1) O Acordo de Não Persecução Penal concede benefícios a indivíduos que cometem crimes menos graves, desde que cumpram certas condições, como confissão e reparação de danos.
2) Diferentemente de outros institutos, o ANPP exige confissão do crime e representa uma exceção ao princípio da obrigatoriedade da ação penal.
3) Para ser elegível ao ANPP, o crime deve ter pena mínima inferior a 4 anos, não envolver violência e não ser passível de arquivamento.
1) O Acordo de Não Persecução Penal concede benefícios a indivíduos que cometem crimes menos graves, desde que cumpram certas condições, como confissão e reparação de danos.
2) Diferentemente de outros institutos, o ANPP exige confissão do crime e representa uma exceção ao princípio da obrigatoriedade da ação penal.
3) Para ser elegível ao ANPP, o crime deve ter pena mínima inferior a 4 anos, não envolver violência e não ser passível de arquivamento.
1) O Acordo de Não Persecução Penal concede benefícios a indivíduos que cometem crimes menos graves, desde que cumpram certas condições, como confissão e reparação de danos.
2) Diferentemente de outros institutos, o ANPP exige confissão do crime e representa uma exceção ao princípio da obrigatoriedade da ação penal.
3) Para ser elegível ao ANPP, o crime deve ter pena mínima inferior a 4 anos, não envolver violência e não ser passível de arquivamento.
Conceito de Acordo de não Persecução Penal: Benefício Concedido a indivíduos que
praticam crimes considerados menos relevantes, em razão de sua gravidade (este é um dos principais pontos que diferenciam o ANPP do famoso plea bargarin americano, o que não possui a mesma limitação em relação à gravidade do crime). Trata-se de um negócio jurídico extrajudicial, necessariamente homologado pelo juízo competente, celebrado ente o MP e o autor do fato criminoso, desde que devidamente assistido pelo seu defensor, no qual á confissão formal e circunstanciada, resultado no cumprimento de condições não privativas de liberdade em troca do compromisso de que o MP não faça a persecução penal, no âmbito judicial, não oferecendo a denúncia e declarando a extinção da punibilidade caso as condições sejam cumpridas. A Diferença do ANPP com os outros institutos despenalizadores: 1º) No ANPP e exige que o investigado confesse a prática do delito, enquanto na transação penal, suspensão condicional do processo não exige que o investigado confesse a prática do delito; 2º) ANPP é uma hipótese de exceção ao chamado princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, haja vista que há verdadeira seleção de prioridades do MP, em sede de política criminal, privilegiado o princípio da intervenção mínima. Natureza Jurídica: Não se trata de um direito subjetivo do acusado, pois o ANPP se submete a uma convergência de vontades com necessidade de participação tanto do MP quanto benefício. No mesmo sentido o enunciado n.º 19 do CNPG: O acordo de não persecução penal é faculdade do MP, que avaliará, inclusive em última análise, se o instrumento é necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime no caso concreto. Requisitos: Para que o investigado seja beneficiado pelo Acordo de não persecução Penal, deverá cumprir alguns requisitos, previstos no artigo 28-A do CPP, são estes: A) pena mínima abstrata inferior a 4 anos; B) crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa; C) Não ser caso de arquivamento. Infração Penal com Pena mínima inferior a Quatro anos: Deve ser calculado levando em consideração eventuais causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. É esta linha que segue O STJ, STF, nos enunciados n.º 243 e 723 respectivamente e o enunciado n.º 29 do CNPG. Ausência de Violência ou Grave Ameaça a Pessoa: A ANPP é cabível tanto para crimes quanto para contravenções penais, desde que a infração não seja cometida com violência ou grave ameaça à pessoa. Segundo o Doutrinador Renato Brasileiro de Lima, se houver um crime culposo, ainda que com resultado violento, a celebração do acordo será admissível. Ex: Lesões Corporais culposas). Sendo inclusive positivado no enunciado n.º 23 do CNPG. Não Ser Caso de Arquivamento: A própria previsão legal esclarece, no início do artigo, que o ANPP é aplicável “não sendo caso de arquivamento”, o que faz todo o sentido, pois se não há viabilidade da ação penal, a celebração do acordo se torna desinteressante. Observação: Confissão Formal e Circunstanciada a doutrina tem classificado como condição que será imposta ao acusado para celebração do acordo, e não como requisito. Assim sendo, trataremos deste ponto mais à frente. É vedado ao o ANPP: 1º) Casos em que é cabível a transação penal; 2º) Investigado reincidente, de conduta criminal habitual, reiterada ou profissional (ressalvados os casos em que as infrações pretéritas são insignificantes); 3º) Agente beneficiário nos últimos 5 anos anteriores pelo ANPP, transação penal ou suspensão condicional do processo. 4º) Crimes praticado com violência doméstica ou contra mulher por razões da condição de sexo feminino. Além disso, via de regra o reincidente não terá direito ao ANPP, na forma dos artigos 63 e 64 do CP. Condições: Podem também ser chamadas de obrigações, aplicáveis à celebração do ANPP, podendo tais condições serem aplicadas de forma cumulativa ou alternativa. É importante verificar que as condições necessariamente não podem ser privativas de liberdade, de forma que as prestações devem ser disponíveis e fiscalizáveis pelo juízo da execução penal. Mister dizer que o acordo de não persecução penal não impõe penas, mas somente estabelece direitos e obrigações de natureza negocial e as medidas acordadas voluntariamente pelas partes não produzirão quaisquer efeitos daí decorrentes, incluindo a reincidência. (Enunciado n.º 25 do CNPG). São as condições que devem ser observados: 1º) Confissão formal e circunstanciada: A confissão, no âmbito do processo penal, é uma faculdade do investigado. Sua exigência para celebração do acordo, no entanto, não viola o direito ao silêncio, haja vista que o investigado, devidamente orientado pela defesa, pode decidir se tem ou não interesse na celebração do acordo; 2º) Reparação do dano ou restituição da coisa: Segundo a doutrina, cabe a reparação de qualquer tipo de dano (material, moral, entre outros). Se o delito não causa qualquer dano, a condição não se impõe, e da mesma forma, não é cabível se for verificada a impossibilidade de que o investigado o faça (como no caso de vulnerabilidade financeira do acusado); 3º) Renúncia a bens e direitos: A renúncia aos bens e direitos que sejam instrumentos, produto ou proveito do crime, no entandimento da doutrina, é um "confisco" com consentimento, em que pese não ser classificado como efeito da condenação; 4º) Prestação de serviços à comunidade: Aplicável por período correspondente à pena mínima, diminuída de um a dois terços; 5º) Pagamento de prestação pecuniária: Em favor de entidade pública ou de interesse social a ser indicada pelo juízo da execução; 6º) Cumprimento de outras condições estipuladas pelo MP: Outras condições, desde que compatíveis e proporcionais, podem ser estipuladas pelo MP. Formalidade: O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do MP, pelo investigado e por seu defensor. Controle Jurisdicional: É o controle que será realizado no ANPP. E será feito da seguinte forma: 1º) Para homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade; 2º) Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor; 3º) Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal; 4º) O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o (2º); 5º) Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia; 6º) A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. A competência para homologação do ANPP é do juiz de garantias. Descumprimento Injustificado: Se ocorrer o descumprimento de quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o MP deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também será utilizado pelo MP como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. O investigado ao ser beneficiado por um instituto com ANPP, é de se esperar que o investigado cumpra todas as condições impostas pelo acordo. Do contrário, estará sujeito ao oferecimento da denúncia e a processo regularmente transitado em juízo, da mesma forma que ocorre com aqueles que descumprem a transação penal (súmula vinculante n.º 35). Celebração e Cumprimento: 1º) Com a celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para as situações em que o agente tenha se beneficiado do ANPP, Transação Penal, Suspensão Condicional do Processo; nos últimos 5 anos; 2º) Quando cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade; 3º) Assim cumprido integralmente o acordo e suas obrigações, o juízo competente (que é o mesmo juízo competente para homologar o acordo). Deverá declarar a extinção da punibilidade. Recusa do MP: No caso de recusa, por parte do MP, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28. No caso de recusa do MP em propor o ANPP, cabe ao investigado requerer remessa dos autos ao órgão superior do MP, na forma da nova redação do art. 28 do CPP. Súmula e Jurisprudência: CNPG 23: “É cabível o acordo de não persecução penal nos crimes culposos com resultado violento, uma vez que nos delitos desta natureza a conduta consiste na violação de um dever de cuidado objetivo por negligência, imperícia ou imprudência, cujo resultado é involuntário, não desejado e nem aceito pelo agente, apesar de previsível.” Enunciado 29 do CNPG: É cabível o acordo de não persecução penal nos crimes culposos com resultado violento, uma vez que nos delitos desta natureza a conduta consiste na violação de um dever de cuidado objetivo por negligência, imperícia ou imprudência, cujo resultado é involuntário, não desejado e nem aceito pela agente, apesar de previsível. ENUNCIADO 19 (ART. 28-A, CAPUT) :O acordo de não persecução penal é faculdade do Ministério Público, que avaliará, inclusive em última análise (§ 14), se o instrumento é necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime no caso concreto. ENUNCIADO 20 (ART. 28-A): Cabe acordo de não persecução penal para fatos ocorridos antes da vigência da Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia. ENUNCIADO 21 (ART. 28-A, § 2º, II): Não caberá o acordo de não persecução penal se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas, entendidas estas como delitos de menor potencial ofensivo. ENUNCIADO 22 (art. 28-A, § 2º, IV): Veda-se o acordo de não persecução penal aos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, bem como aos crimes hediondos e equiparados, pois em relação a estes o acordo não é suficiente para a reprovação e prevenção do crime. ENUNCIADO 24 (ART. 28-A, §§ 5º, 7º E 8º): A homologação do acordo de não persecução penal, a ser realizada pelo juiz competente, é ato judicial de natureza declaratória, cujo conteúdo analisará apenas a voluntariedade e a legalidade da medida, não cabendo ao magistrado proceder a um juízo quanto ao mérito/conteúdo do acordo, sob pena de afronta ao princípio da imparcialidade, atributo que lhe é indispensável no sistema acusatório. ENUNCIADO 25 (ART. 28-A, §§ 6º E 12): O acordo de não persecução penal não impõe penas, mas somente estabelece direitos e obrigações de natureza negocial e as medidas acordadas voluntariamente pelas partes não produzirão quaisquer efeitos daí decorrentes, incluindo a reincidência. ENUNCIADO 26 (ART. 28-A, § 10): Deverá constar expressamente no termo de acordo de não persecução penal as consequências para o descumprimento das condições acordadas, bem como o compromisso do investigado em comprovar o cumprimento das condições, independentemente de notificação ou aviso prévio, devendo apresentar, imediatamente e de forma documentada, eventual justificativa para o não cumprimento de qualquer condição, sob pena de imediata rescisão e oferecimento da denúncia em caso de inércia (§ 10º). ENUNCIADO 27 (ART. 28-A, § 10): Havendo descumprimento dos termos do acordo, a denúncia a ser oferecida poderá utilizar como suporte probatório a confissão formal e circunstanciada do investigado (prestada voluntariamente na celebração do acordo). ENUNCIADO 28 (ART. 28-A, § 13): Caberá ao juízo competente para a homologação rescindir o acordo de não persecução penal, a requerimento do Ministério Público, por eventual descumprimento das condições pactuadas, e decretar a extinção da punibilidade em razão do cumprimento integral do acordo de não persecução penal. ENUNCIADO 29 (ART. 28-A, § 1.º.): Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o artigo 28-A, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto, na linha do que já dispõe os enunciados sumulados nº 243 e nº 723, respectivamente, do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.