) visa garantir interesse de ordem pública.

d) é insanável e jamais preclui.

e) independe para o seu reconhecimento da demonstração do prejuízo.

Questão 4    (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR) É considerada nulidade relativa, que

pode ser sanada:

a) a falta de concessão de prazos à acusação e à defesa.

b) a ilegitimidade de parte.

c) a falta de nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver.

d) a violação à incomunicabilidade dos jurados.

e) a suspeição do juiz.

Questão 5    (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) Assinale a alternativa que completa corretamen-

te a lacuna da frase:

A inobservância da competência penal por prevenção___________________.

a) constitui nulidade relativa

b) constitui nulidade absoluta

c) não constitui nulidade

d) pode constituir nulidade absoluta em circunstâncias.

Questão 6    (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Assinale a alternativa in-

correta.

a) A nulidade relativa pode ser reconhecida pelo juiz, de ofício, a qualquer tempo

do processo.

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b) A nulidade pode atingir todo o processo, desde o seu início, parte do processo

ou apenas um ato, sem reflexo em qualquer outro.

c) A nulidade relativa considera-se sanada pelo silêncio das partes, pela efetiva

consecução do escopo visado pelo ato não obstante sua irregularidade e pela acei-

tação, ainda que tácita, dos efeitos do ato irregular.

d) O princípio da instrumentalidade das formas não admite o reconhecimento da

nulidade que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão

da causa.

e) Nos termos da Súmula 156 do Supremo Tribunal Federal, é absoluta a nulidade

do julgamento, pelo Júri, por falta de quesito obrigatório.

Questão 7    (FCC/TJ-AP/JUIZ) Aponte a alternativa que corresponde a regra do Có-

digo de Processo Penal sobre nulidade.

a) A defesa deficiente gera nulidade absoluta, sendo presumido o prejuízo

b) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,

quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

c) A falta de defesa prévia após o interrogatório gera nulidade absoluta.

d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, afetará os atos posteriores.

e) A falta das alegações escritas do acusado no procedimento ordinário e causa de

nulidade relativa.

Questão 8    (FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO) Conforme a orientação deste Superior

Tribunal de Justiça, a inquirição das testemunhas pelo juiz antes que seja oportu-

nizada a formulação das perguntas às partes, com a inversão da ordem prevista

no art. 212 do Código de Processo Penal, constitui nulidade relativa (STJ, HC n.

237.782, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe de 21/08/2014).

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Diante deste entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a nulidade, neste caso,

a) será declarada mesmo que não tenha influído na decisão da causa.

b) deve ser reconhecida de ofício.

c) independe de comprovação do prejuízo.

d) deve ser arguida pela parte interessada em tempo oportuno.

e) não se sujeita à preclusão.

Questão 9    (CESPE/TJ-AM/JUIZ) Com base no entendimento pacificado dos tribu-

nais superiores, é correto afirmar que o excesso de linguagem comprovadamente

existente na decisão de pronúncia ocasiona

a) a proibição da entrega de cópia da decisão de pronúncia aos jurados que even-

tualmente a requisitarem.

b) a nulidade absoluta da decisão de pronúncia e dos atos processuais subsequen-

tes, independentemente de demonstração de prejuízo causado ao réu.

c) a nulidade relativa da decisão de pronúncia e dos atos processuais subsequen-

tes, se demonstrado prejuízo ao réu.

d) a proibição da leitura da decisão de pronúncia pela acusação durante o julga-

mento no plenário do júri, para evitar que os jurados sejam influenciados.

e) o desentranhamento e envelopamento da decisão de pronúncia, providência

adequada e suficiente para cessar a ilegalidade e contemplar o princípio da econo-

mia processual.

Questão 10    (FCC/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO) A nulidade absoluta pode ser de-

cretada

a) somente pelo Supremo Tribunal Federal.

b) somente até o trânsito em julgado da sentença condenatória.

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c) somente até a prolação da sentença condenatória de primeira instância.


d) somente a requerimento do Ministério Público.
e) mesmo após o trânsito em julgado da decisão condenatória.

Questão 11    (TJ-MG/TJ-MG/TÉCNICO) Considerando-se a nulidade absoluta ocor-


rida no curso de um processo penal, é CORRETO afirmar que tal nulidade
a) pode ser declarada, de ofício, pelo Magistrado e arguida por quaisquer das par-
tes, mas nunca após o trânsito em julgado da sentença.
b) pode ser suscitada apenas pelo representante do Ministério Público.
c) pode ser suscitada pela Defesa, após o trânsito em julgado de sentença conde-
natória.
d) não pode ser declarada, de ofício, pelo Magistrado, por ferir o princípio do ne
proceda iudex ex oficio.

Questão 12    (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Conforme disposição ex-


pressa no Código de Processo Penal, o magistrado estará impedido de atuar no
processo, sob pena de acarretar sua nulidade absoluta, se
a) seu cunhado estiver respondendo a processo por fato análogo.
b) for acionista de sociedade interessada no resultado do processo.
c) for amigo íntimo de alguma das partes.
d) tiver aconselhado, em algum momento, alguma das partes.
e) sua sobrinha tiver atuado como oficial de justiça.

Questão 13    (FCC/MPE-CE/PROMOTOR) Em relação ao sistema de nulidades no


processo penal, pode-se afirmar que a
a) falha na procuração para apresentação de queixa não poderá ser suprida.

b) falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só anulará o

processo se houver prova de prejuízo para o réu.

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c) falta do exame de corpo de delito direto nos crimes que deixam vestígios cau-

sará nulidade absoluta, não se admitindo suprimento por qualquer outro meio de

prova.

d) declaração de nulidade por vício na inquirição de uma testemunha sempre cau-

sará a dos atos de inquirição posteriores de outras testemunhas.

e) realização de citação por hora certa causará nulidade do processo, por não ser

admitida.

Questão 14    (VUNESP/TJRJ/JUIZ) Assinale a alternativa correta.

a) No processo penal, a falta de resposta à acusação constitui nulidade absoluta.

b) No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua de-

ficiência só anulará o processo se houver prova de prejuízo para o réu.

c) O julgamento de recurso criminal na segunda instância não exige prévia intima-

ção ou publicação da pauta.

d) Não é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em

que o juiz exerça a sua jurisdição.

Questão 15    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) No processo penal, especifica-

mente sobre as nulidades, é correto afirmar:

a) Ocorrerá nulidade no caso de comparecimento de quinze jurados para constitui-

ção do júri.

b) Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na

apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

c) As omissões da denúncia ou da queixa poderão ser supridas a todo o tempo, até

cinco dias antes da audiência de instrução designada.

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d) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada,

ensejando a renovação de todos os atos processuais praticados.

e) A omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato é causa de

nulidade absoluta e não poderá ser sanada.

Questão 16    (FCC/TJ-AP/JUIZ) Em relação às nulidades no processo penal, é IN-

CORRETO afirmar:

a) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,

quando for declarada a nulidade, ser remetido ao Juiz competente.

b) É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por

prevenção.

c) No processo penal, a deficiência da defesa constitui nulidade absoluta, indepen-

dentemente da prova de prejuízo para o réu.

d) É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia

do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.

e) Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarra-

zões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de

defensor dativo.

Questão 17    (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre as nulidades no processo

penal, é correto afirmar que

a) nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que tenha dado causa, mas se

apenas concorreu para que ela se verificasse, pode alegar o vício desde que o faça

no momento oportuno.

b) sendo o exame de corpo de delito indispensável nas infrações que deixam ves-

tígios, a sua ausência é causa de nulidade nada podendo suprir-lhe a falta.

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c) a falta de intervenção do Ministério Público na ação penal privada subsidiária da

pública é causa de nulidade absoluta.

d) a falta de citação do réu é causa de nulidade, não a sanando o seu compareci-

mento ainda que declare que o faz apenas com o fim de arguir o vício.

e) as incompetências ratione personae e ratione materiae são absolutas e, por

isso, podem ser alegadas a qualquer tempo, implicando nulidade do processo.

Questão 18    (MPE-GO/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) “Fenício” foi denunciado

pela prática de furto simples e o Juiz rejeitou de plano a peça inaugural da persecu-

tio criminis, entendendo, in casu, que se aplica o princípio da insignificância. Houve

interposição de recurso pelo Ministério Público. O Juiz de primeiro grau nomeou

defensor dativo ao recorrido para contrarrazoar o recurso. O réu não foi citado da

ação penal interposta, devido ao fato de ter sido a Denúncia rejeitada. Diante do

texto e do que dispõe o entendimento sumulado pelo STF:

a) Mesmo não tendo sido o réu intimado pessoalmente para oferecer Contrarra-

zões, havendo nomeação de advogado dativo que ofereça a peça apropriada, re-

futando os termos do recurso do Ministério Público, não há prejuízo ao recorrido e,

portanto, não há nulidade absoluta ou relativa.

b) A nulidade existe, mas é relativa, somente se configurando se houver desídia do

defensor dativo, se mostrando ineficiente na defesa do recorrido.

c) Constitui nulidade a falta de intimação do Denunciado para oferecer contrarra-

zões ao recurso interposto da rejeição da Denúncia, não a suprindo a nomeação de

defensor dativo.

d) Constitui nulidade a falta de citação do Denunciado para apresentar defesa à

Denúncia ofertada. Restará suprida tal nulidade com a nomeação de defensor da-

tivo se a atuação do causídico no feito for sem desídia. Caso contrário, havendo

desídia do defensor, a nulidade será absoluta e não relativa.

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Questão 19    (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS) Sobre a nulidade do

processo penal, é correto afirmar:

a) No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua de-

ficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

b) As partes poderão arguir nulidade a que tenham dado causa ou de qualquer

forma concorrido.

c) Configura causa de nulidade a não intimação da defesa da data da audiência no

juízo deprecado, ainda que haja sido intimada da expedição da carta precatória.

d) A incompetência do juízo anula os atos instrutórios e decisórios, devendo o pro-

cesso, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

e) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser suprida a todo

o tempo, antes da sentença final, mediante ratificação dos atos processuais.

Questão 20    (CESPE/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca das nulidades no pro-

cesso penal, assinale a opção correta.

a) De acordo com a doutrina majoritária, é taxativo o rol de nulidades previsto no

CPP, em razão de estas se consubstanciarem em sanções processuais, que devem

ser expressamente estabelecidas na lei processual (nulla nullitatis sine lege).

b) De acordo com a doutrina majoritária, haverá nulidade absoluta quando o ato

processual for praticado em detrimento do interesse público ou de ambas as partes.

c) É facultado ao julgador, a todo tempo e em qualquer grau de jurisdição, conhe-

cer, de ofício, de nulidades, ainda que contrárias aos interesses do réu, de modo a

se assegurar regularidade do processo.

d) O reconhecimento da nulidade de qualquer ato processual depende sempre de

um provimento judicial, não decorrendo automaticamente da lei.

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e) De acordo com o princípio da causalidade, o reconhecimento dos atos eivados

de nulidade implica a automática nulidade de todos os subsequentes, sendo desne-

cessária a declaração judicial em relação a estes.

Questão 21    (FMP/TJ-MT/JUIZ) No tocante às nulidades, assinale a afirmativa cor-

reta.

a) O princípio que proíbe ao juiz ou tribunal declarar qualquer nulidade arguida

pela parte interessada é absoluto, isto é, não comporta exceções, mesmo quando

a declaração puder beneficiar a defesa.

b) Apreciando recurso de ofício, o tribunal poderá reconhecer e declarar nulidade

absoluta em prejuízo da acusação ou da defesa, ainda que as partes tenham se

conformado com a decisão recorrida.

c) O Código de Processo Penal adotou um sistema formalista segundo o qual basta

o desrespeito às exigências legais inerentes à forma para que o processo ou o ato

processual seja necessariamente anulado.

d) A regra que proíbe à parte arguir nulidade a que haja dado causa não se estende

à parte que tiver apenas concorrido para com o advento da nulidade.

e) Enunciado da Súmula do STF define como absoluta a nulidade tanto por ausên-

cia quanto por deficiência de defesa.

Questão 22    (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO) A respeito de nulidades, assinale a

opção correta à luz da jurisprudência do STF e do STJ.

a) Haverá nulidade absoluta no caso de ações penais referentes a crimes pratica-

dos por funcionários públicos contra a administração pública instruídas por inquéri-

to policial, caso o juízo não permita ao denunciado apresentar resposta preliminar

antes do recebimento da peça acusatória.

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b) O cerceamento de defesa resultante da rejeição, por parte do juízo, de pedido

de réu preso para ser entrevistado por defensor público para subsidiar a elaboração

da resposta à acusação acarreta nulidade processual

c) No processo penal, a falta e a deficiência de defesa constituem nulidade proces-

sual absoluta; portanto, o prejuízo é presumido e independe de prova.

d) A ausência de intimação do acusado para apresentar contrarrazões ao recurso

interposto da rejeição da denúncia constitui nulidade que não pode ser suprida pelo

juízo por meio de nomeação de defensor dativo.

e) A decisão que determina o desaforamento do processo da competência do tribu-

nal do júri sem audiência da defesa caracteriza mera irregularidade

Questão 23    (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) Nos exatos termos do quanto de-

termina o art. 564 do CPP, acarreta a nulidade do processo que chega a termo com

sentença condenatória a ausência

a) de interrogatório, em qualquer situação.

b) de representação da vítima, no crime de lesão corporal culposa.

c) de pedido condenatório, em ação pública incondicionada.

d) do exame de corpo de delito, no crime de homicídio doloso.

Questão 24    (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) Assinale a alternativa incorreta.

a) O juiz deve proclamar nulidade absoluta resultante de cerceamento defensivo ao

invés de absolver o réu, ainda que esteja convencido de sua inocência, em virtude

da possibilidade de o Ministério Público, em eventual recurso, obter decisão de mé-

rito desfavorável ao acusado.

b) Depois de recebida a denúncia, o juiz não pode reconsiderar o seu despacho e

rejeitá-la, ainda que se convença de ter errado.

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c) O princípio contido no art. 565 CPP no sentido de que nenhuma das partes po-

derá arguir nulidade cuja observância só à parte contrária interesse, impede o Mi-

nistério Público de arguir a invalidade da citação.

d) Não é nula a sentença que contém motivação deficiente.

Questão 25    (FCC/TRF4/ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação às nulidades no pro-

cesso penal,

a) as partes poderão arguir nulidade referente à formalidade cuja observância só à

parte contrária interesse.

b) não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apu-

ração da verdade substancial ou na decisão da causa.

c) ocorre nulidade por incompetência, mas não por suspeição do juiz.

d) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada.

e) a incompetência do juízo anula todos os atos do processo, instrutórios e deci-

sórios.

Questão 26    (FCC/TJ-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito das nulidades, é IN-

CORRETO afirmar que

a) não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apu-

ração da decisão da causa.

b) nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa.

c) nenhuma das partes poderá arguir nulidade para que tenha concorrido.

d) não poderá ser sanada, por ratificação dos atos processuais, a nulidade por ile-

gitimidade do representante da parte.

e) nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

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Questão 27    (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS) Quanto às

nulidades, assinale a alternativa correta.

a) A nulidade de ato processual será declarada ainda que não houver influído na

apuração da verdade substancial.

b) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada

em nenhum momento processual.

c) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

d) A ausência de intervenção do Ministério Público nos termos da ação intentada

pela parte ofendida, nos casos de ação pública, não é causa de nulidade.

Questão 28    (IMES/CÂMARA-SP/ADVOGADO) Considerando o tema nulidade em

processo penal é incorreto o que se afirma em:

a) A incompetência, a suspeição ou o suborno do juiz geram nulidade em processo

penal.

b) A incompetência do juízo anula todos os atos do processo, devendo o processo,

quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente e reiniciado.

c) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo

sanada, mediante ratificação dos atos processuais.

d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele direta-

mente dependam ou sejam consequência.

Questão 29    (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre as nulidades no processo

penal, assinale a afirmativa incorreta.

a) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

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b) Nenhuma das partes poderá arguir a nulidade a que haja dado causa, ou para

qual tenha concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só a parte con-

trária interesse.

c) Não será declarada a nulidade de ato processual que não há houver influído na

apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

d) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios.

e) A falta do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios é causa de

nulidade, não admitindo que seja sanada de qualquer forma.

Questão 30    (TJ-GO/TJ-GO/ESCRIVÃO) Acerca das nulidades no processo penal,

assinale a alternativa CORRETA:

a) O fato de o juiz que preside o feito ser inimigo capitai do acusado não enseja

qualquer nulidade passível de questionamento.

b) Nos crimes que deixam vestígio, a falta do exame de corpo de delito sempre

causará nulidade processual.

c) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, não causará a dos que dele direta-

mente dependam ou sejam consequência.

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (VUNESP/PREFEITURA-SP/PROCURADOR) É correto afirmar que

a) a nulidade ocorrerá por incompetência, suspeição, impedimento ou suborno do

juiz.

b) caberá apelação da decisão que anula o processo da instrução criminal, no todo

ou em parte.

c) a nulidade do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal,

poderá ser arguida logo depois que ocorrer ou por ocasião da interposição do re-

curso.

d) a incompetência do juízo anula os atos ordinatórios e decisórios, devendo o pro-

cesso, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

e) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo

sanada, mediante ratificação dos atos processuais.

Letra e.

Conforme preconiza o art. 568 do CPP, “a nulidade por ilegitimidade do represen-

tante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos pro-

cessuais.”

Questão 2    (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere que determinado

juiz titular da justiça eleitoral de uma comarca do estado de Mato Grosso, regular-

mente investido na função, sem dolo, tenha prolatado sentença em processo de

competência do tribunal do júri. Nessa situação hipotética, o ato praticado pelo juiz

configura

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a) nulidade relativa.
b) inexistência.
c) prorrogação de competência.
d) irregularidade.
e) nulidade absoluta.

Letra e.
Conforme estudamos, a incompetência (art. 564 do CPP, inciso I) é causa de nuli-
dade ABSOLUTA.

Questão 3    (FCC/MPE-RS/ASSESSOR – DIREITO) A nulidade relativa


a) pode ser reconhecida de ofício em prejuízo do réu.
b) é estabelecida para resguardar predominantemente o interesse das partes.
c) visa garantir interesse de ordem pública.
d) é insanável e jamais preclui.
e) independe para o seu reconhecimento da demonstração do prejuízo.

Letra b.
Justamente, afinal de contas, dependem de demonstração de prejuízo para tal.
Vejamos:
a) Errada. Apenas nulidades absolutas podem ser reconhecidas de ofício.
c) Errada. Visa garantir o interesse das partes.
d) Errada. A nulidade relativa é sanável e preclui se não for arguida no tempo
correto.

e) Errada. Depende, sim, da demonstração de prejuízo – ao contrário das nulida-

des absolutas.

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Questão 4    (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR) É considerada nulidade relativa, que


pode ser sanada:
a) a falta de concessão de prazos à acusação e à defesa.
b) a ilegitimidade de parte.
c) a falta de nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver.
d) a violação à incomunicabilidade dos jurados.
e) a suspeição do juiz.

Letra a.
Infelizmente, veja como dominar as hipóteses de nulidade relativa e absoluta é
necessário para responder questões sobre esse assunto. Não tem remédio, a única
solução é memorizar!
Conforme estudamos, é considerada nulidade relativa a falta de concessão de pra-
zos à acusação e à defesa.

Questão 5    (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) Assinale a alternativa que completa corretamen-


te a lacuna da frase:
A inobservância da competência penal por prevenção___________________.
a) constitui nulidade relativa
b) constitui nulidade absoluta
c) não constitui nulidade
d) pode constituir nulidade absoluta em circunstâncias.

Letra a.

A inobservância da competência penal por PREVENÇÃO, conforme estudamos,

constitui nulidade RELATIVA.

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Questão 6    (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Assinale a alternativa in-

correta.

a) A nulidade relativa pode ser reconhecida pelo juiz, de ofício, a qualquer tempo

do processo.

b) A nulidade pode atingir todo o processo, desde o seu início, parte do processo

ou apenas um ato, sem reflexo em qualquer outro.

c) A nulidade relativa considera-se sanada pelo silêncio das partes, pela efetiva

consecução do escopo visado pelo ato não obstante sua irregularidade e pela acei-

tação, ainda que tácita, dos efeitos do ato irregular.

d) O princípio da instrumentalidade das formas não admite o reconhecimento da

nulidade que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão

da causa.

e) Nos termos da Súmula 156 do Supremo Tribunal Federal, é absoluta a nulidade

do julgamento, pelo Júri, por falta de quesito obrigatório.

Letra a.

Atenção para esse tipo de questão – estamos procurando a assertiva INCORRETA.

E, conforme estudamos, é a nulidade absoluta que pode ser reconhecida pelo juiz,

de ofício, a qualquer tempo – não a relativa!

Questão 7    (FCC/TJ-AP/JUIZ) Aponte a alternativa que corresponde a regra do Có-

digo de Processo Penal sobre nulidade.

a) A defesa deficiente gera nulidade absoluta, sendo presumido o prejuízo

b) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,

quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

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c) A falta de defesa prévia após o interrogatório gera nulidade absoluta.

d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, afetará os atos posteriores.

e) A falta das alegações escritas do acusado no procedimento ordinário e causa de

nulidade relativa.

Letra b.

Conforme rege o art. 567 do CPP, “a incompetência do juízo anula somente os atos

decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao

juiz competente.”

Questão 8    (FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO) Conforme a orientação deste Superior

Tribunal de Justiça, a inquirição das testemunhas pelo juiz antes que seja oportu-

nizada a formulação das perguntas às partes, com a inversão da ordem prevista

no art. 212 do Código de Processo Penal, constitui nulidade relativa (STJ, HC n.

237.782, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe de 21/08/2014).

Diante deste entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a nulidade, neste caso,

a) será declarada mesmo que não tenha influído na decisão da causa.

b) deve ser reconhecida de ofício.

c) independe de comprovação do prejuízo.

d) deve ser arguida pela parte interessada em tempo oportuno.

e) não se sujeita à preclusão.

Letra d.

A questão quer se apresentar como complexa, fazendo parecer que o assunto é

sobre jurisprudência, quando, na verdade, não é.

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A questão aqui é você perceber que o julgado do STJ estava tratando de uma ques-

tão de FORMA, a qual foi reconhecida como nulidade relativa pelo Tribunal.

Nesse sentido, como toda nulidade relativa, a arguição deve ocorrer em tempo

oportuno, e deve ser feita pela parte interessada.

Questão 9    (CESPE/TJ-AM/JUIZ) Com base no entendimento pacificado dos tribu-

nais superiores, é correto afirmar que o excesso de linguagem comprovadamente

existente na decisão de pronúncia ocasiona

a) a proibição da entrega de cópia da decisão de pronúncia aos jurados que even-

tualmente a requisitarem.

b) a nulidade absoluta da decisão de pronúncia e dos atos processuais subsequen-

tes, independentemente de demonstração de prejuízo causado ao réu.

c) a nulidade relativa da decisão de pronúncia e dos atos processuais subsequen-

tes, se demonstrado prejuízo ao réu.

d) a proibição da leitura da decisão de pronúncia pela acusação durante o julga-

mento no plenário do júri, para evitar que os jurados sejam influenciados.

e) o desentranhamento e envelopamento da decisão de pronúncia, providência

adequada e suficiente para cessar a ilegalidade e contemplar o princípio da econo-

mia processual.

Letra b.

A decisão de pronúncia deve tratar de aspectos muito restritos, para não influenciar

na formação da convicção dos jurados. Dessa forma, se o magistrado extrapolar na

pronúncia e atuar com excesso de linguagem, haverá NULIDADE ABSOLUTA, que,

como você já sabe, independe da demonstração de prejuízo.

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Questão 10    (FCC/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO) A nulidade absoluta pode ser de-

cretada

a) somente pelo Supremo Tribunal Federal.

b) somente até o trânsito em julgado da sentença condenatória.

c) somente até a prolação da sentença condenatória de primeira instância.

d) somente a requerimento do Ministério Público.

e) mesmo após o trânsito em julgado da decisão condenatória.

Letra e.

Questão fácil. A nulidade absoluta tem prejuízo presumido, de modo que pode ser

decretada até mesmo após o trânsito em julgado da condenação.

Questão 11    (TJ-MG/TJ-MG/TÉCNICO) Considerando-se a nulidade absoluta ocor-

rida no curso de um processo penal, é CORRETO afirmar que tal nulidade

a) pode ser declarada, de ofício, pelo Magistrado e arguida por quaisquer das par-

tes, mas nunca após o trânsito em julgado da sentença.

b) pode ser suscitada apenas pelo representante do Ministério Público.

c) pode ser suscitada pela Defesa, após o trânsito em julgado de sentença conde-

natória.

d) não pode ser declarada, de ofício, pelo Magistrado, por ferir o princípio do ne

proceda iudex ex oficio.

Letra c.

A nulidade absoluta pode ser suscitada pela defesa mesmo após o trânsito em jul-

gado da sentença condenatória. O que não pode ocorrer é a arguição de nulidade

pela acusação, em prejuízo do réu, após o trânsito em julgado da sentença.

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Questão 12    (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Conforme disposição ex-

pressa no Código de Processo Penal, o magistrado estará impedido de atuar no

processo, sob pena de acarretar sua nulidade absoluta, se

a) seu cunhado estiver respondendo a processo por fato análogo.

b) for acionista de sociedade interessada no resultado do processo.

c) for amigo íntimo de alguma das partes.

d) tiver aconselhado, em algum momento, alguma das partes.

e) sua sobrinha tiver atuado como oficial de justiça.

Letra e.

Questão fantástica e interdisciplinar. Não basta saber que as causas de impedi-

mentos dos juízes geram nulidades absolutas, é preciso conhecer quais são essas

causas para encontrar a resposta da questão.

Entre as assertivas acima, resta caraterizado o impedimento do magistrado caso

sua sobrinha esteja atuado como oficial de justiça no processo, por força do art.

252, inciso I.

Questão 13    (FCC/MPE-CE/PROMOTOR) Em relação ao sistema de nulidades no

processo penal, pode-se afirmar que a

a) falha na procuração para apresentação de queixa não poderá ser suprida.

b) falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só anulará o

processo se houver prova de prejuízo para o réu.

c) falta do exame de corpo de delito direto nos crimes que deixam vestígios cau-

sará nulidade absoluta, não se admitindo suprimento por qualquer outro meio de

prova.

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d) declaração de nulidade por vício na inquirição de uma testemunha sempre cau-

sará a dos atos de inquirição posteriores de outras testemunhas.

e) realização de citação por hora certa causará nulidade do processo, por não ser

admitida.

Letra b.

Nos termos da Súmula n. 523 do STF, a falta de defesa constitui nulidade absoluta,

mas sua deficiência só anulará o processo se houver prova de prejuízo para o réu.

Questão 14    (VUNESP/TJRJ/JUIZ) Assinale a alternativa correta.

a) No processo penal, a falta de resposta à acusação constitui nulidade absoluta.

b) No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua de-

ficiência só anulará o processo se houver prova de prejuízo para o réu.

c) O julgamento de recurso criminal na segunda instância não exige prévia intima-

ção ou publicação da pauta.

d) Não é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em

que o juiz exerça a sua jurisdição.

Letra b.

Veja como é importante estudar as Súmulas do STF e demais pontos relevantes da

jurisprudência. Novamente estamos diante do teor da Súmula n. 523 do STF, a qual

acabamos de citar na questão anterior.

Questão 15    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) No processo penal, especifica-

mente sobre as nulidades, é correto afirmar:

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a) Ocorrerá nulidade no caso de comparecimento de quinze jurados para consti-

tuição do júri.

b) Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na

apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

c) As omissões da denúncia ou da queixa poderão ser supridas a todo o tempo, até

cinco dias antes da audiência de instrução designada.

d) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada,

ensejando a renovação de todos os atos processuais praticados.

e) A omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato é causa de

nulidade absoluta e não poderá ser sanada.

Letra b.

Conforme estudamos, se o ato processual não influiu na apuração da causa ou na

decisão prolatada, sua nulidade não será declarada (como, por exemplo, a nulidade

na oitiva de testemunha cujo depoimento acabou se tornando irrelevante).

Questão 16    (FCC/TJ-AP/JUIZ) Em relação às nulidades no processo penal, é IN-

CORRETO afirmar:

a) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,

quando for declarada a nulidade, ser remetido ao Juiz competente.

b) É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por

prevenção.

c) No processo penal, a deficiência da defesa constitui nulidade absoluta, indepen-

dentemente da prova de prejuízo para o réu.

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d) É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia

do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.

e) Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarra-

zões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de

defensor dativo.

Letra c.

Ora, no processo penal, é a AUSÊNCIA de defesa que constitui nulidade absoluta. A

sua deficiência constitui nulidade relativa, que DEPENDE de prova de prejuízo para

o réu. Essa é a assertiva INCORRETA, como solicitou o examinador.

Questão 17    (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre as nulidades no processo

penal, é correto afirmar que

a) nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que tenha dado causa, mas se

apenas concorreu para que ela se verificasse, pode alegar o vício desde que o faça

no momento oportuno.

b) sendo o exame de corpo de delito indispensável nas infrações que deixam ves-

tígios, a sua ausência é causa de nulidade nada podendo suprir-lhe a falta.

c) a falta de intervenção do Ministério Público na ação penal privada subsidiária da

pública é causa de nulidade absoluta.

d) a falta de citação do réu é causa de nulidade, não a sanando o seu compareci-

mento ainda que declare que o faz apenas com o fim de arguir o vício.

e) as incompetências ratione personae e ratione materiae são absolutas e, por

isso, podem ser alegadas a qualquer tempo, implicando nulidade do processo.

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Letra e.

A incompetência, seja ela ratione personae (em razão da pessoa) ou ratione ma-

teriae (em razão da matéria) tem caráter de nulidade absoluta, podendo ser sim

alegada a qualquer tempo.

Questão 18    (MPE-GO/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) “Fenício” foi denunciado

pela prática de furto simples e o Juiz rejeitou de plano a peça inaugural da persecutio

criminis, entendendo, in casu, que se aplica o princípio da insignificância. Houve inter-

posição de recurso pelo Ministério Público. O Juiz de primeiro grau nomeou defensor

dativo ao recorrido para contrarrazoar o recurso. O réu não foi citado da ação penal

interposta, devido ao fato de ter sido a Denúncia rejeitada. Diante do texto e do que

dispõe o entendimento sumulado pelo STF:

a) Mesmo não tendo sido o réu intimado pessoalmente para oferecer Contrarra-

zões, havendo nomeação de advogado dativo que ofereça a peça apropriada, re-

futando os termos do recurso do Ministério Público, não há prejuízo ao recorrido e,

portanto, não há nulidade absoluta ou relativa.

b) A nulidade existe, mas é relativa, somente se configurando se houver desídia do

defensor dativo, se mostrando ineficiente na defesa do recorrido.

c) Constitui nulidade a falta de intimação do Denunciado para oferecer contrarra-

zões ao recurso interposto da rejeição da Denúncia, não a suprindo a nomeação de

defensor dativo.

d) Constitui nulidade a falta de citação do Denunciado para apresentar defesa à

Denúncia ofertada. Restará suprida tal nulidade com a nomeação de defensor da-

tivo se a atuação do causídico no feito for sem desídia. Caso contrário, havendo

desídia do defensor, a nulidade será absoluta e não relativa.

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Letra c.

Segundo a Súmula 707 do STF, “constitui nulidade a falta de intimação do denun-

ciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia,

não a suprindo a nomeação de defensor dativo.”

Questão 19    (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS) Sobre a nulidade do

processo penal, é correto afirmar:

a) No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua de-

ficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

b) As partes poderão arguir nulidade a que tenham dado causa ou de qualquer

forma concorrido.

c) Configura causa de nulidade a não intimação da defesa da data da audiência no

juízo deprecado, ainda que haja sido intimada da expedição da carta precatória.

d) A incompetência do juízo anula os atos instrutórios e decisórios, devendo o pro-

cesso, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

e) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser suprida a

todo o tempo, antes da sentença final, mediante ratificação dos atos processuais.

Letra a.

Veja como a Súmula n. 523 do STF é importante. Já é a terceira questão, de dife-

rentes bancas, que trata de seu conteúdo. Como você já sabe, tal súmula apresen-

ta o entendimento de que “no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade

absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o

réu.”

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Questão 20    (CESPE/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca das nulidades no pro-

cesso penal, assinale a opção correta.

a) De acordo com a doutrina majoritária, é taxativo o rol de nulidades previsto no

CPP, em razão de estas se consubstanciarem em sanções processuais, que devem

ser expressamente estabelecidas na lei processual (nulla nullitatis sine lege).

b) De acordo com a doutrina majoritária, haverá nulidade absoluta quando o ato

processual for praticado em detrimento do interesse público ou de ambas as partes.

c) É facultado ao julgador, a todo tempo e em qualquer grau de jurisdição, conhe-

cer, de ofício, de nulidades, ainda que contrárias aos interesses do réu, de modo a

se assegurar regularidade do processo.

d) O reconhecimento da nulidade de qualquer ato processual depende sempre de

um provimento judicial, não decorrendo automaticamente da lei.

e) De acordo com o princípio da causalidade, o reconhecimento dos atos eivados

de nulidade implica a automática nulidade de todos os subsequentes, sendo desne-

cessária a declaração judicial em relação a estes.

Letra d.

As nulidades precisam ser reconhecidas por meio de provimento judicial!

Vejamos:

a) Errada. O Rol de nulidades é exemplificativo.

b) Errada. Tal premissa não é critério para definição de nulidade absoluta.

c) Errada. A todo e qualquer tempo o julgador deve reconhecer, de ofício, as nuli-

dades ABSOLUTAS, mas as RELATIVAS dependem de arguição.

e) Errada. Também nesse caso é necessária a declaração judicial sobre a nulidade.

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Questão 21    (FMP/TJ-MT/JUIZ) No tocante às nulidades, assinale a afirmativa cor-

reta.

a) O princípio que proíbe ao juiz ou tribunal declarar qualquer nulidade arguida

pela parte interessada é absoluto, isto é, não comporta exceções, mesmo quando

a declaração puder beneficiar a defesa.

b) Apreciando recurso de ofício, o tribunal poderá reconhecer e declarar nulidade

absoluta em prejuízo da acusação ou da defesa, ainda que as partes tenham se

conformado com a decisão recorrida.

c) O Código de Processo Penal adotou um sistema formalista segundo o qual basta

o desrespeito às exigências legais inerentes à forma para que o processo ou o ato

processual seja necessariamente anulado.

d) A regra que proíbe à parte arguir nulidade a que haja dado causa não se estende

à parte que tiver apenas concorrido para com o advento da nulidade.

e) Enunciado da Súmula do STF define como absoluta a nulidade tanto por ausên-

cia quanto por deficiência de defesa.

Letra b.

Conforme estudamos, o juiz só está adstrito à provocação das partes no caso de

nulidades relativas. Nesse sentido, ao apreciar recurso de ofício, o tribunal poderá,

sim, reconhecer e declarar nulidade absoluta em prejuízo de qualquer das partes.

Questão 22    (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO) A respeito de nulidades, assinale a

opção correta à luz da jurisprudência do STF e do STJ.

a) Haverá nulidade absoluta no caso de ações penais referentes a crimes pratica-

dos por funcionários públicos contra a administração pública instruídas por inquéri-

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to policial, caso o juízo não permita ao denunciado apresentar resposta preliminar

antes do recebimento da peça acusatória.

b) O cerceamento de defesa resultante da rejeição, por parte do juízo, de pedido

de réu preso para ser entrevistado por defensor público para subsidiar a elaboração

da resposta à acusação acarreta nulidade processual

c) No processo penal, a falta e a deficiência de defesa constituem nulidade proces-

sual absoluta; portanto, o prejuízo é presumido e independe de prova.

d) A ausência de intimação do acusado para apresentar contrarrazões ao recurso

interposto da rejeição da denúncia constitui nulidade que não pode ser suprida pelo

juízo por meio de nomeação de defensor dativo.

e) A decisão que determina o desaforamento do processo da competência do tri-

bunal do júri sem audiência da defesa caracteriza mera irregularidade

Letra d.

Mais uma vez, a resposta vem de uma das Súmulas do STF, nesse caso, a 707:

Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões

ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de de-

fensor dativo.

Questão 23    (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) Nos exatos termos do quanto de-

termina o art. 564 do CPP, acarreta a nulidade do processo que chega a termo com

sentença condenatória a ausência

a) de interrogatório, em qualquer situação.

b) de representação da vítima, no crime de lesão corporal culposa.

c) de pedido condenatório, em ação pública incondicionada.

d) do exame de corpo de delito, no crime de homicídio doloso.

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Letra b.

Segundo o art. 544, III, alínea a, temos a seguinte hipótese de nulidade:

a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais,


a portaria ou o auto de prisão em flagrante;

É o caso da representação da vítima no crime de lesão corporal culposa!

Questão 24    (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) Assinale a alternativa incorreta.

a) O juiz deve proclamar nulidade absoluta resultante de cerceamento defensivo

ao invés de absolver o réu, ainda que esteja convencido de sua inocência, em vir-

tude da possibilidade de o Ministério Público, em eventual recurso, obter decisão de

mérito desfavorável ao acusado.

Depois de recebida a denúncia, o juiz não pode reconsiderar o seu despacho e re-

jeitá-la, ainda que se convença de ter errado.

b) O princípio contido no art. 565 CPP no sentido de que nenhuma das partes

poderá arguir nulidade cuja observância só à parte contrária interesse, impede o

Ministério Público de arguir a invalidade da citação.

c) Não é nula a sentença que contém motivação deficiente.

Letra c.

Ora, o art. 565 do CPP prevê expressamente que “nenhuma das partes poderá ar-

guir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a

formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.”

Nesse sentido, porque poderia o MP arguir nulidade em razão da invalidade de cita-

ção, sendo que tal procedimento só interessa ao acusado? É justamente esse tipo

de ação que o art. 565 busca vedar!

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Questão 25    (FCC/TRF4/ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação às nulidades no pro-

cesso penal,

a) as partes poderão arguir nulidade referente à formalidade cuja observância só

à parte contrária interesse.

b) não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apu-

ração da verdade substancial ou na decisão da causa.

c) ocorre nulidade por incompetência, mas não por suspeição do juiz.

d) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada.

e) a incompetência do juízo anula todos os atos do processo, instrutórios e deci-

sórios.

Letra b.

Note como os examinadores gostam de bater nessa tecla das nulidades em atos

irrelevantes para o curso do processo penal.

Como você já sabe, se o ato processual não influiu na apuração da verdade ou na

decisão da causa, sua nulidade não poderá ser declarada!

Questão 26    (FCC/TJ-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito das nulidades, é IN-

CORRETO afirmar que

a) não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apu-

ração da decisão da causa.

b) nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa.

c) nenhuma das partes poderá arguir nulidade para que tenha concorrido.

d) não poderá ser sanada, por ratificação dos atos processuais, a nulidade por ile-

gitimidade do representante da parte.

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e) nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

Letra d.

Art. 568 do CPP: “a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a


todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.”

Vamos lá, caso a caso:

a) Certa. Art. 566 do CPP.

b) Certa. Art. 565 do CPP.

c) Certa. Também art. 565 do CPP.

e) Certa. Art. 563 do CPP.

Questão 27    (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS) Quanto às

nulidades, assinale a alternativa correta.

a) A nulidade de ato processual será declarada ainda que não houver influído na

apuração da verdade substancial.

b) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada

em nenhum momento processual.

c) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

d) A ausência de intervenção do Ministério Público nos termos da ação intentada

pela parte ofendida, nos casos de ação pública, não é causa de nulidade.

Letra c.

É o que rege o art. 563 do CPP.

E lá vamos nós de novo:

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a) Errada. Art. 566 do CPP.

b) Errada. Art. 568 do CPP.

d) Errada. Art. 564, III, alínea d, do CPP.

Questão 28    (IMES/CÂMARA-SP/ADVOGADO) Considerando o tema nulidade em

processo penal é incorreto o que se afirma em:

a) A incompetência, a suspeição ou o suborno do juiz geram nulidade em processo

penal.

b) A incompetência do juízo anula todos os atos do processo, devendo o processo,

quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente e reiniciado.

c) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo

sanada, mediante ratificação dos atos processuais.

d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele direta-

mente dependam ou sejam consequência.

Letra b.

A incompetência do juízo anula os atos DECISÓRIOS, e não TODOS os atos do pro-

cesso, nos termos do art. 567 do CPP – motivo pelo qual a letra b está incorreta.

Questão 29    (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre as nulidades no processo

penal, assinale a afirmativa incorreta.

a) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

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b) Nenhuma das partes poderá arguir a nulidade a que haja dado causa, ou para

qual tenha concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só a parte con-

trária interesse.

c) Não será declarada a nulidade de ato processual que não há houver influído na

apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

d) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios.

e) A falta do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios é causa de

nulidade, não admitindo que seja sanada de qualquer forma.

Letra e.

Embora de forma excepcional, a falta do exame de corpo de delito em crimes que

deixam vestígios admite, sim, uma hipótese de convalidação, nos termos do art.

167 do CPP:

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Questão 30    (TJ-GO/TJ-GO/ESCRIVÃO) Acerca das nulidades no processo penal,

assinale a alternativa CORRETA:

a) O fato de o juiz que preside o feito ser inimigo capitai do acusado não enseja

qualquer nulidade passível de questionamento.

b) Nos crimes que deixam vestígio, a falta do exame de corpo de delito sempre

causará nulidade processual.

c) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, não causará a dos que dele direta-

mente dependam ou sejam consequência.

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Letra c.

Conforme preconiza o art. 563 do CPP, “nenhum ato será declarado nulo, se da

nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.” Simples assim!

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